LITERÓTICA: O DEVANEIO
DA DEUSA -´Era março nas comemorações do milenar Ano Novo astrológico e eu
me vi transportado do Equinócio do outono pro da primevera no topo da cratera
do vulcão Cyril. Um buquê de estrelas cadentes dava o tom pirotécnico ao
ambiente onírico. E de repente dois olhos reluzentes emergiram na vertiginosa
neblina. Logo um semblante airoso para lá de especiosamente formoso traziam
aqueles olhos: uma belíssima mulher coberta por uma túnica de cetim vermelho
com bordas negras, expunha um decote mínimo triangular que descia dos seios à
região púbica. Seus passos elegantes davam-me a impressão dela levitar
dançante, como se exibisse numa nuvem de fumaça no ultra-realismo do Dancing on the Edge of a Volcano, num palco exclusivíssimo
para mim. Era deveras belamente enfeitiçante, uma pulcritude
oniromante. Mostrou-me no nevoeiro uma serpente que previa meu futuro, alertado
para a chegada da cabeça sem corpo que viria de longe, dum Outrosquistão que
era para lá de depois do fim do mundo uns 10 infernos adentro. Fui premiado com
a graça do seu sorriso. E com suas mãos angeliciais ofertou-me flores de Lótus
para saborear. Seguimos na bruma para Manoa, onde degustei peyote para poder
ser admitido em Foollyk, a Ilha dos Poetas. Após a cerimônia de recepção fui levado
por uma entrada rigorosamente restrita às 1001 ilhotas, entre as quais está o
país de Herland, reino das mulheres partenogenéticas regidas pela deusa-mãe
Maaia. Ali fui recebido por quatro belas moças de Cocaigne, peritas em
massagens e carícias resultantes da prática de alunas da escola de Boas Almas
de Cstwertskst da Poldávia, cuja principal lição é dar prazer como um excelente
meio de escapar do inferno. Não sei por quanto tempo fiquei envolvido nesse
ritual, porque logo apareceram fêmeas que me convidaram a uma dança em Hulak,
na festa dos sobreviventes de Atlântida. Não mais vi minha anfitriã. Fui levado
por uma dupla de elfos e fadas de Zuy, pela Gruta do Carimbado de São Tomé das
Letras, despertando apenas em Machu Picchu. E lá estava ela à minha espera.
Logo se dirigiu a mim tão logo ter-me visto e, sem cerimônia, enlaçou-me com um
beijo apaixonado, como se estivesse disposta a realizar todas as minhas trinta
e seis mil vontades. Foram zis devaneios naqueles lábios, como se Vênus à
desforra do Eros que sou. Acordei com seu olhar de basilisco, como se me
dissesse que aquele era o meu dia. Encostou-se a uma mesa enorme, deitou-se
sobre ela, arqueou as pernas, contorceu-se esguia, escancarou-se a expor sua
intimidade afogueada. Depois aproximou-se, puxou-me mais pra perto e beijou-me
sussurrando: Eu te amo! Era a lua de mel e eu não sabia. Arreou a cabeça
inquieta sobre meu colo e suas mãos alisaram insanamente o meu sexo. As minhs
mãos percorriam suas sinuosidades e eu testemunhava seus arrepios a se
contorcer, afastando-se como fuga das minhas investidas. Perfilou-se de quatro
e elevou a popa como se descesse o Liso do Sussuarão, aos requebros
encantadores jamais visto, de quem se prepara para o bote, enquanto se exibia
como quem realiza todos os pedidos. Reaproximou-se delirante, fez-me
desnudá-la. Dos seus olhos garrafões de água do Aleph de Xanadu, da sua boca
uma coleção de versos da esfinge de Turoine, dos seus seios uma garrafa do
venenoso simmsenn do Ussulissão para beber, de suas mãos cintos do couro de
Daquir dos Waferdanos e uma ma réplica do relógio de sete faces de
Vondervotteimittis, do seu ventre o feitiço da ilha do Pavão. No ápice da sua
volúpia presenteou-me a invisibilidade com as pedras da pulseira de Jaspe e a
felicidade com o anel de Blachstaff. No trono da deusa banhou-me com sua língua
percorrendo meu corpo e o seu sobejo trazia o olor de água de rosas para que eu,
definitivamente, seja absolvido de todos os castigos de Deus. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS –As
bibliotecas guardam a sabedoria do mundo e as histórias de todos os tempos -
disponíveis para todos, gratuitamente! Ler para escritores é como treinar para
atletas. Quero que todos os meus livros provoquem algum tipo de resposta no
leitor, que os façam pensar ou sentir algo, ou ambos, e que isso se torne parte
deles e atue em suas próprias vidas. Pensamento da escritora estadunidense Linda
Sue Park. Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Apesar de sua vida ter sido de sofrimento e
angústia, suas histórias nunca foram insuportáveis nem deprimentes. Tinham
alicerces numa força moral que era o tempo todo alentadora. Pensamento da
escritora chinesa Jung Chang. Veja mais aqui e aqui.
