segunda-feira, junho 30, 2025

DIANA AURENQUE, LINA MERUANE, MAYRA OYUELA & MITSY QUEIROZ

 

Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som da Suíte para piano Cinco danças (1960), de Três Peças para fagote solo (2018-2019), Multisarabanda (2023) & do álbum O piano de Kilza Setti (Minas de Som – Escola de Música da UFMG, 2023), da premiada musicista, compositora, professora doutora e antropóloga Kilza Setti (Kilza Setti de Castro Lima), fundadora da Associação Brasileira de Folclore.

 

Agora vai!... - Sabe aquela do melhor que não deu certo? Pois é, na minha vida as coisas sempre andaram fora do riscado. Posso até assegurar: me custaram mesmo o couro e os olhos da cara. Foram lapadas nas costelas, punhaladas nos costados, camas de gato pra quebrar as ventas, aprendia? Ora, se. No fim das contas: melhor assim, pelo pior. Até me animei para escrever um livro: Zilhões maneiras de não fazer para que dê certo (um dia que seja, sabe-se lá!). Seria o maior best-seller, apostei convicto mais de uma vez. Simancol na área, iiiih, pensei melhor: não. Não fiquei quieto, zanzei por aí e descobri o stand-up! Ah, é isso! Por que não fiz antes? Agora vai! Botei na cabeça todo tipo de situação atrapalhada e, depois de muita empolgação, o riso amarelava com a bola murcha: não levava o menor jeito. Hummmm... Devia fazer teatro, vai que é isso! Encorajado pela ideia fiz cursos, queimei as pestanas, botei a vergonha nas costas, dediquei-me mesmo. Tá. Queria começar por cima, pensando o quê? Topete, meu! Agora vai! Não deu. Faltava o texto. Ah, sim! Li cronistas de cepa, humoristas dos bons, ensaiei que só. Escrevi, rasguei; reescrevi mais trocentas vezes e, todo ancho, me endeusei. Aprumei a conversa e tropecei nos meus solecismos, leituras da muita sobre narrativa, estilística, o significado das coisas, cada tijolão de não sei quantas páginas! Agora vai! Não foi, de novo. Enganar a quem? Estava um aranzel parnasiano, arrazoado do escambau. E parece que auto-endoideci: a gramática portuguesa é uma hipérbole metafórica que na horagá só tem puxa-encolhe! Como assim? Auto-enlouquecimento! Melhor: síndrome do impostor. Vôte! Tinha remédio? Peraí! Tô fazendo papel de besta! Isso foi um jato de vapor gelado na lata: até quando queria ajudar atrapalhava, sacou? Era o sinal. Se arrependimento matasse estaria salvo. Mas, não. Só me dei conta de dois detalhes por enquanto ínfimos: o primeiro, sempre estragava a piada com o pé na jaca: matando a charada antes da hora! Não tinha a menor graça. E quando decorava uma das boas, o pior: na hora de contá-la, caía na maior gaitada de engasgar e não conseguir nem sequer iniciá-la. Como é? A minha completa inaptidão deixou escapulir um módico e imprescindível terceiro motivo: a minha mais completa falta de talento, assumidamente um verdadeiro perna de pau! Ah, se tivesse dado certo seria outra a hestória, né não? Até mais ver.

 

Nancy Farmer: É sempre uma batalha permanecer do lado do bem... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Sophie Oluwole: Não há nada que seja absolutamente material. Não há nada absolutamente imaterial. E em todos os fenômenos do mundo, os dois estão juntos... Veja mais aqui.

Tanella Boni: só a palavra nos serve de passaporte para abrir o caminho... Veja mais aqui & aqui.

 

PROIBIDO ESQUECER

Imagem: Acervo ArtLAM.

Depois de cruzar certos agulheiros \ atravessei a nostalgia \ como se atravessa um suspiro \ em meio de qualquer semáforo. \ Meus sapatos têm clavículas, \ Bocas que se engasgam com passos. \ Primogênita me apresso, \ pela primeira vez nos lábios \ do homem que jamais beijei. \ A nostalgia é cozida à mão \ como esse avental guardado no armário de minha mãe. \ Em silêncio começo uma oração \ com a frase "proibido esquecer". \ A noite é uma cortina molhada, \ um abraço a mais a oferecer, \ um persuasivo de adeuses que não são definitivos. \ Concluo: \ que os beijos são para os que amam \ sem promessas ou esperanças.

Poema da poeta, radialista e gestora cultural hondurenha Mayra Oyuela, fundadora do coletivo Paíspoesible e autora do livro Escrevendo uma casa para o barco (l II Miglior Fabbro, 2006).

