segunda-feira, fevereiro 10, 2025

TERESA CÁRDENAS, LOUISA LAWSON, MARIE CORELLI & ARMANDO LÔBO

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som do álbum Nascentes (Recorded in Berlin, 2020), da flautista, saxofonista, compositora e arranjadora Mariana Zwarg: Quando nasci, meu pai já tocava com ele (Hermeto), e a minha música é muito ligada à estética da música universal... São muitas lembranças. Foram muitos anos frequentando os ensaios, viajando junto e convivendo.

 

Se houver fim será sempre recomeço... - A ribalta é o amanhecer diferente de outros raiares de dias nublados ou fulgurantes, mesmo que se pareçam iguais de ontens, quando abri o olho à ventania da vida. Ao sair da cama nem sabia direito o que se tinha pra fazer, só depois de algum tempo, caiu a ficha abrindo a porta aos umbrais e limiares, pés no mundo. Voo e você vai, caminhos opostos – sem que saibamos sequer quando e pra onde. Onde estou muita gente à espera e o tempo passa, isolados pelas calçadas. Consequências de decisões tomadas no fôlego do instante e a vida pelo avesso, de pernas pro ar, como quem fez um gol contra e correu pra torcida, sem saber a razão para tanta hostilidade: o que se fez brincadeira foi levada a sério. É aí que sou levado a indagar a razão pela qual saí da cama e botei o pé fora de casa: a culpa de não ter escolhido as outras opções, por que não, tarde demais: os esfíncteres à desventura, como quem procura e não sabe o quê e nunca encontra o que supostamente deseja, ou botando tudo a perder com a flatulência inesperada, malditos borborigmos! Aí bate aquela sensação horrível do fracasso de Beckett, parecendo mais perdido estrangeiro de Camus, no passeio a cruzar com os rinocerontes encarnados de Ionesco pelas ruas. Entre riscos e desafios, as ínfimas futilidades para que seu coração não esmague nem mate: o ressentimento é o cúmulo da mediocridade. Mas o passado cobra seu preço, a corrupção é nossa, decadente! Somos todos tristonhos disfarçando risadas para brincar de viver. Aí é melhor puxar uma conversa com a barata invasora e sentir a moral escrava do subsolo, enquanto ouve-se o estrondo dos que se deixaram levar pela dança dos redemoinhos, com seus múltiplos disfarces de dores ocultas. Confesso: só queria escrever meu livro, como quem descobre o roteiro da própria vida enfrentando meus vazios com seus fantasmas insones, quase estoico conhecedor catando palavras entre algaravias. Sei: é preciso estar louco para enxergar o óbvio. Espírito livre pergunto e não preciso de respostas, o resto é silêncio. Existir é muito pouco: há muito mais! Até mais ver.

 

Judy Blume: Qualquer um que diga: “Minha infância foi completamente feliz” é uma pessoa que não está se lembrando da verdade... Veja mais aqui.

Sarojini Naidu: A vida é uma peregrinação de aprendizado, uma viagem de descoberta... Veja mais aqui & aqui.

Eleanor Farjeon: O amor não tem ápice, assim como as estrelas não têm número e o mar não tem descanso... Veja mais aqui & aqui.

 

O AMOR DE UMA MULHER

Imagem: Acervo ArtLAM.

Não me importava com quais eram suas falhas, \ Suas faltas eu não queria ver.\ Eu só sabia que te amava muito,\ E pensava que eras fiel a mim.\ Eu evitava em meio à multidão ocupada da vida,\ Aqueles que te difamavam.\ Pois, oh, doía a um coração confiante\ Ouvir homens culparem preguiçosamente.\ Eu não daria ouvidos quando amigos intrometidos\ Sussurrassem algo sobre ti.\ Eu achava que ninguém tão aparentemente verdadeiro\ Poderia ser um traidor.\ E então eles não sabiam do teu tom\ De amor e carinho carinhoso\ Que moveria minha alma responsiva\ Com sua grande ternura.\ Nem como meu coração faminto e dolorido\ Ansiava pela palavra gentil ou sorriso\ Que fez meus pensamentos, desanimados,\ Da minha vida triste enganarem.\ Eles não sabiam, e nem os mortais saberão,\ Tudo o que tu foste para mim.\ Mas eu te perdoo porque\ uma vez foste fiel a mim.

