quinta-feira, abril 30, 2015

LORCA, ELLINGTON, TRIER, PARCERO, GÊNESE AFRICANO, GALHARDO, MEIMEI CORRÊA, RÔ LOPES & TERRA DAS CABRAS.


COMO VEIO A PRIMEIRA CHUVA – Na reunião de histórias denominadas O gênese africano (Cultrix, 1962), encontrei a lenda Como veio a primeira chuva: Uma vez, há muito tempo, nasceu uma filha a Obassi Osaw e um filho a Obasi Nsi. Quando ambos chegaram à idade de casar, Nsi mandou uma mensagem e disse: - Troquemos os filhos. Eu te mandarei meu filho para que despose uma das tuas jovbens e tu manda-me tua filha para que seja minha mulher. Obasi Osaw aceitou. Assim o filho de Nsi foi para o céu, levando consigo muitos e belos presentes e Ara, a jovem do céu, veio ficar cá embaixo, na terra. Com ela viera sete escravos e sete escravas, que o pai lhe deu, para que trabalhassem para ela, e assim ela não fosse obrigada a fazer nada. Um dia, de manhã cedo, Obasse Nsi disse à nova esposa: - Vai trabalhar na minha fazenda! Ela respondeu: - Meu pai deu-me os escravos para trabalharem por mim. Por isso manda-os a eles. Obassi Nsi se irritou e disse: - Não ouviste eu dar-te as minhas ordens? Tu mesma tens de trabalhar na minha fazenda. Quanto aos escravos, eu lhes direi o que eles têm de fazer. A moça foi, se bem que de má vontade e quando voltou à noite, mal se aguentando em pé, Nsi disse-lhe: - Vai imediatamente ao rio e traz água para todos. Ela respondeu: - O trabalho na fazenda me deixou exausta. Os meus escravos não poderão, pelo menos, fazer isso, enquanto eu descanso? Nsi recusou novamente e a empurrou para fora e ela andou muitas vezes de um lado para outro com as bilhas pesadas. Quando caiu a noite, não tinha ainda acabado. Na manhã seguinte, Nsi mandou-a fazer serviços ainda mais humildes e durante o dia inteiro a fez trabalhar, cozinhar, ir buscar água, acender o fogo. Também naquela noite ela estava cansadíssima, quando finalmente pôde dormir. Na madrugada do terceiro dia, Nsi disse-lhe: - Vai cortar lenha e traz-me um feixe grande. – Ora, a moça era hovem e não estava acostumada a trabalhar, por isso, enquanto caminhava chorava e chorava ainda quentes lágrimas, quando voltou com o seu pesado fardo. Apenas Nsi a viu entrar chorando, a chamou: - Vem aqui e deita-te a meus pés... Quero envergonhar-te na presença de toda a minha gente... Então a moça chorou ainda mais amargamente. Não lhe deram de comer até ao meio-dia do dia seguinte e mesmo então não lhe deram o bastante. Quando ela acabou de comer, Nsi lhe disse: - Vai e traz-me um grande punhado de erva para estontear os peixes. A moça foi para o bosque a procurar a planta, mas quando entrava na mata, um espinho lhe entrou no pé. E ela ficou caída por terra, sozinha. Durante todo o dia ali ficou sofrendo, mas depois do pôr do sol começou a sentir-se melhor. Levantou-se e conseguiu arrastar-se, coxeando, até casa. [...] Dali a pouco um dos escravos desceu até ao rio. Perguntou-lhe: - Mandaram-te esta madrugada buscar água. Por que não voltaste para casa? A jovem respondeu: - Não voltarei. [...] Pôs-se então, a procurar a estrada por onde Obassi Osaw a mandara para a terra. Chegou a uma árvore muito alte e viu que dela pendia uma longa corda. Disse para si mesma: “É esta a estrada por onde meu pai me mandou”. Agarrou a corda e começou a trepar nela. Não chegara ainda à metade do caminho e já se sentia muito cansada e seus suspiros e suas lágrimas subiam até ao reino de Obassi Osaw. Parou a meio do caminho e descansou um pouco. Depois recomeçou a subir.Depois de muito tempo, chegou ao cimo da corda e encontrou-se nos limites do país de seu pai. Chorando sempre, sentou-se aqui, quase morta de cansaço. [...] Obasse ouviu, mas não podia crer, contudo disse: - Toma dez escravos e, se por acaso, como dizes, encontrares minha filha, trá-la para casa. [...] Quando os membros da associação Angbu deceparam as orelhas do filho de Obassi Nsi, levaram-nas a Obassi Osaw e abandonaram o rapaz na estrada que conduz à terra, como fora condenado. [...] O rapaz avançava, meio cego pela chuva e, enquanto caminhava, pensava: “Obasi Isaw pode fazer-me o que quiser. Até agora nunca fez nada de mal. Somente por culpa da crueldade do meu pai, tenho de suportar tudo isto”. Assim as suas lágrimas se juntaram às de Ara e caíram sobre a terra, sob a forma de chuva. Até aquele momento nunca, sobre a terra, havia caído chuva. Caiu a primeira vez, quando Obassi Osaw fez desencadear aquele vento forte que arrastou o filho do seu inimigo. Veja mais aqui.

