A ARTE DE CARLA BLEY
Curtindo os álbuns Fleur Carnivore (ECM, 1989) & Carla Bley, Andy Sheppard and Steve Swallow (ECM, 2012), da pianista e compositora estadunidense Carla Bley. Veja mais aqui.
LITERÓTICA: A MÚTUA DÍVIDA DO AMOR - Toda sexta-feira, meio
dia em ponto, não dou mais desconto nem prazo a correr. É dar ou fazer, não tem
mais saída, obrigação já vencida só pra liquidar. Pode até amortizar, importa
adimplir, seu compromisso cumprir e sem arrazoado. Pague logo o acertado sem
cheque ou promissória porque essa cominatória só vale o que está riscado. Não
vá pular de lado, não adianta sustar, nem mesmo embargar, isso pode então
custar muito desentendimento. Pois a cada pagamento, vem o seu aditamento com a
amortização. Isso senão parto para arrematar e nem adianta arrestar ou forçar
protelação. Não brinque não, pague logo o que me deve, com celeridade breve
resolvendo essa caranha. Pois você ainda se banha diante das circunstâncias sem
usar das implicâncias e comigo concordar. Pode acordar de ser a Juliette
Binoche toda só no rosa-choque, coisa linda a seduzir. Ou pode assim, chegar
Letícia Sabatella me chamando de banguela, querendo me provocar. Vou avisar,
não dou trégua nem emborco, vire-se Denise Stoklos ou Lucinda Elisa cover. Ou
faça pose, meta bronca sorrateira, pode plantar bananeira que não vou voltar
atrás. Seja sagaz, uma moça inteligente, seja bem obediente que não haverá
nenhum conflito. Faça bonito, chegue junto bem cordata sem armar qualquer
bravata pra gerar mais prejuízo. Então sugiro uma conversa amistosa, toda fina
e toda prosa não correndo o menor risco. Como petisco e armada a cortesia
negociar assim podia de uma forma confortável, já pra lá de amigável quando
ambos concordantes. E adiante com fina habilidade, cordial amabilidade, entrar
negociação com a maior demonstração e toda transparência, na maior das
diligências tudo no maior conforme. E se informe, caso seja essa intenção,
porque do contrário então, a coisa se empena. Não terei a menor pena, muito
menos piedade. E sei que na qualidade de credor condescendente, você vai ficar
contente se a gente até brigar. Vamos emendar e não seja tão velhaca, então vem
e desempaca, pagando sua dívida. Não fique lívida na maior da saia-justa, nem
vá beber cicuta nem dê um carreirão. Pode até ir pro Japão que estarei no seu
encalço. Você não sai do meu laço já está toda empenhada, com a calcinha
afiançada, a blusinha e saia rendada, tudo já hipotecado. Nem olhe de lado,
fique logo bem nuínha e também meio arretada, se achegue logo tarada pronta pra
fazer litígio. Bote prestígio e venha nua pra emboscada, pronta pra minha
cilada e pro maior esfregamento, que tô assim que nem jumento pronto para
vadiar. Quero mesmo me esbaldar por todo seu comprimento e essa sua
arquitetura, pronto pra maior loucura, ferve quente o xambregar. Isso pra cá,
me agarrando com firmeza toda sua redondeza, tudo em cima, cabo a rabo. Depois
de quatro vai arcar com a despesa na maior das safadezas na demanda do tesão. Você
vai mexer pirão p´reu deixar limpo seu prato na oblação dos seios fartos até
piar cancão. Vou ajeitar meu quinhão no seu ventre apetitoso, nas ancas o
guidão jeitoso, nas costas o meu repasto. E quando farto da garanhagem e
euforia, vou aprumar a minha guia pra ser agasalhado. E sentir um bem guardado
com toda litania pra você fazer no dia todo seu maior pecado. Depois de bem
dado, devendo ainda está, vou querer me aproveitar cobrando juros e mora. E aí
já sem demora exijo a quitação da primeira prestação acertada na penhora. E
isso agora que eu quero me empanzinar. Juro que não vou ficar com fastio ou de
biqueiro, vou gozar todo banzeiro até o galo cantar. É bom pagar todo dengo com
carinho, toda manha com jeitinho ou coisa parecida. E isso pra toda vida, até
perder de vista coisa de uma correntista num prazo esticado. Está fadado seu
dever reincidente, até mesmo sucumbente, coisa líquida e certa. E seja esperta,
porque esta pendência não terá mais decadência, muito menos desistência, coisa
do maior valor. E como autor, pego toga de excelência, visto toda competência e
viro douto julgador. Do que ficou, dou-lhe a mais formal ciência do teor dessa
sentença, julgamento que valeu: você me deve uma conta. E eu também devo a
você. No amor não se desconta, principalmente quando desponta coisa mútua que
se deu. Já que o seu é meu e o meu é seu, queira tudo o que é meu e mais quiser
porque eu quero tudo seu porque tudo de seu é meu. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS – É preigoso ter
razão em assuntos sobre os quais as autoridades estabelecidas estão erradas.