Poema da escritora, sufragista e feminista australiana Louisa Lawson (Louisa Albury – 1848-1920). Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

CACHORRO VELHO - […] O velho não temia o Inferno: tinha vivido nele desde sempre. [...] Não parecia nada do outro mundo, embora, com os brancos, nunca se soubesse. Um dia eles podiam lhe dar a liberdade e, no outro, mandar matar você. Isso era certo. [...]. Trechos extraídos da obra Awon Baba (Pallas, 2022), da escritora cubana Teresa Cárdenas, que a respeito do livro ela própria comenta: No princípio, o universo era todo branco... Até o dia em que que alguém o puxou por uma ponta e o virou, como uma página. Foi o que descobri em meus novos escritos. São contos do início dos tempos, nos quais volto para além da minha ancestralidade e recrio o mundo, reviro os mitos africanos e os demais... Fomos arrancados da África, mesclados, não temos árvore genealógica. Leio muita história colonial atrás de pequenas coisas, pratos que comiam, o que faziam à noite quando o amo permitia. Mas o importante, mesmo, vem de uma força que não está na pesquisa nem no que ouvi de minha mãe. É algo sensorial, até espiritual, ditado pelo coração, através dos símbolos que recebemos e que nele palpitam... O pior tipo de escravidão, hoje, dispensa algemas e cativeiros: é a que impomos a nós mesmos. Eu hoje sou livre em meu país, e vivo do que escrevo. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

COLEÇÃO DE DELFOS - [...] Meu objetivo ao longo de tudo é deixar os fatos falarem por si mesmos. Se eles parecem estranhos, irreais, até mesmo impossíveis, só posso dizer que as coisas do mundo invisível devem sempre parecer assim para aqueles cujos pensamentos e desejos estão centrados somente nesta vida. [...] Lá, os sublimes e inalcançáveis ​​mistérios do Universo são regateados por pobres mentes finitas que não podem chamar suas vidas de suas. Lá, nação guerreia contra nação, credo contra credo, alma contra alma. Ai, planeta predestinado! Quão cedo tu serás extinto, e teu lugar não te conhecerá mais! [...] Vivemos em uma era de investigação universal, logo, de ceticismo universal. As profecias do poeta, os sonhos do filósofo e cientista, estão sendo realizados diariamente — coisas antes consideradas meros contos de fadas se tornaram fatos — ainda assim, apesar das maravilhas do aprendizado e da ciência que são realizadas a cada hora entre nós, a atitude da humanidade é de descrença. “Não há Deus!”, grita um teórico; “ou se houver, não posso obter prova de Sua existência!” “Não há Criador!”, exclama outro. “O Universo é simplesmente uma junção de átomos.” “Não pode haver imortalidade”, afirma um terceiro. “Somos apenas pó, e ao pó retornaremos.” “O que é chamado pelos idealistas de ALMA”, argumenta outro, “é simplesmente o princípio vital composto de calor e ar, que escapa do corpo na morte e se mistura novamente com seu elemento nativo. Uma vela quando acesa emite chama; apague a luz, a chama desaparece — onde? Não seria loucura afirmar que a chama é imortal? No entanto, a alma, ou princípio vital da existência humana, nada mais é do que a chama de uma vela. [...]. Trechos extraídos da obra Delphi Collected Works of Marie Corelli (Delphi Classics, 2017), da escritora inglesa da Era Vitoriana, Marie Corelli (Isabella Mary Mills, Minnie Mackay, ou ainda, Caroline Cody - 1855-1924). Veja mais aquí.

 

ÓPERA ARTISTA DA FOME, DE ARMANDO LÔBO

Estreou neste final de semana, no Teatro Hermilo Borba Filho, em Recife – PE, a ópera Artista da Fome, do premiado cantor, compositor, arranjador, instrumentista, poeta e professor Armando Lôbo, no projeto Ópera do Claustro, juntamente com a ópera Desachados e Perdidos, de Victor Luiz e a instalação visual do artista Marcelo Coutinho. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

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segunda-feira, fevereiro 03, 2025

TUNGA, ALICE WALKER, JOHAN ROCKSTRÖM, ÅSNE SEIERSTAD & SETÍGONO

 

Ao som do álbum Pacífico (YB Music, 2022), da flautista, clarinetista, arranjadora e compositora, Aline Gonçalves, que é bacharel em flauta pela UniRio, licencianda em música pela UFRJ e pós-graduada em Educação Musical pelo Conservatório Brasileiro de Música. Ela integrou o Camerata Brasilis, criou a Escritas Musicais de Mulheres Brasileira (EMMBRA) e participou da fundação do Coletivo Essa Mulher.