Imagem: Cartografia íntima, nº 35, da artista visual mexicana Tatiana Parcero.

Ouvindo no Dia Internacional do Jazz o álbum Such Sweet Thunder (Columbia/Legado, 1957), do compositor, pianista de jazz e líder de orquestra estadunidense Duke Ellington – The Duke (1899-1974), inspirado na obra de William Shakespeare.

O VOO DA MULHER & MULHERES NO MUNDO – o Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 08 de março; o Dia Nacional da Mulher é comemorado hoje, todo dia 30 de abril. Para mim, já há alguns anos, adotei o pensamento e ação de que, no final das contas, não são apenas dois dias para se comemorar a trajetória da mulher na história da humanidade e, sim, advogo a ideia de que Todo dia é dia da mulher. E assim faço, afinal, todo dia é dia de reconhecer a importância da mulher na construção da humanidade. E aproveito o ensejo dessa data comemorativa para, ao mesmo tempo, homenagear a todas as mulheres de forma ampla e generalizada e, por tabela, dedicar este espaço, também, ao reconhecimento do trabalho determinado, da dedicação, da parceria, da persistência e perseverança, da comunhão de sonhos e desejos desempenhados pela querida Meimei Corrêa ao longo dos últimos anos, seja na convivência diária, nas campanhas e promoções, no trabalho desenvolvido na programação do Projeto MCLAM, na atualização do seu sensacional Baú de Ilusões – o amor leva à vida, com a sua disposição em divulgar novos e consagrados talentos e em difundir além da arte, o amor e a valorização do ser humano. Aqui a minha homenagem e minha eterna gratidão. Veja mais aquiaquiaqui e aqui.

TERRA DOS ADORADORES DE CABRAS – No Dicionário de lugares imaginários (Tinta-da-China, 2013), do historiador e escritor italiano Gianni Guadalupi (1943-2007) e do escritor argentino Alberto Manguel, trata de lugares tais como O País das Maravilhas, de Lewis Carrol e a Eudoxia, de Ítalo Calvino, tornando-se uma pequena enciclopédia de cidades, reinos e referencias geográficas que só existem na imaginação. Nela encontrei a Terra dos adoradores de cabras, a qual trata de uma: vasta planície delimitada por uma cordilheira de montanhas no sudeste da Rússia. É parcialmente coberta de pinhais e de cabanas primitivas feitas de ramos e juncos, algumas agrupadas em aldeias rudimentares, outras disseminadas entre os pinheiros. O único mobiliário das cabanas são esteiras de juncos. Os Adoradores de Cabras são primitivos e vestem‑se com peles de cabra. No entanto, usam lanças com pontas de ferro e machados de metal, que sugerem ter estado em contacto com raças mais sofisticadas. São afáveis e hospitaleiros, sempre dispostos a partilhar com os visitantes a sua parca dieta de leite, carne seca e queijo. Quando chegam desconhecidos, os chefes de família tiram à sorte com seixos pretos e brancos. Aqueles que tiram seixos pretos do toucado do chefe dão aos desconhecidos uma cabra que lhes fornecerá leite e mandarão as mulheres dormir com eles. Recusar esse favor é um insulto grave e tanto as mulheres como os maridos ficarão profundamente ofendidos. Se os visitantes permanecerem durante um período longo, outras mulheres casadas substituirão as primeiras. A língua dos Adoradores de Cabras é áspera e gutural, semelhante ao coaxar das rãs. A felicidade manifesta‑se emitindo gritos e uivos penetrantes e são usados gritos semelhantes para expressar encorajamento e gratidão. Quando os desconhecidos levam as mulheres para as cabanas, os homens reúnem‑se no exterior e emitem brados de encorajamento e de felicidade. Como resposta a uma manifestação de gratidão, cospem no rosto do seu interlocutor reconhecido e depois limpam‑lhe a cara com as barbas. De vez em quando, os Adoradores de Cabras desfilam até à floresta, conduzidos por homens armados e seguidos de quatro mulheres que levam ao colo filhos pequenos. As crianças são coroadas com folhas. Depois, pintam‑lhes os corpos e esventram‑nas ritualmente em frente de um grande carneiro, enquanto o povo observa, ajoelhado com devoção. Veja mais aqui.

