sexta-feira, dezembro 21, 2007

RÂMANA MAHÂRSHI, BARDESANES, CARRERO, FUKUDA, FASSBINDER, CES, SCHYGULLA, SUSTENTABILIDADE & DIREITO TRIBUTÁRIO!


PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – A presente abordagem aborda acerca da prescrição e da decadência, em conformidade com o que preceitua o Código Civil brasileiro vigente. Conceitualmente, a prescrição consiste na consolidação, pelo decurso do tempo, de uma lesão a um direito subjetivo, enquanto que a decadência representa a extinção, pelo decurso do tempo, de um direito protestativo, ou seja, aplica-se o prazo decadencial quando constatado um direito que fosse exercido por meio de uma conduta do próprio titular. Os fundamentos da prescrição estão na ação destruidora do tempo; no castigo à negligência; na presunção de abandono ou renúncia; na presunção da extinção do direito; na proteção ao devedor; na diminuição do número de demandas; no interesse social pela estabilidade das relações jurídicas. Já a decadência, no campo jurídico, indica a queda ou perecimento de direito pelo decurso do prazo fixado para seu exercício, sem que o titular o tivesse exercido. E isto quer dizer que a decadência e a prescrição se fundam na inércia do titular do direito, durante certo lapso de tempo, ambas jogam, com o conceito de inércia e tempo. Os requisitos da prescrição são: a existência de ação exercitável;  a inércia do titular da ação pelo seu não-exercício; a continuidade dessa inércia; e a ausência de fato impeditivo, suspensivo ou interruptivo do curso da prescrição. A prescrição apenas pode ser declarada de ofício, privativamente, em favor de absolutamente incapaz. Também pode ser alegada, a prescrição, em curso contínuo diante do sucessor. E em relação a incapaz e pessoa jurídica, a não alegação da prescrição pode ensejar à responsabilização dos seus representantes ou assistentes, assim como, sobre o agente da pessoa jurídica ou do incapaz que com sua inércia dá motivos à ocorrência de prescrição. E, seguindo o critério de que a prescrição extingue diretamente as ações e atinge indiretamente, portanto, o respectivo direito, parte do ponto de que a decadência extingue diretamente o direito. As conseqüências finais dessa distinção são iguais, pois em qualquer caso haverá a extinção de um direito. Se, por um lado, a finalidade dos dois institutos é igual, eles diferem bastante no modo de atuação e na produção de efeitos. Assim, a decadência extingue diretamente o direito, e com ela a ação que o protege, enquanto a prescrição extingue a ação, e com ela o direito que protege. Há também que considerar que a decadência começa a correr, como prazo extintivo, desde o momento em que o direito nasce, enquanto a prescrição não tem seu início com o nascimento do direito, mas a partir de sua violação, porque é nesse momento que nasce a ação contra a qual se volta a prescrição. A distinção entre ambas reside na diversa natureza do direito que se extingue, pois a decadência supõe um direito que, embora nascido, não se tornou efetivo pela falta de exercício; ao passo que a prescrição supõe um direito nascido e efetivo, mas que perecem pela falta de proteção pela ação, contra a violação sofrida. No exame de um caso específico, toma-se em consideração a origem da ação; se a origem for à mesma do direito e nasceu com ele, configura-se a decadência; se for diversa, se a ação nasceu posteriormente, quando o direito já era existente e vem a ser violado, tal ato caracteriza a prescrição. Há que se considerar também o objeto da decadência que é o direito que nasce, por vontade da lei ou do homem, subordinado à condição de seu exercício em limitado lapso de tempo. Todo direito nasce de um fato a que a lei atribui eficácia para gerá-lo. Este fato pode ser acontecimento natural, assim como pode emanar da vontade, transfigurando-se em ato jurídico praticado no intuito de criar direitos. No entanto, em ambos os casos, que o acontecimento seja proveniente de acontecimento natural, que proveniente de vontade, a lei pode subordinar o direito, para se tornar efetivo, à condição de ser exercido dentro de certo período de tempo, sob pena de decadência. Se o titular do direito deixa de exercê-lo, deixando transcorrer em branco o prazo, sem tomar iniciativa, opera-se sua extinção, a caducidade ou decadência, não sendo mais lícito ao titular colocá-lo em atividade. Com relação a prescritibilidade, o crédito tributário pode se extinguir pelo não exercício do direito de sua cobrança, conforme previsto no art. 174 CTN. Já quanto a caducidade, a sua não constituição, no prazo de cinco anos, contados na forma do parágrafo 4o do art. 150 ou do 173 do CTN, implica em seu perecimento. Ou seja, a decadência, no campo do Direito Tributário, é o desaparecimento do direito de constituir o crédito tributário, de fazer o lançamento, de formar o título. Assim, o prazo decadencial, nesse ramo do Direito, é de cinco anos, nos termos do art. 173 do CTN, contados: - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. No que concerne à decadência, o art. 173 do CTN prevê: Art. 173 - O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Já quanto a prescrição, o art. 174 do CTN, prevê: “Art. 174 - A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da sua constituição definitiva”. A prescrição, conforme visto, é a perda do direito de ação, inerente ao direito material, pelo seu não exercício durante certo lapso de tempo. Há lei prevendo a hipótese; há o comportamento que realiza o fato gerador e há o lançamento, mas o Estado deixa de cobrar. Tem o sujeito ativo, nos termos do CTN, o prazo de 5 anos, após o que prescreve a ação de cobrança. Interrompe-se o prazo prescricional nas mesmas hipóteses previstas na lei civil. Pode ser a prescrição interrompida, nos termos do art. 174, & único, do CTN, e pode ser suspensa, nos termos do art. 151 do Código. Os requisitos da ocorrência da prescrição são: ação exercitável;- inércia do titular da ação; prolongamento da inércia por tal lapso de tempo (5 anos); ausência de qualquer ato ou fato a que a lei atribua efeito suspensivo, interruptivo ou impeditivo do lapso prescricional. REFERÊNCIAS: COELHO, Sacha Calmon N. Curso de Direito Tributário Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 2004. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2002. TEPEDINO, Gustavo (Coordenador). Novo Código Civil: Estudos na Perspectiva Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. São Paulo: Atlas, 2004. RODRIGUES, Silvio. Direito Civil São Paulo: Saraiva. 2004. Veja mais aqui, aqui e aqui.