 

SISTEMA NERVOSO – [...] Eu nunca esqueceria, mesmo que não conseguisse lembrar. [...] Provavelmente sempre estamos enfermos e não nos separamos. E mesmo que a menina pensasse que ela havia se assutado com todas essas histórias que poderiam ter padecido um corpo, só depois ela percebeu que essas histórias eram apenas um resumo. Porque o raro é viver. Há tantas coisas boas que você pode sair mal [...]. Trechos da obra Sistema nervioso (Cadencia, 2018), da premiada escritora e professora chilena Lina Meruane (Lina Meruane Boza), que na sua obra Contra Los Hijos / Against the Kids: Una Diatriba Contra Los Hijos Versus Round 14 (Literatura Random House, 2018), expressa que: […] Antes, quem detinha o poder era o pai e a mãe, agora são os filhos que mandam, exigindo, como nunca antes, submissão e apoio absoluto e incondicional dos pais. [...]. Já no seu Sangre en el ojo (Caballo de Troya, 2012), ela expressa que: […] Eu não sou nada além de um animal que quer deixar de ser um [...] Mas é isso que somos, dois estranhos reunidos por acidente no enigma impossível da doença. [...] O preço da minha vaidade seria tropeçar na vida. [...].

 

FILOSOFIA TERAPÊUTICA - [...] Somos a estranha contradição daqueles que conhecem, sentem e tocam o infinito, mas que morrem um pouco a cada dia [...] Se aceitarmos a estranha e mista contradição que somos, uma nova dimensão existencial emerge: uma possibilidade terapêutica que é sempre profundamente filosófica. [...] Embora possa parecer contraditório à primeira vista, o confinamento proporciona liberdade. Um espaço de soberania para cuidar de quem somos: o que fomos, o que desejamos ser e o que ainda temos a conquistar. [...]. Trechos extraídos da obra Animales enfermos: Filosofía como terapêutica (Fondo de Cultura Económica Chile, 2022), da filósofa e professora chilena Diana Aurenque (Diana del Carmen Aurenque Stephan), autora de obras como Ethosdenken. Auf der Spur einer ethischen Fragestellung in der Philosophie Martin Heideggers (2011), Die medizinische Moralkritik Friedrich Nietzsches: Ihre Genese, Bedeutung und Rezeption, Wiesbaden (2018), Pensar lo público (2023) e Animal ancestral. Hacia una política del amparo (2023).

 

IMAGEM LATENTE CORPO SENSÍVEL, DE MITSY QUEIROZ

[…] Consolado pela sensação de perda infinita que o tempo traz, derramado nos braços do novo e nos lances inaugurais daquilo que devém, sinto que fotografar é escrever no escuro. Tão morte quanto imortalidade, corte na carne, cicatriz e luz, tanto que não foi espantoso nascer outro através desse processo criativo, que bem tentou refletir e incorporar na sua linguagem a densidade dessa experiência. Ao experimentar exaurir e suspender o tempo que antecedia essa ventania, soube que as provocações dessa tempestade de certa forma precipitaram o tempo de grandes mudanças. A percepção desse tempo que se elastece no silêncio e mergulha nas águas calmas de uma imagem latente, enfrenta também o desespero de um temporal sem precedente ou abrigo. Até que inesperadamente o sol iluminou as águas profundas e o percurso lamacento dessa travessia para entender que entre o curto episódio de nascer e morrer, fui ao encontro de uma metamorfose que aproximou a puberdade da menopausa. E mais do que isso, procurava outro nascimento, um começo que não fosse inato, que não estivesse involuntariamente carregado dos projetos coloniais de gênero ou raça, mas que pudesse eu mesmo criar um corpo próprio, com a capacidade de mudar e eleger a imprevisibilidade como doutrina, sendo a cobaia do meu próprio laboratório de pesquisa. Sou a carne e a voz dessa pesquisa política. […].

Trechos extraídos da dissertação de mestrado sobre o tema Imagem Latente Corpo Sensível (UFPE/CAC, 2020), da fotógrafa, videoartista, poeta e artista visual, Mitsy Queiroz. Veja mais aqui.

 

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segunda-feira, junho 23, 2025

KALIANE BRADLEY, CAROLINA SAMPAOLI, SALLY JOHNSTON & ORIANA DUARTE

 

Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som de Low End (Live Big Ears Festival 2022), Tornasol (2021), Campos Flotantes (2024), Sinfonía Isleña (2023) e The Place We Are (2014), da performática compositora e muti-instrumentista porto riquenha Angélica Negrón, que integra a banda Balún e é artista residente no National Sawdust trabalhando na ópera de dublagem labial, Chimera, atua como professora no programa Very Young Composers da Filarmônica de Nova York e do Lincoln Center Education.