A CASA DE BERNARDA ALBA – O drama de três atos A casa de Bernarda Alba (1936), que juntamente com os textos Bodas de Sangue (1933) e Yerma (1934), é a terceira peça teatral da trilogia de dramas folclóricos do escritor e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca (1898-1936). A peça se passa no interior da casa da matriarca dominadora com suas cinco filhas em um povoado no interior da Espanha, sob pesado luto de oito anos, submetendo-se a todos à reclusão de janelas fechadas. Dela destaco o trecho do segundo ato: (A Criada limpa. Soam os sinos.) CRIADA (Elevando o canto.) – Blim, blim, blão. Blim, blim, blão. Que Deus lhe tenha perdoado! MENDIGA (Com uma meninazinha.) – Louvado seja Deus! CRIADA Blim, blim, blão. Que espere por nós muitos anos! Blim, blim, blão. MENDIGA (Forte e com certa irritação.) – Louvada seja Deus! CRIADA (Irritada.) – Para sempre! MENDIGA Venho para levar as sobras. (Cessam os sinos.) CRIADA Pois podes ir. As de hoje são para mim. MENDIGA Tu tens quem ganhe para dar-te, mulher. Eu e minha filha estamos sós! CRIADA Também os cães estão sós, e vivem. MENDIGA Sempre me dão as sobras. CRIADA Fora daqui! Quem lhes disse que entrassem? Já me deixaram as marcas dos pés no chão. (Vão-se. Põe-se a limpar.) Chão polido com azeite, armários, pedestais, camas de ferro, para que bebamos fel as que como nós vivemos em choupanas, com um prato e uma colher. Espero em Deus que nem um só de nós fique para semente. (Voltam a soar os sinos.) – Sim, sim, venham clamores! Venha o caixão com fios dourados e coberto com enfeites de luto para o levar! Como estás agora, estarei eu um dia! Amofina-te, Antônio Maria Benavides, esticado na tua roupa nova, com as tuas botas perfeitas! Amofina-te! Já não voltarás a me levantar as saias atrás da porta do curral! (Pelo fundo, de duas em duas, começam a entrar Mulheres de Luto, com grandes lenços, vestidos de cauda e leques pretos. Entram lentamente até encher a cena. A Criada rompe os gritos.) – Ai! Antônio Maria Benavides, que já não verás estas paredes, nem comerás o pão desta casa! Fui a que mais te quis bem entre aquelas que te serviram. (Desgrenhando-se.) – E hei de viver depois de teres partido? Hei de viver? (Acabam de entrar as duzentas Mulheres e aparecem Bernarda e suas cinco Filhas.) BERNARDA (Para a Criada.) – Silêncio! CRIADA (Chorando.) – Bernarda! BERNARDA Menos gritos e mais obras. Devias ter procurado limpar mais tudo isto para receber o cortejo. Vai-te. Não é este o teu lugar. (A Criada se vai chorando.) – Os pobres são como os animais; parecem feitos de outras substâncias. 1 ª MULHER Os pobres também têm seus sofrimentos. BERNARDA Mas logo esquecem diante de um prato de grãos-de-bico. MOÇA (Com timidez.) – Comer é preciso para viver. BERNARDA Na tua idade não se fala diante das pessoas mais velhas 1 ª MULHER Cala-te, menina. BERNARDA Nunca deixei que ninguém me desse lições. Sentem-se. (Sentam-se. Pausa. Forte.) – Não chores. Madalena. Se queres chorar, vai para debaixo da cama. Ouviste? 2 ª MULHER (A Bernarda.) – Já iniciaste os trabalhos na eira? BERNARDA Ontem. 3 ª MULHER O sol está que nem chumbo. 1 ª MULHER Faz anos não sinto um calor igual. (Pausa. Todas se abanam) [...].Veja mais aqui e aqui.

PÉTALAS DO SILÊNCIO - A poeta, advogada e administradora pública e de empresas – especializada em Administração Pública, Rosângela Lopes Bezerra – ou simplesmente Rô Lopes, é também especialista em direito civil, processual civil, direito eleitoral e direito do consumidor. Ela é membro da Academia Itapirense de Letras e Artes (AILA), tem textos publicados na antologia Alimento da Alma e reúne seus trabalhos literários no Recanto das Letras e no blog Art Pop. Entre seus versos, destaco inicialmente Pétalas do silêncio: Como o despetalar das flores ao vento / As horas passam lentas... Silenciosas... / Meu quarto – um mundo! / Um céu de estrelas / espargindo luz cor de rosa / As plumas se perderam na imensidão / As brumas emudeceram / O sol tornou-se frio de repente / A lua se escondeu na nuvem de algodão / Os vaga-lumes comandam a noite / Tem espasmos de prata no chão / Há um lago onde os cisnes repousam / Dentro do meu céu! / Eu na cama entre cetim rubro / Exalo perfume como rosas ao léu / Os pássaros não cantam... Dormitam / A volúpia tomou conta do ambiente / um vulto surge na penumbra / Silhueta misteriosa que mal conheço / Aconchego-me na brisa carinhosa / a espera do beijo desejado / O silêncio cada vez mais lento / Nem ouço meu respirar... / Foi ele quem chegou... / Faceiro... / Como flocos de neve / A me beijar./ Eu... Uma chama viva / Uma felina... Com jeito de menina / Serpenteando como quem fascina / Começamos a delirar... / Silêncio! / Deixe nosso corpo expressar... / Ah! Também o seu Divagando Ternura merece destaque: Elevei meus olhos / Que divagaram pelo infinito / Tentando inspirar de / Uma única vez / Toda ternura das estrelas / Fui tocada por sublime / Brisa com perfume de / Alecrim / E envolta no clarão da lua / Entreguei-me ao momento / Que eternizou em / Minutos sem fim / Tão amada senti... / Que a solidão que / Tanto atormenta / Junto ao pássaro / Do amor que acalenta / Desfrutou deste / Carinho junto a mim. Por fim, o seu Vem: Eu / Solto / O grito / O desejo / Conquista-me / Aperta-me entre lábios / Beija-me com tuas mãos / Saboreia-me com os olhos / Ama-me com o pensamento / Possui-me com o teu corpo! / Ansiosa espera esta menina por ti / Ela precisa se sentir mulher... Espero... / Vem! Veja mais aqui e aqui.