FRONTEIRAS – [...] Então, se você quer
realmente me machucar, fale mal sobre a minha língua. Étnico identidade é
pele gêmea da identidade linguística - Eu sou minha língua. Até que eu possa
aguentar orgulho da minha língua, Não posso me orgulhar de mim mesmo. Até Posso
aceitar como legítimo Chicano Texas Spanish, Tex Mex e todos os outras línguas
que falo, não posso aceitar a minha legitimidade. Até que eu esteja livre para
escrever bilínguemente e trocar códigos sem ter sempre traduzir, enquanto ainda
tenho falar inglês ou espanhol quando eu preferiria falar espanhol, e como
contanto que eu tenha que acomodar o falantes de inglês, em vez de ter eles me
acomodam, minha língua será ilegítimo. Eu não vou mais sentir vergonha de existir.
Eu terei minha voz. Índio, espanhol, branco. eu terei meu língua de serpente -
minha voz de mulher, minha voz sexual, minha voz de poeta. Eu vou superar a
tradição do silêncio. [...].
Trecho extraído da obra Borderlands:
La Frontera (The
New Mestiza, 1987), da teórica cultural chicana e feminista Gloria
Anzaldúa (1942-2004). Veja mais aqui e aqui.
RISO & ESQUECIMENTO - [...] Para liquidar os povos, se começa a privá-los da memória.
Se destroem os seus livros, a sua cultura, a sua história. E, algum outro
escreve outros livros, lhe fornece uma outra cultura, inventa uma nova
história: depois disso, o povo começa a, lentamente, esquecer aquilo que é e
aquilo que foi. E o mundo ao seu redor se esquece ainda mais rápido. [...]. Trecho extraído da
obra O
livro do riso e do esquecimento (Companhia
de Bolso, 2008), do escritor tcheco Milan Kundera (1929-2023).
Veja mais aqui e aqui.
UM POEMA DAS CANÇÕES DE SANGUE E
ESPADA: MEMÓRIAS DE UMA FILHA – Meu país \ Não tenho mais bonés feitos em casa \ Nem nenhum sapato que pisou em suas estradas \ Eu gastei sua última camisa há muito tempo \ Era de tecido Sile \ Agora você só fica na brancura dos meus cabelos \ Intacto em meu coração \ Agora você só fica na brancura dos meus cabelos \ Nas linhas da minha testa \ Meu país -Nazim Hikmet. Poema da
escritora paquistanesa Fatima Bhutto.
GASTON BACHELARD – No seu livro A poética do espaço, o filósofo,
crítico literário e epistemólogo francês Gaston Bachelar (1884-1962), escreve
que: “[...] A imagem poética é uma
emergência da linguagem, está sempre um pouco acima da linguagem significante.
