CANCIONEIRO DA IMIGRAÇÃO – Curtindo o álbum que reúne livro e cd-duplo
do projeto Cancioneiro da Imigração,
realizado pela pesquisadora e musicista Anna
Maria Kieffer, reunindo regravações
de canções tradicionais dos séculos 19 e 20, junto com quinze comunidades de
imigrantes. O trabalho mobilizou mais de quinhentos profissionais, apresentando
um canto tradicional dos índios guaranis, letras em árabe, grego e português
que pertencem aos sírios e libaneses, músicas da tradição polonesa e alemã. Veja
mais aqui.
ECOLOGIA SOCIAL DE
MURRAY BOOKCHIN - É hoje impossível considerar pouco importantes,
marginais ou "burgueses" os problemas ecológicos. O aumento da
temperatura do planeta em virtude do teor crescente de anidrido carbônico na
atmosfera, a descoberta de enormes buracos na camada de ozônio - atribuíveis ao
uso exagerado de clorofluorcarbonetos - que permitem a passagem das radiações
ultravioletas, a poluição maciça dos oceanos, do ar, da água potável e dos
alimentos, a extensa deflorestação causada pelas chuvas ácidas e pelo abate
incontrolado, a disseminação de material radioativo ao longo de toda a cadeia
alimentar... tudo isto conferiu à ecologia uma importância que não tinha no
passado. A sociedade atual está a danificar o planeta a níveis que superam a
sua capacidade de autodepuração. Avizinhamo-nos do momento em que a Terra não
estará em formas de manter a espécie humana nem as complexas formas de vida não
humana, que se desenvolveram ao longo de milhões de anos de evolução orgânica.
Face a este cenário catastrófico há o risco, a julgar pelas tendências em curso
na América do Norte e nalguns países da Europa ocidental, de se tentar curar os
sintomas em vez das causas e de pessoas ecologicamente empenhadas procurarem
soluções cosméticas em vez de respostas duradouras. O crescimento dos
movimentos "verdes" um pouco por todo o mundo - inclusive no Terceiro
Mundo- testemunha a existência de novo impulso para combater corretamente o
desastre ecológico. Mas torna-se cada vez mais evidente que se necessita de
bastante mais que de um "impulso". Por importante que seja deter a
construção de centrais nucleares, de autoestradas, de grandes aglomerações
urbanas ou reduzir a utilização de produtos químicos na agricultura e na
indústria alimentar, é necessário darmo-nos conta que as forças que conduzem a
sociedade para a destruição planetária têm as suas raízes na economia mercantil
do "cresce ou morres", num modo de produção que tem de expandir-se
enquanto sistema concorrencial. O que está em causa não é a simples questão de
"moralidade", de "psicologia" ou de "cobiça". Neste
mundo competitivo em que cada um se acha reduzido a ser comprador ou vendedor e
em que cada empresa se deve expandir para sobreviver, o crescimento limitado é
inevitável. Adquiriu a inexorabilidade duma lei física, funcionando
independentemente de intenções individuais, de propensões psicológicas ou de
considerações éticas. [...] A ecologia social, tal como
a concebo, não é mensagem primitivista tecnocrática. Tenta definir o lugar da
humanidade "na" natureza - posição singular, extraordinária - sem
cair num mundo de cavernícolas antitecnológicos, nem levantar voo do planeta
com fantasiosas astronaves e estações orbitais de ficção científica. A
humanidade faz parte da natureza, embora difira profundamente da vida não
humana pela sua capacidade de pensar conceitualmente e de comunicar simbolicamente.
A natureza, por sua vez, não é simplesmente cena panorâmica a olhar
passivamente através da janela, é a evolução na sua totalidade, tal como o
indivíduo é a sua própria biografia e não a simples edição de dados numéricos
que exprimem o seu peso, altura, talvez "inteligência" e assim por
diante. Os seres humanos não são unicamente uma entre muitas formas de vida,
forma especializada para ocupar um dos muitos nichos ecológicos no mundo
natural. São seres que, pelo menos potencialmente, podem tornar autoconsciente
e, por conseguinte, autodirigida a evolução biótica. Com isto não quero dizer
que a humanidade chegue a ter conhecimento suficiente da complexidade do mundo
natural para poder ser o timoneiro da sua evolução, dirigindo-a à sua vontade.
As minhas reflexões sobre a espontaneidade sugiram prudência nas intervenções
sobre o mundo natural, (sustentam que se requer) grande cautela nas
modificações a empreender. Mas, como disse em "Pensar
Ecologicamente", o que verdadeiramente nos faz únicos é podermos intervir
na natureza com um grau de autoconsciência e flexibilidade desconhecido nas
outras espécies. Que a intervenção seja criadora ou destrutiva é problema que
devemos enfrentar em toda a reflexão sobre a nossa interação com a natureza. Se
as potencialidades humanas de autodireção consciente da natureza são enormes
devemos contudo recordar que somos hoje ainda menos que humanos. A nossa
espécie é uma espécie dividida - dividida antagonisticamente por idade,
caráter, classe, rendimento, etnia, etc. - e não uma espécie unida. Falar de
"humanidade" em termos zoológicos, como fazem atualmente tantos
ecologistas - inclusivamente tratar as pessoas como espécie e não como seres
sociais que vivem em complexas criações institucionais - é ingenuamente absurdo.
