PHILIPPE ARIÈS – O historiador e filósofo francês
Philippe Ariès (1914-1984), em seu livro História
social da criança e da família, defendendo que a etapa da
infância é aquela que compreende o processo de formação biológica da criança
que se encontra suscetível à socialização e que, por isso, para essa criança
são necessários cuidados especiais.
As suas ideias de realizar uma abordagem histórica acerca do tratamento dado à
criança desde tempos mais remotos, promoveu uma nova ótica para a educação
infantil, organizando-se o entendimento acerca da criança, a partir da
identificação da classificação da criança-adulto ou infância negada, a
criança-filho-aluno ou criança institucionalizada e a criança-sujeito social ou
sujeito de direitos. Tais
entendimentos levaram a necessidade de compreensão do ser a criança como um
sujeito social, redesenhando a educação infantil com o compromisso da escola e
da família. Veja mais aqui.
Imagem: Nu, do pintor tcheco Emil Orlik (1870-1932)
Ouvindo o Concerto For Piano, Violin, Cello & Orchestra In C Major Op.56 'Thriple Concerto, de Ludwig Van Beethoven (1770 – 1827), com o violino de Isaac Stern (1920 – 2001), piano de Emanuel Ax e regência de Michael Stern com a London Symphony Orchestra (1992).
A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIVIDADE TÉCNICA, DE WALTER BENJAMIN
- [...] No
interior de grandes períodos históricos, a forma de percepção das coletividades
humanas se transforma ao mesmo que seu modo de existência. O modo pelo qual se
organiza a percepção humana, o meio em que ela se dá, não é apenas condicionado
naturalmente, mas também historicamente. A época das invasões dos bárbaros,
durante a qual surgiram as indústrias artísticas do Baixo Império Romano e a
Gênese de Viena, não tinha apenas uma arte diferente da que caracterizava o
período clássico, mas também uma outra forma de percepção. Os grandes
estudiosos da escola vienense, Riegl Wickhoff, que se revoltaram contra o peso
da tradição classicista, sob o qual aquela arte tinha sido soterrada, foram
primeiros a tentar extrair dessa arte algumas conclusões sob a organização da
percepção nas épocas em que ela estava e vigor. [...] Em
suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e
temporais: a aparição única de uma coisa distante por mais perto que ela
esteja. Observar, em repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de montanhas no
horizonte, ou um galho, que projeta sua sombra sobre nós, significa respirar a
aura dessas montanhas, desse galho. Graças a essa definição, é fácil
identificar os fatores sociais específicos que condicionam o declínio atual da
aura. Ela deriva de duas circunstâncias, estreitamente ligadas à crescente
difusão e intensidade dos movimentos de massas. Fazer as coisas "ficarem
mais próximas" é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como
sua tendência a superar o caráter único de todos os fatos através da sua
reprodutibilidade. Cada dia fica mais irresistível a necessidade de possuir o
objeto, de tão perto quanto possível, na imagem, ou antes, na sua cópia, na sua
reprodução. Cada dia fica mais nítido a diferença entre a reprodução, como ela
nos é oferecida pelas revistas ilustradas e pelas atualidades cinematográficas,
e a imagem. Nesta, a unidade e a durabilidade se associam tão intimamente como,
na reprodução, a transitoriedade e a repetibilidade. Retirar o objeto do seu
invólucro, destruir sua aura, é a característica de uma forma de percepção cuja
capacidade de captar "o semelhante no mundo” é tão aguda, que graças à
reprodução ela consegue captá-lo até no fenômeno único. Assim se manifesta na
esfera sensorial a tendência que na esfera teórica explica a importância
crescente da estatística. Orientar a realidade em função das massas e as massas
em função da realidade é um processo de imenso alcance, tanto para o pensamento
como para a intuição. [...] Uma das tarefas mais importantes da arte foi
sempre a de gerar uma demanda cujo atendimento integral só poderia produzir-se
mais tarde. A história de toda forma de arte conhece épocas críticas em que
essa forma aspira a efeitos que só podem concretizar-se sem esforço num novo
estágio técnico, isto é, -numa nova forma de arte. As extravagâncias e
grosserias artísticas daí resultantes e que se manifestam sobretudo nas
chamadas "épocas de decadência" derivam, na verdade, do seu campo de
forças historicamente mais rico. Ultimamente, foi o dadaísmo que se alegrou com
tais barbarismos. Sua impulsão profunda só agora pode ser identificada: o
dadaísmo tentou produzir através da pintura (ou da literatura) os efeitos que o
público procura hoje no cinema. [...] A massa é a matriz da
qual emana, no momento atual, toda uma atitude nova com relação à obra de arte.
