quinta-feira, maio 02, 2019

ROBERTO ARLT, PAULO FREIRE, BRIAN GREENE, MARISKA KARTO, DE ENGANOS E DESENGANOS


DE ENGANOS & DESENGANOS – Tanto fizera por nada, mãos vazias, peito aberto, seguidas investidas benévolas, crê-se de índole sã e boa vontade, para dar de cara com a má-fé impiedosa, jactâncias de plantão e coisas de pouca monta oriunda do jeitinho, de quase tudo reduzir-se ao contraproducente. Não há de ser nada, quase a pensar diante dessa encruzilhada quem vela por meu destino, eu sei, não o há, porque eu que o fiz enredado nos meus próprios paradoxos diante de tantos outros e as minhas esdrúxulas contradições noutras tantas, por não saber refestelado se o certo era apenas um capricho equivocado nas orelhas de asno do Midas e o errado não o era tão assim senão outro engano oriundo de canhestros entendimentos. Só me restava entender que por trás de todo afeto e consideração, tramas de sinistras vinganças, quantos déspotas e o medo e a tirania por golpes e traições sem motivo algum, só por divertimento com tambores de Madagascar em festa na Bahia e eu fizesse do Recife uma ilha deserta em que as pedras rolassem falando coisas que só tinham nome e não valiam nada mais. Quem me dera, errâncias para quem nem quisera se perder, sem saber do lugar ou de como estão dispostas a qualquer momento todas as ocorrências, quantos não estão amarrados pelos cabelos aos seus próprios cavalos indomáveis em disparada, quantos não estão descalços sobre urtigas do presente e cacos de vidro do passado, quantos não escondem uma caranguejeira viva em cada uma das mãos como se fossem flores prontas para serem dadas, não comem caramujos crus dos seus próprios lamaçais, tomam sucos de moscas com venenos letais dos seus próprios rins, não varrem suas casas com vassouras de dentes rangendo sua própria ira, não vivem presos em seus próprios porões nefastos, para seguirem vida malfeita pelo destino que dorme não se sabe onde de tão sem saída e entrada. Aí me dera conta, sabia das lições invisíveis da Natureza sempre ensinando a bela palavra e o brilho do sorriso, para que a minha voz fosse tal a flauta de Pã no canto da lira de Orfeu, a salvação de tudo que aparecesse de aversivo para aprender a lição de cada amanhecer e quão maravilhoso é viver, lições de vida e morte. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

DITOS & DESDITOS:
[...] A busca ainda não terminou, mas a teoria das supercordas e a sua evolução em termos da teoria M já fizeram surgir um esquema convincente para a fusão entre a mecânica quântica, a relatividade geral e as forças forte, fraca e eletromagnética. Os desafios trazidos por esses avanços à nossa maneira de ver o mundo são monumentais: laços de cordas e glóbulos oscilantes que unem toda a criação em padrões vibratórios executados meticulosamente em um universo que tem numerosas dimensões escondidas, capazes de sofrer contorções extremas, nas quais o seu tecido espacial se rompe e depois se repara. Quem poderia ter imaginado que a unificação entre a gravidade e a mecânica quântica em uma teoria unificada de toda a matéria e de todas as forças provocaria uma tal revolução no nosso entendimento de como o universo funciona? [...] Não há dúvida de que encontraremos surpresas ainda maiores à medida que avançarmos na nossa busca de entender a teoria das supercordas de maneira total e factível do ponto de vista do cálculo. O estudo da teoria M já nos propiciou vislumbrar um reino estranho no universo, abaixo da distância de Planck, em que possivelmente não vigoram as noções de espaço e de tempo. No extremo oposto vimos também que o nosso universo pode ser simplesmente uma dentre inumeráveis bolhas que se espalham pela superfície de um oceano cósmico vasto e turbulento chamado multiverso. Essas ideias estão na vanguarda das especulações atuais e pressagiam os próximos saltos pêlos quais passará a nossa concepção do universo. Temos os olhos fixos no futuro, à espera dos deslumbramentos que nos estão reservados, mas não devemos deixar de olhar também para trás e maravilhar- nos com a viagem que já fizemos. A busca das leis fundamentais do universo é um drama eminentemente humano, que expande a nossa visão mental e enriquece o nosso espírito. [...]
Todos nós buscamos a verdade, cada qual à sua maneira, e todos esperamos um dia poder dizer que sabemos por que estamos aqui. À medida que subimos a montanha do conhecimento, cada nova geração apoia-se sobre os ombros da anterior, aproximando-se coletivamente do cume. Não temos como prever se algum dia os nossos descendentes chegarão ao topo e gozarão da soberba vista que se abre sobre a vastidão e a elegância do universo, com clareza infinita. [...].
Trechos extraídos da obra O Universo elegante: supercordas, dimensões ocultas  e a busca da teoria definitiva (Companhia das Letras, 2001), do físico e professor especialista da teoria das cordas, Brian Greene, tratando sobre a fronteira do conhecimento, vibrando com as cordas, o dilema do espaço, do tempo e dos quanta; o observador, das curvas e ondulações, loucura microscópica, a sinfonia cósmica, a essência da teoria das supercordas, sinais experimentais, o tecido do espaço-tempo, geometria quântica, o tecido espacial, a teoria M, buracos negros, reflexões sobre a cosmologia, a necessidade de uma teoria nova: relatividade geral x mecânica quântica, em suma, fornecendo uma explicação em linguagem simples considerações acerca da física clássica, o probabilismo mundo dos modelos padrões da física de partículas, a física determinista e o potencial da teoria das cordas criar a teoria do campo unificado.

O TEATRO DE ROBERT ARLT
[...] Oh, carne miserável, carne suja, contemple minha contrição, Senhor. (Aponta para seus convidados.) Olhe para aquela pilha de lixo ali. Eles são os frutos da minha miséria. O estrume com que paguei minha estupidez, minha arrogância, minha vaidade. Eu cuspi neles como uma salivadeira e isso aplaudiu meu coração covarde. Assim, humilhei os fracos, os tristes e os desafortunados. Eu pavimentei o caminho dos meus dias de blasfêmia, crueldades e crimes. Adornei minha testa com adultério, minha barriga com estupro, minhas nádegas com pedofilia. Escandalizei meu vizinho escrevendo no céu com um tabu dos juízos infernais da iniquidade. Senhor, devolva seus olhos de caridade para mim. Mostre-me o caminho do filho pródigo, o caminho da santa penitência. [...] eu entendi, vou te obedecer (ele se levanta.) [...].
Trechos da peça teatral El desierto entra em la ciudad (1953 – Losada, 2004), do escritor, jornalista e dramaturgo argentino Roberto Arlt (1900 – 1942), considerada pelo autor como uma farsa dramática em quatro atos. Veja mais aqui.

A FOTOGRAFIA DE MARISKA KARTO
A arte fotográfica da artista visual e fotógrafa surinamesa Mariska Karto. Veja mais aqui.
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A OBRA DE PAULO FREIRE
Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. Amar é um ato de coragem.
A obra do educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997) aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.


PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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