Imagem: In
silence I lose (en um silencio me pierdo), da artista
plástica mexicana Monica Fernandez.
Ouvindo Violin Sonatas 1-3 /
Violin Concerto (2006), do compositor do Romantismo alemão Johannes Brahms (1833-1897), na interpretação da violinista russa Viktoria Mullova, regência de Claudio
Abbado, Berlin Philharmonic Orchestra.
INVESTIGAÇÃO
SOBRE O ENTENDIMENTO HUMANO – O livro Investigação
sobre o entendimento humano (Abril, 1979), do filósofo, historiador e
ensaísta escocês David Hume
(1711-1776), aborda temas como das diferentes espécies de filosofia, da origem
e da associação de ideias, dúvidas céticas sobre as operações do entendimento,
solução cética das duvidas, da probabilidade, da ideia de conexão necessária,
da liberdade e da necessidade, da razão dos animais, dos milagres, de uma
providencia particular e de um estado futuro, da filosofia cética ou acadêmica,
entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho inicial: A filosofia moral, ou ciência da natureza humana, pode ser tratada de duas maneiras
diferentes; cada uma delas tem seu mérito peculiar e pode contribuir para o
entretenimento, instrução e reforma da humanidade. A primeira considera o homem
como nascido prin cipalmente para a ação; como influenciado em suas avaliações
pelo gosto e pelo sentimento; perseguindo um objeto e evitando outro, segundo o
valor que esses objetos parecem possuir e de acordo com a luz sob a qual eles
próprios se apresentam. Como se admite que a virtude é o mais valioso dos
objetos, os filósofos desta classe pintam-na com as mais agradáveis cores e,
valendo-se da poesia e da eloquência, discorrem acerca do assunto de maneira
fácil e clara: o mais adequado para agradar a imaginação e cativar as
inclinações. Escolhem, na vida cotidiana, as observações e exemplos mais notáveis,
colocam os caracteres opostos num contraste adequado e, atraindo-nos para os
caminhos da virtude com visões de glória e de felicidade, dirigem nossos passos
nestes caminhos com os mais sadios preceitos e os mais ilustres exemplos.
Fazem-nos sentir a diferença
entre o vício e a virtude; excitam e regulam nossos sentimentos; e se eles
podem dirigir nossos corações para o amor da probidade e da verdadeira honra,
pensam que atingiram plenamente o fim de todos os seus esforços. Veja mais
aqui.
O SENTIDO E A
MÁSCARA – O
livro O sentido e a máscara
(Perspectiva, 1975), do filósofo, professor e crítico de teatro brasileiro Gerd Bornheim (1929-2002), aborda temas
como as questões do teatro contemporâneo, a compreensão do teatro de vanguarda,
Ionesco e o Teatro Puro, duas características do Expressionismo, breves
observações sobre o sentido e a evolução do trágico, Kleist e a condição
romântica, Egmont de Goethe, vigência de Brecht, a proposito de Jacques e a
submissão de Ionesco, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho inicial:
A situação do teatro contemporâneo é extremamente complexa, para não dizer
caótica. Errado, contudo, andaria quem disso inferisse que se trata de um
teatro pobre, sem imaginação, desprovido de recursos maiores. Deve-se mesmo afirmar
que é exatamente o contrario que se verifica: o panorama do teatro de hoje é,
inegavelmente, de uma riqueza imensa, de uma pluralidade de experiências jamais
vista em nenhuma fase da história da dramaturgia e da arte cênica. E é
precisamente esta pujança que torna a realidade teatral problemática, complexa,
e mesmo caótica. O grande problema está em captar a sua unidade, ou em
estabelecer os critérios básicos que possibilitem uma visão orgânica e unitária
do conjunto. Poder-se-ia pensar que essa dificuldade se deva ao fato de ainda
não dispormos da suficiente perspectiva histórica para julgar tal estado de
coisas. Isto, porém, afora de ser demasiado simples, desobriga da necessidade
de uma tomada de consciência da situação. Veja mais aqui.