 

Setígonos no toitiço & na caixa do espinhaço... - Já fiz os meus, uns 3 em 23. Aí revisei, corrigi, ajeitei e agora ficaram tinindo! Acho que vou cometer uns 4 pra fechar a conta. Gostei. É muito legal. Aí você pode, então, perguntar que escambau da rotônica é esse tal de setígono!?! Pra começo de conversa pode ser néstogas! Não é conversa mole nem mijando fora do caco: dá no mesmo! Ora, ora! Reitere: que raio de coisa é essa, meu? E um triz passou de relance, vupt! Ah, então vou fincar pé pra sapecar abelhudice esmerada. Como assim? Meta bronca! Lá vai: é que pode ser a representação dos Amesha Spentas do Zaratustra, ou os escorpiões da guarda pessoal de Ísis. Nossa! Hum-hum. Afiando o chute e o pé na jaca: pode fazer referência ao símbolo da vida eterna de Osíris, ou sobre os sábios da Grécia. Como é que é? Tô enrolando não, veja: também as causas aristotélicas das ações humanas, as paixões de Descartes, as propriedades da matéria, o Plano de Fano, até mesmo a progressão geométrica do papiro de Ahmes ou Rhind! O quê? Sim, claro! Ou o desafio do puzzle do simples de Will Shortz ou, ainda, o manifesto das artes de Ricciotto Canudo! Não? Sim! Pode representar o Universo, ou a Perfeição Sagrada, os princípios teosóficos humanos, as pontes de Konigsbertg, as ilhas do Arquipélago dos Açores, as pétalas de uma rosa do deserto de Cristata ou de Tripla, ou mesmo as cabeças da Hidra de Lerna! Danou-se! Ih! Aí arreio a lenha na maior cipoada: pode guardar referência com as virtudes, os ofícios, a semana, as maravilhas do mundo, os mares, as cores do arco-íris, as notas musicais, os chakras metafísicos, as glândulas endócrinas, os hormônios, os verdadeiros sentidos, ou os anos de perdão para quem rouba ladrão! Vixe! Ou mesmo as cabeças do bicho, os pés da fuga, o quarto número primo, as chaves que fecham, os palmos abaixo da terra, a conta dos domingos pro carnaval ou da mentira, as pedras da mão! Sai pra lá!... Evidentemente como os anões da Branca de Neve, as vidas dos gatos, os fantasmas da torre, a bota das léguas, ou mesmo pintar o número ou dar aqueles pulinhos da sorte! Né, não? Era só o que faltava! Agora deu! Fui fundo, num foi? Nada. Pois é. Aí, você ainda não sabe: levei na lata um volume com teorizações feitas por Admmauro Gommes, José Durán y Durán e Cícero Felipe, mais Sylvia Beltrão, Caio Vitor Lima, Romilda Andrade, Pamella Emanuella Gomes de Lima, Wilson Santos, Kevelly Kassandra, Neilton Lins, Libene Tenório, João Constantino Gomes Ferreira, e que parece lançado nacionalmente online com Pedro Henrique, Aparecida Villas Bôas, Davi Motta, Tony Antunes, Adriano Sales, Zé Ripe e Inaldo Soares, juntando tudo pra Primeira Antologia de Setígonos, reunindo mais: Chirles Oliveira, Hanna da Hora, Carlos Onkowe, Patuska Quokka, Ivon das Aldeias, Rosa Custódia, Aureliano Gomes Simões, Renato Lemos Chagas, Adeilsonpoetapinto, Lorde Égamo, Adailton Lima e Noi Soul. Eita pau! Gente como a praga! O negócio é sério! E eu? Ah, cometi uma arte setigonal usando pigmentos naturais com acrílica num canson. Foi, ficou legal! Afora isso, dos que fiz pro que ainda vou fazer, na torcida aos aplausos pela festa geral de fevereiro & vamos aprumar a conversa! Até mais ver!

 

Maruja Torres: A maioria das pessoas tende a repensar sua trajetória de vida todo dia 1º de janeiro, mas essa vestimenta treme com o bom tempo... Veja mais aqui & aqui.

Tawakel Karman: Paz não significa apenas acabar com as guerras, mas também acabar com a opressão e a injustiça... Veja mais aqui & aqui.

Amy Lowell: O ódio é como bicos de abutres vorazes descendo sobre um lugar de crânios... O estigma da estranheza é o preço que um mundo míope sempre cobra da genialidade... Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

DESEJO - Meu desejo \ é sempre o mesmo; onde quer que a Vida \ me deposite: \ quero enfiar meu dedo do pé \ e logo meu corpo inteiro \ na água. \ Quero sacudir uma vassoura grossa \ e varrer folhas secas, \ flores machucadas, \ insetos mortos \ e poeira. \ Quero cultivar \ algo. \ Parece impossível que o desejo \ às vezes possa se transformar em devoção; \ mas isso aconteceu. \ E é assim que sobrevivi: \ como o buraco \ que cuidei cuidadosamente \ no jardim do meu coração \ criou um coração \ para preenchê-lo.