Ao viver os poemas tem-se pois a experiência salutar da emergência. Emergência
sem duvida de pequeno porte. Mas essas emergências se renovam; a poesia põe a
linguagem em estado de emergência. A
vida se mostra aí por sua vivacidade. Esses impulsos linguísticos que saem da
linha ordinária da linguagem pragmática são miniaturas do impulso vital. Um
microbergosonianismo que abandonasse as teses da linguagem instrumento para
adaptar a tese da linguagem-realidade encontraria na poesia muitos documentos
sobre a vida bem atual da linguagem. [...] Tornar imprevisível a palavra não será um aprendizado da liberdade? Que
encantos a imaginação poética acha em zombar das censuras! Outrora, as artes
poéticas codificavam as licenças. Mas a poesia contemporânea pôs em liberdade
no próprio corpo da linguagem. A poesia aprece então como um fenômeno de
liberdade”. Veja mais aqui, aqui e aqui.
Imagem: Nu, do pintor, professor e paisagista ítalo-brasileiro Antonio Rocco (1880-1944)
Ouvindo Emily, de Renato Borghetti.
A NEUROCIÊNCIA COGNITIVA DE
STEVEN PINKER - [...]
Nas nossas relações sociais o que ganha
não é a força física, mas o verbo - o orador eloquente, o sedutor da língua de
prata, a criança persuasiva que impõe sua vontade contra um pai mais musculoso.
[...] A linguagem não é um artefato
cultural que aprendemos da maneira como aprendemos a dizer a hora ou como o
governo federal está funcionando. Ao contrário, é claramente uma peça do da
constituição biológica do nosso cérebro. A linguagem é uma habilidade complexa
e especializada, que se desenvolve espontaneamente na criança, sem qualquer
esforço consciente ou instrução formal, que se manifesta sem que se perceba sua
lógica subjacente, que é qualitativamente a mesma em todo indivíduo, e que
difere de capacidades mais gerais de processamento de informações ou de
comportamento inteligente. Por esses motivos alguns cognitivistas descreveram a
linguagem como uma faculdade psicológica, um órgão mental, um sistema neural ou
um módulo computacional. Mas prefiro o simples e banal termo
"instinto". Ele transmite a ideia de que as pessoas sabem falar mais
ou menos da mesma maneira que as aranhas sabem tecer teias. [...] Em primeiro lugar,
cada frase que uma pessoa enuncia ou compreende é virtualmente uma nova
combinação de palavras, que aparece pela primeira vez na história do universo.
Por isso, uma língua não pode ser um repertório de respostas; o cérebro deve
conter uma receita ou programa que consegue construir um conjunto ilimitado de
frases a partir de uma lista finita de palavras. Esse programa pode ser
denominado gramática mental (que não deve ser confundida com “gramáticas"
pedagógicas ou estilísticas, que são apenas guias para a elegância da prosa
escrita). O segundo fato fundamental é que as crianças desenvolvem as
gramáticas complexas rapidamente e sem qualquer instrução formal e, à medida
que crescem, dão interpretações coerentes a novas construções de frases que
elas nunca escutaram antes. Portanto, afirmava ele, as crianças têm de estar
equipadas de modo inato com um plano comum às gramáticas de todas as línguas,
uma gramática universal, que lhes diz como extrair os padrões sintáticos da
fala de seus pais. [...] A
universalidade da linguagem complexa é uma descoberta que enche os linguistas
de admiração e temor, e é a primeira razão para suspeitar que a linguagem não é
apenas uma invenção cultural qualquer mas o produto de um instinto humano
específico. As invenções culturais variam muito de sociedade para sociedade em
termos de sofisticação; dentro de uma sociedade, as invenções têm geralmente um
mesmo nível de sofisticação. Alguns grupos contam fazendo marcas em ossos e
cozinham em fogos que eles produzem girando gravetos na lenha; outros usam computadores
e fornos de microondas. No entanto, a linguagem acaba com essa correlação. [...]