DESEJOS, A CIDADE
E ESCULTOR DE TIANA – No livro Poemas (Nova
Fronteira, 1982), do poeta grego Konstantínos Kaváfis (1863-1933), traduzido pelo também poeta
José Paulo Paes, encontrei os seus belíssimos poemas, entre os quais destaco inicialmente o seu poema Desejos: Belos corpos de mortos que nunca
envelhencem, com lagrimas sepultos em mausoléus brilhantes, jasmins nos pés,
cabeça circundada de rosas – assim são os desejos que um dia feneceram sem
chegar a cumprir-se, sem conhecerem antes o prazer de uma noite ou a manhã
luminosa. Também meritório de destaque o seu poema A cidade: Dizes: vou partir / Para outras terras, para
outros mares / Para uma cidade tão bela / Como esta nunca foi nem pode ser /
Esta cidade onde a cada passo se aperta / O nó corredio: coração sepultado na
tumba de um corpo, / Coração inútil, gasto, quanto tempo ainda / Será preciso
ficar confinado entre as paredes / Das ruelas de um espírito banal? / Para onde
quer que olhe / Só vejo as sombras ruínas da minha vida. / Tantos anos vividos,
desperdiçados / Tantos anos perdidos. Por fim, o poema Escultor de Tiana: Conforme ireis ouvir, eu não sou
principiante. / Muita pedra passou-me pelas mãos. / Em minha pátria, Tiana,
muitos são / que me conhecem. Estátuas em profusão / os senadores têm-me
encomendado. / Já vou mostrar / algumas delas. Contemplai esta Réia vetusta, /
cheia de fortaleza, venerável, augusta. / Vede Pompeu. Vede Mário, Emílio
Paulo, / Cipião o Africano, todos lado a lado, / imagens tão fiéis quanto a um
artesão / é dado fazer. Pátrocolo (que devo retocar). / Cesarião ali está, um
pouco adiante, / junto ao bloco de mármore amarelado. / Uma estátua de Poseidon
agora tenho em mente. / Preocupa-me nessa obra, principalmente, / como esculpir
os cavalos, difícil questão. / É mister que seus corpos e seus cascos / revelem
claramente, tão ligeiros eles são, / voar sobre as águas, não pisar o chão. /
Mas eis, de minhas obras, a que amo realmente, / aquela em que pus maior
empenho e maior emoção; / ao ascender meu espírito ao mundo do Ideal, / num certo
dia do mais cálido verão, / sonhou esta imagem do jovem Hermes imortal. Veja mais aqui.
MULHERES – A obra Mulheres (L&PM, 2011), do escritor estadunidense nascido na
Alemanha Charles Bukowski (1920-1994), conta a história de um casal, o cinquentão alcoolatra,
misantropo e amante de música clássica Henry Chinaski (alter ego do autor) e a
escultora divorciada Lydia. Depois de um jejum sexual longuíssimo no qual não
desejava mulher alguma, ele passa a ter vários relacionamentos que são
enlouquecedores e rompidos para sofrimento delas. Da obra destaco o trecho
inicial: Eu tinha cinquenta anos e há
quatro não ia pra cama com nenhuma mulher. Não tinha amigas. Olhava pras
mulheres nas ruas ou em qualquer lugar que as visse, mas olhava sem desejo e
com uma impressão de futilidade. Me masturbava regularmente, mas a ideia de ter
um relacionamento com uma mulher – mesmo em termos não sexuais – estava além da
minha imaginação. Eu tinha uma filha ilegítima de seis anos. Vivia com a mãe, e
eu pagava pensão pra criança. Anos antes, tinha me casado, aos 35. Durou dois
anos e meio. Minha mulher pediu divórcio. Só estive apaixonado uma vez – ela
morreu de alcoolismo agudo, aos 48, quando eu tinha 38. Já minha mulher era 12
anos mais jovem que eu. Deve estar morta também, não tenho certeza. Ela me
escrevia uma longa carta todo Natal nos primeiros seis anos depois do divórcio.
Nunca respondi... Não lembro bem quando vi Lydia Vance pela primeira vez. Foi
há cerca de seis anos, eu tinha acabado de largar um emprego de doze anos como
funcionário dos Correios e estava tentando virar escritor. Estava morrendo de
medo e bebia mais do que nunca. Tentava escrever meu primeiro romance. Bebia
meio litro de uísque e uma dúzia de meias-cervejas, todas as noites, enquanto
escrevia. Fumava charutos baratos e datilografava e bebia e escutava música
clássica no rádio até de madrugada. Fixara uma meta de dez páginas por noite,
mas nunca sabia, até a manhã seguinte, quantas páginas tinha escrito. Levantava
de manhã, vomitava, ia até a sala e conferia no sofá quantas folhas tinha ali.
Sempre passavam das minhas dez. Às vezes tinha 17, 18, 23, 25 páginas. Claro
que o trabalho de cada noite tinha que ser desbastado ou tinha que ser jogado
fora. Gastei 21 noites pra escrever meu primeiro romance. Os proprietários do
condomínio em que eu morava viviam nos fundos e achavam que eu era maluco.
Todas as manhãs, ao acordar, tinha um saco enorme de supermercado na minha
porta. O conteúdo variava, mas, em geral, tinha tomates, rabanetes, laranjas,
cebolinhas, latas de sopa, cebolas. Uma ou outra noite eu bebia cerveja com
eles até quatro ou cinco da madrugada. O velho se apagava, e a velha e eu
ficávamos de mãos dadas, e eu dava uns beijos nela de vez em quando. Sempre
dava um beijão nela na porta. Era enrugada pra danar, mas o que é que ela podia
fazer? Era católica e ficava uma gracinha quando botava seu chapéu cor-de-rosa
e saía pra igreja, domingo de manhã. Veja mais aqui.
