AS ÚLTIMAS DA FRB & PADRE BIDIÃO ANUNCIA A CHEGADA DE
REFORÇOS – Após haver
assumido a vice Toda-Poderosidade na Hierarquia Cósmica (veja a celebração aqui),
o Padre Bidião revelou detalhes
acerca das incomuns FRBs ultimamente detectadas pelos cientistas e imprensa
internacional. Ele tratou logo de desclassificar a NASA por completa
incompetência referente ao caso, sob a acusação de malversação do erário
humano, bem como alguns astrônomos que querem se aproveitar da prestidigitação
internacional. Para quem não sabe – ficará sabendo agora nada mais que a mais
absoluta verdade –, FRB é a sigla britânica para rajada rápida de rádio recorrente
que é um fenômeno astrofísico de alta intensidade energética, manifestada como
um pulso de radio transitório e com duração de apenas pouquíssimos
milissegundos, para não dizer um cabelinho de sapo de nada, com uma frequência de 400 MHz, melhor dizendo, uma coisinha
de nada. Essas rajadas
mostram a dispersão dependente da frequência consistente da propagação através
de um plasma ionizado, ou seja, quase porranenhuma, só que encerra um dos
códigos mais misterioriosos oriundos das ocultas transcomunicações da abissal
profundidade universal. Depois de muitas discussões, chegou-se à conclusão de
que, a esse respeito, só havia na Terra, em verdade, uma única autoridade capaz
de desvendá-la: o Padre Bidião. Por
isso mesmo, não se furtando ao assédio da imprensa, ele anunciou recentemente
em coletiva realizada nos últimos dias que: - Atenção corriola, macacões &
antenas a postos! Estão chegando reforços! Explicou ele nessa entrevista que o
mundo anda de pernas pro ar! Enfatiza, então, que um estrupício anda se
desenvolvendo entre catabis, golpes & maloqueragens, promovendo a maior
crise megaplanetária da história. Especifica ele após enumerar as presepadas do Clone
o-10PB (veja detalhes desse malefício aqui), acoloiado com o Trumpetudo
& seu aliadíssimo achegado Coiso, afora conluios para as doidices de Kim
Jong-il dos sapatos mágicos, o invisível Jose Eduardo dos Santos, as curas paranoicas de Yajya Jammeh,
as perversões de Hassanal Bolkiah, a tenda de Muammar Gaddafi, a tirania de Teodoro
Obiang Nguema Mbasogo, as transações de Than Shwe, a hediondez de Isaias
Afewerki, a dança de Emomali Rahmon, a escravização de Islam Karimov, as
viagens de Paul Biya, a adoração do rei Hamad Al-Khalifa, as extravagâncias do rei Abdullah, as
jogadas de Omar Hassan al-Bashir, o bigodinho de Aleksander Lukashenko, as
insânias do rei Mswati III & outras trepeças, direitismos e pacutias nos quatro
cantos do mundo – e olhe que a Terra é redonda, viu? -, assinalou com veemência
os devidos esclarecimentos a respeito, traduzindo trechos das supercomunicações
e, ao mesmo tempo, evidenciou tratar-se das reuniões resultantes da sua
nomeação como segundo e único substituto do Onipotente, com o objetivo de
salvar os terráqueos. Pormenorizou que as ondas de rádio são resultantes dos
relatórios enviados desde 2002, por planetas e reinos de galáxias lá nos
cafundós das imensidões interestelares e há bilhões de anos luz de distância,
alertando sobre a trágica situação por que passa o planeta. Revela que essa
troca de informações interuniversais são do bem, pode crer; e que não possuem
nenhuma ligação com a jactância do clone da pá-virada e seus sequazes fedorentos.