 

Uma noite longa, solstício de inverno... - Que bom! Salve! De antemão: meu beijabração por recepção. Achegue-se! Pra começo de conversa: se chegou aqui é porque teve alguma indicação. Não acredito em acasos, digo logo. Do contrário, assim mesmo: venha! Sei que a gente nem pode pular o muro alto do vizinho, um cachorro daqueles bem brabo nos espera, né? Um vexame! Muito menos atravessar a porta fechada de quem mora ao lado. Uma barra. Sou da vida conversável do Agostinho: “Magia incandescente do verbo”. E como Descartes: converso com livros. Mas vem cá (só puxando assunto pro maior palratório ou dedinho de prosa que seja), para abrideira pode vir com aranzéis de taramelas, de não parar o badalo, nem fechar a matraca contando hestórias de assombrações ou de petas galrões com a maior prolixidade, viu? Proponho pro bate-papo: como as coisas funcionam ao seu modo de ver? Pode abrir suas experiências, se quiser, estreitando o compadrio com potocas loquazes. Ou levar um lero facundo sobre a papagaiada de gaiatos linguarudos, a lorotagem dos caboetas ou dos que arremedam como os metidos a crisóstomos doctiloquentes, dos chatos de galocha com seus carões homiléticos – cada qual sua certeza inabalável, irredutível! Valho-me daquela do Quinus Horacius: tô só cutucando, sabe? Talvez melhor um colóquio sobre umas e outras, perdão e esgares, o lema do desatino entre os dentes e o despudor de epístolas e pistolas, que venham nas fronteiras da convivência; ou uma confabulação sobre hematomas herdados nos desmentidos fraudulentos, das consequências invertidas no desamparo das subnotificações e estatísticas manipuladas, ou mesmo um diálogo sobre fobias ou síndrome do pânico, psicoses, atrofias, de tudo fora da órbita, coisas assim, fazer o quê? Ou ficar com o fôlego suspenso acaso os detalhes por minúcias nos levem a entender que desde que o mundo é o que é, entre o verossímil e o sofismável, as ressalvas e os remendos, as gambiarras, e não perder o fio da meada, apesar dos pesares, conquanto, se puder relaxe, compareça e mande ver nas patranhas, pilhérias, vanilóquios, vale tudo! Com tanto que se sinta confortável. Querendo pode até se encolher, se estirar, ficar de bruços ou se espreguiçar num pufe ou numa poltrona, deitar na cama, plantar bananeira, ou ficar em pé secando os cambitos ou escorando-se na parede, atrepando-se num muro, cê que sabe! Onde estiver: no ônibus, montando um jegue, no trono do banheiro, de cabelo em pé por soltar uma flatulência inesperada, o crível na escusa e o mundo se desfazendo na incerteza. Taí. Há quem escolha episódios mais notáveis; outros, os mais pungentes, patéticos: ninguém está feliz com sua própria sorte, né? E o tempo volta de vez em quando só pra aumentar a desordem e a gente na indomável obstinação, a solidão insular, as façanhas inglórias, as coisas sempre nesse pé e a gente querendo fazer o melhor que puder. E ter de encarar a espessa poeira da recorrente ameaça de guerra há décadas e a qualquer momento: teibei! Aí é só os que viraram adubo, quem levou a melhor, penitências pro perecível: de mão em mão a última chance. Vírgulas e pontos, pelo menos. Se a barra tiver pesada a gente pode mudar de tema e você contar dos seus tédios, fadigas, angústias, lembranças flutuantes que se espatifaram ao espelho, a fuga dos solilóquios, os monólogos do umbigo, como transpôs seus precipícios, feridas reabertas, túmulos revolvidos, apaziguados, pelo menos. Olhe: não faça careta, vamos comer uma cocada que é bom! Aceita? As hestórias já contam por si, quem sabe, há sempre aquelas lacerações oriundas da pedra sobre o tutano das memórias apagadas de tudo, a felicidade ínfima além das galáxias. Do contrário, pode abordar, por exemplo, o que espera da vida, o descontrole e a impulsividade. Se puder nem tenha papas na língua e ponha a mão no fogo, defenda seu ponto de vista com o curso regular dos acontecimentos duplicados. Sei, segredos ao pé do ouvido, confiar em quem? Assim solte pinoias como quem bebeu água de chocalho, falatório pelos cotovelos, mímicas, onomatopeias, êpa! Ditos impublicáveis, lorotas verbosas, porque desse jeito a gente pode abusar de adágios tagarelas, clichês de boquirrotos e seja lá o que quem quer que seja quiser!!! Dê as caras, a gente pode se empolgar oxigenando no passeio, curtindo uma performance musical da Angélica Negrón ou, se for ao gosto ocasional, a Facilita do Ramalho no balanço do Gonzagão: Tataritaritatá!!!!... Pode balançar o esqueleto enquanto ouvimos sobre as viagens de Chimamanda Ngozi, ou do que procura Barbara Rachko, ou as atitudes de Catherine Millet, uns poemas da Carolina Sampaoli, da leitura que fiz do Mistério do tempo da Kaliane Bradley, ou dos estudos sobre a simbiossexualidade de Sally Johnston, apreciar a arte de Oriana Duarte, que tal? Ou mesmo da minha releitura desta semana: Se um viajante uma noite de inverno... Doidice? Ora! Quem goza de saúde mental nestes tempos, hem? Acertemos: doravante, duma coisa tenha certeza: aqui não tem Amanaci chamando chuva, nem relógio pra determinar calendário. A gente só tem o presente para se livrar das tentações do consumo, impaciente com uma fila que não anda, da depressão com o que passou e da ansiedade pelo que virá. Tudo passa. Aliás, já passou. Vale mesmo a interlocução, afinal uma boa conversa segura o mundo! Acho. E saiba: sua chegada é a maior festa, um prêmio com um rosário de alvíssaras, pelo menos pra mim. Salve! Volte sempre! Até mais ver.