Em primeiro lugar, acabemos com o
folclore de que os pais ensinam a língua aos filhos. Ninguém supõe, é claro,
que pais dêem aulas explícitas de gramática, mas muitos pais (e alguns
psicólogos infantis, que deveriam estar mais bem informados) acreditam que as
mães dão aulas implícitas aos filhos. [...] Talvez algumas das coisas que temos de aprender
sobre a língua sejam facilmente apreendidos por mecanismos simples que precedem
a evolução da gramática. Por exemplo, talvez seja suficiente o tipo simples de
circuito de aprendizagem para gravar qual elemento vem antes de qual outro,
desde que os elementos sejam primeiro definidos e identificados por algum outro
módulo cognitivo. Se um módulo gramatical universal define um núcleo de um
protagonista, a ordem relativa deles (núcleo inicial ou núcleo final) poderia
facilmente ser gravada. Nesse caso, a evolução tendo tornado inatas às unidades
computacionais básicas da língua, não haveria necessidade de substituir cada
pedaço de informação aprendida por uma conexão inata. Simulações por computador
da evolução mostram que a pressão para substituir conexões neurais adquiridas
por outras inatas diminui à medida que uma parcela cada vez maior da rede se
torne inata, porque a cada vez menos provável que aprendizagem falhe para o
resto. [...] Se dividíssemos o desenvolvimento da linguagem em
fases umas tanto arbitrárias, como Balbucio de Sílabas, Balbucio Tagarela,
Estágio de uma Palavra e Estágio Telegráfico (Sequências de Duas Palavras), a
fase seguinte teria de ser chamada de Grande Explosão. Entre o final do segundo
ano e meados do terceiro, a linguagem das crianças transforma-se numa conversa
gramatical fluente, desabrochando de maneira tão rápida que desconcerta os
pesquisadores, e até agora ninguém conseguiu descobrir a sequência exata desse
progresso. [...] Ainda que os
próprios genes especifiquem o design básico da linguagem, eles têm de armazenar
as características específicas da língua no meio para que a língua de uma
pessoa esteja sincronizada com a de todos os outros, apesar da singularidade
genética de cada indivíduo. [...] Se formos empiristas, o mais
provável é que também sejamos associacionistas e behavioristas. Inversamente,
se somos nativistas a respeito da aprendizagem, e também sustentariam,
provavelmente, uma concepção estruturalista do pensamento e da percepção, e é
um ponto de vista mentalista para a explicação psicológica. [...] Não evoluímos dos
chimpanzés. Nós e os chimpanzés e evoluímos de um ancestral comum, agora
extinto. O ancestral humano-chimpanzé não evoluiu dos macacos mas de um
ancestral dos dois ainda mais antigo, também extinto. E assim por diante,
retrocedendo até nossos antepassados unicelulares. Os paleontólogos gostam de
dizer que, numa primeira aproximação, todas as espécies estão extintas (a
estimativa de 99%).
[...] Um dos lados arrola algumas qualidades que a linguagem
humana tem mas que até agora nenhum animal demonstrou: referência, o uso de
símbolos situados no tempo e no espaço em relação a seus referentes,
criatividade, percepção categorial da fala, ordenação coerente, estrutura
hierárquica, infinidade, recursividade, etc. O outro lado encontra algum
contra-exemplo no reino animal (talvez certos periquitos consigam discriminar
sons de fala, ou golfinhos ou papagaios consigam respeitar a ordem de palavras
ao executar comandos, ou algum pássaro canoro conseguir improvisar
indefìnidamente sem se repetir) e então se regozija com o fato de que a
cidadela da singularidade humana foi derrubada. [...] Já que a seleção
natural darwiniana supõe pequenos passos incrementais que intensificam a função
presente do módulo especializado, a evolução de um 'novo' módulo é impossível
em termos lógicos. No entanto, há algo seriamente equivocado nesse argumento.
Os seres humanos evoluíram a partir de ancestrais unicelulares. Estes não
tinham braços, pernas, coração, olhos, fígado, etc. Portanto, olhos e fígados
são impossíveis em termos lógicos. [...] Depois de Darwin, teóricos
sérios da evolução têm insistido em dizer com firmeza que nem todo traço
benéfico é uma adaptação capaz de ser explicado por seleção natural. Quando um
peixe-voador sai da água, é extremamente adaptativo para ele voltar para água.