Imagem: Lovers, da artista plástica Christine E. S. Code CES.


Curtindo o álbum Convergences Brazilian Music for Strings (Paulus, 2001), com a violinista e professora Elisa Fukuda & Camerata Fukuda. Veja mais aqui

EPÍGRAFEOs maiores estadistas lutam para governar os demais; no entanto, sabem no seu íntimo que são incapazes de governar a si mesmos. O cientista que passa a vida acumulando conhecimetnos terá que baixar a cabeça quando lhe perguntarem se resolveu o mistério do homem e se conquistou a si próprio. Que adianta conhecer o que se passa fora de nós se ficamos na ignorância do que se passa dentro de nós? Qual conhecimento é mais digno da nossa atenção e do nosso emprenho? Excerto do pensamento do filósofo, sábio e mestre de Advaita Vedanta, Bhagavan Sri Râmana Mahârshi (1878-1950). Veja mais aqui.

SUSTENTABILIDADE – O conceito de sustentabilidade está muito ligado à idéia de uma relação do ser humano com a natureza que conserva o meio ambiente, associando-se imediatamente às questões atinentes ao ambientalismo e ecologia. Sustentabilidade não diz respeito, apenas, à preservação e à conservação de recursos naturais limitados e não renováveis, quer dizer, de recursos que, se forem gastos sem previsão de seu esgotamento, farão falta para nós e para os que vierem depois de nós. Sustentabilidade diz respeito, também e principalmente, a um padrão de organização de um sistema que se mantém ao longo do tempo em virtude de ter adquirido certas características que lhe conferem capacidades autocriativas. Ser sustentável tem a ver com uma dinâmica que começa agora a se revelar com a ascensão do pensamento sistêmico, de rede autocatalítica, autocriativa. A sustentabilidade, portanto, é o resultado de um padrão de organização, observado inicialmente em ecossistemas - e, depois, mais precisamente, em sistemas moleculares vivos, como células - mas que também pode ser encontrado em nossos sistemas complexos. Daí dizer-se que desenvolvimento sustentável é aquele que leva à construção de comunidades humanas sustentáveis, ou seja, comunidades que buscam atingir um padrão de organização em rede dotado de características como interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade e diversidade. Veja detalhes aqui, aqui, aqui e aqui.

