SEGUNDA-FEIRA
DITOS &
DESDITOS
Eu me vejo como
uma contadora de histórias... Acho que as mulheres adoram uma história de amor
apaixonada... Escreva para si mesmo. É isso mesmo. E escrever todos os dias...
Pensamento da escritora
e roteirista britânica E. L. James (Erika James). Veja mais aqui &
aqui.
O CAPOTE
[...] Se pessoas de bons olhos não conseguem viver em paz, como
posso eu viver amigavelmente, com meu olho defeituoso? [...] Para mim é melhor o homem que diz sem rodeios que não percebe do
assunto do que o hipócrita, que fala como se soubesse daquilo que não sabe e só
borra e estraga tudo. [...] Não entendo por que as coisas estão tão
arranjadas, que as mulheres nos pegam pelo nariz tão habilmente quanto pegam na
alça de um bule: ou suas mãos são construídas assim, ou então nossos narizes
não servem para nada mais. [...] Coisas completamente sem sentido
acontecem neste mundo. [...].
Trechos
extraídos da obra O capote e outras histórias (34, 2015), do escritor
ucraniano Nikolai Gógol (1809-1852). Veja mais aqui, aqui, aqui &
aqui.
INVENÇÃO DA
MULHER
[...] Argumentei que o determinismo biológico em grande parte
do pensamento ocidental decorre da aplicação de explicações biológicas na
explicação de hierarquias sociais. Isso, por sua vez, levou à construção do
mundo social com blocos de construção biológicos. Assim, o social e o biológico
estão profundamente interligados. Essa visão de mundo se manifesta em discursos
de gênero predominantemente masculinos, discursos nos quais as diferenças
biológicas femininas são usadas para explicar as desvantagens sociopolíticas
femininas. A concepção da biologia como estando "em todos os lugares"
torna possível usá-la como explicação em qualquer domínio, esteja ela
diretamente implicada ou não. Seja a questão por que as mulheres não devem
votar ou por que amamentam bebês, a explicação é a mesma: elas são
biologicamente predispostas. [...] O resultado dessa
lógica cultural é que homens e mulheres são percebidos como criaturas
essencialmente diferentes. Cada categoria é definida por sua própria essência.
Diane Fuss descreve a noção de que as coisas têm uma "verdadeira
essência... como uma crença no real, nas propriedades invariáveis e fixas que
definem a essência de uma entidade". Consequentemente, quer as mulheres
estejam na sala de parto ou na sala de reuniões, diz-se que sua essência
determina seu comportamento. Em ambas as áreas, portanto, o comportamento das
mulheres é, por definição, diferente do dos homens. O essencialismo torna
impossível confinar a biologia a um único domínio. O mundo social, portanto,
não pode ser verdadeiramente construído socialmente. [...].
Trechos extraídos da obra The Invention of Women: Making an African
Sense of Western Gender Discourses (University of Minnesota Press, 1997),
da epistemóloga nigeriana de origem iorubá Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí.
CRISE ECOLÓGICA
[...] A crise ecológica desloca as análises políticas
modernistas — liberalismo, socialismo, feminismo. Ela nos provoca a reformular
nossa história, a inscrever uma nova compreensão de nós mesmos em relação à
natureza, assim chamada, e a questionar como podemos viver essa nova
sensibilidade de maneira prática. [...] As
ecofeministas não fazem nenhuma reivindicação específica para si mesmas, mas
uma reivindicação geral. Uma emancipação da sensibilidade relacional das
mulheres e sua recuperação pelos homens liberará energias terrenas. [...].
Trechos
extraídos da obra Ecofeminism as Politics: nature, Marx, and the postmodern
(Zed Books & St Martins, 1997), da socióloga australiana Ariel Salleh, que escreve sobre relações entre
humanidade e natureza, ecologia política, movimentos de mudança social e ecofeminismo.
Veja mais aqui.