Mas não precisamos da seleção natural para explicar esse feliz acontecimento; a
gravidade é suficiente. Outros traços precisam igualmente de uma explicação
diferente da seleção. Às vezes, um traço em si não é uma adaptação mas
consequência de outra coisa que é uma adaptação. Não há vantagem em nossos
ossos serem brancos e não verdes, mas há vantagem em nossos ossos serem
rígidos; construí-los com cálcio é uma maneira de torná-los rígidos, e acontece
que o cálcio é branco. Às vezes um traço é um resultado obrigatório de sua
história, como forma em S de nossa espinha dorsal, que herdamos quando quatro
patas se tornaram ruins e duas pernas bom. Muitos traços simplesmente não podem
surgir dadas as limitações da estrutura corporal e o modo como os genes
constroem o corpo. [...] A complexidade adaptativa é
também a razão pela qual a evolução de órgãos complexos tende a ser lenta e
gradual. Não porque grandes mutações e rápidas mudanças violem alguma lei da
evolução. É apenas porque montagens complexas e exigem arranjos precisos de
partes delicadas, e, se a montagem se dá por mudanças aleatórias cumulativas, é
melhor que sejam pequenas. Órgãos complexos evoluem por pequenas etapas pela mesma
razão que um relojoeiro não usa uma marreta e o cirurgião não usa um cutelo de
açougueiro. [...] Faz diferença se você entende que eu digo que se
você me der alguns de seus frutos eu dividirei a carne que encontrar, ou que
você deveria me dar alguns frutos porque eu dividi a carne que encontrei, ou se
você não me der alguns frutos, vou levar embora a carne que encontrei. E, mais
uma vez, a recursividade dista de ser um dispositivo absurdamente potente. [...] Por que tanta
história em torno da linguagem? Ela possibilitou aos homens se espalhar pelo
planeta e operar grandes mudanças, mas o que tem isso de mais extraordinário
que o coral que constrói ilhas, minhocas que moldam a paisagem construindo o
solo, ou a bactéria capaz de fotossíntese que pela primeira vez emitiu oxigênio
corrosivo na atmosfera, uma catástrofe ecológica em seu momento? Por que
humanos falantes deveriam ser considerados mais intrigantes que elefantes,
pinguins, castores, camelos, cascáveis, beija-flores, enguias elétricas,
bichos-pau, sequóias gigantes, plantas carnívoras, morcegos que se orientam por
ecolocalização, ou peixes que vivem nas profundezas dos oceanos e que possuem
lanternas em suas cabeças? [...] Eu ficaria deprimido se o que
sabemos sobre o instinto da linguagem ficasse restrita às tolas dicotomias
hereditariedade-ambiente (também conhecidas como natureza-educação,
nativismo-empirismo, inato- adquirido, biologia-cultura), a platitudes inúteis
sobre interações inextricavelmente entrelaçadas, ou à imagem cínica do pêndulo oscilante,
tão na moda no meio científico. Creio que nossa compreensão da linguagem
oferece um modo mais sofisticado de estudar a mente e a natureza humanas. [...] A linguagem, como
indiquei inicialmente, é um universal nas sociedades humanas, e até onde sabemos
sempre o foi na história de nossa espécie. Embora as línguas sejam
ininteligíveis entre si, por baixo dessa variação superficial encontra-se o
design computacional único da gramática universal, com seus substantivos e
verbos, estruturas sintagmáticas e estruturas de palavras, casos e auxiliares
etc. [...] Conhecendo a ubiquidade da linguagem complexa em
indivíduos e culturas e o design mental único que subjaz a todas as línguas,
nenhum idioma me parece estranho, mesmo quando não entendo uma palavra sequer.