O DELICADO ABISMO DA LOUCURA – O livro O delicado abismo da loucura (Iluminuras, 2005), do premiado escritor, crítico, editor e jornalista pernambucano Raimundo Carrero, é o primeiro volume do projeto de comemorações dos trinta anos de carreira do autor, tratando de temas universais como a morte, o destino implacável e a presença de heróis capazes de mudar suas próprias histórias. Da obra destaco o trecho: [...] Ali deitado na cama, abatido, vivera grande parte de sua vida. [...] Só que ontem ela estava viva, palpitante, arrastando os chinelos pelo corredor. Foi ontem e por isso é como hoje. Estava ali mesmo desitado. Escutou as passadas. Levantou-se – e levantou-se com decisão solitária e feliz dos suicidas. [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.

HINO DA PÉROLA – O Hino da Pérola – também tendo a denominação de Hino da Alma ou Hino da Veste de Glória -, é atribuído ao poeta gnóstico do século II, Bardesanes, uma alegoria de forma comovente sobre a perehrinação da alma até a sua redenção, que ocorre pela conquista da sabedoria, a qual é representa pela obtenção da pérola. Eis o poema: Quando era pequenino vivia em meu reino na casa de meu Pai e na opulência e abundância de meus educadores encontrava meu prazer quando mus pais me equiparam e enviaram desde o Oriente, minha pátria. Das riquezas de nosso tesouro me prepararam um enxoval pequeno, mas valioso e leve para que eu mesmo o transportasse. Ouro da casa dos deuses, prata dos grandes tesouros, rubis da Índia, ágatas do reino de Kushan. Me cingiram um diamante que pode talhar o ferro. Me retiraram o vestido brilhante que eles amorosamente haviam feito para mim e a toga púrpura que havia sido confeccionada para meu tamanho. Fizeram um pacto comigo e escreveram em meu coração, para que não o esquecesse, isto: “Se desces ao Egito e te apoderas da pérola única que se encontra no fundo do mar na morada da serpente que faz espuma (então) vestirás de novo o vestido resplandecente e a toga que descansa sobre ele e serás herdeiro de nosso reino com teu irmão, o mais próximo a nosso nível. Abandonei Oriente e desci acompanhado de dois guias pois o caminho era perigoso e difícil e era muito jovem para viajar. Atravessei a região de Messena, o lugar de reunião dos mercadores do Oriente, e alcancei a terra de Babel e penetrei no recinto de Sarbuj. Cheguei ao Egito e meus companheiros me abandonaram. Me dirigi diretamente à serpente e morei próximo de seu albergue esperando que a o sono a tomasse e dormisse e assim poder conseguir a pérola. E quando estava absolutamente só, estrangeiro naquele país estranho, vi a um de minha raça, um homem livre, um oriental, jovem, formoso e favorecido, um filho de nobres, e chegou e se relacionou comigo e o disse meu amigo íntimo, um companheiro a quem confiar meu segredo. O adverti contra os egípcios e contra a sociedade dos impuros. E me vesti com seus disfarces para que não suspeitassem que havia vindo de longe para tirar-lhes a pérola e impedir que excitassem a serpente contra mim. Mas de alguma maneira se deram conta de que eu não era um compatriota; me estenderam uma armadilha e fizeram comer de seus alimentos. Esqueci que era filho de reis e servi a seu rei; esqueci da pérola pela qual meus pais me haviam enviado e por causa da pesadez de seus alimentos caí em um sono profundo. Mas isto que acontecia foi sabido por meus pais e se apiedaram de mim e saiu um decreto de nosso reino, ordenando a todos, vir ante nosso trono, aos reis e príncipes da Partia e a todos os nobres do Oriente. E determinaram sobre mim que não devi permanecer no Egito, e me escreveram uma carta que cada nobre firmou com seu nome: “De teu Pai, o Rei dos reis, e de tua Mãe, a soberana do Oriente, e de teu irmão, nosso mais próximo em nível, para ti, filho nosso, que estais no Egito, Saúdo! Desperta e levanta-te de teu sono, e ouve as palavras de nossa carta. Recorda que és filho de reis! Olha a escravidão em que caístes!  