 

Chimamanda Ngozi Adichie: Acho que você viaja para procurar e volta para casa para se encontrar lá... Veja mais aqui & aqui.

Barbara Rachko: As coisas com as quais você se preocupava se foram: algumas são esquecidas, outras são menos urgentes...Veja mais aqui.

Catherine Millet: As atitudes da sociedade em relação ao sexo são moldadas pelo medo e pela ignorância... A liberdade sexual é um direito humano fundamental... A sexualidade é fluida e está em constante evolução... O corpo é um campo de batalha, onde as expectativas sociais entram em conflito com os desejos pessoais... A satisfação sexual é uma necessidade humana básica... Veja mais aqui.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

A MENINA NA JANELA - Eu observava sua silhueta atrás da cortina, borrada, ela se contorcia na redoma de vidro da noite. \ Ela cantava, embalando minhas dificuldades. A espuma cobria o esplendor de sua infância. Ela se encolheu diante do meu olhar profundo, suas maçãs do rosto rosadas, sua pele imaculada. Ela continuou cantando como se nada tivesse acontecido. Ela cantou seus versos para mim, me convidando para dançar com ela na água. \ Eu a segui desconfiado; seus olhos verdes poderiam ter sangrado sob aquela intimidação, mas ela se calou. Finalmente, um fluido incolor, a dança continuou embalando nossas línguas, ofegantes, movimentos descendentes, ascendentes, suspiramos em uníssono. \ Meus olhos não conseguiam captar uma paisagem tão deliciosa, a nudez completa de seu corpo escultural, o rugido de seu sexo, sua agitação digna, mas subestimada. \ Nós nos rendemos ao encontro, lambendo os contornos dos corpos um do outro. \ Ela nunca fechou suas luas brilhantes e encantadoras; ela teria ficado tonta neste caso. Ela me observou obscenamente, recomeçando de acordo com todos os seus desejos insensatos, dívidas ainda não quitadas.

OITAVO DIA - Vi, cheirei, toquei, senti a morte perto, muito perto. \ Seu olhar vazio de significado, seu perfume neutro, sua silhueta vazia. \ Elusiva, furtiva, como o suco diáfano que migra enquanto sua pele permanece. \ É o nada imutável, o silêncio absoluto, o esquecimento... \ Tudo o que é descrito é absorvido, toda forma perece, nem mesmo um sussurro de calma... Tudo o que posso nomear é inominável. \ Nada é nada... Ruído, tontura são irrelevantes na falta de memória... \ Desde que ela me beijou, temo os vivos... \ Suas propostas de flerte... \ Seu olhar que me faz evocar a espera das ondas se fundindo com o horizonte cinzento. \ O nascimento da onda perfeita sendo parte da imensidão. \ O surgimento de um ser de aço, pura magnificência, corrompendo meu corpo enquanto me cobre de espuma. \ Equilibro-me em sua força que me arrasta, em seu rugido, na música celestial que a solidão do oceano me dá... \ Renascido entre nós, cessando de reivindicar esta masturbação, \ entrego-me contigo para desfrutar desta vida terrena. \ Não escrevo mais... Vamos aproveitar? \ Dê-me a sua mão, pegue a minha, vamos rabiscar... Estou de volta, aqui.

Poemas da escritora e pintora argentina Carolina Sampaoli (María Carolina López Sampaoli).