A troça dos habitantes das terras altas da Nova Guiné no filme de seu primeiro
contato com o resto do mundo, os gestos de um intérprete da língua de sinais, a
tagarelice de garotinhas num parque de diversões de Tóquio – através dos ritmos
me imagino vendo as estruturas subjacentes, e sinto que temos todos a mesma
mente [...]. (Steven Pinker, O instinto da linguagem: como
a mente cria a linguagem) DO QUE É FEITO O PENSAMENTO – O livro Do que é feito o
pensamento a língua como janela para a
natureza humana, do
cientista cognitivo, professor de Psicologia e diretor do Centro de
Neurociência Cognitiva do MIT, Steven Pinker, trata de palavras e mundos, toca do coelho adentro, cinquenta mil
conceitos inatos e outras teorias radicais sobre linguagem e pensamento,
cortando os ares, a metáfora da metáfora, o
que há num nome, as sete palavras que não podem ser ditas na televisão,
os jogos que as pessoas fazem e fugindo da caverna. COMO A MENTE
FUNCIONA – O livro Como a mente funciona, de Steven Pinker,
aborda temas como equipamento
padrão, máquinas pensantes, a vingança dos nerds, o olho da mente, boas ideias,
desvairados, valores familiares e o sentido da vida. TÁBULA RASA – O livro Tábula
rasa: a negação contemporânea da natureza humana, de Steven Pinker, traz o
ataque do autor aos três dogmas fortemente arraigados na cultura ocidental - a
ideia de que a mente de um recém-nascido é uma 'tábula rasa' a ser preenchida
pelos pais e pela sociedade; a concepção de que o homem em seu estado primitivo
é um bom selvagem; e a crença de que a alma imaterial dotada de livre-arbítrio
é a única responsável pelas ações do indivíduo. O autor descreve a evolução
histórica dessas três ideias, originadas respectivamente das concepções de John
Locke, de Rousseau e da religião, demonstrando como elas se estabeleceram de
forma inquestionável até comporem uma espécie de 'doutrina oficial', que hoje
influencia não só a criação dos filhos, mas também a vida política. Veja mais aqui, aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
PINKER, Steven. Do que é feito o pensamento a língua como janela para a
natureza humana. São
Paulo : Companhia das Letras, 2008.
______. Como a mente funciona. São
Paulo : Companhia das Letras, 1998.
______.
Tábula rasa: a
negação contemporânea da natureza humana. São Paulo: Companhia das Letras,
2004.
______.
Instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. São Paulo: Martins
Fontes, 2002.
VISÃO
HOLÍSTICA EM PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO – O livro
Visão holística em psicologia e educação, organizado por Dênis M. S. Brandão e
Roberto Crema, trata das novas tendências da psicologia abordando temas como
parapsicologia, psicologia transpessoal e o paradigma holístico, a nova
consciência para a humanidade, as três orientações maiores de uma psicoterapia
iniciática, a tanatologia e trabalho com o medo da morte, o esquecimento das
origens holísticas na teoria e prática da gestalt-terapia, dimensões dos
grandes grupos, os novos desafios e novas lideranças no facilitador
holocentrado, as novas tendências da educação, educando a pessoa como um todo
para um mundo como um todo, o processo da criatividade e seus bloqueios, a
educação holística, as dimensões inexploradas de uma ecologia mental, a
sintonia de todas as dimensões como um caminho para facilitar a passagem para a
nova cultura, a consciência holística: passado e futuro se reencontrando, a paz
no espírito dos homens e a Carta Magna da UnHI. HOLISMO – O livro Holismo, ecologia e espiritualidade: caminhos de
uma gestalt plena, de Jorge Ponciano Ribeiro, trata da temática do holismo e
contato, transcendência e espiritualidade, gestalt, ecologia e espiritualidade,
transcendência, espiritualidade e santidade, gestalt-terapia e espiritualidade,
entre outros importantes temas. REFERÊNCIAS:
BRANDÃO, Dênis; CREMA, Roberto (Orgs). Visão holística em psicologia e
educação. São Paulo: Summus, 1991. RIBEIRO, Jorge Ponciano. Holismo, ecologia e
espiritualidade: caminhos de uma gestalt plena. São Paulo: Summus, 2009. Veja
mais aqui.
MENALTON BRAFF – O escritor e professor Menalton João
Braff é formado em Letras e pós-graduado em Literatura Brasileira. É autor de
mais de 20 livros para adultos, jovens e crianças, tornando-se ganhador do
Prêmio Jabuti, em 2000, pelo livro de contos À sombra do cipreste. Seu trabalho literário tem sido digno de nota
e daqui parabenizamos.