DOGVILLE – O filme Dogville (2003), escrito e dirigido pelo cineasta dinamarquês Lars von Trier, faz parte da trilogia EUA Terra de Oportunidades, com sequencia Manderlay e Washington. Dividido em dez partes por um prólogo e nove capítulos, desenvolve sua trama em pequena cidade estadunidense Dogville, na época da grande depressão, contando a história de um escritor que protela a escrita do seu livro, passar a pregar sermões sobre o rearmamento moral, quando conhece a bela jovem Grace que é fugitiva de gangsters. Surge então um romance escondido entre ambos, até que a polícia aparece com cartazes com o retrato dela como procurada. A população não a entrega, mas passa a escravizá-la, retratando pessoas cruéis, egoístas, mesquinhas e arrogantes. Destaque para o papel desempenhado pela premiada e belíssima atriz e produtora de cinema australiana Nicole Kidman. Veja mais aqui e aqui.


IMAGEM DO DIA
Sex-shop (2003), do cartunista Caco Galhardo.


Veja mais sobre:
O direito à informação e qual informação, A formação social da mente de Lev Vygotsky, O retrato do Dorian Gray de Oscar Wilde, a poesia de Manuel Bandeira, a pintura de Vincent van Gogh & a música de Gonzaguinha aqui.

E mais:
O desditoso amor de Tomé & Vitalina aqui, aqui, aqui e aqui.
As funduras profundas do coração de uma mulher, A arte de amar de Erich Fromm, a música de Claude Debussy & Isao Tomita, a poesia de Paul Verlaine & Ledo Ivo, a pintura de Fabius Lorenzi, a arte de Cornelia Schleime & Lula Queiroga aqui.
Fonte, Mal-estar na civilização de Sigmund Freud, O jardineiro do amor de Rabindranath Tagore, O homem que calculava de Malba Tahan, Escritos loucos de Antonin Artaud, Amem de Costa-Gavras, a música de Fátima Guedes, a pintura de Vincent van Gogh, Cia de Dança Lia Rodrigues & Brincarte do Nitolino aqui.
Mulheres de Charles Bukowski, a poesia de Konstantínos Kaváfis, O entendimento humano de David Hume, O sentido e a máscara de Gerd Bornheim, a literatura de Gonzalo Torrente Ballester, a música de Brahms & Viktoria Mullova, o cinema de Imanol Uribe, a pintura de Monica Fernandez, Academia Palmarense de Letras (APLE), Velta & Emir Ribeiro aqui.
A paixão avassaladora quando ela é a terrina do amor & a pintura de Julio Pomar aqui.
A síndica dos seios oníricos, a fotografia de Luis Mendonça & Tataritaritatá no Palco Aberto aqui.
Função das agências reguladoras aqui.
Fecamepa: quando a coisa se desarruma, até na descida é um deus nos acuda aqui.
A educação no positivismo de Auguste Comte aqui.
Aurora Nascente de Jacob Boehme, A teoria quântica de Max Planck, A megera domada de William Shakespeare, a música de Pixinguinha, a pintura de Marcel René Herrfeldt, Bowling for Columbine de Michael Moore, a arte de Brigitte Bardot, a Biopoesia de Silvia Mota & PEAPAZ aqui.
Infância, Imagem e Literatura: uma experiência psicossocial na comunidade do Jacaré – AL, A trilha dos ninhos de aranha de Ítalo Calvino, Mademoiselle Fifi de Guy de Maupassant, A mandrágora de Nicolau Maquiavel, A paixão selvagem de Serge Gainsbourg & Jane Birkin, a arte de Maria de Medeiros, a música de Cole Porter, a pintura de Odilon Redon, Quasar Cia de Dança & Sopa no Mel de Ivo Korytowski aqui.
A lenda do açúcar e do álcool, História da Filosofia de Wil Durant, Educação não é privilégio de Anísio Teixeira, Não há estrelas no céu de r João Clímaco Bezerra, a música de Yasushi Akutagawa, a pintura de Madison Moore, o teatro da lenda da Cumade Fulôsinha & o espetáculo de dança Bem vinda Maria Flor aqui.
Cruzetas, os mandacarus de fogo, Concepção dialética da História de Antonio Gramsci, O escritor e seu fantasma de Ernesto Sábato, Sob o céu dos trópicos de Olavo Dantas, a pintura de Eliseo Visconti, a fotografia de Rita-Barreto, a ilustração de Benício & a música de Rosana Sabença aqui.
O passado escreveu o presente; o futuro, agora, Estudos sobre Teatro de Bertolt Brecht, A sociolingüística de Dino Preti, Nunca houve guerrilha em Palmares de Luiz Berto, a música de Adriana Hölszky, a escultura de Antonio Frilli, a arte de Thomas Rowlandson, a pintura de Dimitra Milan & Vera Donskaya-Khilko aqui.
O feitiço da naja, Sistema de comunicação popular de Joseph Luyten, Palmares e o coração de Hermilo Borba Filho, a poesia de Mário Quintana, o teatro de Liz Duffy Adams, a música de Vanessa Lann, a fotografia de Joerg Warda & Luciah Lopez aqui.
A rodagem de Badalejo, a bodega de Água Preta, O analista de Bagé de Luis Fernando Veríssimo, O enredo de Samira Nahid Mesquita, O teatro de Sábato Magaldi, a música de Meredith Monk, Pixote de Hector Babenco, a arte de Vanice Zimerman, a pintura de Robert Luciano & Vlaho Bukovac aqui.
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quarta-feira, abril 29, 2015

