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quinta-feira, maio 07, 2015

JOYCE CAROL OATES, BROOKE ADAMS, KAVÁFIS, BUKOWSKI & FECAMEPA

 


GUARDADOS & CONTEXTOS – Lá pelos anos 2000 recebi um convite da editora Clarisse Maia-Guedes para colaborar na edição de umas publicações. O Guia de Poesia do Projeto Sobresites – o diferencial humano, que eu editava no Rio de Janeiro, ia de vento em popa e o Fórum do Guia batia a casa dos mais 200 mil membros participantes. Também fazia muito sucesso os textos que eu escrevia sobre as presepadas reunidas n’As proezas do Biritoaldo, como os relatos que escrevi sobre o bem humorado Fecamepa, ambos circulavam em publicações impressas e da internet. E foi exatamente por conta do êxito de público deste último, que fui convidado a participar da antologia Guardados & contextos (Guarajás, 2005), organizado por Clarisse Maia-Guedes, publicando o primeiro texto do meu livro ainda inédito, Fecamepa: por que Brasil, hem? Veja mais abaixo e mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Eu nunca poderia levar a ideia de religião muito a sério... Nada é acidental no universo – esta é uma das minhas Leis da Física – exceto o próprio universo inteiro, que é Puro Acidente, pura divindade... O Homo sapiens é a espécie que inventa símbolos para investir paixão e autoridade, depois esquece que os símbolos são invenções... Minha teoria é que a literatura é essencial para a sociedade da maneira que os sonhos são essenciais para nossas vidas. Não podemos viver sem sonhar, pois não podemos viver sem dormir. Somos seres “conscientes” por apenas um período limitado de tempo, depois afundamos de volta no sono – o “inconsciente”. É nutritivo, de maneiras que não podemos entender completamente... Pensamento da escritora estadunidense Joyce Carol Oates (também conhecida por "JCO"), que no seu livro A Widow's Story (Ecco, 2011), ela expressou que: […] Há uma hora, um minuto - você vai se lembrar disso para sempre - quando você sabe instintivamente com base na evidência mais inconsequente, que algo está errado. Você não sabe - não pode saber - que é o primeiro de uma série de eventos "injustos" que culminarão na devastação total da sua vida como você a conheceu. [...]. Na sua obra The Journal of Joyce Carol Oates: 1973-1982 (HarperCollins, 2008), ela expressou que: […] "Manter-se ocupado" é o remédio para todos os males dos Estados Unidos. É também o meio pelo qual o impulso criativo é destruído. [...]. Também no seu livro After the Wreck, I Picked Myself Up, Spread My Wings, and Flew Away (HarperTeen, 2009), ela evidenciou que: […] Veja, as pessoas entram na sua vida por uma razão. Elas podem não saber por si mesmas, por quê. Você pode não saber. Mas há uma razão. Tem que haver [...]. No seu livro Foxfire: Confessions Of A Girl Gang ( Penguin, 1994), ela menciona que: […] A estranheza do Tempo. Não em sua passagem, que pode parecer infinita, como um túnel cujo fim você não consegue ver, cujo começo você esqueceu, mas na súbita percepção de que algo finito, passou, e é irrecuperável. [...]. Por fim, na sua obra Solstice (Dutton, 1985), ela expressa que: […] Eu nunca mudo, simplesmente me torno mais eu mesmo. [...]. Veja aqui, aqui, aqui & aqui.

 

FECAMEPA

Veja mais do Fecamepa aqui, aqui, aqui & aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Minha vida ficou muito melhor desde que eu fiz 40 anos... Nos filmes, você é uma mercadoria. Você é um olhar, algo que a câmera realmente gosta, algo que atingiu um público de uma certa maneira. Não se trata muito de transformar a maneira como os atores fazem no palco. Eu acho que há uma diferença entre a habilidade de atuar em filmes e no palco... Pensamento da atriz, roteirista e produtora estadunidense, Brooke Adams. Veja mais aqui.