Pensamento do escritor, dramaturgo e filósofo iluminista
francês Voltaire
(François Marie Arouet/1694-1778). Veja mais aqui.
A ESCOLA – [...] A escola de hoje requer um professor mais crítico,
criativo, que participe e que empreenda. Um professor mais inteiro e com mais
consciência profissional. Nesse sentido, é importante a formação de um
profissional da educação capaz de resolver e tratar tudo o que é imprevisível,
tudo que não pode ser reduzido a um processo de decisão e atuação regulado por
um sistema de raciocínio infalível, a partir de um conjunto de premissas. [...]. Trecho extraído do artigo A pesquisa na reconstrução da prática docente
(SEMED/MS, 2009), da professora e pesquisadora Kely Adriane Brandão Pereira.
EDUCAÇÃO – [...] Não há dúvida de que a escola tem limites
para exercitar o com-portamento moral, pois os alunos já trazem as marcas da
formação ante-rior e, além disso, recebem a influência das atividades ou
passividades ex-tra-escolares. Responsabilizar a escola por todos os defeitos
de formaçãosignifica desconhecer os seus limites. Entre as possibilidades que
restamà escola está um variado conjunto de recursos didáticos como
histórias,filmes, encenações, mas, sobretudo, a forma como são ministradas as
au-las, até mesmo as de matemática ou de física. O estilo do ensino e oexemplo
do professor e, não por último, a forma de administrar e dirigira escola também
têm um papel importante. Apesar da assimetria entre professor e aluno, tanto as
escolas de qualquer nível devem ser pequenasdemocracias. [...] Trechos
extraídos de Valores em Instituições
democráticas de ensino (Educação & Sociedade, 2004), do professor e
filósofo alemão Otfried Höffe.
CANÇÃO DE MULHER E TEMPO - Guiomar, para onde
foste? / Te procuro noite e dia: / sobejos de canto e falas/ e o cheiro da
ventania. / No verde morno do Janga / os rastros de espuma fria. / Bolem no
azulejo as sombras / enxutas das mãos na pia / (Jeito de corpo estremece / no
lençol que te cobra.) / Guiomar, para onde foste? Te procuro noite e dia. / Só não te acho emti
mesma / no mistério da agonia: / sumidas cores e carnes / (camuflada autofagia)
/ Tempo químico treano, / vinte anos de tirania / Guiomar, para onde foste? /
Só tua voz te anuncia. / Nem a viagem nem a morte / mais longe te levaria. Poema extraído da obra Itinerário (José Olympio, 1983), do poeta, jornalista,
professor e memorialista Mauro Mota
(1911-1984). Veja mais aqui
TODO
DIA É DIA DA MULHER: ANNA PAVLOVA – A bailarina russa Anna Pavlova (1881-1931), ingressou na Escola Imperial de Balé aos
nove anos de idade, formando-se em 1899 e, quatro anos depois, tornou-se a
primeira solista. Depois de interpretar O lago dos cisnes, em 1906, passou a
ser a primeira bailarina do Teatro Mirknskji, de São Petersburgo, alcançando
enorme sucesso. Sua fase de grandes apresentações internacionais começou em
1910, em New York e, depois, em Londres, realizando tournées internacionais
pelo mundo inteiro, incluindo o Extremo Oriente, em 1921. Foi considerada a
melhor bailarina do seu tempo, contribuindo decisivamente para divulgação do
balé. Suas maiores qualidades foram o equilíbrio, a rapidez e a graça, de extraordinária
expressividade no balé romântico, do qual, no papel de personagens quase
imateriais, foi a mais intérprete, jamais superada. Veja mais aqui e aqui.