 

O MISTÉRIO DO TEMPO – [...] Se você se apaixonar, será uma pessoa que estará apaixonada pelo resto da vida [...] O perdão, que te leva de volta à pessoa que você era e te permite redefini-la. A esperança, que existe em um futuro em que você é novo. O perdão e a esperança são milagres. Eles te permitem mudar de vida. Eles são viagem no tempo [...] Não quero parecer pessimista. Só o faço porque vejo o quão erradas foram minhas escolhas. Não faça assim. Não entre acreditando que você é um nó em um grande empreendimento, que seu passado e seu trauma definirão seu futuro, que os indivíduos não importam. A coisa mais radical que já fiz foi amá-lo, e eu nem fui a primeira pessoa nesta história a fazer isso. Mas você pode acertar, se tentar. Você terá esperança e foi perdoado. Perdão, que te leva de volta à pessoa que você era e te permite redefini-la. Esperança, que existe em um futuro no qual você é novo. Perdão e esperança são milagres. Eles permitem que você mude sua vida. Eles são viagem no tempo. [...] A vida é uma série de portas batendo. Tomamos decisões irrevogáveis todos os dias. Um atraso de doze segundos, um deslize, e de repente sua vida toma um novo rumo. [...] Você não pode tornar a vida à prova de traumas, e não pode tornar seus relacionamentos à prova de mágoas. Você tem que aceitar que causará danos a si mesmo e aos outros. Mas você também pode errar feio e não aprender nada com isso, exceto que estragou tudo. O mesmo acontece com a opressão. Você não ganha nenhum conhecimento especial sendo marginalizado. Mas você ganha algo ao sair da sua mágoa e examinar os andaimes da sua opressão. [...] O perdão e a esperança são milagres. Eles permitem que você mude de vida. São viagens no tempo. [...] Tudo o que já aconteceu poderia ter sido evitado, e nada disso aconteceu. A única coisa que você pode consertar é o futuro. [...]. Trechos extraídos da obra The Ministry of Time (Avid Reader Press/Simon & Schuster, 2024), da escritora e editora inglesa Kaliane Bradley (Kaliane Mong Huxham Bradley).

 

SIMBIOSSEXUALIDADE – [...] os participantes deste estudo descreveu um desejo por uma dinâmica, algo maior do que a soma das partes de um casal. [...] a simbiosexualidade oferecerá apoio a esta minoria sexual tanto nas comunidades especificamente formadas para apoiar pessoas - pessoas com orientações sexuais e de relacionamento marginalizadas (como a comunidade poliamorosa) e na comunidade tradicional configurações da comunidade [...] Concepções e suposições dominantes sobre sexualidade e desejo, incluindo mononormatividade, políticas de respeitabilidade em comunidades poliamorosas e concepções atuais de desejo no discurso ocidental, contribuem para a invisibilidade simbiossexual. Essa invisibilidade prejudica diversos grupos de minorias sexuais, especialmente mulheres e minorias de gênero dentro desses grupos. [...] A possibilidade de um poder erótico intensificado advindo da consciência e da abertura a múltiplas fontes de prazer, e até mesmo a múltiplas pessoas, ao mesmo tempo, não é nova no discurso sobre sexualidade [...] a simbiossexualidade permanece não reconhecida nas arenas científicas. Adotar o conceito de simbiossexualidade pode facilitar a expansão de conceituações teóricas sobre desejo e orientação sexual no campo da sexualidade humana. [...] Talvez, para alguns indivíduos, combinar desejos que se complementam ou atender a múltiplos desejos simultaneamente aumente a energia erótica e o prazer. Além disso, assim como as narrativas do Oriente Médio e dos povos indígenas sobre sexualidade e desejo oferecem diferentes concepções de desejo, talvez o reconhecimento do desejo simbiossexual possa facilitar as percepções individuais e acadêmicas de diferentes formas ou qualidades de desejo e atração. [...] Espero que o reconhecimento da simbiosexualidade possa oferecer validação e apoio a essa minoria sexual. [...] As premissas e concepções culturais dominantes sobre desejo e sexualidade funcionam para ignorar, obscurecer e/ou desvalorizar a simbiosexualidade. A mononormatividade (especificamente, a suposição da "correção" da dinâmica sexual e de relacionamento entre duas pessoas) contribui amplamente para o desvalor e o descrédito da simbiosexualidade. [...] Oferecer uma nova linguagem pode promover a autocompreensão e a autorrealização, o que, para alguns, pode incluir a adoção do termo simbiossexual ou a recuperação da identidade de unicórnio como descritiva de uma pessoa empoderada que experimenta desejo simbiossexual e prazer sexual com casais. [...]. Trechos extraídos do estudo Symbiosexual Attraction: An Integrated Mixed-Methods Study (PubMed/National Library of Medicine, 2024), da professora antropóloga e socióloga estadunidense, Sally W. Johnston, do Programa de Estudos sobre Mulheres, Gênero e Sexualidade, da Faculdade de Artes e Ciências daUniversidade de Seattle, que ainda acrescenta: Precisamos repensar a natureza da atração e do desejo humanos como experiências apenas individuais. Também precisamos desafiar o estigma e a discriminação contra essa atração dentro da comunidade poliamorosa. Espero que este trabalho reduza o estigma em comunidades monogâmicas e não monogâmicas e expanda as conceituações de desejo nos estudos sobre sexualidade. Explica a professora que o conceito de simbiosexualidade surgiu de observações em discursos culturais e acadêmicos de que algumas pessoas são atraídas pelos relacionamentos entre outras pessoas, em vez de pelos próprios indivíduos. Apesar disso, o fenômeno permaneceu amplamente inexplorado, com a maioria das discussões sobre atração humana se concentrando na dinâmica individual. Indivíduos que sentem essa atração são às vezes chamados de "unicórnios" — um termo que descreve alguém disposto a se envolver em relacionamentos românticos ou sexuais com casais já estabelecidos.