 

PROEZAS DO BIRITOALDO

Veja mais do Biritoaldo aqui & aqui.

 


Imagem: In silence I lose (en um silencio me pierdo), da artista plástica mexicana Monica Fernandez.

Ouvindo Violin Sonatas 1-3 / Violin Concerto (2006), do compositor do Romantismo alemão Johannes Brahms (1833-1897), na interpretação da violinista russa Viktoria Mullova, regência de Claudio Abbado, Berlin Philharmonic Orchestra. Veja mais aqui & aqui

INVESTIGAÇÃO SOBRE O ENTENDIMENTO HUMANO – O livro Investigação sobre o entendimento humano (Abril, 1979), do filósofo, historiador e ensaísta escocês David Hume (1711-1776), aborda temas como das diferentes espécies de filosofia, da origem e da associação de ideias, dúvidas céticas sobre as operações do entendimento, solução cética das duvidas, da probabilidade, da ideia de conexão necessária, da liberdade e da necessidade, da razão dos animais, dos milagres, de uma providencia particular e de um estado futuro, da filosofia cética ou acadêmica, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho inicial: A filosofia moral, ou ciência da natureza humana, pode ser tratada de duas maneiras diferentes; cada uma delas tem seu mérito peculiar e pode contribuir para o entretenimento, instrução e reforma da humanidade. A primeira considera o homem como nascido prin cipalmente para a ação; como influenciado em suas avaliações pelo gosto e pelo sentimento; perseguindo um objeto e evitando outro, segundo o valor que esses objetos parecem possuir e de acordo com a luz sob a qual eles próprios se apresentam. Como se admite que a virtude é o mais valioso dos objetos, os filósofos desta classe pintam-na com as mais agradáveis cores e, valendo-se da poesia e da eloquência, discorrem acerca do assunto de maneira fácil e clara: o mais adequado para agradar a imaginação e cativar as inclinações. Escolhem, na vida cotidiana, as observações e exemplos mais notáveis, colocam os caracteres opostos num contraste adequado e, atraindo-nos para os caminhos da virtude com visões de glória e de felicidade, dirigem nossos passos nestes caminhos com os mais sadios preceitos e os mais ilustres exemplos. Fazem-nos sentir a diferença entre o vício e a virtude; excitam e regulam nossos sentimentos; e se eles podem dirigir nossos corações para o amor da probidade e da verdadeira honra, pensam que atingiram plenamente o fim de todos os seus esforços. Veja mais aqui, aquiaqui.

O SENTIDO E A MÁSCARA – O livro O sentido e a máscara (Perspectiva, 1975), do filósofo, professor e crítico de teatro brasileiro Gerd Bornheim (1929-2002), aborda temas como as questões do teatro contemporâneo, a compreensão do teatro de vanguarda, Ionesco e o Teatro Puro, duas características do Expressionismo, breves observações sobre o sentido e a evolução do trágico, Kleist e a condição romântica, Egmont de Goethe, vigência de Brecht, a proposito de Jacques e a submissão de Ionesco, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho inicial: A situação do teatro contemporâneo é extremamente complexa, para não dizer caótica. Errado, contudo, andaria quem disso inferisse que se trata de um teatro pobre, sem imaginação, desprovido de recursos maiores. Deve-se mesmo afirmar que é exatamente o contrario que se verifica: o panorama do teatro de hoje é, inegavelmente, de uma riqueza imensa, de uma pluralidade de experiências jamais vista em nenhuma fase da história da dramaturgia e da arte cênica. E é precisamente esta pujança que torna a realidade teatral problemática, complexa, e mesmo caótica. O grande problema está em captar a sua unidade, ou em estabelecer os critérios básicos que possibilitem uma visão orgânica e unitária do conjunto. Poder-se-ia pensar que essa dificuldade se deva ao fato de ainda não dispormos da suficiente perspectiva histórica para julgar tal estado de coisas. Isto, porém, afora de ser demasiado simples, desobriga da necessidade de uma tomada de consciência da situação. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui.