A PSICANÁLISE DE FREUD – A
psicanalise é um termo criado por Freud em 1896, para nomear um método
particular de psicoterapia e tratamento pela fala, proveniente do processo
catártico de Josef Breuer e pautado na exploração do inconsciente, com a ajuda
da associação livre, por parte do paciente, e da interpretação, por parte do
psicanalista. FREUD – O livro Freud: uma vida para o nosso
tempo, de Peter Gay, trata de temas como os fundamentos (12856-1905), uma
ânsia de conhecimento, matéria para lembranças, a teoria em formação,
histéricos, autoanálise, psicanálise, o segredo dos sonhos, uma psicologia para
psicólogos, um mapa para a sexualidade, elaborações: esboço de um pioneiro
preparado para o combate, prazeres dos sentidos, os estrangeiros, política
psicanalítica, Jung: o príncipe herdeiro, interlúdio americano, Jung: o
inimigo, terapia e técnica, duas lições clássicas, em causa própria: a política
do Homem dos Lobos, um manual para técnicos, questões de gosto, fundações da
sociedade, mapeando a mente, revisões, agressões, coisas abrangentes e
importantes, paz inquieta, morte: experiência e teoria, Eros e o ego: seus
inimigos, a morte contra a vida, insinuações de mortalidade, o preço da
popularidade, vitalidade, luzes trêmulas em continentes negros, dilemas de
médico, a mulher, o continente negro, a natureza humana em atividade, morrer em
liberdade, contra as ilusões, civilização: o transe humano, os abomináveis
americanos, morrer em liberdade, a política da catástrofe, o desafio como
identidade, a morte de um estoico, entre outros assuntos. INCONSCIENTE –
Em psicanálise, o inconsciente é um lugar desconhecido pela consciência: uma
outra cena. Na primeira tópica elaborada por Freud, trata-se de uma instância
ou um sistema constituído por conteúdos recalcados que escapam às outras
instâncias, o pré-consciente e o consciente. Na segunda tópica deixa de ser uma
instância para servir para qualificar o “isso” e, em grande parte, o eu e o
supereu (Id, ego e superego). O inconsciente possui uma particularidade de ser
ao mesmo tempo interno ao sujeito e a sua consciência, e externo a qualquer
forma de dominação pelo pensamento consciente. O pensamento inconsciente foi então
domesticado, quer para ser interpretado na razão, quer para ser rejeitado para
a loucura. Os conteúdos do inconsciente não são as pulsões como tais, pois
estas nunca podem tornar-se conscientes, mas o que Freud denomina de
representantes-representações, uma espécie de representações das pulsões,
baseados em traços mnêmicos. Esses conteúdos, fantasias e roteiros em que as
pulsões estão fixadas, buscam permanentemente descarregar-se de seus
investimentos pulsionais, sob a forma de moções de desejo. Entre esses
conteúdos inconscientes, as diferenças concernem apenas à natureza e a força do
investimento pulsional. Para Lacan, o insconsciente tinha a estrutura radical
da linguagem, sendo, pois estruturado como uma linguagem, sendo a linguagem a
condição do inconsciente. A ideia lacaniana de uma primazia da linguagem e do
significante, repousa no dado primordial de que o individuo não aprende a
falar, mas é instituído ou construído como sujeito pela linguagem. O isso é um
termo conceituado por Freud para designar uma das três instãncias da segunda
tópica freudiana, ao lado do eu e do supereu. O isso é concebido como um
conjunto de contepudos de natureza pulsional e de ordem inconsciente. O eu é a
sede da consciência e é o lugar de um sistema pulsional: as pulsões do eu ficam
a serviço da autoconservação, incluindo as necessidades orgânicas primarias não
sexuais. Com a teoria do narcisismo, o eu passa a ser mediador da realidade
externa e objeto de amor e reservatório da libido. Para Lacan, o eu é o núcleo
da instância imaginaria na fase chamada de estádio do espelho, entendendo que o
eu não pode reagir no lugar do isso, mas que o sujeito deve estar ali onde se
encontra o isso, determinado por ele, pelo significante. O supereu é conceito
criado por Freud o qual mergulha suas raízes no isso e, de uma maneira
implacável exerce as funções de juiz e censor em relação ao eu. PULSÃO – É o
termo empregado por Freud dentro de um conceito da doutrina psicanalista,
definido como a carga energética que se encontra na origem da atividade motora
do organismo e do funcionamento psíquico inconsciente do homem. Para Lacan, a
pulsão é um dos quatro conceitos fundamentais da psicanálise, entretanto, ele
isola a elaboração freudiana de suas bases biológicas e insiste no caráter
constante do movimento da pulsão, um movimento arrítmico que a distingue de
