ROGER CRUZ – A arte do desenhista de história em banda-desenhada, Roger Cruz, em três momentos distintos. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
PSICANÁLISE – O termo psicanálise, segundo Roudinesco (1998) é
oriundo de Psychoanalyse, termo
criado por Sigmund Freud, em 1896, para nomear um método particular de
psicoterapia (ou tratamento pela fala) proveniente do processo catártico
(catarse*), de Josef Breuer e pautado na exploração do inconsciente, com a
ajuda da associação livre, por parte do paciente, e da interpretação, por parte
do psicanalista. Por extensão, dá-se o nome de psicanálise: ao tratamento
conduzido de acordo com esse método; à disciplina fundada por Freud (e somente
a ela), na medida em que abrange um método terapêutico, uma organização
clínica, uma técnica psicanalítica, um sistema de pensamento e uma modalidade
de transmissão do saber (análise didática, supervisão) que se apoia na
transferência e permite formar praticantes do inconsciente; ao movimento
psicanalítico, isto é, a uma escola de pensamento que engloba todas as
correntes do freudismo. No plano clínico, ela é também a única a situar
a transferência como fazendo parte dessa mesma universalidade e a propor que
ela seja analisada no próprio interior do tratamento, como protótipo de
qualquer relação de poder entre o terapeuta e o paciente e, em caráter mais
genérico, entre um mestre e um discípulo. Sob esse aspecto, a psicanálise
remete à tradição socrática e platônica da filosofia. Por isso é que empregou o
princípio iniciático da análise didática, exigindo que se submeta à análise
qualquer um que deseje tornar-se psicanalista. Freud foi o iniciador de uma
inversão do olhar médico que consistiu em levar em conta, no discurso da
ciência, as teorias elaboradas pelos próprios doentes a respeito de seus
sintomas e seu malestar. Mediante essa reviravolta, a psicanálise esteve na
origem dos grandes trabalhos históricos do século XX sobre a loucura e a
sexualidade. Foi num artigo de 1896, redigido em francês e intitulado “A hereditariedade e a etiologia das neuroses”,
que Freud empregou pela primeira vez a palavra psico-análise. Após muitas
hesitações, cuja evolução pode-se acompanhar na correspondência entre Freud e
Carl Gustav Jung, a palavra psicanálise se imporia em francês em 1919 (em lugar
de psico-análise), ao lado de Psychoanalyse,
já aceita no alemão em 1909 (em vez de Psychanalyse)
e de psychoanalysis, em inglês
(muitas vezes grafada como Psycho-analysis
ou Psycho-Analysis). Em
1910, em “As perspectivas futuras da terapia psicanalítica”, Freud delimitou um
enquadre “técnico” para a análise, afirmando que esta tinha por objetivo vencer
as resistências. Essa tese seria discutida muitas vezes, e os problemas da
técnica seriam objeto de diversos outros artigos, além de debates e cisões na
história do movimento psicanalítico, desde Sandor Ferenczi até Jacques Lacan.
Inspirando-se no modelo darwinista, Freud quis incluir a psicanálise entre as
ciências da natureza, ou, pelo menos, conferir-lhe um estatuto de ciência dita
“natural”. E por causa da dupla pertença da psicanálise (ao campo das ciências
da natureza e ao das artes da interpretação) que sua chamada refutação
“científica” produziu-se no campo da terapêutica. A história da psicanálise
mostra que as resistências erguidas contra ela, bem como seus conflitos
internos, sempre foram o sintoma de seu progresso atuante, de sua propensão a
fabricar dogmas e de sua capacidade de refutá-los. Essa postagem, portanto, é o
pontapé inicial para uma série de outras postagens a respeito da temática. Para
tanto, segue abaixo uma bibliografia suplementar para melhor conhecimento a
respeito do tema. Veja mais aqui, aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
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(Orgs.). Psicanálise e saúde mental: uma aposta. Rio de Janeiro: Companhia de
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São Paulo: Cengage, 2011.
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psicologia. São Paulo: Saraiva, 2001
DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
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MYERS, David. Psicologia. Rio
de Janeiro: LTC, 2006.
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Historia da psicologia moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
ZIMERMAN, David. Vocabulário
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______. Fundamentos
psicanalíticos: teoria, técnica, clínica – uma abordagem didática. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
______. Manual de técnica
psicanalítica. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Veja mais sobre:
O cis, o efêmero & eu aqui.
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