DESEJOS, A CIDADE E ESCULTOR DE TIANA – No livro Poemas (Nova Fronteira, 1982), do poeta grego Konstantínos Kaváfis (1863-1933), traduzido pelo também poeta José Paulo Paes, encontrei os seus belíssimos poemas, entre os quais destaco inicialmente o seu poema Desejos: Belos corpos de mortos que nunca envelhencem, com lagrimas sepultos em mausoléus brilhantes, jasmins nos pés, cabeça circundada de rosas – assim são os desejos que um dia feneceram sem chegar a cumprir-se, sem conhecerem antes o prazer de uma noite ou a manhã luminosa. Também meritório de destaque o seu poema A cidade: Dizes: vou partir / Para outras terras, para outros mares / Para uma cidade tão bela / Como esta nunca foi nem pode ser / Esta cidade onde a cada passo se aperta / O nó corredio: coração sepultado na tumba de um corpo, / Coração inútil, gasto, quanto tempo ainda / Será preciso ficar confinado entre as paredes / Das ruelas de um espírito banal? / Para onde quer que olhe / Só vejo as sombras ruínas da minha vida. / Tantos anos vividos, desperdiçados / Tantos anos perdidos. Por fim, o poema Escultor de Tiana: Conforme ireis ouvir, eu não sou principiante. / Muita pedra passou-me pelas mãos. / Em minha pátria, Tiana, muitos são / que me conhecem. Estátuas em profusão / os senadores têm-me encomendado. / Já vou mostrar / algumas delas. Contemplai esta Réia vetusta, / cheia de fortaleza, venerável, augusta. / Vede Pompeu. Vede Mário, Emílio Paulo, / Cipião o Africano, todos lado a lado, / imagens tão fiéis quanto a um artesão / é dado fazer. Pátrocolo (que devo retocar). / Cesarião ali está, um pouco adiante, / junto ao bloco de mármore amarelado. / Uma estátua de Poseidon agora tenho em mente. / Preocupa-me nessa obra, principalmente, / como esculpir os cavalos, difícil questão. / É mister que seus corpos e seus cascos / revelem claramente, tão ligeiros eles são, / voar sobre as águas, não pisar o chão. / Mas eis, de minhas obras, a que amo realmente, / aquela em que pus maior empenho e maior emoção; / ao ascender meu espírito ao mundo do Ideal, / num certo dia do mais cálido verão, / sonhou esta imagem do jovem Hermes imortal. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui.