Uma humanidade iluminada, reunida para se dar conta das suas plenas
potencialidades numa sociedade ecologicamente harmoniosa, é apenas uma
esperança e não apenas uma realidade, um "dever ser" e não um
"ser". Enquanto não tivermos criado uma sociedade ecológica, a
capacidade de nos matarmos uns aos outros e de devastar o planeta fará de nós -
como efetivamente faz - uma espécie menos evoluída do que as outras. Não
conseguir ver que atingir a humanidade plena é problema social que depende de
mutações institucionais e culturais fundamentais é reduzir a ecologia radical à
zoologia e tornar quimérica qualquer tentativa de realizar uma sociedade
ecológica. [...] Uma nova política deveria,
quanto a mim, implicar a criação duma esfera pública "de base"
extremamente participativa, a nível da cidade, do campo, das aldeias e bairros.
Decerto o capitalismo provocou destruição tanto dos vínculos comunitários como
do mundo natural. Em ambos os casos encontramo-nos face a simplificação das
relações humanas e não humanas, à sua redução a formas interativas e
comunitárias elementares. Mas onde existam ainda laços comunitários e onde -
mesmo nas grandes cidades - possam nascer interesses comuns, esses devem ser
cultivados e desenvolvidos. Estudei este tipo de política comunal (repito:
entendo política no sentido helênico, não no seu significado atual que denomino
"estatalidade") no meu livro "O Progresso da Urbanização e o
Declínio da Cidadania". Por difícil que pareça, na Europa (e em menor
grau, creio, nos Estados Unidos) acredito na possibilidade duma confederação de
municípios livres como contra-poder de base à centralização crescente do poder
por parte do Estado-nação. Quero fazer notar que, neste campo, a política
ecológica é em muitos casos não apenas possível mas também coerente com a
ecologia concebida como estudo da comunidade, quer humana quer não humana. Uma
sociedade ecológica pressupõe formas participativas de base, comunitárias, que
tal política se propõe realizar no futuro. A ecologia não é nada se se não
ocupar do modo como interagem as formas de vida para construir e se
desenvolverem como comunidades [...]. ECOLOGIA
SOCIAL – A obra Ecologia social e
outros ensaios, do escritor anarquista verde norte-americano, Murray
Bookchin, aborda questões sobre a ecologia social, hecatombes de quarenta
milhões de bisões, sem hierarquia e sem classes, o que é a natureza, vínculos
comunitários, municipalismo comunitário, da tribo à cidade, a cidade e a urbe,
município e democracia direta, o Estado contra a cidade, as classes sociais em
reformulação, a comunidade e a fábrica, comunalismo: a dimensão democrática do
anarquismo, grupos de afinidade, autogestão e tecnologias alternativas,
sociedade e ecologia, a relação da sociedade com a natureza, o conceito de
ecologia social, a filosofia da ecologia social, ecologia e pensamento
revolucionário, anarquismo e ecologia, um manifesto ecológico, o poder de
destruir e o poder de criar, tecnologia e população, ecologia e sociedade, uma
visão de mundo mais coerente, nenhum presente parte do Estado, ecologia
profunda e um momento de transição. Veja mais aqui.
REFERÊNCIA
BOOKCHIN, Murray. Ecologia
social. Rio de Janeiro: Achiamé. 2010.
Veja
mais sobre:
Cikó Macedo & Santa Folia, James
Joyce, Marilena Chauí, Charles Darwin,
Auguste Rodin, Henri Matisse, Arto
Lindsay, Frank Capra, Mademoiselle George, Donna Reed, Revista Acervum, Graça Graúna
& Irina Costa aqui.
E mais:
Mihaly von
Zick, Paulo Moura, Pedro Onofre, Gustavo
Adolfo Bécquer, Virna Teixeira, Marcos
Rey, Marta Moyano e muito mais aqui.
James
Joyce, Ayn Rand, Enrique Simonet, Lenine, Alina Zenon, Elisa Lucinda, Paula
Burlamaqui & O sonho de Orungan aqui.
Platão,
Literatura Pernambucana, As várias vidas da alma, Padre Bidião & Oração do
Justo Juiz, Serpente de Asas, Educação, Psicologia & Sociologia,
Responsabilidade Civil & Crimes Ambientais aqui.
As
mulheres soltam o verso: Joyce
Mansour, Elizabeth Barret Browning, Lya Luft, Laura Amélia Damous, Ana Terra,
Gerusa Leal, Rosa Pena, Lilian Maial, Clevane Pessoa, Branca Tirollo, Mariza
Lourenço, Xênia Antunes, Soninha Porto, Aíla Sampaio & muito mais aqui.
Psicologia
no Brasil, Armélia Sueli Santos, Carmen Queiroz, Bárbara Rodrix, Verônica
Ferriani, Paula Moreno & Liz Rosa aqui.
Mesmer
& o mesmerismo, Nara Salles, Mirianês Zabot, Elaine Gudes, Eleonora Falcone,
Juliana Farina & Dani Gurgel aqui.
Martin
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Souza, Sandra Vianna & Elisete aqui.
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& Teca Calazans, Danny Reis, Tatiana Rocha, Valéria Oliveira, Natalia Mallo
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István
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Diniz & Patty Ascher aqui.
&
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