BANDEIRA, KAWABATA, JOÃO CABRAL, BARAKA, VATSYAYANA, SOVERAL & ROSA, ABRAHAM, KIRSTEL & ARY BUARQUE.


DANÇA DOS MENINOS – Nitolino acordou cedo com a algazarra do SuperPontinho acordando a turminha dos Falanges – Mindinho, Seu Vizinho, Maior de Todos, Cata-Piolhos & Fura-Bolos -, que puxou o Cravo e arengou com a Rosa que estava com o Lobisomem Zonzo e o Gordim dando bundada no Jequim que futucava Maluquim que azucrinava Bichim que falava pra Nita que incentivava a Ísis pra falar com Vó Carma e levar Pai Lula pra contar uma história do Alvoradinha que queria cantar com Tia Nilda e dançar no Reino Encantado de Todas as Coisas a música Coração Civil de Milton Nascimento & Fernando Brant: Quero a utopia, quero tudo e mais / Quero a felicidade nos olhos de um pai / Quero a alegria muita gente feliz / Quero que a justiça reine em meu país / Quero a liberdade, quero o vinho e o pão / Quero ser amizade, quero amor, prazer / Quero nossa cidade sempre ensolarada / Os meninos e o povo no poder, eu quero ver / São José da Costa Rica, coração civil / Me inspire no meu sonho de amor Brasil / Se o poeta é o que sonha o que vai ser real / Bom sonhar coisas boas que o homem faz / E esperar pelos frutos no quintal [...] Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida Eu viver bem melhor / Doido pra ver o meu sonho teimoso,um dia se realizar. LEMBRETE: Hoje é dia de reprise do programa Brincarte do Nitolino, nos horários das 10hs e das 15hs, no blog do Projeto MCLAM, com apresentação da garota Isis Corrêa Naves. Para conferir o programa online nos horárias das reprises, é só ligar o som e acessar aqui ou aqui.

Imagem: Dancing, do artista plástico estadunidense de origem cubana Jose Manuel Abraham.

Ouvindo o álbum duplo Pas de deux (1905-2008), dos compositores portugueses Isabel Soveral & António Chagas Rosa.

DANÇA, ALAGOAS – Conheci o professor e dançarino alagoano Ary Buarque quando ele lançou o primeiro site oficial de dança, o Dança Alagoas, disponibilizando informações, dicas e muitas coisas interessantes. A receptiva forma como Ary trata as pessoas, seja nos relacionamentos sociais, seja no trato com seus alunos e dançarinos, nos fez estreitar amizade para realizar parcerias, promover debates e estarmos sempre juntos na luta pela difusão e promoção da arte na escola, no convívio humano, nas relações entre as pessoas, enfim, arte todo dia e o dia todo. Isso faz algum tempo, depois soube da transformação para Centro de Dança Ary Buarque, onde ele passou a ministrar aulas e promover a dança no estado alagoano. Na época ele me concedeu uma entrevista a respeito do seu trabalho, suas propostas, projetos e objetivos. Confira aqui.

A DANÇARINA – Inspiradoras lições são encontradas num manual escrito séculos atrás, que já foi transformado em teatro e cinema, e que até hoje, ultrapassando a barreira do tempo, se mantém como material vivo para um melhor desenvolvimento humano. Exemplo disso, é o que se encontra no capítulo 1 – Sobre os adornos pessoais, sedução, corações e medicamentos tônicos -, da Parte VII – Sobre os modos de atrair os outros -, do mais que atemporal e fascinante livro Kama Sutra, de Vatsyayana, no qual, entre tantas lições imperdíveis, encontrei esse trecho que muito bem diz com relação ao dia de hoje : [...] O que foi dito sobre elas também pode ser aplicado às filhas de dançarinas, cujas mães devem dá-las somente a pessoas que possam tornar-se úteis para elas de diversas maneiras. Assim terminam as formas de fazer com que alguém se torne adorável sob os olhos de outros. Veja mais aqui.