A quantidade converteu-se em qualidade. O número substancialmente maior de
participantes produziu um novo modo de participação. O fato de que esse modo
tenha se apresentado inicialmente sob uma forma desacreditada não deve induzir
em erro o observador. Afirma-se que as massas procuram na obra de arte
distração, enquanto o conhecedor a aborda com recolhimento. Para as massas, a
obra de arte seria objeto de diversão, e para o conhecedor, objeto de devoção.
Vejamos mais de perto essa crítica. A distração e o recolhimento representam um
contraste que pode ser assim formulado: quem se recolhe diante de urna obra de
arte mergulha dentro dela e nela se dissolve, como ocorreu com um pintor
chinês, segundo a lenda, ao terminar seu quadro. A massa distraída, pelo
contrário, faz a obra de arte mergulhar em si, envolve-a com o ritmo de suas
vagas, absorve-a em seu fluxo. O exemplo mais evidente é a arquitetura. Desde o
início, a arquitetura foi o protótipo de uma obra de arte cuja recepção se dá
coletivamente, segundo o critério da dispersão. As leis de sua recepção são
extremamente instrutivas. [...]
A crescente proletarização dos
homens contemporâneos e a crescente massificação são dois lados do mesmo
processo. O fascismo tenta organizar as massas proletárias recém-surgidas sem
alterar as relações de produção e propriedade que tais massas tendem a abolir.
Ele vê sua salvação no fato de permitir às massas a expressão de sua natureza,
mas certamente não a dos seus direitos. Deve-se observar aqui, especialmente se
pensarmos nas atualidades cinematográficas, cuja significação propagandística
não pode ser superestimada, que a reprodução em massa corresponde de perto à
reprodução das massas. Nos grandes desfiles, nos comícios gigantescos, nos
espetáculos esportivos e guerreiros, todos captados pelos aparelhos de filmagem
e gravação, a massa vê o seu próprio rosto. Esse processo, cujo alcance é
inútil enfatizar, está estreitamente ligado ao desenvolvimento das técnicas de
reprodução e registro. De modo geral, o aparelho apreende os movimentos de
massas mais claramente que o olho humano. Multidões de milhares de pessoas
podem ser captadas mais exatamente numa perspectiva a voo de pássaro. E, ainda
que essa perspectiva seja tão acessível ao olhar quanto à objetiva, a imagem
que se oferece ao olhar não pode ser ampliada, como a que se oferece ao
aparelho. Isso significa que os movimentos de massa e em primeira instância a
guerra constituem uma forma do comportamento humano especialmente adaptada ao
aparelho. As massas têm o direito de exigir a mudança das relações de
propriedade; o Fascismo permite que elas se exprimam conservando, ao mesmo
tempo, essas relações. Ele desemboca, consequentemente, na estetização da vida
política. [...] É a forma mais perfeita do art pour l'art. Na época de Homero, a
Humanidade oferecia-se em espetáculo aos deuses olímpicos agora, ela se
transforma em espetáculo para si mesma. Sua auto-alienação atingiu o ponto que
lhe permite viver sua própria destruição como uni prazer estético de primeira
ordem. Eis a estetização da política, como a pratica o fascismo. O comunismo
responde com a politização da arte. A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIVIDADE TÉCNICA – O livro A obra de arte na era da
sua reprodutividade técnica, do filósofo, sociólogo ensaísta, critico
literário e tradutor judeu alemão, Walter Benjamin (1892-1940), é um ensaio que
foi publicado em 1936, tratando da reprodutibilidade técnica,
autenticidade, destruição da aura, ritual e política, valor de culto e valor de
exposição, fotografia. valor de eternidade, fotografia e cinema como arte,
cinema e teste, o intérprete cinematográfico, exposição perante a massa,
exigência de ser filmado, pintor e cinegrafista, recepção dos quadros,
camundongo Mickey, Dadaísmo, recepção tátil e recepção ótica e estética da
guerra. Foi produzido em um esforço para descrever uma teoria materialista da
arte, que seria "útil para a formulação das exigências revolucionárias na
política da arte", fazendo uma comparação entre teatro e cinema,
fotografia e pintura, de como a aura foi deturpada ao longo dos anos e de como
a existência parasitária no ritual foi perdendo-se com a ideologia burguesa.
Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
REFERÊNCIA
BENJAMIN, Walter. A obra
de arte na era da sua reprodutividade técnica. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
NEUSOPSICOLOGIA
HOJE – O livro Neuropsicologia hoje, organizado
por Vivian Maria Andrade, Flavia Heloisa dos Santos e Orlando F. A. Bueno,
aborda acerca dos aspectos instrumentais e metodológicos da avaliação
psicológica, bases estruturais do sistema nervoso, conceito de inteligência,
atenção, neurobiologia da atenção visual, funções executivas, memória e
amnésia, neurobiologia da linguagem, neuropsicologia do desenvolvimento,
memória operacional e estratégias de memória, avaliação neuropsicológica
infantil, reabilitação cognitiva pediátrica, epilepsia, avalia neuropsicológica
em traumatismo craniencefálico, aspectos cognitivos da esclerose múltipla,
modelo de reabilitação e atendimento interdisciplinar, Doença de Parkinson e
seus aspectos neuropsicológicos, aspectos neuropsícológicos associados ao uso
de cocaína, envelhecimento e memória, avaliação e reabilitação neuropsicológica
no idoso e redução da assimetria hemisférica em adultos mais velhos sob a
perspectiva do modelo Harold, entre outros temas. REFERÊNCIA: ANDRADE, Vivian;
SANTOS, Flavia; BUENO, Orlado (Orgs.). Neuropsicologia hoje. Porto Alegre:
Artmed, 2004. Veja mais aqui e aqui.
EDUCAÇÃO SEXUAL - a obra Educação sexual em 8 lições: como orientar da infância à adolescência –
um guia para professores e pais, da sexóloga Laura Miller, abordando o tema
sexualidade de forma franca, aberta e esclarecedora, com base nos livros,
colunas e textos para jornais, revistas e internet, e como psicóloga clínica
com atendimento a jovens, adultos, casais e famílias em seu consultório
particular em São Paulo. MILLER,
Laura. Educação sexual em 8 lições: como orientar da infância à adolescência –
um guia para professores e pais. São Paulo Academia do Livro, 2013. Veja mais
aqui, aqui, aqui e aqui.
RUY JOBIM NETO - O autor teatral, roteirista,
cartunista e blogueiro Ruy Jobim Neto tem um currículo invejável. Para começar
é formado em cinema pela ECA/USP. É o criador do personagem Cão Jarbas (1989).
É autor do livro Na Tigela com Jarbas (2002) e das revistas bimestrais Brincadeiras do Jarbas,
lançadas em novembro de 1996. Também autor dos temas Santos Dumont, Zumbi,
Guararapes e O padre do voador da coleção Heróis
do Brasil. No teatro, entre outras tantas, é autor das peças teatrais Virgens à deriva (2007), Ao primeiro que viu a maré (que em 2011
foi traduzida e encenada em Londres), a premiada Do claustro (2008), Sobre o
teu corpo duvidei (2008), Andares
acima (2008), De eterno flerte, adoro
ver-te (2008), Bem longe da
Traçalândia (2009), Lourenço
(2009), Dois para o saguão (2009) e
lá vai mais um bocado. No cinema, roteiro e direção do filme Horário de meu verão (2010),
curta-metragem Hyppólita (2011), roteiro e direção do O dia D E. J. Carvalho (2012), Alguém
para conversar contigo quando anoitecer (2012), Todo dia é dia de ator (2012), Legendas
(2013) e Barcos da Terra (2013) e
deve ter mais. Além de tudo isso é integrante da Cia Mestremundo de Histórias,
ministra aulas de Histórias em Quadrinhos, oficinas culturais, interpretação
para locução de rádio, escreve crítica de cinema e vídeo, participou do Salão
de Humor de Piracicaba, já contracenou com o ator Cláudio Mamberti, foi
indicado como melhor ator coadjuvante no Mapa Cultural Paulista de 1995, pela
participação no elenco O enigma dos
Turins, edita quatro excelentes blog na rede e, acima de tudo, é um cara
arretado! Pronto. O objetivo desse registro aqui é aplaudir de pé o trabalho
desse grande artista. Abração amigo Ruy, sucesso procê!
