terça-feira, setembro 29, 2020

NERUDA, LILIANA SULZBACH, ALMODÓVAR, PAIGE BRADLEY, BRENNAND, CATARINA ABI-EÇAB, ORSON SCOTT CARD & ERATO


  


TRÍPTICO DGF – AQUELA DA... ENTRE A ESCOLHA & O ARREPENDIMENTO - Das escolhas as minhas culpas, carrego o mundo e sem resmungar. Já havia aprendido com Neruda: Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências. No rádio a barulhada do reporte instando Doro: Candidato, você compra voto? Sou um liso, faço, viro e mexo, dou nó em pingo d’água! Mas se tivesse bufunfa, compraria todos os votos e seria o maioral, aí você veria o que é governar, oxente! E ao votar, o senhor vende seu voto? Só voto em quem pagar mais! Não dou meu voto de graça, nunca, ora se! (Ploft! Pausa pros nossos comerciais!). Doro nunca ouviu Kant: Se o homem faz de si mesmo um verme, ele não deve se queixar quando é pisado. Muito menos Sílvio de Almeida: Não é a politica que transforma homens em corruptos, é votar em bandidos que torna a politica suja! Sei o que é um voto moral e a praga do voto vendido, porque sempre soube do que dizia Orson Scott Card: Se os porcos pudessem votar, o homem com o balde de comida seria eleito sempre, não importa quantos porcos ele já tenha abatido no recinto ao lado. Mas acontece que no Fecamepa tudo é possível, ora! Na dúvida, a descarga.

 


DUAS: A VERGASTA DO ERRO - Quando soube de Catarina Helena Abi-Eçab, lembrei-me de Labibe, aquela mesma que foi abatida num primeiro de abril & as que são esmagadas no Bom Pastor. Era sessão de estreia do premiado drama documentário O cárcere e a rua (2004), da cineasta, cientista política e jornalista Liliana Sulzbach, que conta a história de presidiárias da Penitenciária Madre Pelletier: Meu interesse não era mostrar a rotina de uma cadeia feminina, mas a capacidade do ser humano de se adaptar às adversidades, independentemente da idade. A diretora também dirigiu os curtas A cidade (2012), A invenção da infância (2000), O branco (2000), Continuidade (1997), O pulso (1997) e Batalha naval (1992), além de ter trabalhado na Spiegel TV Alemanha, como autora e diretora de documentários, e na Hamburger Kino Kompanie/Hamburgo como assistente de direção e montagem de longas-metragens, entre outras atuações na área. Lembrei mais do que ouvi de Beauvoir: O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação. Sigo adiante com almãos à obra, pé na estrada.

 


TRÊS: A REMISSÃO NO AMOR – Imagem: Erato, arte da escultora estadunidense Paige Bradley. - Ah, o amor serenou e brotou em mim como se fora a Flor de lis: a pureza corpalma na comunhão sagrada do Tao. Olvidei de Almodóvar: Existe a necessidade absoluta de se sentir desejado e neste círculo do desejo é muito raro que dois desejos se encontrem e se correspondam o que é uma das grandes tragédias do ser humano. Sim, porque é mutual: eu a amo e ela a mim. O meu desejo acende a gula com a sua sedução amável de Erato e me dá a lira para que o canto seja sempre entoado e todas as canções e poemas sejam meus para ela. E me chega nua coroada de mirto e rosas, a dispensar o arco e se armar do meu sexo para suas façanhas urgentes e prazerosas, a me dar o que de céu é o paraíso na minha vida infernal. Sou-lhe grato e súdito, beijo-lhe os pés, as pernas, coxas e sexo, enquanto sou hinos em seu louvor da música das esferas cosmogônicas, para saborear da vida como quem ama e é amado. Até mais ver.

 

OFICINA CERÂMICA FRANCISCO BRENNAND

Não interrompam este silêncio, não interrompam este sonho. Ausente das regras: não pinto como um bom pintor; nem como um pintor antigo, nem como pintor moderno. Não pinto também como um mau pintor, seja ele um louco que pinta, ou um pintor enlouquecido. Nada disso: não pinto mal nem bem, pinto às vezes como Francisco Brennand.

Trecho extraído da obra Oficina cerâmica Francisco Brennand (AIP-Perfis Pernambucanos, 1997), da jornalista, historiadora, professora e escritora, Marilourdes Ferraz, tratando sobre a vida e a obra do artista, escultor e ceramista Francisco Brennand (1927-2019), autor da Oficina Cerâmica e do Parque das Esculturas, observando-se na obra o guerreiro, as peculiaridades de mestre em cerâmica, o diário de um artista quando jovem, o mestre dos sonhos, depoimentos e fotografias. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 



KARIMA ZIALI, ANA JAKA, AMIN MAALOUF & JOÃO PERNAMBUCO

  Poemagem – Acervo ArtLAM . Veja mais abaixo & aqui . Ao som de Sonho de magia (1930), do compositor João Pernambuco (1883-1947), ...