ELA - Ela é quem \ vai notar \ que o primeiro boca-de-leão \ da primavera \ está \ florescendo; \ Ela é quem \ vai contar a piada mais \ engraçada \ e \ complicada. Ela é quem vai te surpreender \ ao saber a diferença entre nabos e couve; \ e entre biscoitos e scones. \ Ela é quem sabe onde te levar para dançar \ ou onde a comida e a decoração \ do restaurante não podem ser perdidas. \ Ela é quem é santa. \ Ela é quem se reserva o direito \ de se vestir como uma vagabunda. \ Ela é quem te leva para fazer compras; \ Ela é quem sabe onde as melhores roupas são compradas baratas. \ Ela é quem aquece sua casa com sua fragrância; \ aquela que traz música, magia e alegria. \ Ela é quem fala a verdade do seu coração. \ Ela é quem está na cabeceira do casamento, \ funerais ou divórcio de todas as melhores pessoas \ que você ama profundamente. \ Ela é quem tem coragem. \ Ela é quem fala sua mente brilhante; \ Ela é quem encoraja jovens e velhos a fazerem o mesmo. \ Ela é a que está na linha de piquete, na barricada, \ na prisão, na cadeia; \ Ela é a que está lá. \ Se eles vierem atrás de mim \ e eu estiver na casa dela, \ sei que ela vai me esconder. \ Se eu contar a ela onde escondi meu coração, \ ela vai ficar.

Poemas da premiada escritora e ativista estadunidense Alice Walker. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

DUAS IRMÃS – [...] ponderou sobre a natureza da guerra. Todos tinham certeza de que tinham direito à terra e os outros deveriam ser forçados a sair. Que eles tinham Deus do seu lado enquanto os outros estavam em conluio com o diabo. Todos acreditavam que possuíam a verdade, e todos pareciam sedentos por sangue. [...]. Trecho extraído da obra Two Sisters: A Father, His Daughters, and Their Journey into the Syrian Jihad (Farrar, Straus and Giroux, 2019), da escritora e jornalista norueguesa Åsne Seierstad, que na sua obra One of Us: The Story of a Massacre in Norway—and Its Aftermath (Farrar, Straus and Giroux, 2016), ela expressou que: […] Queremos ser amados; na falta disso, admirados; na falta disso, temidos; na falta disso, odiados e desprezados. A todo custo, queremos despertar algum tipo de sentimento nos outros. Nossa alma abomina o vácuo. A todo custo, ela anseia por contato. [...] Nossa resposta é mais democracia, mais abertura e mais humanidade. Mas nunca ingenuidade. [...]. Ela também é autora da frase: Não dizer nada significa dar o seu consentimento... Veja mais aqui.

 

QUEBRANDO LIMITES - […] A energia nuclear, por exemplo, já foi vista como uma tecnologia essencial para um futuro limpo, mas agora seu próprio futuro está em dúvida. [...]. Trecho extraído da obra Breaking Boundaries: The Science Behind our Planet (DK, 2021), do cientista sueco Johan Rockström, defendendo que: O valor da biodiversidade é que ela torna nossos ecossistemas mais resilientes, o que é um pré-requisito para sociedades estáveis; sua destruição arbitrária é semelhante a incendiar nosso bote salva-vidas. Para reduzir o risco de uma catástrofe ambiental global e evitar reverter o curso do progresso humano, o mundo deve dobrar urgentemente a curva das emissões globais dos combustíveis fósseis. Emissões de gases de efeito estufa aquecem o planeta, alterando os ciclos de carbono e água. Um oceano mais quente armazena mais calor, fornecendo mais combustível para furacões. Uma atmosfera mais quente contém mais água, trazendo dilúvios perigosos. O aumento do nível do mar ameaça as zonas costeiras. Fundamentalmente, precisamos de uma mudança mental que reconecte nosso desenvolvimento à biosfera para garantir uma vida boa e segura para todos no futuro. Assim como exigimos que nossos governos abordem os riscos associados ao terrorismo ou às epidemias, devemos colocar uma pressão concertada sobre eles para agir agora para preservar nosso ambiente natural e conter as mudanças climáticas. Proteger o nosso planeta é um imperativo moral. Vivemos em um planeta dominado por humanos, colocando uma pressão sem precedentes sobre os sistemas na Terra. No seu livro Big World, Small Planet: Abundance Within Planetary Boundaries (Yale University Press, 2015), ele expressou que: […] Os líderes políticos reunidos em Copenaghen finalmente reconheceram que a mudança climática não é apenas uma questão ambiental, mas também social e econômica. Conseqüentemente, qualquer solução para o problema do clima enriqueceu também as mudanças fundamentais [...].

 

TUNGANDO A VIDA!