todas as concepções funcionais. A abordagem lacaniana da pulsão inscreve-se
numa abordagem do inconsciente em termos de manifestação da falta e do não
realizado. Nessas condições, a pulsão é considerada na categoria do real,
sublinhando que o objeto da pulsão não pode ser assimilado a nenhum objeto
concreto. Para apreender a essência do funcionamento pulsional, é preciso
conceber o objeto como sendo da ordem de um oco, de um vazio, designado de
maneira abstrata e não representável. Assim, a pulsão é uma montagem,
caracterizada por uma descontinuidade e uma ausência de lógica racional,
mediante a qual, a sexualidade participa da vida psíquica, conformando-se à
hiância do inconsciente, ou seja, a pulsão é sempre parcial, adicionando dois
outros objetos pulsionais além das fezes e do seio: a voz e o olhar. E deu0lhes
um nome: objetos do desejo. A pulsão sexual é um impulso no qual a libido
constitui a energia (diferente do instinto sexual nem se reduzindo às
atividades sexuais). Não existe da infância à puberdade, assumindo a forma de
um conjunto de pulsões parciais, ou seja, processo de apoio em outras
atividades somáticas. Ela pode encontrar sua unidade através da satisfação
genital e da função de procriação. Sua energia é de ordem libidinal e estão
dominadas pelo principio do prazer. A pulsão sexual possui quatro destinos: a
inversão, a reversão para a própria pessoa; o recalque; e a sublimação. As
pulsões ou de autoconservação estão a serviço do desenvolvimento psíquico pelo
princípio de realidade. A pulsão de morte é a tendência à agressão, caráter
demoníaco, tendência destrutiva e autodestrutyiva, com a finalidade de
reconduzir o que está vivo ao estado inorgânico. Ela se confronta com Eros – as
pulsões de vida. PRINCÍPIO DO PRAZER – É um dos princípios que regem o
funcionamento psíquico, com o objetivo de proporcionar prazer e evitar o
desprazer, sem entraves nem limites. PRINCÍPIO DE REALIDADE – É um dos
princípios que regem o funcionamento psíquico, com o objetivo de modificar o
prazer, impondo-lhe as restrições necessárias à adaptação à realidade externa. RECALQUE
– O recalque para psicanálise designa o processo que visa a manter no
inconsciente todas as ideias e representações ligadas às pulsões e cuja
realização, produtora de prazwer, afetaria o equilíbrio do funcionamento
psicológico do individuo, transformando-se em fonte de desprazer. Freud, que
modificou diversas vezes sua definição e seu campo de ação, considera que o recalque
é constitutivo do núcleo original do inconsciente. Na segunda tópica, o
recalque é ligado à parte inconsciente do eu. O recalcado funde-se com o isso,
só se separando pelas resistências do recalque. CENSURA – É a instância
psíquica que proíbe que emerja na consciência um desejo de natureza
inconsciente e o faz aparecer sob forma travestida. É identificada com o
supereu, a instância que funciona como censor do eu. Veja mais aqui, aqui,
aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
E
mais Freud & Psicanálise:
REFERÊNCIA:
GAY, Peter. Freud: uma vida para o nosso tempo. São Paulo: Companhia das
Letras, 1989.
A ADOÇÃO- Trabalhar o instituto da adoção num trabalho
acadêmico, requer a realização de uma revisão da literatura efetuando uma
abordagem histórica acerca do instituto e de seu advento no Brasil, sua
fundamentação conceitual, natureza jurídica, princípios norteadores da família,
legitimação jurídica, efeitos jurídicos sua previsão no ECA e no Código Civil
vigente, os direitos e deveres, obrigações, impedimentos e condições previstas
na adoção, legitimados a adotar, as questões atinentes a adoção entre casais
homoafetivos, os aspectos legais e a efetividade da adoção no Brasil. Veja mais
aqui e aqui.
Veja mais sobre:
Alvorada na Folia Tataritaritatá, Pablo Neruda, João Ubaldo Ribeiro, Egberto Gismonti, Capiba,
Ricardo Palma, Tsai Ming-liang, Cristiane Campos, Fernanda Torres, Chen Shiang-Chyi, Revista Germina, Digerson
Araújo, Asta Vonzodas & O cérebro autista aqui.
E mais:
Georg Trakl, Paul Auster, Sarah Kane,
Gertrude Stein, Felix Mendelssohn, Woody Allen, Gil Elvgren, Marion Cotillard
& Big Shit Bôbras aqui.
Ginofagia & as travessuras do desejo
na manhã aqui.
Rio São Francisco: Velho Chico, Turíbio
Santos, Cláudio Manuel da Costa, Lampião de Isabel Lustosa, Ítala Nandi, Hugo
Carvana, Paulette Goddard, Natalia Goncharova, Música & Saúde aqui.
Simone Weil, Simone de Beauvoir, Emma Goldman, Clara Lemlich, Clara Zetkin & Tereza Costa Rego
aqui.
O homem ao quadrado de Leon Eliachar aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA;
Leitora Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.
TODO
DIA É DIA DA MULHER