ESTÉTICA DA
CRIAÇÃO VERBAL
– A obra Estética da criação verbal (Martins Fontes,
1997), do filósofo e pensador russo teórico da cultura e das artes Mikhail Bakhtin (1895-1975), aborda
temas como o autor e o herói, o problema do herói na atividade estética, a
forma espacial do herói, o excedente da visão estética, a exterioridade:
aspecto físico, configuração espacial e do ato; o corpo interior e exterior, o
todo espacial, teoria do horizonte e do ambiente, o herói e sua integridade na
obra de arte, a relação emotivo-volitiva com a determinação interior, problema
da morte, o ritmo, a alma, o ato e a introspecção-confissão, a autobiografia e
a biografia, o herói lírico, o caráter, o tipo, a hagiografia, o romance de
educação na história do realismo, uma tipologia histórica do romance, os
gêneros do discurso, o problema do texto, os estudos literários hoje, entre outros
importantes assuntos. Do livro destaco o trecho inicial: A relação do autor com o herói, tal como se inscreve em sua
arquitetônica estável e em sua dinâmica viva, deve ser compreendida tanto sob o
ângulo do princípio básico a que obedece, quanto sob o ângulo das
particularidades individuais que ela reveste neste ou naquele autor, nesta ou
naquela obra. Propomo-nos, em primeiro lugar, definir esse princípio básico, em
segundo, extrair dele os processos e os tipos de individuação e, para terminar,
verificar nossas posições mediante uma análise da relação do autor com o herói nas
obras de Dostoievski, Puchkin e outros. Já enfatizamos o bastante que todos os
componentes de uma obra nos são dados através da reação que eles suscitam no
autor, a qual engloba tanto o próprio objeto quanto a reação do herói ao objeto
(uma reação a uma reação); é nesse sentido que um autor modifica todas as
particularidades de um herói, seus traços característicos, os episódios de sua
vida, seus atos, pensamentos, sentimentos, do mesmo modo que, na vida, reagimos
com um juízo de valor a todas as manifestações daqueles que nos rodeiam: na
vida, todavia, nossas reações são díspares, são reações a manifestações
isoladas e não ao todo do homem, e
mesmo quando o determinamos enquanto todo, definindo-o como bom, mau, egoísta,
etc., expressamos unicamente a posição que adotamos a respeito dele na prática
cotidiana, e esse juízo o determina menos do que traduz o que esperamos dele;
ou então se tratará apenas de uma impressão aleatória produzida por esse todo
ou, enfim, de uma má generalização empírica. Na vida, o que nos interessa não é
o todo do homem, mas os atos isolados com os quais nos confrontamos e que, de
uma maneira ou de outra, nos dizem respeito. E, como veremos mais adiante, é ainda
em nós mesmos que somos menos aptos para perceber o todo da nossa pessoa. Na
obra de arte, em compensação, na base das reações de um autor às manifestações
isoladas do herói, haverá uma reação global ao todo do herói cujas
manifestações isoladas adquirem importância no interior do conjunto constituído
por esse todo, na qualidade de componentes desse todo. Essa reação a um todo é
precisamente específica da reação estética que reúne o que a postura
ético-cognitiva determina e julga e lhe assegura o acabamento em forma de um todo
concreto-visual que é também um todo significante. Essa reação global ao herói
é assinalada por uma posição de princípio, produtiva e criadora. De uma maneira
geral, uma relação assinalada por uma posição de principio é produtiva e
criadora. O que na vida, na cognição e no ato, designamos como objeto
determinado, não recebe sua designação, seu rosto, senão através da nossa
relação com ele: é nossa relação que determina o objeto e sua estrutura e não o
contrário; é somente quando nossa relação se torna aleatória, como que caprichosa,
quando nos afastamos da relação de princípio que estabelecemos com as coisas e
com o mundo, que o objeto se nos torna alheio e fica autônomo, começa a se
desagregar, abandonando-nos ao reino do aleatório no qual perdemos a nós mesmos
e perdemos também a determinação estável do mundo. O autor não encontra uma
visão do herói que se assinale de imediato por um princípio criador e escape ao
aleatório, uma reação que se assinale de imediato por um princípio produtivo; e
não é a partir de uma relação de valores, de imediato unificada, que o herói se
organizará em um todo: o herói revelará muitos disfarces, máscaras aleatórias,
gestos falsos, atos inesperados que dependem das reações emotivo-volitivas do
autor; este terá de abrir um caminho através do caos dessas reações para
desembocar em sua autêntica postura de valores e para que o rosto da personagem
se estabilize, por fim, em um todo necessário. Quantos véus, que escondem a
face do ser mais próximo, que parecia perfeitamente familiar, não precisamos,
do mesmo modo, levantar, véus depositados nele pelas casualidades de nossas
reações, de nosso relacionamento com ele e pelas situações da vida, para ver-lhe
o rosto em sua verdade e seu todo. O artista que luta por uma imagem
determinada e estável de um herói luta, em larga medida, consigo mesmo. Os mecanismos
psicológicos desse processo não poderiam, tais como se apresentam, ser objeto de
nosso estudo, pois só temos acesso indireto a eles através do que ficou depositado
deles na obra de arte; em outras palavras, só através da história ideal de um
sentido e das leis que lhe regem a estruturação. Quanto a determinar a
causalidade temporal, o desenvolvimento psicológico desse processo, estes são
pontos sobre os quais, no conjunto, ficamos à mercê das hipóteses, e eles não
têm nenhuma serventia para a estética. Veja mais aqui.