 

A ARTE DE ORIANA DUARTE

[...] O trabalho com a escrita de si me levou a perder o preconceito e, mais do que preconceito, eu era muito reativa com o dizer-se, o lançar-se à própria história e às próprias aflições e instigações. Mas, a gente está viva, tá entendendo? Então, vamos olhar um pouco para essa vida, e o que essa vida nos proporciona. Então, eu perdi a vergonha de assumir que a vida é a mola dessas proposições todas. [...] Nesses anos que antecedem minha tensão com o corpo, vivi um luto muito dramático, que foi a perda da minha mãe, muito jovem, vivi o acompanhar do corpo que vai perdendo a vida, numa situação realmente limite, e é algo que é muito chocante. De fato, eu precisava ativar o corpo para poder viver a morte. Por exemplo, a Selvagem Sabedoria mesmo, a experiência de você estar lidando com uma cobra, viver trancada uma semana com a cobra só sentindo medo, sem conseguir fazer nada com essa cobra a não ser sentir medo. E tem uma imagem o tempo inteiro na sua cabeça, que é uma imagem que suscitava uma imagem da arte, um palimpsesto da arte. [...]. Como se só a arte pudesse estar ali convivendo com o medo [...] Uma fala que se posiciona no sistema, seja contra, seja a favor, seja escapando completamente... Eu estou no escape, estou cortando, eu estou transversalizando esse sistema. Que é o que mais incomoda, que é o que eu mais gosto também, que é de incomodar, que é uma atitude política. [...]. 
Trechos da entrevista concedida pela artista e professora Oriana Duarte (Oriana Maria Duarte de Araújo), que realiza suas pesquisas visuais e teóricas com foco principal voltado para o corpo humano, em especial o corpo feminino, investigando seu potencial simbólico e representativo dos pontos de vista de gênero e de modos de vida. A entrevista foi concedida para o estudo O discurso político do autorretrato em Oriana Duarte (Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, 2020), de Ana Carolina Magalhães Salvi. A artista é autora das obras Dos heteróclitos como categoria de ação (Bienal de São Paulo, 2002), Usei meu corpo: das vísceras fiz sopa, dos membros fiz pontes (Congresso ABRASSE, 2008), Salto no Escuro: curadoria de arte como experimento (Funcultura, 2011), Plus Ultra: o corpo no limite da comunicação (PUC-SP, 2012), Nós, errantes: as travessias plus ultra de uma Artista Atleta (EdUFPE, 2913) e O entre arte e filosofia: um pensar sobre estilo de existência e vida de artista (Ecossistemas Artisticos – ANPAP, 2014). Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

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segunda-feira, junho 16, 2025

HAN KANG, ALIZÉE DELPIERRE, KARINA SACERDOTE & RECIFE

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som de Apu: Poema Sinfônico para Orquestra (2017), Concertino Cusqueño (2012), Elegia Andina (2000), Escaramuza (2010), Cinco Cenas (2015), Karnavaliango (2013), Lendas: Uma Caminhada Andina -orquestra de cordas (2001), Manchay Tiempo - Tempo de Medo (2005), Peregrinos (2009), Raíces (2012), Requiem for a Magical America: El Día de los Muertos (versão orquestral) (2012), Três Danças Latino-Americanas (2004), Dois Retratos Americanos (2008), Duas Danças Peruanas - para orquestra de cordas iniciante (2015) e Walkabout: Concerto para Orquestra  (2016), da pianista e compositora estadunidense Gabriela Lena Frank.