A DANÇARINA DE IZU – No livro de contos A dançarina de Izu (1926 – Cultrix, 1962), do escritor japonês prêmio Nobel de Literatura de 1968, Yasunari Kawabata (1899-1972), narra as experiências autobiográficas do autor durante a sua vida de estudante, fazendo uma viagem à península de Izu, Tóquio. Da obra destaco o trecho de A pequena dançarina de Isu – Izu no Odoriko: A hospedaria Koshuya ficava logo à entrada norte de Shimoda. Nas pegadas dos meus companheiros de viagem, subi para o primeiro andar da hospedaria, que mais parecia um sótão. [...] Os artistas trocavam algres cumprimentos com os fregueses da hospedaria, que eram também artistas ambulantes. O Porto de Shimoda devia ser o ninho dessas aves migratórias. Kaoru deu algumas moedas de cobre à filha do dono da hospedaria. Quando me despedi para sair, ela, arrumando-me o gueta, murmurou: - Leve-me hoje ao cinema, sim? Guiados por um homem de aparência duvidosa, eu e Eikiti fomo-nos instalar numa outra hospedaria, cujo dono se dizia ex-prefeito. Depois de banhar-nos, comemos peixe freco. – Peço-lhe que compre algumas flores para os sacrifícios de amanhã – disse eu ao meu companheiro de viagem, dando-lhe algum dinheiro. Eu tinha de voltar para Tóquio no dia segujnte. Meu dinheiro acabara, e como dissera aos artistas que minha volta era devida a obrigações escolares, não puderam prender-me com insistências. Jantei cedo, menos de três horas depois do almoço e, sozinho atravessei a ponte norte da cidade. Escalei o Fuji de Shimoda, e lá de cima fiquei a contemplar o porto. Na volta passei pela hospedaria Koshuya, e encontrei as artistas jantando um cozido de frango. Convidaram-me: - Não quer provar um pouco? Está sujo porque nós, mulheres, já pusemos o hashi dentro. Mas isso servirá, ao menos, como tema para anedotas de viagem. A senhora de meia idade tirou da mala uma xícara grande e hashi, e mandou Yurilo lavá-los. [...] Quando com a saída dos demais, ficaram na sala apenas Tiyoko e Yuriko, convidei-as para irem ao cinema. Tiyoko, apertando o ventre com as mãos e olhando-me com ar de abatimento, escusou-se: - Estou adoentada. Sinto-me enfraquecida por ter andado daquele jeito. Quando a Yukiro, endireitou o corpo e baixou a cabeça. A pequena dançarina estava no andar térreo brincando com a criança da hospedaria; tão logo me viu descer, começou a instar com a mãe para que a deixasse ir ao cinema. Em seguida, com ar desapontado, veio até mim e arrumou-me o gueta. – Que foi? Por que não vais sozinha com ele? – perguntou Eikiti. Ao que parece, a mãe negara consentimento a Kaoru. Eu não podia compreender por que não podia ela ir sozinha comigo. Quando saí para a varanda, a pequena dançarina estava acariciando a cabeça do cachorro. Mostrava-se tão indiferente que desisti de lhe dirigir a palavra. Fui só ao cinema. Narradora lia explicações à luz da lamparina, quando lá cheguei. Pouco me demorei: voltei logo para a minha hospedaria onde, com o cotovelo apoiado no rebordo da janela, fiquei longas horas a contemplar a cidade trevosa e noturna. Pareceu-me ouvir ao longe, ininterrupto, o leve tantã de um tambor. Não sei por que razão, as lágrimas começaram a rolar-me pela face, uma após outra [...]. Veja mais aqui e aqui.

NÃO SEI DANÇAR – No livro Libertinagem (Pongetti, 1930), do poeta, tradutor, critico literário e de arte, Manuel Bandeira (1886-1968), consta o belíssimo poema Não sei dançar: Uns tomam éter, outros cocaína. / Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria. / Tenho todos os motivos menos um de ser triste; / Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria... / abaixo Amiel! / E nunca lerei o diário de Maria Bashkirtseff. / Sim, já perdi, pai, mãe, irmãos. / Perdi a saúde também. / É por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz-band. / Uns tomam éter, outros cocaína. / Eu tomo alegria. / Eis por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda. / Mistura muito excelente de chás... / Esta foi açafata.../ - Não, foi arrumadeira. / E está dançando com o ex-prefeito municipal. / Tão Brasil! / De fato este salão de sangues misturadoas parece o Brasil.../ Há até a fração incipiente amarela / na figura de um japonês. / O japonês também dança maxixe: / Acugêlê banzai! / A filha do usineiro de Campos / olha com repugnância / para a crioula imoral. / No entanto o que faz a indecência da moça / é aquele cair de ombros.../ Mas ela não sabe... / Tão Brasil! / Ninguém se lembra de política... / Nem dos oito mil quilômetros de costa... / O algodão do Seridó é o melhor do mundo? Que me importa? / Não há malária nem moléstia de Chagas nem ancilóstomos. / A sereia sibila e o ganzá do jazz-band batuca. / Eu tomo alegria! Veja mais aqui.