Recorda a pérola pela qual fostes enviado ao Egito! Pensa em teu vestido resplandecente e recorda tua toga gloriosa que vestirás e te adornará quando teu nome seja lido no livro dos valentes e que teu irmão, nosso sucessor, será o herdeiro de nosso reino”. E minha carta, era uma carta que o Rei selou com sua mão direita, para preservá-la dos males, dos filhos de Babel e dos demônios selvagens de Sarbuj. Voou como uma águia – a carta –, o rei dos pássaros; voou e desceu sobre mim e chegou a ser toda palavra. A sua voz e alvoroço me despertei e saí de meu sono. A tomei, a beijei, retirei seu selo e a li: e se acordavam com o escrito em meu coração, as palavras escritas na carta. Recordei que era filho de reis, e livre por própria natureza. Recordei a pérola, pela qual havia sido enviado ao Egito, e comecei a encantar à terrível serpente que produz espuma. Comecei a encantá-la e a adormeci depois de pronunciar sobre ela o nome de meu Pai, e o nome de meu irmão e o de minha mãe, a rainha do Oriente; e capturei a pérola e voltei para a casa de meus pais. Retirei o vestido maculado e impuro e o abandonei sobre a areia do país, e tomei o reto caminho em direção à luz de nosso país, o Oriente. E minha carta, a que me despertou, a encontrava diante de mim, durante o caminho, e o mesmo que me havia despertado com sua voz me guiava com sua luz. Pois a (carta) real de seda brilhava diante de mim com sua forma e com sua voz e sua direção me animava e atraía amorosamente. Continuei meu caminho, passei Sarbuj, deixei Babel a meu lado esquerdo. E alcancei a grande Messena, o porto dos mercadores, que está sobre a borda do mar. E meu vestido de luz, que havia abandonado, e a toga pregada junto a ele, das alturas de Hyrcania meus pais os enviaram a mim, por meio de seus tesoureiros, a cuja fidelidade se os havia confiado, e posto que eu não recordava sua dignidade já que em minha infância havia abandonado a casa de meu Pai, de improviso, como os enfrentara, o vestido me pareceu como um espelho de mim mesmo. O vi todo inteiro em mim mesmo, e a mim mesmo inteiro nele, posto que nós eramos dos diferentes e, não obstante, novamente uno em uma única forma. E aos tesoureiros igualmente, os quais trouxeram a mim, os vi em semelhante maneira, já que eles eram dois, embora como um, posto que sobre eles estava gravado um único selo do Rei, o qual me restituía meu tesouro e minha riqueza por meio deles, meu luminoso vestido bordado, que estava ornado com gloriosas cores, com ouro e com berilos, com rubis e ágatas e ágatas de variadas cores, também havia sido confeccionado na mansão do alto e com diamantes, haviam sido floreadas suas costuras. E a imagem do Rei dos reis estava pintada em todo ele, e também com as safiras rutilavam suas cores. E novamente vi que todo ele se agitava pelo movimento de meu conhecimento e como se prepara-se para falar o vi. Ouvi o som do canto que recitava ao descer, dizendo: “Sou o mais dedicado dos servidores que se puseram a serviço de meu Pai, e também percebi em mim que minha estatura crescia conforme a seus trabalhos”. E em seus movimentos reais se estendeu em direção a mim, e das mãos de seus portadores e incitou a tomá-lo. E também meu amor me urgia para que corresse a seu encontro e o tomasse, e assim o recebi e com a beleza de suas cores me adornei. E minha toga de cores brilhantes me envolveu todo inteiro, e me vesti e ascendi em direção à porta da saudação e da homenagem; inclinei a cabeça e rendi homenagem à Majestade de meu Pai que o havia enviado até mim, porque havia cumprido seus mandamentos e ele também havia cumprido sua promessa, e à porta de seus príncipes, me mesclei com seus nobres; pois se regozijou por mim e me recebeu, e fui com ele em seu reino. E com a voz da oração todos seus servos o glorificam. E me prometeu que também até a porta do Rei dos reis iria com ele, e levando meu obséquio e minha pérola aparecia com ele diante de nosso Rei. Veja mais aqui.