DIEGO LUCAS – O professor,
escritor e blogueiro Diego Lucas é formado em Letras com especialização
em Estudos Literários pela UFJF, mestrando em Ciência da Religião, tem
publicado seus poemas na rede, entre eles destacamos Sussurros...:
“Sei lá bem quem sou, / E se sou nem sei
dizer / Se tenho alma de quem amou. / Às vezes sou pássaro que livre / Bate as
asas para o infinito anil. / Sei lá bem quem sou, / Um homem-bicho que cai no
mato / E esplendoroso se impõe / Na selva de corpos desnudos / Que quase
adormecidos vêem o sol que se põe. / Sei lá bem e se sou nem sei, pois / Se Deus
me deu sangue é para amar / E assim fazer a chama borbulhar pelas veias / E
bombear mais forte meu solitário coração. / O que será que vejo? Uma fada? / Quem sabe um anjo que
se aproxima / E sussurando me faz delirar. / Quem tu és? / Sei lá bem quem sou,
/ Sei lá”.
MÁRCIA MALUCELLI – A escritora
carioca Mácia Malucelli estudou Arquitetura, Urbanismo e Filosofia e é autora
de diversos livros que envolvem ficção científica, terror, policial, entre
outros gêneros, além de poesias, entre as quais destacamos Escrever por essência: “Escrever por essência... Escrever
por opção... Escrever por natureza seguindo o ciclo da criação. Onde o ser é a
base de sua própria construção. Escrever por essência... Escrever por opção... Escrever
por motivos guiados pelo coração. Onde atingimos o êxtase em qualquer estágio
de correlação. Escrever por essência... Escrever por opção... Escrever por
destino a procura da vocação. Onde encontrarmo-nos tende a ser a nossa única
salvação. Escrever por essência... Escrever por opção... Escrever num mundo de
enganação. Onde nada faz sentido a não ser a emoção. Escrever por essência... Escrever
por opção... Escrever talvez por obrigação. Onde escrever é nossa última
aparição. Quando a ida é a volta, quando o destino é dúbio, quando nada mais
faz sentido a não ser a catarse de ver as letras correndo o papel. Um momento
mágico, onde só o escritor conhece a essência por definição".
Veja mais sobre:
Da semente ao caos, Lasciva na Ginofagia & a arte de
Vanice Zimerman aqui.
E mais:
Toni Morrison & A Filosofia de
Schelling aqui.
O Princípio Federativo de Proudhon &
a poesia de Ione Perez aqui.
A obra de Hermes Trismegistos & o
cinema de István Szabó aqui.
Aleister Crowley & Regina Spektor aqui.
Alan Watts & O Sétimo Selo de Ingmar
Bergman & Bibi Anderson aqui.
O Novo Organum de Francis Bacon & a
poesia de Marinez Novaes aqui.
A Filosofia de Deleuze & Guattari, O
Umbigo de Rubens Rewald & Anna Cecília Junqueira aqui.
Clarice Lispector & Helena Blavatsky aqui.
André Breton, Marlos Nobre, Nikos
Kazantzákis, Toni Morrison, Milos Forman, Adolf Ulrik Wertmüller, Natalie
Portman & Tanussi Cardoso aqui.
Carson McCullers, Nicolau Copérnico, Max Klinger, Rogério Tutti, José
Carlos Capinam, Alberto Dines, István Szabó & Krystyna Janda aqui.
Crença: pelo direito de viver e deixar
viver aqui.
A injustiça braba de todo dia aqui.
Musa Tataritaritatá aqui.
As trelas do Doro: o bacharel das
chapuletadas aqui.
William James & Roubaram a tenda de
Sherlock Holmes aqui.
Três poemínimos de amor pra ela aqui.
A Ilha Deserta de Deleuze & Guattari,
a piada Será que tá morto aqui.
O consolo da paixão aqui.
O Seminário do Inconsciente de Lacan
& O Caso Schreber de Freud aqui.
A rapidinha pro prazer dela aqui.
Fernando Melo Filho, o primeiro parceiro
na música aqui.
Todo dia é dia
da mulher aqui.
A croniqueta de
antemão aqui.
Palestras: Psicologia,
Direito & Educação aqui.
Livros Infantis
do Nitolino aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.