A arte da pintora alemã Marita Zacharias. Veja mais abaixo.

PENSAMENTO DO DIA – Escrevo
para que meus amigos me amem ainda mais. Pensamento do escritor, jornalista
e ativista político colombiano Prêmio Nobel de Literatura de 1982, Gabriel
García Marquez (1927-2014). Veja mais aqui.
PSIQUE PLURAL - [...] no
nível pessoal, deparamo-nos com a tarefa pluralista de reconciliar nossas
muitas vozes e imagens no interior de nós mesmos com o desejo e a necessidade
de nos sentirmos integrados e de podermos falar uma única voz. Esse processo
intrapsiquico é uma questão que envolve intensamente o sentimento. [...]
extraído de A psique plural:
personalidade moralidade e o pai (Imago, 1992), do psicoterapeuta,
professor, ativista e escritor inglês Andrew
Samuels.
PALAVRA & LINGUAGEM - [...] a palavra penetra literalmente em todas as
relações entre indivíduos, nas relações de colaboração, nas de base ideológica,
nos encontros fortuitos da vida cotidiana, nas relações de caráter político,
etc. As palavras são tecidas a
partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as
relações sociais em todos os domínios. É portanto claro que a palavra será sempre o
indicador ma is sensível de todas as transformações sociais, mesmo daquelas que
apenas despontam, que ainda não to mara m forma, que a inda não abrira m ca
minho para sistemas ideológicos estruturados e bem formados. A palavra constitui o meio no qual se
produzem lentas acumulações quantitativas de mudanças que ainda não tiveram
tempo de adquirir uma nova qualidade ideológica, que ainda não tiveram tempo de
engrendrar uma forma ideológica nova e acabada. A palavra é capaz de registrar
as fases transitórias mais íntimas, mais efêmeras das mudanças sociais. [...] Na realidade,
não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras,
coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc.
A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou
vivencial. É assim que co mpreendemos as palavras e somente reagimos àquelas
que despertam e m nós ressonâncias ideológicas ou concernentes à vida. [...].
Trecho extraído da obra Marxismo e
Filosofia da Linguagem (Hucitec, 1999), do filósofo e pensador
russo teórico da cultura e das artes Mikhail Bakhtin (1895-1975). Veja
mais aqui.
A POESIA & VERSOS - [...] Para
escrever um verso, é necessário ver muitas cidades, homens e coisas; é
necessário conhecer os animais, sentir como voam os pássasros e conhecer os
movimentos com os quais as flores se abrem pela manhã. É necessário pensar de
novo nos caminhos das paragens desconhecidas, em encontros inesperados e em
despedidas que pareciam estender-se por longo tempo... É necessário ter
recordações... mas não é suficiente ter recordações. É preciso esquecer quando
são muitas e é necessário ter muita paciência para esperar que voltem. Porque
as próprias recordações não são ainda poesia. somente quando se tornam sangue,
olhar e gesto, sem nome e já sem que se consiga diferenciá-las de nós mesmos,
só então pode suceder que,em um momento muito especial, surja a primeira
palavra de um verso no meio delas e a partir delas [...]. Trecho extraído
da obra Teoria Poética (Júcar, 1987),
do escritor alemão Rainer Maria Rilke (1875-1926). Veja mais aqui.