PEÇA DE ELEVADOR – Em 2006, tive oportunidade de assistir no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, à montagem da peça teatral Peça de Elevador, de Cássio Pires, com direção de Marcelo Lazzaratto, com a Cia Elevador de Teatro Panorâmico, contando várias histórias que se embaralham nos dois elevadores de um prédio comercial, envolvendo personagens que vão desde executivos ao espectro do pai de Hamlet. Aos ascensoristas cabe juntar os cacos dos acontecimentos e tirar conclusões sobre a humanidade. O destaque do espetáculo fica por conta da atuação das atrizes Heloisa Cintra e Juliana Pinho. Veja mais aqui.

LILI MARLEEN – O drama de guerra Lili Marleen (1981), do cineasta alemão Rainer Werner Fassbinder (1945-1982), conta a história ocorrida às vesperas da eclosão da segunda guerra mundial, quando uma cantora de cabaret e um pianista boêmio se apaixonam, sendo que ele é judeu e a familía dele não quer o relacionamento pois ela é alemã. Ao voltar de uma viagem, ela é impedida de cruzar a fronteira e retornar à Suíça, pois foi expulsa do país por dívidas, em uma ação furtiva do pai dele. Sem alternativa, ela é obrigada a ficar em seu país natal e acaba por se envolver com um poderoso comandante nazista. Enquanto a guerra se desenrola, o comandante a ajuda a gravar um disco e uma das canções, Lili Marleen, toca na Rádio de Belgrado e se torna extremamente popular entre as tropas alemãs que estão na frente de batalha. Ela fica famosa e recebe os privilégios do regime, inclusive conhecendo pessoalmente Hitler. O apaixonado não se conforma que ela tenha se tornado um símbolo do regime nazista e volta à Alemanha para falar com ela, usando documentos falsos. Ele é feito prisioneiro e Lili passa a ser suspeita de espionagem. O destaque do filme fica por conta da atuação da atriz alemã de ascendência polaca Hanna Schygulla. Veja mais aqui, aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz alemã Hanna Schygulla.



Veja mais sobre:
Se o mundo deu o créu, sorria!, Maria Clara Machado, Fridrich Witt, Bram Stocker, Susanne Barner, Darren Aronofsky, Aldemir Martins, Artur Griz, Ellen Burstyn, Claudia Andujar & Holismo, ecologia e espiritualidade aqui.

E mais:
Dicionário Tataritaritatá aqui.
A arte de Silvili aqui.
Validivar, Psicanálise, Miolo de Pote & Zé-corninho aqui.
As trelas do Doro, o bacharel das chapuletadas aqui.
Cordel A moça que bateu na mãe e virou cachorra, de Rodolfo Coelho Cavalcanti aqui.
Fecamepa & Fabo Esporte Clube aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
 
                                                                  Veja aqui e aqui.
 Por um novo dia sempre.
Por um homem justo e novo.
Por um gesto necessário em favor da vida!
Por isso sou cantador.

Mais um ano se vai. E com ele nascem novas esperanças. Obrigado por sua companhia. Estarei de férias até dia 03 de janeiro! Até lá. E depois disso muitas novidades no ar! Feliz Ano Novo! Beijabrações & tataritaritatá!!!

quinta-feira, dezembro 20, 2007

SEARLE, ANDERSEN, LEMINSKI, BAUDELAIRE, FLÁVIA BARROS CARONE, PAUL LAURENZI, FELATRIZ & CRÔNICAS NATALINAS


A arte de pintor francês Paul Laurenzi.

