SORRIR SOBRE CICATRIZES E FERIDAS...
– Preciso sorrir. Como posso se há guerras, fome, miséria? A dor do outro,
mesmo na lonjura que seja, também é minha. Mesmo do outro lado mundo, também. E
isso complica meu sono, atinge meu humor. Impossível pregar os olhos enquanto tantos
ao relento enchendo as ruas noites e dias de todos os lugares do meu Brasilzão
afora; quantas crianças privadas do brincar catando lixo ou vendendo brebotes
nos semáforos, ou mesmo zanzando aos bandos importunando desavisados; muitas mulheres
tísicas às esmolas, bebês esfomeados ao braço; tantos idosos com seus olhos
profundos à beira da cova. Não há outra palavra mais adequada: covardia. E
muita indiferença. O certo é que entre algozes
há quem seja convicto de que não fez nem faz nada, preferem a pena capital,
quando não promovem moralismos excludentes e mentem, fraudam, compram brigas e se dizem
prontos para odiar e matar com a bala que é o falo do fanatismo e a mão de um
deus castigador que jamais abençoou. Não consigo dormir, porque tanto eu quanto você
também podemos dar um presunto legal num outro dia que possa durar longos vinte
e um anos ou mais! Essa a nossa herança com o massacre de outros e de nós mesmos, pouco importa para tais, o que não pode nem deve ser prescrito. Quem capaz da alteridade, onde mais qualquer
afeto... Vale a pena ainda sonhar, não sei mais... Quantas deformações e a que
preço, a imoralidade e o ilegal: sou o alvo e é onde a batalha acontece: em mim mesmo. Contudo, apesar de tudo isso,
precisamos sorrir. Só assim lamber as feridas para remover as cicatrizes do
coração solidário e viver. Veja mais aqui, aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS - Há
alguns anos, um membro de um público acadêmico me perguntou se eu achava que o
Hamas e o Hezbollah pertenciam à "esquerda global" e respondi com
dois pontos. Meu primeiro ponto foi meramente descritivo: essas organizações
políticas se definem como sendo antiimperialistas, progressistas e de esquerda,
sendo essas características da esquerda global, portanto, com base nisso,
pode-se descrevê-las como parte da esquerda global. Meu segundo ponto foi
crítico: como acontece com qualquer grupo da esquerda, é preciso decidir se é a
favor ou contra aquele grupo, e é preciso avaliar criticamente sua posição.
Pensamento da filósofa pós-estruturalista estadunidense Judith Butler,
que na obra Corpos que importam: os limites
discursivos do "sexo" ( N-1, 1993), procura esclarecer
interpretações equivocadas acerca da performatividade, especialmente
aquelas que vêem a encenação de sexo/gênero como uma escolha diária. Enfatiza
ela o papel da repetição na performatividade, valendo-se da teoria da
"iterabilidade" de Derrida, que é uma forma de
"citacionalidade", ao assinalar que: [...] A performatividade não
pode ser entendida fora de um processo de iterabilidade, repetições
regularizadas e restritas de normas. E essa repetição não é realizada por um
sujeito; essa repetição é o que capacita um sujeito e constitui a condição
temporal para o sujeito. Essa iterabilidade implica que a 'performance' não é
um 'ato' ou evento singular, mas uma produção ritualizada, um ritual reiterado
sob e por meio de constrangimento, sob e por meio da força da proibição e do
tabu, com a ameaça de ostracismo e até mesmo morte controlando e compelindo a
forma da produção, mas não, vou insistir, determinando-a totalmente com
antecedência. [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: Ela odiava ter um
coração. Era apenas um órgão, ela sabia. Um órgão do corpo humano. Os corações não se
partiram realmente. A emoção estava na alma... A escolha
religiosa de um homem não importava nem um pouco se fosse o seu caminho para a
decência e para se lembrar dos seus semelhantes. Pensamento da escritora estadunidense Heather
Graham Pozzessere. Veja mais aqui.
PASSOS DEBAIXO
D’ÁGUA – [...] Quantos passos, ela se pergunta? Em quantos milímetros os
pés de sua mãe haviam desgastado a espessura do piso durante esses três anos e
meio?... Fico tão cansado de pensar em tudo em termos de números. Além disso,
nada poderá ser respondido a menos que você tenha estado lá. Você tem que ver e
então obter a resposta. [...] Cheguei em casa e minha garganta estava
inchada, como se o cadáver [do gato] tivesse se alojado ali, gordo e amarelo.