A DANÇA – O poema A dança (Quingumbo, 1980), do poeta, dramaturgo, ensaíta e militante negro estadunidente da Geração Beat, LeRoi Jones – Amiri Baraka (1934-2014), na tradução de Italo Moriconi Junior: (explicado / por um homem mais velho. Me disse como. Me / mostrou. Não eram passos, mas / a instância do músculo. Uma posição / para mim mesmo: mover-se. / Duncan / dizia da dança. Seus poemas / cheios do que há tanto queríamos / que fosses. Uma / dança. E todas as suas palavras / saiam dali. Que havia / alguma elegância brilhante / que a carne triste do corpo / fazia. Algum gesto, que / se nos tornássemos, por um instante intenso / nos transformaria / em criaturas de ritmo. / quero ser cantado. Quero / minha carne e todos os meus ossos murmurados / contra o flutuante céu / espesso do inverno. / me quero / dança. Como sou se / tenho amor ou tempo ou espaço / para me sentir. / O tempo do pensamento. O espaço / do movimento real. (Para onde eles / alçaram o mar e me têm / contra minha vontade). Eu disse, também, / ama, sendo mais velho ou mais jovem / que teu mundo. Estou inclinado / a me deitar, amar, te convidar / agora, inclinado a sentir as coias / que só eu creio. / E que eu possa uma vez criar-me / a mim mesmo. E que tu, seja quem for / sentado agora respirando minhas palavras, / possa criar um ser somente teu. Que / vai me amar. Veja mais aqui.

BAILARINA – A poesia de João Cabral é indispensável, faz parte das minhas leituras diárias de aprendizado poético. A sua forma de expressar o poema é uma das mais admiráveis demonstrações do fazer poético. Dele retiro lições diárias, procurando aprimorar sempre e, ao mesmo tempo sabendo, que a caminhada desse aprendizado é longa e com experiências inenarráveis. No livro Poesia Completa (Glaciar, 2011), do poeta e diplomata de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), encontrei o poema Bailarina: A bailarina feita / de borracha e pássaro / dança no pavimento / anterior do sonho. / A três horas de sono, / mais além dos sonhos, / nas secretas câmaras / que a morte revela. / Entre monstros feitos / a tinta de escrever, / a bailarina feita / de borracha e pássaro. / Da diária e lenta / borracha que mastigo / Do inseto ou pássaro / que não sei caçar. Veja mais aqui, aqui e aqui.

PAS DE DEUX – A animação e curta de dança Pas de Deux (Duo, National Film Board of Canada - Columbia Pictures, 1968) – ganhador de 17 prêmios e o Oscar de Melhor Filme de Animação em 1969, com roteiro escrito por Norma McLaren, fotografia e cinematografia conduzida por Jacques Fogel, mostrando dois bailarinos interpretam uma dança muito surreal, interpretado pela dupla Margaret Mercier e Vincent Warren. Veja mais aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
Pas de deux - Nude Photography -, do fotógrafo estadunidense M. Richard Kirstel (1950-1996)



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Caraminholas do miolo de pote, O homem pós-orgânico de Paula Sibilia, a poesia de Guillaume Apollinaire, a literatura de Antoine de Saint-Exupéry, a música de Diamanda Galás, a fotografia de Jim Duvall, a pintura de Marie Fox & a arte de Luciah Lopez aqui.
Migrante entre equívocos, A tragédia da cultura de Georg Simmel, Santuário de William Faulkner, Cibercultura de André Lemos, a música de Ivan Lins & Sá & Guarabira, a pintura de James McNeill Whistler, o cinema de Tony Richardson & Lee Ann Remick, a arte de Lanoo & Yosuke Onishi aqui.
Lagoa da Prata, Cultura & arte pós-humana de Lucia Santaella, O folclore no Brasil de Basílio de Magalhães & Moacir da Costa Lopes, a música de Belchior, a fotografia de Tatiana Mikhina, a pintura de Joseph Mallord William Turner & a arte de Wesley Duke Lee aqui.
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TRÊS POEMAS & A DANÇA REVELOU O AMOR...

Fiery Dance - Dance Painting, do artista plástico russo Andrew Atroshenko

TRÊS POEMAS & A DANÇA REVELOU O AMOR...


PAS DE DEUX
 
Deutsche Operam Rhein Ballet Calendar, by Klaus Kampert

No palco do meu coração sedento jamais houvera tamanha fascinação, jamais houvera, porque algo mais infrene se fizera aroma de seiva na noite fria de agosto: a presença resplendente do seu corpo de mulher.