FELATRIZ: O UNIVERSO NA SUA BOCA - Ela chega e me beija devoradora, enquanto uma das mãos alisa meu sexo por cima da calça. E com sua boca devoradora, ela desce e se acocora, as faces esfregadas sobre o tecido com o meu membro rijo, alisando os lábios como se quisesse tragar assim desse jeito e a me deixar louco, desabotoa minha calça, desliza o zíper, alisa meu pau que sente o seu bafo a contorna-lo por cima da cueca, mordiscando e ajoelhada encara meu pinto sacado, rijo e ousado, e se debruça como se fosse o seu credo professando toda sua devoção numa silenciosa oração e o beija aos montões com seus beiços de Kelly LeBrock pra lambê-lo todinho e prendê-lo entre os lábios de Angelina Jolie, como se fosse a sua chupeta – ah, língua da capeta! – chupóloga que oferta todo universo na sua boca, com todos os sóis, todas as estrelas, planetas, todas as constelações siderais pra me presentear na sua abobada palatina a me perder entre Amdrêda e Cassiopeia, quando brinca com uma lambida: Tem gosto de graviola e ela toda se evola acha lindo o chapéu do vaqueiro e diz que sou seu rei e senhor, dedica todo penhor para achar que tem gosto de carambola e ela toda esmola com a maior sucção, ah, eu viro vulcão quando ela diz que é sua saborosa manga, ah, tem gosto de uma gigante pitanga e acha meu cacete gostoso como se chupasse mangaba e diz que depois que me dar sua goiaba todinha madura preu me fartar, ela quer é me enfartar dizendo minha pica tem a gostosura do ingá e de saborosa pinha, ela toda se aninha na maior boquetada, chega baba a safada e mais quer chupar o meu tamarindo, todo lambido luzindo feito siriguela, de levá-lo inteiro até na goela, engolindo dele entrar à garganta de tão engolideira e fiel boqueteira a lamber os testículos, a me dá a constelação de Ophiucus e a me fazer seu melão ou apetitoso cajá, ela adora felar, felatriz que me faz levitar como se eu fosse primorosa cajarana, ah, como chupa a putana e diz que é legal, e sobeja como pega uma acerola ou umbu como se a constalação de Grus estivesse nela e ela quer mais chupar o seu maracujá, a sua cenoura, suga chupadora o seu grandão caroço de pitomba e diz que meu pinto é uma tromba e quer nela se arrombar e meu gozo é seu xarope, vitamina pra sua saúde, loção pro seu corpo, quando diz que adora ficar toda peguenta com meu sêmen, ah viscosidade do seu hidratante labial e facial, fragrância da sua pele e enche a boca com minha gozada e faz seu batismo, crisma e júbilo e nela amanheço, nela entardeço, nela anoiteço e sou todo nela. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.


A arte de pintor francês Paul Laurenzi.

PENSAMENTO DO DIA - Todo o universo visível não é senão um depósito de imagens e de signos aos quais a imaginação conferirá um lugar e um valor relativos; é uma espécie de alimento que a imaginação deve digerir e transformar. Pensamento do escritor, tradutor, critico de arte e poeta francês, Charles Baudelaire (1821 - 1867). Veja mais aqui.

MENTES, CÉREBROS & CIÊNCIA [...] Ter uma mente é algo mais do que ter processos formais ou sintáricos. Nossos estados mentais internos têm, por definição, certos tipos de conteúdos [...] A razão pela qual um programa de computador não pode jamais ser uma mente é simplesmente que um programa de compitador é somente sintático e as mentes são mais do que sintáticas. As mentes são semânticas, no sentido de que têm algo mais do que uma estrutura formal: têm um conteúdo. Trechos extraídos da obra Mentes, cérebros y ciência (Catedra, 1985), do filósofo e escritor estadunidense John Searle. Veja mais aqui.

MORFOSSINTAXE – [...] Pensamos neste momento em Derrida, que se pergunta, perplexo, diante da análise de uma tragédia de Corneille: por que há mais beleza na tragédia do que em sua estrutura? Estamos inteiramente de acordo com ele [...] embora o texto não seja sua estrutura, ele certamente a possui; e, se a perder, perderá sua própria identidade, mutilado em sua essência. Além do mais, a análise, como prática, que leva ao conhecimento,tem tambpem a sua beleza e proporciona aquele prazer especial que sempre motiva o homem: o prazer da descoberta. [...]. Diz Hjelmslev que “toda sintaxe é morfologia e toda morfologia é sintaxe”. Poderiamos parafrasear sua asserção, concluindo que a sintaxe é a morfologia da frase e a morfologia é a sintaxe da palavra. Trechos extraídos da obra Morfossintaxe (Ática, 1995), de Flávia de Barros Carone.