[...] Um artista que se aplica à sua prática, sua personalidade, suas questões mais íntimas, é simplesmente uma em uma longa linhagem de artistas que ele é ou pode se tornar. Poderíamos dizer que ele é apenas um entre a multidão, em meio a uma multidão de pessoas, onde todos podem ser ele, embora com um rosto diferente. [...] Portanto, devemos nos colocar nessa ascensão, o modo de viver em dúvida, questionando o que nos parecem as coisas mais seguras e seguras em nossa existência. A disciplina do artista consiste nesta ascese. Tentar entender como um sim e um não pode viver juntos, ou como Sim E um Sim, a Não E um Não, pode viver juntos. [...] Eu acho que uma pessoa pode viver sem a ideia de arte, sem a ideia de amor, mas não sem arte, e não sem amor. [...] São momentos humanos de viver simbolicamente, ou poeticamente. Viver amorosamente é viver na realização deste universo simbólico. [...] A tarefa do artista é não se especializar e comprometer-se a tentar transformar as coisas de maneira não especializada. [...] No entanto, no fundo da coisa moderna, há um problema sério, o de encontrar o heterogêneo no fundo do poço. E essa pergunta permanece a mesma. Precisamos formular e reformular novas estratégias para encontrar o assunto perdido que é o assunto moderno, que ainda não encontrou um lar. [...].

Trecho da entrevista concedida pelo escultor, desenhista e artista performático Tunga (Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão – 1952-2016), ao escritor e performer Simon Lane, para a revista Bomb Magazine (Winter 2002 Issue). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

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segunda-feira, janeiro 27, 2025

ANA BLANDIANA, SALLY ROONEY, TEOLINDA GERSÃO & FERNANDO SPENCER

 

 Imagem: Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

Ao som do álbum Vivenda (2016), da pianista, cantora e compositora, Abelita Mateus.

 

Janeiro devora o canto na casca da loucura... - Contei os dias nos dedos e as horas eram tons dissolvidos pela lógica dos equívocos. Nada não, tivesse mais tempo, muito se falava disso e daquilo: o olhar desceu, vidas em sorteio e as almas subiram aos zis tons do azul escurecido. O poeta agonizou num buraco fétido sob as patas fagulhantes das togas e armas festejando monstros galegos e embotadas trupes fanáticas. Tudo suspenso: caça às bruxas, embates de ódio, delírios perturbadores, ameaças desonestas, sinecuras, menoscabos e o perigo devastador. Vão pro inferno! Pra seu governo: o mundo não acaba agora, mesmo que tudo se esboroe e os vivos moucos sejam maioria, os vivos ocos sejam multidões. Quantos descaminhos, estranhos desvios. Estamos todos doentes e nunca fui América porque o dinheiro quer matar & eu quero viver, sou Abya Yala. Por mais que eu erga a voz a toada quase última tremula no peito em chamas entre vindimas e necedades. Já não sou quem quisesse por pequenas canções às vaias e assobios, o coração no prato e a noite morrendo ao revelar o que de penhasco se fez mar profundo. Vacilava nas dobras do clarão, nem se preservava da queda - tesouros desperdiçados, se fosse ouro restavam cinzas, dunas de sonhos soterrados, a sorte desertara como quem deixava um sorriso pendurado no portão. Só sei que vivo e ouço as horas arrefecerem vadias, porque o poeta já morto bebe a vida e lá bem longe nem se via o que tão perto se mostrou. Não me dobrei nem venci, ninguém viu minha agonia. O que veio à tona de nada vale, os bons grãos na longa lua entre poças e fendas. Revolvia quarentantanos pelos zis dentes da solidão - quisesse o céu e as escolhas me alçavam ao desespero. Segui o mirante dos redemoinhos – eram dias feitos musgos ao vento róseo de maios: tivesse sonhos varando o dia a catar um lugar que fosse e lá não houvesse rancor ou suspeita, nem os degraus ensopados de espera e saudades de ontens das mil chuvas outonais, nomes esquecidos e as mãos nas despedidas crepusculares. O tempo deixou confusos pesadelos, eu próprio os criei e era minha vez de varar a noite exorcizando remorsos. Já estava feito e à falta de alguém mais, a vida sempre foi melhor, mesmo que atravessasse o cheiro de sangue empestando o terraço de um céu distante, sou mais feliz invisível no passeio de indiferentes transeuntes e a irritação da gritaria geral, a língua de fora e o pé ligeiro na despudorada vertigem da emoção, a luta quixotesca e não pedia ajuda jamais, não escondia a dor, sou indesculpavelmente humano demais, um fraco pela própria natureza. Se eu fosse fogo acendia e a morte que se danasse nos versos de pés quebrados. Setígono vai por onde voo! Até mais ver.

 

Germaine Greer: A solidão nunca é mais cruel do que quando é sentida em estreita propinquidade com alguém que deixou de se comunicar... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

Meg Cabot: A vida é curta. Se você não tentar coisas novas, nunca saberá no que é melhor. E você só pode arranjar tempo para coisas novas desistindo das coisas que você sabe que não funcionam para você... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Katharine Ross: Se o céu se abrisse de repente, não haveria lei, não haveria regra. Haveria apenas você e suas memórias, as escolhas que você fez e as pessoas que você tocou... Veja mais aqui.

