DUAS DO TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO – Nossa! Vamos pras cenas. Primeiro: que o ator,
escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário e ativista dos
direitos humanos e civis das populações negras, Abdias do Nascimento (1914-2011), que era militar e foi perseguido,
preso diversas vezes e, inclusive, expulso do exército por sua atuação no
combate à discriminação racial. Segundo: que este autor criou em 1944, o Teatro
Experimental do Negro, promovendo apresentações teatrais, além de convenções e congressos
para debates acerca das questões raciais brasileiras, combatendo o mito da
democracia racial ocorrida nos anos 1960 e, consequentemente, não resistindo
aos embates, o teatro foi extinto por dificuldades financeiras em 1961. O depoimento
acerca de tudo isso está no texto Teatro
Experimental do Negro: trajetórias e reflexões (Estudos Avançados, 2004),
oriundo da peça teatral homônima de 1959, em que ele expressa: Era previsível, aliás, esse destino polêmico
do TEN, numa sociedade que há séculos tentava esconder o sol da verdadeira prática
do racismo e da discriminação racial com a peneira furada do mito da “democracia
racial”. Mesmo os movimentos culturais aparentemente mais abertos e
progressistas, como a Semana de Arte Moderna, de São Paulo, em 1922, sempre
evitaram até mesmo mencionar o tabu das nossas relações raciais entre negros e
brancos, e o fenômeno de uma cultura afro-brasileira à margem da cultura
convencional do país. Por conta disso, se faz necessário mencionar que o autor
possui diversas obras, a exemplo de Race and ethnicity in Latin America - African
culture in Brazilian art (1994); Brazil, mixture or massacre?
essays in the genocide of a Black people (1989); Racial Democracy in
Brazil, Myth or Reality?: A Dossier of Brazilian Racism (1977); O
Quilombismo (Vozes, 1980); O
Genocídio do Negro Brasileiro (Paz e Terra, 1978), entre outros publicados
no Brasil e no exterior, além de filmes que vão desde O homem do Sputnik
(1959), Cinco vezes favela (1962), Cinema de Preto (2005) e de documentários
sobre sua trajetória. Homenagem feita e justa nestes tempos obscuros de
execrável racismo. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui,
aqui, aqui & aqui.
TRÊS DECEPÇÕES EM CIMA DA BUCHA & A
RESILIÊNCIA EM DIA - Imagem do
fotógrafo tcheco Jiří Růžek – Apesar de tudo, nunca esmoreci. Situação aversiva que
fosse, nunca baixei o badalo. Escapava fedendo, arriava aos farrapos e, no
outro dia, pronto para outra e novinho em folha. Isto quer dizer que enverguei
de quase torar de sobrar os farelos, mas depois de ter morrido um tanto de vezes,
ressuscitava. Foram tantas mesmo que perdi a conta, já me acostumei a dormir
entre escombros e acordar como se fosse a primeira vez e nada tivesse
acontecido antes. Nunca esqueci Helen Keller: Nunca se
pode concordar em rastejar, quando se sente ímpeto de voar. Ah,
mas tem os que atrapalham e como tem! Não só jogam do contra, como impedem ou
fazem de tudo para que não se consiga o que quer que seja. E se conseguir, dizem
que botam o olho gordo daquilo se perder, quebrar ou emperrar na hora. O que me
ofereciam de figa, simpatias e protetores curiosos, oxe, meio mundo de tranqueira
para me proteger dos agouros dos maledicentes. Na minha, só me valia dos ditos
daquela escritora britânica Eleanor
Hibbert (1906-1993) com seus trocentos pseudônimos: Realmente acredito que existem algumas
pessoas que odeiam contemplar a felicidade dos outros. Nunca se arrependa. Se
for bom, é maravilhoso. Se for ruim, é experiência. Foi disso que aprendi
a levar tudo como lição. Se não deu, aprendi, mesmo cônscio do fracasso
recorrente. Ora, foi muito aprendizado, enormes aprendizagens. Trocando em
miúdos, vivi plenamente, nada a reclamar. Até mais ver.
A FOTOGRAFIA DE MAÍRA ERLICH
Gosto de enxergar a fotografia como algo muito além de ser só um
registro, a fotografia tem muitas oportunidades de ser algo maior, mais
profundo e transformador para muita gente. Você produzir uma foto que faça uma
pessoa repensar todo o mundo dela eu acho isso um poder incrível.
A arte
da premiada fotógrafa Maíra Erlich. Veja mais aqui & aqui.