OS
HOMENS AMAM A GUERRA - Não sei com que armas os homens lutarão na
Terceira Guerra, / mas na Quarta, será a pau e pedra – Einstein / Os homens amam a guerra. Por isso / se armam
festivos em coro e cores / para o dúbio esporte da morte. / Amam e não
disfarçam. / Alardeiam esse amor nas praças, / criam manuais e escolas, / alçando
bandeiras e recolhendo caixões, / entoando slogans e sepultando canções. / Os
homens amam a guerra. Mas não a amam / só com a coragem do atleta / e a empáfia
militar, mas com a piedosa / voz do sacerdote, que antes do combate / serve a
hóstia da morte. / Foi assim na Criméia e Tróia, / na Eritréia e Angola, / na
Mongólia e Argélia, / no Saara e agora. / Os homens amam a guerra / E mal
suportam a paz. / Os homens amam a guerra, / portanto, / não há perigo de paz. /
Os homens amam a guerra, profana / ou santa, tanto faz. / Os homens têm a
guerra como amante, / embora esposem a paz. / E que arroubos, meu Deus! nesse
encontro voraz! / que prazeres! que uivos! que ais! / que sublimes perversões
urdidas / na mortalha dos lençóis, lambuzando / a cama ou campo de batalha. / Durante
séculos pensei / que a guerra fosse o desvio / e a paz a rota. Enganei-me. São
paralelas / margens de um mesmo rio, a mão e a luva, / o pé e a bota. Mais que
gêmeas / são xifópagas, par e ímpar, sorte e azar / são o ouroboro- cobra
circular / eternamente a nos devorar. / A guerra não é um entreato. / É parte
do espetáculo. E não é tragédia apenas / é comédia, real ou popular, / é algo
melhor que circo: / — é onde o alegre trapezista / vestido de kamikase / salta
sem rede e suporte, / quebram-se todos os pratos / e o contorcionista se parte /
no kamasutra da morte. / A guerra não é o avesso da paz. / É seu berço e seio
complementar. / E o horror não é o inverso do belo / - é seu par. Os homens
amam o belo / mas gostam do horror na arte. O horror / não é escuro, é a
contraparte da luz. / Lúcifer é Lubel, brilha como Gabriel / e o terror seduz. /
Nada mais sedutor / que Cristo morto na cruz. / Portanto, a guerra não é só
missa / que oficia o padre, ciência / que alucina o sábio, esporte / que
fascina o forte. A guerra é arte. / E com o ardor dos vanguardistas / frequentamos
a bienal do horror / e inauguramos a Bauhaus da morte. / Por isso, em cima da
carniça não há urubu, / chacais, abutres, hienas. / Há lindas garças de
alumínio, serenas, / num eletrônico balé. / Talvez fosse a dança da morte,
patética. / Não é . É apenas outra lição de estética. / Daí que os soldados modernos
/ são como médico e engenheiro / e nenhum ministro da guerra / usa roupa de
açougueiro. / Guerra é guerra! / dizia o invasor violento / violentando a
freira no convento / Guerra é guerra! / dizia a estátua do almirante / com a
boca de cimento. / Guerra é guerra! / dizemos no radar / desgustando o inimigo /
ao norte do paladar. / Não é preciso disfarçar / o amor à guerra, com história
de amor à pátria / e defesa do lar. Amamos a guerra / e a paz, em bigamia
exemplar. / Eu, poeta moderno ou o eterno Baudelaire / eu e você, hypocrite
lecteur, / mon semblable, mon frère. / Queremos a batalha, aviões em chamas / navios
afundando, o espetacular confronto. / De manhã abrimos vísceras de peixes / com
a ponta das baionetas / e ao som da culinária trombeta / enfiamos adagas em
nossos porcos / e requintamos de medalha / - os mortos sobre a mesa. / Se
possível, a carne limpa, sem sangue. / Que o míssil silente lançado à distância
/ não respingue em nossa roupa. / Mas se for preciso um banho de sangue / - como
dizia Terêncio:-sou humano / e nada do que é humano me é estranho. / A morte e
a guerra / não mais me pegam ao acaso. / Inscrevo sua dupla efígie na pedra / como
se o dado de minha sorte / já não rolasse ao azar, / como se passasse do branco
/ ao preto e ao branco retornasse / sem nunca me sombrear. / Que venha a
guerra! Cruel. Total. / O atômico clarim e a gênese do fim. / Cauto, como
convém aos sábios, / primeiro bradarei contra esse fato. / Mas, voraz como
convém à espécie, / ao ver que invadem meus quintais, / das folhas da bananeira
inventarei / a ideológica bandeira e explodirei / o corpo do inimigo antes que
ataque. / E se ele não atirar primeiro, aproveito / seu descuido de homem
fraco, invado sua casa / realizando minha fome milenar de canibal / rugindo sob
a máscara de homem. / — Terrível é o teu discurso, poeta! / Escuto alguém
falar. / Terrível o foi elaborar. / Agora me sinto livre. / A morte e a guerra /
já não podem me alarmar. / Como Édipo perplexo / decifrei-a em minhas vísceras /
antes que a dúbia esfinge / pudesse me devorar. / Nem cínico nem triste. Animal
/ humano, vou em marcha, danças, preces / para o grande carnaval. / Soldado,
penitente, poeta / — a paz e a guerra, a vida e a morte / me aguardam / — num
atômico funeral. / — Acabará a espécie humana sobre a Terra? / Não. Hão de
sobrar um novo Adão e Eva / a refazer o amor, e dois irmão: / — Caim e Abel / —
a reinventar a guerra. Poema do poeta Affonso Romano de Sant’Anna.
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