Entre a língua e o esôfago. Fui direto para no banheiro e vomitei [...] Em
Rosário, para sobreviver depois da prisão em uma cidade com um milhão de
habitantes, quando apenas andando pelas ruas ao mesmo tempo você fatalmente
encontra os mesmos rostos,
os mesmos pés
e, consequentemente, as mesmas pistolas (e se você não Se eu não os vejo,
é porque eles ficam à espreita, sempre no músculo, debaixo de um doce ou,
claro, de uma jaqueta). Agora, isso foi difícil. [...]. Trechos extraídos
da obra Steps under Water (University of California Press, 1996),
da escritora argentina Alicia Kozameh.
TRES POEMAS – EU TE AMO
PORQUE... - E eu te amo porque \ eu te amo. \ Por que conhecer - \ você é
apenas ar para mim. \ Sempre presente. PARA TODOS - Por todos \ os que se
perderam no mar, \ por todos \ os que perderam o dia, \ rezo esta noite \ à luz
fraca das velas, \ da última dor e poder de um coração cansado, \ rezo. \ Venham,
\ vagabundos, bandidos e aleijados, \ vagabundos e cortesãs, \ quiromantes e
cafetões, \ vagabundos, mentirosos, drogados, \ vagabundos, bebedores e
pródigos; \ você, o assustado, o faminto, o frio, \ você, que nasceu sem pai, \
você, rejeitado pelo mundo, \ você, que está perdido e desesperado há tanto
tempo - \ você terá as camas mais macias para descansar \ esta noite. \ Para
você colocarei a mesa, \ bons vinhos e pratos deliciosos — \ venha. \ Eu irei
reconhecê-lo, \ deve haver um pouco do seu sangue no meu... \ Apenas para um, o
portão ficará em silêncio. \ Sádico, você é um estranho para mim. QUANDO
ESCREVO - Quando escrevo, \ pastoreio palavras desatentas \ na encosta quase
impossível \ da passagem do silêncio. \ Quando escrevo, \ pratico o domínio das
sombras \ com o pulso frio e \ o florete à beira da escuridão final. \ Quando
escrevo, \ escrevo numa linguagem totalmente proibitiva; \ meu banquete final é
jejuar, \ a própria descoberta do céu. Poemas da poeta e tradutora
estoniana Doris Kareva, autora dos livros Päevapildid (1978), Ööpildid
(1980), Maailma Asemel (1992), Hingring (1997), Mandrágora
(2002), Aja Kuju (2005), Tähendused (2007), Loige (2007), Deka
(2008) e Sa pole üksi (2011), entre outros.
Ouvindo a
Sinfonia nº 3, op. 63 (1939/1940), do compositor italiano Alfredo Casella (1883-1947), pela WDR Sinfonieorchester Köln, regência de Alun
Francis.
ELIAS
CANETTI – A magistral obra Auto-de-fé,
do escritor e ensaísta búlgaro e Prêmio Nobel de Literatura de 1981, Elias
Canetti (1905-1994), é uma das mais formidáveis que se possa registrar no nosso
tempo. Desse maravilhoso livro destacamos o seguinte trecho na tradução de Luis
de Almeida Campos: “[...] a quem interessava aquela disciplina tão recôndita? A juventude joga o
futebol; os adultos apenas pensam em lucros e reservam os seus tempos livres
para o amor. Para dormir dispõem de oito horas e para mandriar de outras oito,
consagrando o resto do tempo a um trabalho odioso. Tinham endeusado não apenas
o ventre, mas também o corpo todo. O Deus celestial dos chineses era mais digno
e severo. Mesmo que o pequenito não fosse lá na próxima semana — coisa bastante
improvável —, tinha na cabeça um nome nada fácil de esquecer: o do filósofo Meng.
Há impulsos fortuitos e inesperados que podem orientar uma vida inteira”. Veja mais aqui e aqui.