Ah, jamais houvera tão irresistível: à meia luz seu jeito maçã desolada, cabeça pendida no ombro da solidão. Na horagá, a minha chegada de sempre: a captura. E franze o rosto, cerra as pálpebras, morde os lábios e estremece suplicante a suspirar o magnetismo do coração que palpita na sintonia que nos impele um ao outro. Nada a deter e o amor embala na rede dos devaneios quando nos píncaros da sedução se insinua num écarté para me provocar com requisições de gracejos acariciantes, a me insultar no entalhe pujante de costas com o pé na barra a dar-me todos os regalos de um ensaio fotográfico particular, ali exclusivo estourando meus sentidos.

Ah jamais houvera e nossos corpos fremem de desejos e já me precipito envolvê-la para o embalo íntimo de um atittude libidinoso, colados um no outro a inalar o incenso dos nossos laços de sentimentos transpassados. Mas judia de mim a rodopiar com seu magnetismo. Rodopia incólume na noite enquanto eu afio os dentes. E rodopia mais o seu bailado sem fim, até que possessa, de repente, me leva ao nocaute num grand decárt sobre meu corpo.

Ah, Cinderela exata do meu tope, Loba certa do meu querer. E eu sou todo delírio nessa festa que jamais houvera. E na agonia dos quereres imponho poder nas minhas mãos que se acercam de sua feição, alisam seu rosto, se apossam de sua feitura para arrancá-la ao beijo, nos enroscando na dança. E aos solavancos murmuramos arrastados pelo tapete de pétalas no assoalho da pulsação vital, atrás da porta, das cortinas, esgotando calcinados nosso parque de diversão que traz o repique dos sinos no júbilo, crepitando a nossa fogueira de ímpeto selvagem nas alturas das suas nuvens para chover meu amor, na invasão da sua selva com todos os segredos de entrega e felicidade.

Ah jamais houvera e ofegantes usufruímos a vida e com ela nossos turbilhões mais que enlouquecidos derrubando colunas, grilhões, capitéis, pedestais, leis e limites, até alcançar o podium do grand finale a nos fartar embriagados da sidra dos nossos corpos desforrados.

Ah, jamais houvera pas de deux como devaneio do amor na noite fria de agosto, jamais houvera.

BOLERO
 
Deutsche Operam Rhein Ballet Calendar, by Klaus-Kampert

À meia luz, mão na mão, passo a passo. E a pele lua de algodão pousa leve como um pássaro levitando nos meus braços agudos.

São dois passos lá demovendo todas as nuvens do meu sexo. Dois passos cá, uivando nua, possuída de vida que não troca nada de si por nada desse mundo, só a girar embalada pelo ensaio que se faz chama na fúria íntima e se alastra fogo vivo em nossa alma.

Pro mundo é noite calma, enquanto em nossa carne a terra cresce ruidosa, desembestada, ciclone rompendo a órbita de todos os ventos que revolvem as entranhas nos campos magnéticos da celebração dos quadris.

A dança e o perfume me recolhem insepulto de ontem na noite, capturado pela teia que arde e retorce nosso lençol de nada e eu como um deus sacudindo a vida pelas labaredas da boca, pelas chamas do ventre à medida do coração.

A cada enleio sua manha enreda e desvencilha e torna a enredar, infindável urdidura na taça do meu sexo. E se adoça com os meus venenos até acender em sua mão lépida efervescente e a fazer de mim lascivamente eletrizado até sentir-lhe a boca do útero e tudo adensa e cresce rodopiante mundo, enquanto sou Ravel extasiado e você bolero nas minhas veias até transbordar nossas emoções avassaladoras.

A dança e o corpo nu inteirinho colado ao meu, fincado no salão do amor, inundando tudo, corpo saqueado no apelo do bolero e dançamos, rodeamos, rodopiamos, mão na sua e na cintura, o salão, o corpo inteiro e a noite inteira danças intensas até o último portal do prazer: começaria tudo outra vez.

CIRANDA
 
Early Spring, do artista plástico Ton Dubbeldam.

Sim, foi você singela e nua quem veio do fundo dos oceanos para redimir meu abandono, veraneando a minha vida enquanto eu estava na beira da praia ouvindo as pancadas das águas do mar.

Foi exatamente com a sua súbita aparição que meus devaneios revividos puderam entoar o enleio pelos estribilhos de cirandeira, sua mão na minha mão, de braços dados e na cadência da zabumba, tarol, saxofone, gingando descalços nas areias do mar.

Foi quando pude ter a noção de que seria encurralado por seu domínio e por seu feitiço solaçoso, me iniciando em seus mistérios no tamanho cósmico da nossa entrega na beira do mar.

Foi, portanto, a minha oportunidade de ser feliz.

Foi e meu coração cresceu de amor e exagerou na dose dos versos mais audaciosos, até saber-me cantor dos quereres que nos anima a alma.

E cantei o amor porque essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na ilha de Itamaracá.

Sim, é o fogo do seu corpo que revitaliza o meu, é a candura da sua alma que restabelece a minha, é a grandeza do seu amor que me faz ser seu.

Black sugar, do artista plástico Jeremy Mann.


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