 

DESCONHECIDO

Imagem: Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

Obviamente, não sou como \ Nenhum desses tecelões de palavras \ Que tecem seus ternos e suas carreiras \ Sua glória e seu orgulho, \ Embora eu me misture a eles \ E eles olham minhas palavras como se fossem \ suéteres: \ "Como você está bem vestida!" eles dizem; \ "Esse poema fica tão bem em você!" \ Sempre inconsciente \ Que os poemas não são minhas roupas, \ Mas meus ossos - \ Dolorosamente extraídos \E colocados em volta da minha carne como uma concha, \ Seguindo o exemplo das tartarugas \ Que conseguem sobreviver assim \ Por longos e infelizes \ séculos.

Poema da escritora e ensaísta romena Ana Blandiana (Otília Valeria Coman), autora de obras como: Persoana întâia plural (1964), Poeme (1974), Stea de pradă (1986), Arhitectura valurilor (1990), Soarele de apoi (2000) e Pleoape de apă (2010), entre outros.

 

BELO MUNDO, ONDE VOCÊ ESTÁ? - [...] Talvez tenhamos nascido para amar e nos preocupar com as pessoas que conhecemos, e continuar amando e nos preocupando mesmo quando há coisas mais importantes que deveríamos estar fazendo. E se isso significa que a espécie humana vai morrer, não é de certa forma um bom motivo para morrer, o melhor motivo que você pode imaginar? Porque quando deveríamos estar reorganizando a distribuição dos recursos do mundo e fazendo a transição coletiva para um modelo econômico sustentável, estávamos nos preocupando com sexo e amizade. Porque nos amávamos demais e nos achávamos interessantes demais. E eu amo isso sobre a humanidade, e na verdade é a razão pela qual torço para que sobrevivamos - porque somos tão estúpidos uns com os outros. [...]. Trecho extraído da obra Beautiful World, Where Are You (Farrar, Straus and Giroux, 2021), da escritora e roteirista irlandesa Sally Rooney, que no seu livro Normal People (Crown, 2020), ela expressou que: […] Ninguém pode ser completamente independente de outras pessoas, então por que não desistir de tentar, ela pensou, correr na outra direção, depender das pessoas para tudo, permitir que elas dependam de você, por que não? [...] A vida oferece esses momentos de alegria apesar de tudo [...]. Já na sua obra Conversations with Friends (Faber et Faber, 2018), ela considerou que: […] Gradualmente, a espera começou a parecer menos uma espera e mais como se a vida fosse simplesmente isso: as tarefas perturbadoras realizadas enquanto aquilo que você está esperando continua não acontecendo. [...] Percebi que minha vida seria cheia de sofrimento físico mundano, e que não havia nada de especial nisso. O sofrimento não me tornaria especial, e fingir não sofrer não me tornaria especial. Falar sobre isso, ou mesmo escrever sobre isso, não transformaria o sofrimento em algo útil. [...].

 

O FIM DA LITERATURA - [...] a literatura vai caminhando para o seu fracasso, a literatura uma forma de arte. Infelizmente, acredito que sim. Primeiro, o mundo mudou de uma maneira incrível, e as pessoas não conseguem prestar atenção no tempo. Uma coisa que me chocou aqui no Brasil, por exemplo, foram as notícias sendo noticiadas pela televisão, percebi que são poucas e muito rápidas, apresenta-se uma, depois vêm logo os comerciais. [...] Conseguimos concentrar-nos, mas isso está a desaparecer. Por enquanto, há ainda os que prestam atenção e são capazes de estar ali uma hora sentados a ouvir do professor. Mas ainda percebemos que, nas escolas, o professor tem que inventar maneiras de cativar os estudantes. O que é horrível, quer dizer, a escola poderia ser um lugar onde os alunos também estivessem confortáveis e eu penso que tendem a estar cada vez menos, além disso, há muitos profissionais formados em cursos de Letras, por exemplo, mas que nem mesmo gostam de ler. [...]. Pensamento da escritora portuguesa Teolinda Gersão, expresso no estudo Pesquisas e processos criativos - entrevista com a escritora portuguesa contemporânea Teolinda Gersão (Unimontes/Convergência Lusíada, 2024), de Marcio Jean Fialho de Sousa. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

FERNANDO SPENCER

[...] O que marca o Cinema de Arte é determinada intenção numa programação consciente visando a uma destinação cultural, uma instituição procurando ser um veículo cultural e contribuindo, como mercado especializado, para desenvolver o próprio mercado normal de exibição e distribuição. [...].