GESTÃO DE
PESSOAS – A gestão de pessoas é um dos temas mais
importantes na relação organizacional, justificando-se pelo fato de que o fator
humano é de suma importância na gestão de pessoas e que, por isso, o equilíbrio
de relações entre todos é o mais desejado buscando maior a produtividade e
competitividade das organizações empresariais na atualidade. Para realização de
um estudo acadêmico a respeito, se faz necessário investigar a importância da
gestão de pessoas, analisando os fatores motivacionais que favorecem ao
comprometimento dos colaboradores para o trabalho e o alcance das metas da
organização, verificando a motivação ou desmotivação dos colaboradores e sua
influência na qualidade dos serviços prestados, levantando dados a respeito das
questões motivacionais entre os funcionários do departamento a ser estudado e
apresentando o diagnóstico encontrado e oferecendo um prognóstico das
necessidades de ações para a gestão de pessoas no tocante à motivação dos
funcionários. Para tanto destacamos algumas fontes bibliográficas. PLANEJAMENTO, RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE
PESSOAL – O livro Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal, de
Benedito Rodrigues Pontes, trata do desafio de atrair e manter talentos, as
questões relacionadas à colocação de pessoal, analise de cargo como instrumento
do recrutamento e seleção de pessoal, planejamento de pessoal, recrutamento de
pessoal, recrutamento interno e externo, seleção de pessoa, análise de
currículo, testes de seleção, entrevista de seleção, integração de pessoal. MANUAL DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
– O livro Manual de treinamento e desenvolvimento, de Gustavo G. Boog, aborda
os novos paradigmas do mundo dos negócios, do Taylorismo ao comportamentalismo,
processos de mudança, espiritualidade nas empresas, capital intelectal, gestão
do conhecimento e universidade corporativa, inteligência emocional e intuitiva,
T&D estratéhgicos, relações social, estratégia de recursos jhumanos,
concultoria intrna, gerenciamento Back to the future, mobilizando a organização
para a qualidade, tecnologia da informação, métodos e técnicas, avaliação e
validação dos resultados dos investimentos, estímulo, abordagens avançadas,
simulação de jogos, técnicas de aprendizagem em ação, autodesenvolvimento, o novo
funcionário, estahiários e traines, desenvolvimento do dirigente,
desenvolbvimento de fhefia, desenvolvimento de equipoes,treinamento de
segurança, lohistica em treinamento, planejamento de carreira, treinamento e
comunidade. GESTÃO DE PESSOAS – O livro
Gestão de pessoas, de Idalberto Chiavenato, trata dos novos desafios da gestão
de pessoas e agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter, monitorar, o
futuro da gestão de pessoas, aspectos fundamentais da gestão de pessoas, gestão
de pessoas em um ambiente dinâmico e competito, planejamento estratégico,
recrutamento, seleção, orientação, modelagem de trabalho, avaliação do
desempenho humano, remuneração, programas de incentivo, benefícios e serviços,
treinamento, desenvolvimento de pessoas e organizações, relações com
empregados, higiene, segurança e qualidade de vida, avaliação da função de
gestão de pessoas, banco de dados e sistemas de informações de RH, entre
outros. Veja mais aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Lindolfo G. Competitividade e Recursos Humanos. Revista de
Administração, São Paulo, v.27, n.4, p. 16-29, out /dez. 1992.
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Horizonte: CUU, 2009.
BATEMAN, T. Administração - Construindo Vantagem Competitiva. São Paulo:
Atlas, 1998.
BOOG, Gustavo. Manual de treinamento e desenvolvimento. São Paulo:
Pearson Education, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier,
2004.
______. Recursos humanos. São Paulo: Atlas, 1997.
______. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro:
Campus, 2000.
______. Construção
de talentos: coaching & mertoring – as novas ferramentas da gestão de
pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
_______. Recursos
humanos: o capital humano das organizações. São Paulo: Atlas, 2006.
DRUCKER, Peter Ferdinand. Administrando em tempos de grandes mudanças.
São Paulo: Pioneira, 1996.
________. Administração de organizações sem fins lucrativos. São Paulo:
Pioneira, 1994.
FREITAS, Carmen. Estudos da motivação e da liderança na indústria hoteleira
da Ram. Funchal: UM, 2006.
GALHANAS, Carla. A motivação dos recursos humanos nos novos modelos de
gestão da administração pública. Lisboa: ISEG, 2009.