Instado sobre as providências a serem tomadas, o pároco foi reticente ao
anunciar a sagrada nomeação do professor doutor Marcelo Coutinho, na condição
de assessor especial e direto para assuntos extraordinários e, ao mesmo tempo,
tornando-o, além disso, o chefe do Comando Ultragaláctico da PorraToda, responsável
pela formação da equipe receptora dos reforços para proceder à salvação da
humanidade. Procurado por nossa reportagem, o ilustre professor depois de se esconder
dos cliques e flashes, apenas acenou pros nossos jornalistas, cochichando fora
das câmaras e gravadores que se encontra dedicado na escolha dos integrantes
para realização de reuniões incomunicáveis, visando traçar os planos e
estratégias para tal empreitada, anunciando futuros esclarecimentos para toda
população mundial. Por enquanto, reafirma que tudo será feito para que chegue a
bom termo os propósitos pluriuniversais de salvar o destino terráqueo. E vamos
aprumar a conversa. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja
mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS
[...] Esta é a verdade:
agora eu estou só. Com mais um pouco, chegará a madrugada. As velas ficarão
pálidas, os sinos dobrarão em tua homenagem; e, quando o sol vier, não
iluminará teus olhos. Mais algumas horas e nossos conhecidos te levarão para o
Campo. Estarão um pouco tristes, mas não podem imaginar que imensa perda eu
sofri. Dirão entre si: “Tinha de ser. Um deles havia que ir primeiro…” E acharão
que já sou muito idoso, que minha capacidade de sofrer se extinguiu e que não
tardarei a seguir-te. [...] Quanto
aos amigos, tu sabes muito bem que não mais os possuo. Uns morreram; outros
acharam na velhice um agradável pretexto para se tornarem brigões ou dementes;
e o resto me aborrece pela insistência em me fazer acreditar ser bem mais velho
que eles. Só tu me restavas. Junto a ti eu podia ser eu mesmo, sem temor de
parecer ridículo. Eras tu quem tinha a chave do meu caráter e do dom de
encantar-me. (Mesmo a tua zombaria era uma forma de afeição.) E agora um duro
silêncio te envolve e imobiliza. [...] Na
minha idade, já não se pode ter pensamentos estranhos nem fazer confissões.
Fica-se ridículo, querida. E eu tenho que aproveitar estes últimos momentos em
que ainda estamos juntos. É a última oportunidade de falar-te, mesmo sem abrir
os lábios, e contar as tolices que não contarei a ninguém. Quero te dizer, por
exemplo, uma coisa esquisita, uma coisa que não compreendo: os fatos
culminantes de nossas vidas, aqueles que nunca poderíamos chegar a esquecer,
perderam hoje esse privilégio. [...] Mas
eu não devia estar me lembrando dessas coisas. Talvez alguém tenha visto meu
sorriso e julgará que não sinto a tua falta. “Ele não chorou — pensará. E
agora, sorri. Está maluco; ou então nem sentiu.” Decerto, minha dor não é
violenta. É cansada. Mas é tão
vasta, tão desalentada e profunda… E vou ficar tão sozinho, querida…
Trechos do conto Elegíada,
extraído da obra Os gestos (José Olympio, 1957), do escritor
pernambucano Osman Lins (1924-1978). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui,
aqui, aqui e aqui.
A ARTE DE VAULUIZO BEZERRA
A arte do premiado pintor, escultor, curador
e crítico de arte sergipano radicado na Bahia, Vauluizo Bezerra. O artista realiza sua
arte desde 1970, ingressando na Escola de Belas Artes da Universidade Federal
da Bahia, em 1976, e realizando sua primeira exposição individual na Galeria
Pacce em 1978. Foi selecionado no Concurso para Projetos de Arte Experimental,
em Salvador, em 1982 e realizou sua exposição individual em Munique, na
Alemanha, em 1991. A partir de então realizou mostras individuais e coletivas
no Brasil e no exterior, com obras em diversos museus brasileiros, sendo
considerado um dos mais importantes da geração 70 da Bahia. Para conhecer
melhor o seu trabalho clique aqui e aqui.
A MÚSICA DA FULÔ RASTEIRA
A banda Fulô Rasteira é formada pelos músicos Henrique
Teixeira (Vocalista), Gabriel Uberti (Guitarrista, Back Vocal/Vocalista),
Eduardo Ferreira (Sanfoneiro), Victor Sabino (Baixista), Jorge Luis
(Baterista/Percussionista), Bruno Ferreira (Zabumbeiro) e Ewerton Ribeiro
(Trianguleiro/Percussionista). A banda catendense possui um repertório reunindo
o melhor do gênero musical nordestino com muita poesia condimentada com
repentes notáveis e criativos.
&