Trecho extraído da matéria Cinema de Arte Coliseu começará quarta-feira com “O Homem do Prego” (Diário de Pernambuco, 26 de fevereiro de 1967), do cineasta, crítico, jornalista e programador Fernando Spencer, destacando-se aqui o livro Fernando Spencer: O Crítico-Cineasta das Mil Faces (Fasa, 2023), dos professores e pesquisadores Alexandre Figueirôa e Cláudio Bezerra, resultado do projeto de pesquisa A produção jornalística e cinematográfica de Fernando Spencer e sua contribuição à cultura audiovisual em Pernambuco (FICEPE-Unicap/Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - 42º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Belém, 2019), destacando a contribuição do patrimônio vivo e pioneiro do cinema no estado, para o campo da comunicação pernambucana em sua dimensão histórica e social. Veja mais aqui & aqui.

 

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segunda-feira, janeiro 20, 2025

ELVIRA LINDO, MARY DI MICHELE, HEATHER MILLS & BAJADO

 

Imagem: Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

Nasci com esse espírito. Desde muito pequeno, gostava de desenhar, de construir. Sempre percebi em mim um interesse pela cor, pela criação... Sou apaixonado por impressão, design gráfico. Não me interesso só pela cerâmica, mas por suportes diversos...

Ao som da performance concerto-instalação Mineral (2019 - Inhotim, 2024) do artista plástico, músico e ceramista Máximo Soalheiro, com direção do músico e sound designer Pedro Durães e um grupo de instrumentistas virtuoses abertos à experimentação de linguagens - tocada com as mãos, baquetas e arco, contando com baixo acústico, percussão, sopro, piano e voz.

 

A pedra cantou & tudo o mais é possível... - Ouvia itamaracá porque sobrevivia, quando nada mais improvável pra quem coadjuvante nordestino pegando bigu pelas beiradas do mundo que mais se esfacelava a cada dia. E ia e pulava itaimbés para escapar dos agrados de mão de figa roçando minha pele, aqui ó! Quando dava nas itapecericas, logo me deparava com as itaquis dum juiz de plantão num tribunal de inexoráveis erínias ocasionais: julgado réu confesso às cegas no meio de algaravias. Quantas crises! E perdia a fé no corte da cana porque os heróis eram cruéis, mais algozes de perto porque todo dia era 8 de janeiro pelos itararés e foi lá onde meu pai perdeu o cetro e a coroa, faz tempo e fui diluído no seu mando derretido pelas itapiras, com os doentes das engrenagens falidas. O leão rugia desdentado aindagora e decidia na careca juba que eu fosse patrão subalterno e foi isso afinal que aprendia porque ali não era nada e o sou até hoje, quase pusilânime porque a santa sangrou e me isolei no quarto das eumênides. Nunca fui alvo pra tiro, ora! Escapei a moer a dor ancestral, a diaspórica afroindiada e os antepassados crivados de balas - era o ovo da serpente no meu calendário enlouquecido. Quase afogado me salvei na itaipava: perdia os dedos e meus pés foram por aí, porque nada era raso e só sobravam as almas sobreviventes escondidas num passado tão presente na redoma do paradoxo epicurista. Quantantanos e ainda itacolomi pelas ondas reverberantes das frequências de maravilha sônica, catando itacorumbis, itacoatiaras, itamotingas, esfregando itamembecas, itapicurus e itaúnas. Não passava dum itaoca pelas itapericas: sobrava meu ageótipo definido em Stonehenge que era aqui na memória sonora revelando os segredos dos druidas. Ninguém (ou)via Pinuccio Sciola e era solstício quando fui engolido pelo redemoinho das itapebas: era o maior nada e a cidade a reboque, só tenho cartas e nada valem – no que escrevo não há solução, sempre processo e reescrita, saiba. E ainda assim eu voo, até outro dia.

 

Mairead Corrigan: Nossa humanidade comum é mais importante do que tudo o que nos divide... Temos que começar pelo fato de que sempre há alternativas à violência... Veja mais aqui & aqui.

Issa Rae: Ninguém sabe o que você sabe como você sabe o que você sabe. A maneira como você vê e sabe das coisas é bastante única, só você sabe... Veja mais aqui.

Angela Davis: Temos que falar sobre a libertação das mentes e também sobre a libertação da sociedade... Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

A GUERRA CHEIRA A MERDA

Imagem: Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

Pretas as horas em que as estrelas brilham no \ céu de obsidiana acima enquanto no horizonte, a lua crescente derrama \ luz leitosa. Não sei se nos veremos \ novamente. Um dia se passou; minha juventude passou. \ O dia todo fiquei sentado entre os vinhedos secos, em meu corpo \ o deserto do tédio. Tudo aqui cheira \ a finais, a merda e pelotões de fuzilamento. \ Eu assombrava os campos não arados, colhia uma prímula \ aqui e ali, respirava o verde. \ As neves do monte Cavallo pareciam flutuar no azul. \ Sozinho eu vaguei pelos campos, caminhando, caminhando, caminhando pelos \ campos infinitamente vazios \ Tudo cheira a pólvora e merda mas a terra é \ uma merda florescendo de qualquer maneira de toda essa merda– \ em flores azuis e amarelas, em brotos tenros nos amieiros. \ Eu quero cuspir até as montanhas mais distantes nas fronteiras \ do meu país, no mar escondido atrás delas, eu quero cuspir \ na cara desses aldeões, desses italianos, desses cristãos. \ Tudo cheira a pelotões de fuzilamento e pés sujos– \ (O que me mantém preso a esta terra? \ Eu devo estar fedendo.) \ Eu não sei se algum dia nos veremos novamente.