Ouvindo Just like a woman, do Bob Dylan, na sensualíssima voz da Charlotte Gainsbourg
CHARLOTTE GAINSBOURG – Quem já teve a oportunidade de ouvir
ou ver a maravilhosa arte da cantora e atriz francesa Charlotte Gainsbourg,
sabe o que eu quero dizer. O primeiro deles La tentation d'Isabelle, do
diretor Jacques Doillon (1985), depois Anna
Oz, do diretor Eric Rochant (1996), Ma femme est une actrice
dirigido por Yvan Attal (2001), entre muitos outros. Mas o
destaque aqui vai para o provocador e encantador filme Nymphomaniac (2014), do cineasta
dinamarquês Lars Von Trier, em que ela protagoniza de forma exuberante e
provocadora toda trama proposta na busca por algo e carregado de um tema tabu,
exigindo que se assista completamente despido de moralismo ou preconceito.
MARCO LEAL – O meu primeiro contato com o trabalho
musical com o cantor e compositor Marco Leal foi no Clube Caiubi de Compositores, o espaço mais democrático da música
brasileira. Dele recebi o sei cd Namoradeira que curti bastante, destacando as
faixas Festa de São João e O samba do morro. Parabéns, amigo Marco
Leal, sucesso procê!!!
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António Damásio, Pierre-Jean de Béranger
& Marcia Lailin aqui.
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A poesia de Wystan Hugh Auden, a
literatura de Stanislaw Ponte Preta & Anaïs Nin, A música de Francisco
Manuel da Silva, A pintura de Alberti Leon Battista, Maria de Medeiros &
Luli Coutinho aqui.
Hypatia & Ágora, o filme aqui.
Proezas do Biritoaldo: Quando a corda
arrebenta, a covardia fica de plantão aqui.
Conversa de pé de ouvido, As presepadas
de Doro, Erasmo de Roterdam, O peido & a Educação, Fernando Fiorese, A
primavera de Ginsberg, Graciliano Ramos & Alagoas aqui.
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Meu ensino de Jacques Lacan & Disco
Friends aqui.
Antígona de Sófocles aqui.
Reflexões de metido em camisa de onze
varas, Ralph Waldo Emerson, Síndrome de Klüver-Bucy, Isaac Newton, Viviane
Mosé, Carl Gustav Jung & Sabina Spielrein, Cloltilde de Vaux & Auguste
Comte aqui.
Remexendo as catracas do quengo e
queimando as pestanas com coisas, coisitas e coisões, Débora Massmann,
Boaventura de Souza Santos, Terêncio, O Fausto de Goethe, Ética, Saúde no
Brasil & Big Shit Bôbras aqui.
A música de Nando Lauria aqui.
Charles Baudelaire, Gianni Vattimo, Sören
Kierkegaard, Tribo Ik, Adriano Nunes & Do individualismo possessivo ao
umbigocentrismo da futilidade aqui.
Pobreza aqui.
Paulo Leminski, Mestre Eckhart, Moisés
Maimônides, Píndaro, A oniomania & o Shopaholic, Gilton Della Cella
& Programa Tataritaritatá aqui.
A explosão do prazer no Recife, Educação,
Manoel de Barros, Gaston Bachelard, Luiz Ruffato, John Dewey, Marcelino Freire,
Ottto Maria Carpeaux, Armando Freitas Filho & Programa Tataritaritatá aqui.
Todo dia é dia
da mulher aqui.
A croniqueta de
antemão aqui.
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Direito & Educação aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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