“Sou aquela que é a mãe natureza de todas as
coisas, senhora e regente de todos os elementos, progenitora inicial dos
mundos, chefe dos poderes divinos e rainha de todos que estão no inferno,
soberana daqueles que habitam o céu, manifesta através de uma só e única forma
em todos os deuses e deusas. Os planetas do céu, os ventos salutares que sopram
do mar e o os silêncios lamurientos do inferno estão dispostos segundo minha
vontade. Meu nome, minha divindade, é adorada em todas as partes do mundo, de
diversas maneiras, com costumes variados e segundo várias denominações”.
(Discurso
da deusa, Apuleio, O asno de ouro).
RETORNO DA DEUSA – O livro O retorno da deusa, de Edward Christopher Whitmont (1912-1998), aborda temas como o
dilema moderno, a consciência em evolução, os mitos patriarcais, um mito para
nossa época, visão para uma nova era, desejo, violência, agressão, mito,
Dioniso e Apolo, a morte de Deus, o bode expiatório, o feminino e a repressão,
ética, individuação e destino, entre outros assuntos.
Oh Mãe, enlouquece-me com teu amor!
Que necessidade tenho eu de conhecimento ou
razão?
Embriaga-me com o Vinho do Teu Amor,
Oh, tu que roubas o coração de Teus bhaktas
Afoga-me no fundo do mar de Teu amor!
(Deusa
Mãe, canção entoada por devotos hindus - bhakta)
UMA TEOFANIA MODERNA – CAPÍTULO 1 – “Uma mulher dona de casa tiranizada...
carente de lugar e propósito, repleta de fel... era como ela se descrevia.
Estava à beira de um sério colapso. Há cerca de um ano, começara a ouvir uma
voz que lhe ordenava pegar uma faca e com ela esfaquear e esquartejar seu único
filho, um menino de cinco anos. Ela resistia, mas estava aterrorizada. A voz
insistia, incessante. E continuou chamando, até ela sentir que estava usando
toda a sua força e seu poder pessoal para resistir. Não ousava olhar para
objetos pontiagudos nem se aproximar do filho, com receio de que sua
resistência esmorecesse e ela o atacasse fisicamente. Assustada, desesperada,
procurou socorro psiquiátrico. Seu primeiro terapeuta investigou com ela os principais
acontecimentos de sua infância e casamento. Ela havia crescido numa pequena
cidade; sua família era de classe media e conservadora. Havia pouco afeto
genuíno, e só uma porção ainda mais reduzida dele podia ser abertamente
manifestada. No lugar do amor havia a pressão para ser alegre e bem-sucedida,
para se conformar, para fazer o melhor possível (segundo os ditames
petrificados de sua mãe, da Igreja e da escola). As crianças aprenderam a
ocultar seus sentimentos. Manifestações de necessidades individuais e sexuais
eram tabu. Seus pais a tinham forçado a romper um apaixonado romance infantil,
porque ali não havia futuro. A seguir, ela desposara um professor de ginásio,
inteligente e instruído, que considerava entediante e ineficaz. Seu primeiro
terapeuta diagnosticara com exatidão uma enorme quantidade raiva reprimida,
primeiro contra a mãe dominadora que a havia frustrado em seu desenvolvimento
emocional e sexual, e depois contra as circunstancias da vida, em particular
seu casamento, que sustentava seu cativeiro e, assim lhe parecia, anulava
quaisquer esperanças de encontrar em si mesma um autentico ser humano. Também
tinha raiva dos homens de sua vida, do pai ausente e do marido fraco (pelo
menos a seu ver). Também era claro que a atmosfera e os valores restritivos de
sua infância tinham produzido uma espécie de paralisia psicológica. A religião
e a moralidade tradicionais não tinham conseguido conferir-lhe um senso
eficiente de individualidade nem dar um significado à sua vida, e a ameaça
iminente de destruição proveniente de uma violência perigosamente contida
tornara-se completamente real. Sendo uma mulher inteligente, compreendia as
razões de seus padecimentos e apreendia o ódio e o ressentimento assim
engendrados, mas compreender a crise e os motivos de sua existência de nada
adiantavam. A voz continuava dizendo-lhe que matasse seu filho [...]”
“O céu é meu, a terra é minha / Eu sou
guerreira eu sou / Há algum deus que possa medir-se comigo? / Os deuses são
pardais, eu sou falcão / Os deuses fazem rodízio / Eu sou uma esplêndida vaca
selvagem”.
(Canção
de Inanna).
O espírito da fonte nunca morre.
É o mistério feminino,
E à porta da fêmea escura
Encontra-se a raiz do céu e da terra.
É frágil, frágil, mal existe;
Mas toca-a; nunca se esgota.
(Lao Tse,
Tao Te Ching)
REFERÊNCIA
Veja mais sobre:
Simulacros, Roberto Remiz & Nina
Kozoriz aqui.
E mais:
Bernardo Guimarães, Nina Simone &
Darel Valença Lins aqui.
António Damásio, Pierre-Jean de Béranger
& Marcia Lailin aqui.
Descartes & Margarethe Von Trotta aqui.
Coelho Neto & Logoterapia aqui.
A poesia de Wystan Hugh Auden, a
literatura de Stanislaw Ponte Preta & Anaïs Nin, A música de Francisco
Manuel da Silva, A pintura de Alberti Leon Battista, Maria de Medeiros &
Luli Coutinho aqui.
Hypatia & Ágora, o filme aqui.
Proezas do Biritoaldo: Quando a corda
arrebenta, a covardia fica de plantão aqui.
Conversa de pé de ouvido, As presepadas
de Doro, Erasmo de Roterdam, O peido & a Educação, Fernando Fiorese, A
primavera de Ginsberg, Graciliano Ramos & Alagoas aqui.
A balsa da Medusa aqui.
Meu ensino de Jacques Lacan & Disco
Friends aqui.
Antígona de Sófocles aqui.
Reflexões de metido em camisa de onze
varas, Ralph Waldo Emerson, Síndrome de Klüver-Bucy, Isaac Newton, Viviane
Mosé, Carl Gustav Jung & Sabina Spielrein, Cloltilde de Vaux & Auguste
Comte aqui.
Remexendo as catracas do quengo e
queimando as pestanas com coisas, coisitas e coisões, Débora Massmann,
Boaventura de Souza Santos, Terêncio, O Fausto de Goethe, Ética, Saúde no
Brasil & Big Shit Bôbras aqui.
A música de Nando Lauria aqui.
Charles Baudelaire, Gianni Vattimo, Sören
Kierkegaard, Tribo Ik, Adriano Nunes & Do individualismo possessivo ao
umbigocentrismo da futilidade aqui.
Pobreza aqui.
Paulo Leminski, Mestre Eckhart, Moisés
Maimônides, Píndaro, A oniomania & o Shopaholic, Gilton Della Cella
& Programa Tataritaritatá aqui.
A explosão do prazer no Recife, Educação,
Manoel de Barros, Gaston Bachelard, Luiz Ruffato, John Dewey, Marcelino Freire,
Ottto Maria Carpeaux, Armando Freitas Filho & Programa Tataritaritatá aqui.
Todo dia é dia
da mulher aqui.
A croniqueta de
antemão aqui.
Palestras: Psicologia,
Direito & Educação aqui.
Livros Infantis
do Nitolino aqui.
&
Agenda de
Eventos aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.