Poema da premiada poeta e professora italiana radicada no Canadá, Mary di Michele.

 

UM CORAÇÃO ABERTO – [...] da mesma forma que às vezes somos lançados no território do infortúnio; Outros, graças à coragem, ao desespero e à sorte, encontram a terra prometida. [...] Ele ainda mantinha um pouco daquela antiga lealdade à autoridade que muitas vezes transforma irmãos mais novos em traidores e informantes. [...]. Trechos extraídos da obra A corazón abierto (Booket, 2023), da jornalista e escritora espanhola Elvira Lindo Garrido, que na sua obra Noches sin dormir: último invierno en Nueva York (Seix Barral, 2015), expressou que: […] A vida é costurada por um fio invisível que entrelaça relações caprichosas, mas possíveis, não forçadas por fantasias, das quais os escritores tanto gostam, mas baseadas em coincidências reais. [...], No seu livro Lo que me queda por vivir (Círculo De Lectores, 2010), ela assinala que: [...] Ela não é educada para compartilhar infelicidade. Sua mãe e muitas outras mulheres lhe disseram que, quando a insatisfação é expressada, a pessoa começa a pisar em terreno pantanoso que não leva a lugar nenhum. A infelicidade é algo que deve ser tratado com discrição, diz uma máxima não escrita compartilhada pelas mulheres deste universo rural onde passei grande parte da minha infância. Mas agora que tenho um olhar mais distante sobre todos eles, sei que o que dizem, o que calam, acaba se manifestando na apatia vital, nos tiques, no mau humor, na perda precoce da beleza. [...]. E no seu Manolito Gafotas (‎ Seix Barral, 2014), ela deixa expresso que: [...] Quando algo ruim acontece com você, você tem que pensar que isso vai passar, mesmo que você não acredite, isso vai passar, e às vezes você vai se lembrar das coisas como se tivessem acontecido com outra pessoa. -E como você sabe disso? -porque meu pai uma vez me disse isso [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

SOCIEDADE, CULTURA & CELEBRIDADES - Por que somos tão obcecados com a cultura das celebridades? Temos notícias de primeira página sobre divórcios em vez de notícias de primeira página sobre aquecimento global, sobre mulheres sendo abusadas, sobre crianças sendo abusadas. Estamos entrando em uma espiral descendente... Oitenta por cento do aquecimento global vem da pecuária e do desmatamento... A superação da adversidade e, em última análise, negando-lhe o rito de passagem, tem sido um motivo constante e perpétuo ao longo da minha vida... Foi preciso um erro humano para arrancar minha perna e um erro humano para arrancar a da minha mãe... Pensamento da ativista e modelo britânica Heather Mills. Veja mais aqui.

 

A ARTE DE BAJADO

[...] Teve uma época, que o cabo eleitoral de Ademar de Barros era Augusto Lucena. Eu fui pintar pra ele e outro camarada, que me disseram: «inventa aí qualquer coisa, você não sabe inventar qualquer coisa não. Mas rapaz, eu fiz um quadro do tamanho duma parede dessa, um cartaz: o General Lott com a espada e Jânio Quadros com a vassoura: Entre a espada e a vassoura, o vencedor sou eu... [...].

Pensamento do pintor, desenhista e cartazista Bajado (Euclides Francisco Amâncio (1912–1996), extraído de uma entrevista concedida à Revista Vidas Secas (Editora Universitária, 1980), recolhida do artigo acadêmico sob a temática Redescobrindo Bajado: artista reconhecido, designer esquecido (Anais do 9º CIDI e 9º CONGIC, 2019), de Rafael Santana & Eva Rolim Miranda. A imagem foi recolhida da dissertação de mestrado sob a temática Bajado a poética visual no discurso gráfico: diálogo entre a Semiótica Estruturalista e o Design da Informação (UFPE, 2020), do pesquisador Rafa Santana de Souza. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR

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TERESA CÁRDENAS, LOUISA LAWSON, MARIE CORELLI & ARMANDO LÔBO

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som do álbum Nascentes (Recorded in Berlin, 2020), da flautista, saxofonista, compositora e arranjadora Ma...