 

Oito anos quase segundos... – Mais de 20 anos depois – na verdade, quase 30 mesmo – eu retornava. Era meia noite, como se fugisse. E foi mesmo! Ainda anteontem o que era moradia tornou-se um ermo cercado pela tamponagem do interdito. Sim, estava salvo no dia seguinte, escapava por pouco, ufa! Passado o susto, um sentimento de passos sobre pedras falsas. A alvissareira perspectiva: rever os amigos, matar as saudades. Comecei pelos locais do afeto: uma manhã inteira num chá de cadeira e um quase pleno arrependimento de ter comprado uma briga 40 anos atrás, coisas para aprender, ou quase. Nunca mais voltei lá, nem pretendo voltar. Felizmente, o que valeu daquele dia de tamanho desapontamento foi a primeira mão estendida – uma amizade que bateu de cara e me fez esquecer a decepção no meio da tarde perdida: inaugurava uma residência voluntária, até duradoura, ou quase. Graças! Ali o único local de abrigo que restava para um estrangeiro em seu próprio chão. O reencontro quase festivo: uma frieza jamais sentida de forasteiro na esguelha: uma fotografia desbotada duma parede em ruínas. Outra mão estendida, mais uma, alguns dos laços mais estreitos tomados pela idade avançada, um desconhecido pros deslembrados; outros, haviam partido desta para melhor; os sobreviventes, tanto como os parentes restantes e outros quase, de soslaio e bem distantes. A cidade, apesar de ser a mesma desde antes e sempre, agora teimava em ser outra ou quase. A província apequenou-se, como de resto tantos municípios limpinhos e asfaltados, porém desumanos pelo Brasilzão afora. Uns miúdos agrados aqui e ali, conversas com os da mesma laia, descompasso dos diálogos, mesmo assim lavava aos poucos a alma & um tanto de sacrifício, na força da munheca e na garra. Não fossem os gatos pingados, outra seria para desistir definitivamente. Insisti, persisti, queria perseverar, mesmo na desgraça que nunca viria sozinha. Resiliência recorrente para saída da mesmice das quebra-de-braço – já me sentia completamente rejeitado e devidamente defenestrado duma vez por todas do convívio conterrâneo, salvei-me pela ancestralidade e a primeira plenitude, sarando feridas, sangramento estancado para alívio de cicatrizes e talhos renovados. Aí, pálin! E o que era para ser feito: foi. Persistência reiterada, resistir era e continua sendo mais que preciso. E sempre. Se fracassei, fiz o melhor que pude. Não me calei, nem me senti vencido: tirante as doidices, tudo nos conformes, ou quase. Percepção de que estava passando da hora. Aí, minha gratidão para os que comigo estiveram; aos demais, meu aceno. Quem sabe um dia voltarei pra Catuama – queria muito era que minhas cinzas fossem jogadas no Una. Do contrário, mais realista: para onde eu for lá estarei. Até mais ver.

 

Karen Blixen: Eu conheço uma cura para tudo: água salgada... de uma forma ou de outra. Suor, lágrimas ou o mar salgado... Veja mais aqui.

Nathalie Gassel: Da insignificância, foi necessário criar sentido, significância; derrubá-la... Veja mais aqui & aqui.

Lídia Jorge: O teatro ensina o que não ensina a vida... Qualquer paraíso é demasiado belo para que junto da árvore da vida a pessoa possa entreter-se com futilidades... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

TANGENTE - Lá \ no meu ponto de tangência \ Os silêncios estão concentrados \ As culpas são agrupadas \ Meu pai fecha os olhos \ Os meus dedos corrompem-se. \ Estou a chorar num canto outra vez. \ as luzes rasgam \ E você \ Mesmo aí. \ Você está vindo do infinito, então eu não sou eu \ E você está indo embora \ Vais-te embora outra vez.

IMPUGNAÇÃO - Eu me recusei a dizer \ Eu nego inédito. \ Eu disse a ele. \ para me deixar cair a ruína \ Para olhar para baixo o desafio \ Eu me recusei a dizer \ Eu oponho-me. \ para a murcha \ resignar-me à decadência \ Eu me levanto à deterioração da palavra \ E os olhos de fogo \ e a língua bisturi \ e beijos de lábios \ Opôs-me ao anjo. \ Para o anjo escuro que me cerca \ Eu disse a ele sem grito sem sálvia sem selvagem \ Eu disse a ele sublime, corajoso e corajoso \ E tal era a minha certeza. \ E tal era a mentira de sua glória \ Mansamente baixou o olhar \ E ainda me sitiando \ e jurando nunca me deixar \ Ele caiu de joelhos. \ E ele pediu desculpa para mim.

Poemas da escritora experimentalista, ilustradora e editora argentina Karina Sacerdote, criadora do fórum literário Blue and Words, fundou a Revista Axolotl, coordena o Axolotl e o Blessed Erato, o ciclo de leituras literárias de Picadas e Eros Aires.