MULHERES – A obra Mulheres (L&PM, 2011), do escritor estadunidense nascido na Alemanha Charles Bukowski (1920-1994), conta a história de um casal, o cinquentão alcoolatra, misantropo e amante de música clássica Henry Chinaski (alter ego do autor) e a escultora divorciada Lydia. Depois de um jejum sexual longuíssimo no qual não desejava mulher alguma, ele passa a ter vários relacionamentos que são enlouquecedores e rompidos para sofrimento delas. Da obra destaco o trecho inicial: Eu tinha cinquenta anos e há quatro não ia pra cama com nenhuma mulher. Não tinha amigas. Olhava pras mulheres nas ruas ou em qualquer lugar que as visse, mas olhava sem desejo e com uma impressão de futilidade. Me masturbava regularmente, mas a ideia de ter um relacionamento com uma mulher – mesmo em termos não sexuais – estava além da minha imaginação. Eu tinha uma filha ilegítima de seis anos. Vivia com a mãe, e eu pagava pensão pra criança. Anos antes, tinha me casado, aos 35. Durou dois anos e meio. Minha mulher pediu divórcio. Só estive apaixonado uma vez – ela morreu de alcoolismo agudo, aos 48, quando eu tinha 38. Já minha mulher era 12 anos mais jovem que eu. Deve estar morta também, não tenho certeza. Ela me escrevia uma longa carta todo Natal nos primeiros seis anos depois do divórcio. Nunca respondi... Não lembro bem quando vi Lydia Vance pela primeira vez. Foi há cerca de seis anos, eu tinha acabado de largar um emprego de doze anos como funcionário dos Correios e estava tentando virar escritor. Estava morrendo de medo e bebia mais do que nunca. Tentava escrever meu primeiro romance. Bebia meio litro de uísque e uma dúzia de meias-cervejas, todas as noites, enquanto escrevia. Fumava charutos baratos e datilografava e bebia e escutava música clássica no rádio até de madrugada. Fixara uma meta de dez páginas por noite, mas nunca sabia, até a manhã seguinte, quantas páginas tinha escrito. Levantava de manhã, vomitava, ia até a sala e conferia no sofá quantas folhas tinha ali. Sempre passavam das minhas dez. Às vezes tinha 17, 18, 23, 25 páginas. Claro que o trabalho de cada noite tinha que ser desbastado ou tinha que ser jogado fora. Gastei 21 noites pra escrever meu primeiro romance. Os proprietários do condomínio em que eu morava viviam nos fundos e achavam que eu era maluco. Todas as manhãs, ao acordar, tinha um saco enorme de supermercado na minha porta. O conteúdo variava, mas, em geral, tinha tomates, rabanetes, laranjas, cebolinhas, latas de sopa, cebolas. Uma ou outra noite eu bebia cerveja com eles até quatro ou cinco da madrugada. O velho se apagava, e a velha e eu ficávamos de mãos dadas, e eu dava uns beijos nela de vez em quando. Sempre dava um beijão nela na porta. Era enrugada pra danar, mas o que é que ela podia fazer? Era católica e ficava uma gracinha quando botava seu chapéu cor-de-rosa e saía pra igreja, domingo de manhã. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui.

ACADEMIA PALMARENSE DE LETRAS – Fiquei bastante feliz e lisonjeado com o convite recebido do amigo Juarez Carlos da Silva, me convidando para o9 lançamento da sua obra literária Academia Palmarense de Letras (APLE), que acontecerá no dia 09 de junho – dia dos festejos da emancipação política da cidade -, às 20hs, no Teatro Cinema Apolo, na cidade da Mata Sul pernambucana, Palmares. Meus parabéns e votos de sucesso para o caro amigo e obrigado pelo convite. Veja mais aqui.

O REI PASMADO E A RAINHA NUA – A comédia Rei pasmado e rainha nua (1991), do diretor espanhol Imanol Uribe, é baseada no romance homônimo (Crónica del rey pasmado, 1989 – Rosa dos Tempos, 1993), do escritor, professor, dramaturgo e jornalista espanhol da Geração de 36, Gonzalo Torrente Ballester (1910-1999), narrando uma histórica ocorrida em 1620, durante o período da inquisição na época do Absolutismo, em que um jovem  rei, tendo perdido a virgindade com uma prostituta, fica motivado com a possibilidade de ver a rainha nua. Trata-se de uma dessas comédias para lá de engraçadas e inesquecíveis com um elenco de primeira e que não resisto a rever sempre que posso. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
A heroína brasileiríssima Velta, do quadrinista paraibano Emir Ribeiro. Veja mais aqui, aqui e aqui


Veja mais sobre:1
Se não deu e fedeu, só na outra, meu, Sentimento do mundo de Carlos Drummond de Andrade, Contos de Juan Carlos Onetti, Literatura fantástica de Tzvetan Todorov, a música de Yann Tiersen, a pintura de Luiz Paulo Baravelli & Asha Carolyn Young, a fotografia de JR, a xilogravura de MS, a arte de Tom Wesselman & Kenny Cole aqui.