VENDEDORA DE FÓSFOROS - [...] Achou um canto, formado pela saliência de uma casa, e acocorou-se ali, com os pés encolhidos, para abrigá-la ao calor do corpo; mas cada vez sentia mais frio. Não se animava a voltar para casa, porque não tinha vendido uma única caixinha de fósofors, e não ganhara um vintém. Era certo que levaria algumas lambadas. Além disso, em sua casa fazia tanto frio como na rua, pois só havia o abrigo do telhado, e por ele entrava uivando o vento, apesar dos trapos e das palhas com que lhe tinham tapado as enormes frestas. Tinha as mãozinhas tão geladas... estavam duras de frio. Quem sabe se acendendo um daqueles fósfotos pequeninos sentiria alguma calor? Se se animasse a tirar um ao menos da caixinha, e riscá-lona parede para acendê-lo...Ritch!... Como estalou, e faiscou, antes de pegar fogo! Deu uma chama quente, bem clara, e parecia mesmo uma vela quando ela o abrigou com a mão. E era uma vela esquisita aquela! Pareceu0-lhe logo que estava sentada diante de uma grande estufa, de pés e maçanetas de bronze polido. Ardia nela um fogo magnítico, que espalhava suave calor. E a meninazinha ia estendendo os pés enregelados, para aquecê-los e... tss! Apagou-se o clarão! Sumiu-se a estufa, tão quentinha, e ali ficou ela, no seu canto gelado, com um fósforo apagado na mão. Só via a parede escura e fria. [...] A pequena vendedora de fósforos, de Contos escolhidos (Globo, 1985), do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875). Veja mais aqui.

OUVERTURE LA VIE EM CLOSEem latim / “porta” se diz “janua” / e “janela” se diz “fenestra” / a palavra “fenestra” / não veio para o português / mas veio o diminutivo da “janua”, / “januela”, “portinha”, / que deu nossa “janela” / “fenestra” veio / mas não como esse ponto da casa / que olha o mundo lá fora, / de “fenestra”, veio “fresta”, / o que é uma coisa bem diversa / Já em inglês / “janela se diz “window” / porque por ela entra / o vento (“wind”) frio do norte / a menos que a fechemos / como quem abre / o grande dicionário etimológico / dos espaços interiores. Poema de do escritor, critico literário, tradutor e professor Paulo Leminski (1944-1989). Veja mais aqui.


A arte de pintor francês Paul Laurenzi.



Imagem: hehehehehehehehe, ano passado não foi, este também não... e o que vem,  será? .

Gentamiga,
para vocês minhas crônicas natalinas. É só clicar em cima do título e curtir as ditas:







E não deixe de ver as previsões e simpatias do Doro.



Veja mais sobre Amazônia, Josué de Castro & o Brasil, Manuel Ugarte, John Cage, Pierre Sonrel, Stanley Donem, Jacques-Louis David, Raquel Welsh, Karita Mattila, Fenelon Barreto & Literatura Infantil aqui.
E mais:
Doris Lessing, Jean-Claude Brisseau, Octave Tassaert, Virginie Legeay, Maria Martins, Doro & Jade da Rocha aqui.
O papel da arte no direito à saúde, Hannah Arendt & O cuidado com o mundo, Francis Scott Fitzgerald, Wolfgang Amadeus Mozart, Gilberto Mendonça Teles, Pedro Almodóvar, Claudia Riccitelli, Gilda de Abreu, Victoria Abril, Suzanne Valadon, Arlindo Rocha & Literatura Infantil aqui.
Fecamepa & a escravaria, Hegel, Mário Quintana, Debret & Pauley Perrette aqui.
Presente de Natal, Agostino Carracci, Pal Fried & as previsões do Doro aqui.
Rūmī, Margaret Mead, Martin Page, Tori Amos, Nanni Moretti, Arthur Omar, Pierre Puvis de Chavannes, Laura Morante & Jeová Santana aqui.
O evangelho do Padre Bidião, Edmund Husserl, Dalton Trevisan, Caio Fernando Abreu, Obviedades Cínicas, Carl Sandburg, Zé Barbeiro, Anne Desclos, Pilar Quintana, Corinne Cléry, Ignacio Zuloaga Zabaleta & Ísis Nefelibata aqui.
O toco do Barnabé, Mario de Andrade, Franz Hartmann, Roger Chartier, Felipe Coelho, Rosi Campos, Laetitia Colombani, Albert Arthur Allen, Audrey Tautou, Anna Rose Bain & Helena Ferreira aqui.


CRÔNICA DE AMOR POR ELA


Homenagem de Leitora como presente de parabéns pro Tataritaritaá!
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
 Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.

JUDITH BUTLER, EDA AHI, EVA GARCÍA SÁENZ, DAMA DO TEATRO & EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA

  Imagem: Acervo ArtLAM . A música contemporânea possui uma ligação intrínseca com a música do passado; muitas vezes, um passado muito dis...