SEGUNDA CARTA DE MAIO – Abri a janela e
o perfume do alvorecer no poema com o sabor de mesa posta no café da manhã por
todo lugar, vem do quintal forrado de folhas e capim, cheio de flores ao canto
do sabiá que remexe no peito de quem debulhou milho ou colheu frutas no pé para
a salada, apanhou verduras para dar gosto no almoço, do jerimum no feijão, o
cheiro do coentro, hortaliças da muita, o zunzunzum de pulos e passos, voos nas
marés e estações, água corrente de brejo, choro de menino, algazarra de gente,
barulhada dos bichos, acordaram todos, alegria no ar. O poeta mente como outras
vezes ao descobrir o que nunca viu na palavra exata, única e instintiva daquele
momento que nem sabe direito o que é, só sente e vive como quem se diverte com
o amanhecer e à custa daquelas impróprias e não ditas, excessivas, sujeitas à
lógica trágica da sisudez, ah, não consegue fugir à tentação e sorri porque não
havia sequer um pé de gente por perto e uma porta se fechou lá do outro lado,
depois outra, tantas fechadas, tudo pretexto para poetar, a verdade precisa ser
dita sobre os mundos do mundo, cada um e todos, salves e desventuras de perder
o fôlego e deixar para trás tudo que restou dos duros golpes e afetos efusivos antes
de mais nada e mesmo que tardios, quem pode dizer onde os olhos clandestinos alcançam
no céu aberto e o que é dito com o raro momento do olhar ao primeiro raio do
Sol pelo dia que vai pela tarde e as bocas famintas falam pelos cotovelos sem
saber de onde vem, não ninguém por perto e entra pela noite da solidão, as
luzes acesas para serem apagadas altas horas pros que madrugam não se sabe
mesmo onde, catando o cochilo de vez pro sono e sonhos, tudo isso é a vida por
todos os lados e vou disposto em seguir e viver. © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS:
[...] a vida é uma
propriedade dos planetas, e não dos organismos individuais. [...] A vida contínua não é propriedade de um único
organismo ou espécie, mas de um sistema ecológico. A biologia tradicional
sempre teve a tendência de centrar a atenção nos organismos individuais, e não
no continuum biológico. Sob esse ponto de vista, a origem da vida é encarada
como um acontecimento singular, no qual um organismo surge e se destaca do meio
circundante. De acordo com um ponto de vista mais equilibrado no que diz
respeito à ecologia, o correto seria examinar os ciclos proto-ecológicos e os
subsequentes sistemas químicos que devem ter surgido e se desenvolvido enquanto
apareciam objetos semelhantes a organismos.
[...],
Trecho extraído da obra Beginnings of Cellular Life (Yale University Press, 1992), do
biofísico estadunidense PhD em Física, Harold
Morowitz (1927-2016), autor da obra A essência da vida (Francisco Alves, 1981), tratando sobre a
termodinâmica dos sistemas vivos e articulando fundamentos da biologia com as
ciências da informação, introduzindo uma nova formulação da aplicação
termodinâmica ao estudo dos organismos e da biosfera. Veja mais aqui &
aqui.
EM BUSCA DE IARA
O documentário Em busca
de Iara (2013), dirigido por Flávio Frederico, roteiro de
Mariana Pamplona e música de Jonas Tatit, conta a trajetória excepcional da
psicóloga, docente e ativista Iara
Iavelberg (1944-1971), que abandonou a família para investir na luta armada
durante a ditadura militar. Resultante de uma pesquisa por documentos,
entrevistas e filmes de arquivo, o documentário traz a atuação dela no
movimento estudantil de 1960 e ter sido o grande amor de Carlos Lamarca. Veja
mais aqui & aqui.
A ESCULTURA DE PIERRE LE GROS
A ARTE DE ROCHELLE COSTI
A arte da premiada fotógrafa e artista multimídia, Rochelle Costi que é formada em Comunicação Social pela PUC-RS, estudando
na Escola de Guignard, na UFMG, na Saint Martin Scholl of Art e na Camera Work,
realizando instalações, séries e mostras individuais, além de atuar em jornais
e revistas, bem como bienais nacionais e estrangeiras. Veja mais aqui.
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A OBRA DE MANUEL BANDEIRA
Vivo nas estrelas porque é lá que brilha a
minha alma.
A obra
do poeta, tradutor, critico literário e de arte, Manuel Bandeira
(1886-1968) aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.