 

NÓS NÃO NOS SEPARAMOS - [...] Às vezes, com alguns sonhos, você acorda e sente que o sonho está acontecendo em outro lugar. [...] Pode ser difícil distinguir tolerância de resignação, tristeza de reconciliação parcial, coragem de solidão. Pensei em como pode ser difícil distinguir essas emoções com base em expressões faciais e gestos, em como a pessoa em questão pode ter dificuldade em distinguir esses sentimentos em si mesma. [...] Lembro-me da sensação de amor doloroso, como ele penetrava na minha pele. Entupindo a medula dos meus ossos e murchando meu coração... foi então que percebi. Que o amor era uma agonia terrível. [...] Como suportar isso? Sem um fogo queimando no peito, Sem um você para quem retornar e abraçar. [...]. Trechos extraídos da obra We Do Not Part (Hogarth Press, 2025), da escritora sul-coreana Han Kang. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

EXPLORAÇÃO DOURADA: EMPREGADOS & RICAÇOS [...] "Exploração dourada" é um oximoro que me ajuda a explicar que os empregados estão em uma situação de exploração porque trabalham de forma ilimitada, mas, ao mesmo tempo em que trabalham muito, também ganham muito. Eu mesma vi como, apesar de eu ser uma empregada apenas meio período, os patrões me pediam para trabalhar muito mais do que havíamos combinado. Então, os empregados que trabalham todos os dias nas casas dos ricos, que dormem lá — porque essa é uma condição para trabalhar para os ricos —, trabalham o dia inteiro e também à noite. Por exemplo, as mulheres que cuidam das crianças quase não dormem. Elas precisam dormir nas camas ou nos quartos das crianças, então não dormem bem à noite. E durante o dia têm que cozinhar para as crianças, sair com elas, etc. É um tipo de exploração, porque não têm tempo para fazer outra coisa além de trabalhar. [...] A exploração dourada é um sistema que funciona assim: quanto mais dinheiro e presentes os ricos dão aos seus empregados, mais legitimados se sentem para exigir que eles trabalhem ainda mais. Cria-se, então, uma espécie de dívida. Os empregados sentem que precisam trabalhar para compensar tudo o que receberam — o salário alto, os presentes, os privilégios. [...] Nas casas dos ricos, os empregados não podem circular por todas as áreas. Não podem usar a piscina, não podem ir para as partes da casa onde os ricos se reúnem com seus amigos. Não têm liberdade de circulação. Nas casas maiores que vi, há corredores diferentes para os empregados e para os patrões, para que os patrões não vejam os empregados o tempo todo. Outra forma de os patrões imporem distância é mudando os nomes dos empregados. Se o seu nome é Juan, podem te chamar de Joseph, por exemplo. E há uma racialização nessa mudança de nome. Quando os empregados são estrangeiros — o que é o caso de muitos atualmente — os patrões trocam seus nomes por um nome francês. Isso é uma violência simbólica, como diria Pierre Bourdieu. Há patrões que sempre colocam o mesmo nome para todos os seus empregados. Por exemplo, a babá se chama sempre Maria. Se chega uma nova babá, também será chamada Maria. É uma maneira de demonstrar a superioridade do rico sobre as outras pessoas, que são despersonalizadas. [...] Se um empregado decidisse recorrer à Justiça, os ricos sairiam ganhando, porque seus amigos são advogados, têm muito capital social. Sabem que são intocáveis. Sabem que nada pode acontecer com eles. Nos poucos casos que encontrei na Justiça em que um empregado processou seu patrão, quem ganhou foi o patrão. Então, não, eles não têm medo dos empregados. [...] Trechos da entrevista concedida à BBC News Mundo (08/06/2025), pela socióloga francesa Alizée Delpierre, autora da obra Servir les riches - Les domestiques chez les grandes fortunes (La Decouverte, 2022) e co-autora da coletânea Les femmes de ménage dans l'intimité du domicile: Une relation de travail complexe (Téraèdre, 2023).

 

O RECIFE: IMAGENS DA CIDADE SEREIA

[...] O Recife não é uma cidade que agrade ao forasteiro à primeira vista, faz-se necessário penetrar no seu âmago, na alma alegre de sua gente, para entender as suas características únicas e a formação do ideário nativista do seu povo. [...]

Trechos extraídos do livro O Recife: imagens da cidade sereia (PFR/Comunigraf, 1998), do historiador Leonardo Dantas Silva (1945-2023), autor de obras tais como Recife: uma história de quatro séculos (1975), Pequeno calendário histórico-cultural de Pernambuco (1977), Ritmos e danças - frevo (1978), Cancioneiro pernambucano (1978), O Piano em Pernambuco (1987), Arruando pelo Recife (2021), entre outros.

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A POESIA ABSOLUTA DE TONY ANTUNES

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O MACHADO POÉTICO DE SYDIA

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DIANA AURENQUE, LINA MERUANE, MAYRA OYUELA & MITSY QUEIROZ

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som da Suíte para piano Cinco danças (1960), de Três Peças para fagote solo (2018-2019), Multisarabanda (...