GASPAR, Denis;
PORTÁSIO, Renato. Liderança e coaching: desenvolvendo pessoas, recriando
organizações. Revista de Ciências Gerenciais, Vol. XIII, nº 18, 2009.
MAXIMIANO, Antonio. Introdução à administração. São Paulo : Atlas, 2000.
MUSSAK, E. Gestão
humanista de pessoas: o fator humano como diferencial competitivo. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010.
PONTES, Benedito. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal. São
Paulo: LTr. 2010.
SAMPAIO, Maria Imaculada. Motivação no trabalho cooperativo: o caso da
Rede Brasileira de Bibliotecas da área de psicologia – ReBAP. São Paulo:
USP/ECA,2005.
VERGARA, S. C.
Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2009.
LOU
ALBERGARIA – A escritora, economista e blogueira Lou Albergaria é autora do
livro O cogumelo nasce da bosta da vaca
profana, editado pelo Vidráguas. Entre seus poemas destacamos A biologia de Maturana: “A relação que tenho com meus
poemas / é a mesma que tenho com as minhas fezes. / Depois de fazer, deixo ir.
/ Se vão servir pra adubo, fertilizante / Ou só mais uma forma de poluir o
planeta, / não me cabe saber. O que sei é que preciso fazer / pra conseguir
atenuar a culpa de existir / sem a melhor parte de mim”. Merece também destaque o seu poema Paz(word): “Que palavra é essa / que abre por dentro
/ Nina os demônios, e /liberta todos os detritos / O lirismo em prisão de
concreto, e / ventre / A estética dos guetos / acorda / as telas / Eu,
lexotaneio / em mais uma canção de Nina / Simone... / Se eu acordar / antes de
mim / Eu não me encontro”.
CELIA MARA – Tive a oportunidade
de conhecer o trabalho musical da excelente e maravilhosa cantora, violonista e
compositora mineira Célia Mara, no Clube Caiubi de Compositores. Fiquei deveras
maravilhado com seu trabalho, de queixo caído verdadeiramente. Os anos se
passaram e ela continua cada vez melhor. Destacamos aqui a sua Matriaméricas: “Fico com o poder de sabotar dos cangaceiro / Dos sandinistas,
Zapatistas e do Sendero. / A realidade nas américas sem martírio /Você vai ver.
/ Dá-lhe Matria amarga, maltratada, mal investida, / cobre de quem lhe tira a
dignidade da vida./ Pois o povo que concede e elege também / tira o poder. /Que
sejam bemvindas pacifistas do mundo inteiro,/ Unam-se
sem-tierras,globalistas,los cocaleros. / Have fun nesse baile anybody José,
Carmem ..../ E não faltava solidário nesse baile./ e everybody e everybody ê / Chico
no es más la novedad, el desespero /Mira los ojos de las madres, de los ninõs /Sim!
podemos cambiar nuestro destino ê ê ê ô / Danos matria amada, triunfante,
fidedigna / Cubre com tu manto pleno donde vaya la vida / Y a los traídores que
los saquen todos del poder. / Que sejam bem vindas pacifistas do mundo inteiro,
/ Unam-se sem-tierras, globalistas, los cocaleros. / Have fun nesse baile
anybody José, Carmem .... / E não faltava solidário nesse baile./ e everybody e
everybody ê / Esse baile é meu é seu é de quem vence tudo / É de quem tá na
vida e de quem não é mudo / da mocidade das Américas com atitudes como você. / Vem
de todo lado gente boa do mundo inteiro/ Falso brilhante não engana garimpeiro
/ Nossa moçada have fun até ao amanhecer./ Que sejam bem vindas pacifistas do
mundo inteiro, / Unam-se sem-terras,globalistas, los cocaleros. / Have fun
nesse baile anybody José,Carmem .... / E não faltava solidário nesse baile. /e
everybody e everybody ê”. Veja mais Celia Mara aqui.
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da Câmara Cascudo, Sandie Shaw, Patrícia Melo, Marie
Dorval, José Roberto Torero, Julia Bond & Iracema Macedo aqui.
Nise da Silveira & Todo dia é dia da
mulher aqui.
Todo dia é dia
da mulher aqui.
A croniqueta de
antemão aqui.
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Recital
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