Imagem abstrata do artista visual francês Patrice Murciano.
Ouvindo Luiz Gonzaga Grande Música Brasil (Copacabana) com os grandes clássicos de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião (1912-1989) na interpretação sinfônica do maestro, arranjador e compositor Guerra Peixe (1914-1993).
PROGRAMA BRINCARTE DO NITOLINO ESPECIAL DIA DAS MÃES - Neste domingo, a partir das 10hs, realizamos mais uma edição do programa Brincarte do Nitolino, no blog MCLAM do programa Domingo Romântico. Na programação comandada pela Ísis Corrêa Naves muitas atrações: Fernanda Montenegro, Turma da Mônica, Clevane Pessoa, Monsyerrá Batista, Marcos Luedy, Pedro Bial, Tia Cris, Turma do Seu Lobato, Padre Fábio de Melo, Fábio Jr, Balão Mágico, Aline Barros, Cristina Mel, Rick & Renner, Meimei Corrêa, A Galinha Pintadinha, Bruno & Marrone & muita música, muita poesia, histórias e brincadeiras pra garotada. Confira online e ao vivo aqui ou aqui.



UNA GIORNATA
PARTICOLARE
– O drama Una giornata particolare (Um dia muito especial, 1977), do
cineasta italiano Ettore Scola,
conta a história dos vizinhos, a dona de casa Antonieta e o homossexual
radialista Gabrielle que se encontram no dia da visita de Hitler à Itália
fascista de Mussolini, que se descobrem em uma relação intensa durante o
evento. Destaque para atuação da sempre bela atriz Sophia Loren. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Obras do artista russo Léon Bakst (1866-1924)
Veja mais sobre:
Maria Esperantina, orgasmo de uma noite
& nunca mais, a
poesia de Ascenso Ferreira, O sexo na história de Reay Tannahill, a literatura
de Ulrike Marie Meinhof, Oropa, França & Bahia de Alceu Valença, Trem das
Alagoas de Guazzelli & a arte de Xenia Hausner aqui.
E mais:
A função do orgasmo de Wilhelm Reich, La
rebelión de las masas de José Ortega y Gasset, a poesia de Ascenso
Ferreira, a música de Alexander Scriabin, a pintura de Renato Alarcão, a arte
de Pablo Garat, Orgazmo & O orgasmo de Esperantina aqui.
O suicídio de Karl Marx, As caçarolas de
Tolinho & Bestinha, A primavera de Ginsberg & Padre Bidião aqui.
Salmo da Cana, Os doze trabalhos de Peisândro de
Rodes, Os trabalhos e os dias de Hesíodo, Germinal de Émile Zola, O operário em
construção de Vinicius de Moraes, a gravura de Cândido Portinari, O informe de
Brodie de Jorge Luis Borges, a escultura de Auguste Rodin, a música de Chico
Buarque, o teatro de Nelson Rodrigues, Tempos modernos de Chaplin, a arte de
Magda Mraz & Infância, Imagem e Literatura: uma experiência psicossocial na
comunidade do Jacaré – AL aqui.
Quando ela dança tangará no céu azul do
amor, A condição
pós-moderna de Jean-François Lyotard, A estética da desaparição de Paul
Virilio, a música de Anna-Sophia Mutter, a pintura de Eloir
Junior & Alex Alemany, David Peterson, Luciah
Lopez, a arte de Carlos Zemek & Magnum Opus de Isabel Furini aqui.
Elucubrações das horas corrida, O pensamento comunicacional de Bernard Miège, O outro por si mesmo de Jean Baudrillard, a
pintura de Vicente Romero Redondo & Edilson Viriato, a
coreografia de Doris Uhlich, a arte de Efigênia
Rolim, Meu delírio de Érica Christieh, a música de Sarah
Brasil, a arte de David Lynch & Sandra Hiromoto aqui.
Se não vai de um jeito, vai de outro, A marcha da insensatez de Barbara
Tuchman, A educação com carinho de Lidia Natalia Dobrianskyj Weber, a música de
Kyung-Wha Chung, a pintura de Joan Miró & Eugène Leroy, a arte de Anna Dart & Eugene J. Martin,
Remando no éden de Bárbara Lia, a fotografia de Faisal Iskandar, Revista
Poética Brasileira & Mhario Lincoln aqui.
Palco da vida, A terceira mulher de Gilles Lipovetsky,
A vida mística de Jesus de Harvey Spencer Lewis, Toda palavra de Viviane Mosé,
a música de Andersen Viana, a pintura de Maria Szantho
& Maxime des Touches, a arte de Katia
Kimieck & Vavá Diehl, Roseli Rodrigues & Balé
Teatro Guaíra aqui.
Do raiar do dia aos naufrágios
crepusculares, A
metafísica da realidade virtual de Michael R. Heim, História
dos hebreus de Flavio Josefo, a música de Milton Nascimento & Fernando
Brant, a poesia de Helena Kolody, a fotografia de André
Brito, a arte de Rollandry Silvério, a pintura de George Grosz & Fernando Rosa, Estilhaços da catarse de Carla Torrini aqui.
História da mulher: da antiguidade ao
século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito &
Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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W. Ruckstull
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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BRINCARTE DO NITOLINO
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