ACADEMIA
PALMARENSE DE LETRAS – Fiquei bastante feliz e lisonjeado com o convite recebido do
amigo Juarez Carlos da Silva, me convidando para o9 lançamento da sua obra
literária Academia Palmarense de Letras
(APLE), que acontecerá no dia 09 de junho – dia dos festejos da emancipação
política da cidade -, às 20hs, no Teatro Cinema Apolo, na cidade da Mata Sul
pernambucana, Palmares. Meus parabéns e votos de sucesso para o caro amigo e
obrigado pelo convite. Veja mais aqui.
O REI PASMADO E
A RAINHA NUA
– A comédia Rei pasmado e rainha nua
(1991), do diretor espanhol Imanol Uribe,
é baseada no romance homônimo (Crónica
del rey pasmado, 1989 – Rosa dos Tempos, 1993), do escritor,
professor, dramaturgo e jornalista espanhol da Geração de 36, Gonzalo Torrente Ballester (1910-1999),
narrando uma histórica ocorrida em 1620, durante o período da inquisição na
época do Absolutismo, em que um jovem
rei, tendo perdido a virgindade com uma prostituta, fica motivado com a
possibilidade de ver a rainha nua. Trata-se de uma dessas comédias para lá de
engraçadas e inesquecíveis com um elenco de primeira e que não resisto a rever
sempre que posso. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
A heroína brasileiríssima Velta, do quadrinista paraibano Emir Ribeiro. Veja mais aqui, aqui e aqui.
Veja mais sobre:1
Se não deu e fedeu, só na outra, meu, Sentimento do mundo de Carlos Drummond
de Andrade, Contos de Juan Carlos Onetti, Literatura fantástica de Tzvetan Todorov, a
música de Yann Tiersen, a pintura de Luiz Paulo
Baravelli & Asha Carolyn Young, a fotografia de JR, a xilogravura de MS, a arte de Tom Wesselman & Kenny Cole aqui.
E mais:
Desejo & a arte da cantora Sônia
Mello, Deus & o
Estado de Mikhail Bakunin, Ouvindo insetos de Po Chu Yi, Os museus & Bertha
Lutz, Teatro Espontêaneo & Psicodrama, a música de Paulo Bellinati &
Garoto, a dança de Mata Hari, a pintura de Murilo La Greca & a arte de
Melinda Gebbie aqui.
Proezas do Biritoaldo: Quando o cara num rega direito, o
amanhã parece mais o aperto do dia de ontem aqui.
O recomeço a cada dia, o pensamento de Ibn el-Arabi &
Indries Shah, a fotografia de Faisal Iskandar & a arte de Petrina Sharp aqui.
Dignidade humana, educação & meio
ambiente, O Brasil e
a telenovela de Esther Hamburger, a pintura de Nina Kozoriz & a arte de
Niura Bellavinha aqui.
Ninquem vem pra vida de graça, O caminho de Swann de Marcel Proust, a
pintura de Annibale Carraci & a arte de Josephine
Wall aqui.
As pedras se encontram nos mundos
distantes, Pelos
ares de Rafael Piccolotto de Lima & a arte de Sing & Luciah Lopez aqui.
Tudo passa pra quem não sabe o desprezado, Fenomenologia da percepção de Maurice
Merleau-Ponty, a arte de Martina Shapiro & Shane
Turner aqui.
Caríssimos ouvintes, a voz ao coração, Fremont Solstice Parade, a escultura de
Bernhard Hoetger & a arte de Aleksandr Rodchenko aqui.
Endecha: carpe diem, mutatis mutandis, o pensamento de Nikolai Roerich, a
fotografia de Antonella Fabiani & a arte de Leon Zernitsky aqui.
Nênia de Abril & cada qual seus
pecados ocultos, a arte de Lisbeth Hummel, a poesia de
Sérgio Campos & Antes que os nossos filhos denunciem o luto secular de seus
abris aqui.
Sinfonias de bar, a pintura de Vincent van Gogh, O ovo da
serpente de Ingmar Bergman, a arte de Annie Veitch & Kerri
Blackman, Apesar dos pesares, a vida prossegue... aqui.
E se o amor fosse a vida na tarde
ensolarada do quintal &
a arte de Varvara Stepanova & Luciah Lopez aqui.
Fecamepa –
quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
Cordel Tataritaritatá & livros infantis aqui.
História da mulher: da antiguidade ao
século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito &
Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Arte do
fotógrafo australiano Taylor-Ferné
Morris.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.
PARTICIPE DA PROMOÇÃO
BRINCARTE DO NITOLINO
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