E mais:
A literatura de Juan Carlos Onetti aqui e aqui.
Desejo & a arte da cantora Sônia Mello, Deus & o Estado de Mikhail Bakunin, Ouvindo insetos de Po Chu Yi, Os museus & Bertha Lutz, Teatro Espontêaneo & Psicodrama, a música de Paulo Bellinati & Garoto, a dança de Mata Hari, a pintura de Murilo La Greca & a arte de Melinda Gebbie aqui.
Proezas do Biritoaldo: Quando o cara num rega direito, o amanhã parece mais o aperto do dia de ontem aqui.
O recomeço a cada dia, o pensamento de Ibn el-Arabi & Indries Shah, a fotografia de Faisal Iskandar & a arte de Petrina Sharp aqui.
Dignidade humana, educação & meio ambiente, O Brasil e a telenovela de Esther Hamburger, a pintura de Nina Kozoriz & a arte de Niura Bellavinha aqui.
Ninquem vem pra vida de graça, O caminho de Swann de Marcel Proust, a pintura de Annibale Carraci & a arte de Josephine Wall aqui.
As pedras se encontram nos mundos distantes, Pelos ares de Rafael Piccolotto de Lima & a arte de Sing & Luciah Lopez aqui.
Tudo passa pra quem não sabe o desprezado, Fenomenologia da percepção de Maurice Merleau-Ponty, a arte de Martina Shapiro & Shane Turner aqui.
Caríssimos ouvintes, a voz ao coração, Fremont Solstice Parade, a escultura de Bernhard Hoetger & a arte de Aleksandr Rodchenko aqui.
Endecha: carpe diem, mutatis mutandis, o pensamento de Nikolai Roerich, a fotografia de Antonella Fabiani & a arte de Leon Zernitsky aqui.
Nênia de Abril & cada qual seus pecados ocultos, a arte de Lisbeth Hummel, a poesia de Sérgio Campos & Antes que os nossos filhos denunciem o luto secular de seus abris aqui.
Sinfonias de bar, a pintura de Vincent van Gogh, O ovo da serpente de Ingmar Bergman, a arte de Annie Veitch & Kerri Blackman, Apesar dos pesares, a vida prossegue... aqui.
E se o amor fosse a vida na tarde ensolarada do quintal & a arte de Varvara Stepanova & Luciah Lopez aqui.
Fecamepa – quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
Cordel Tataritaritatá & livros infantis aqui.
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História da mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
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A croniqueta de antemão aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Arte do fotógrafo australiano Taylor-Ferné Morris.
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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quinta-feira, junho 18, 2009

BRENDA FASSIE, HARPER LEE, BLAVATSKY, MATILDE CAMUS, GAUGUIN, NETTIE STEVENS, HUME, IONE MENEGOLLA & MÉTODO CIENTÍFICO


A arte da cantora pop sul-africana Brenda Fassie (1964-2004), conhecida como a Rainha do Pop Africano, apelidada pelos fãs de Mabrr e considerada a voz dos negros marginalizados durante o apartheid.

O QUE ACONTECE ÀS VOLTAS DOS DIASUMA: O QUE PODE SER OU NÃO – Sempre tive para mim que o bem ou o mal está por trás das intenções ou dentro de quem escolhe por um ou por outro. Aprendi com David Hume: A beleza das coisas existe no espírito de quem as contempla. As pessoas benfazejas são aquelas que respeitam todas as divergências e situações, e vivem em conformidade com a expressão humana de que a vida é para todos. Ao contrário, os divergentes ou aqueles que defendem sectariamente suas razões de crenças e condições, professam o que se passa ao seu umbigo em detrimento da diversidade de opções e escolhas. Sempre tive para mim que a estupidez e a hipocrisia predominam nas relações humanas, infelizmente. DUAS: VÁ ENTENDER OS SECTÁRIOS - Sob o reino da estupidez e hipocrisia, tenho a certidão de que humanamente evoluímos muito pouco ou quase nada desde o Homo sapiens. Assim não fosse, o que justificaria guerras e miséria no planeta, se não o interesse egoístico de acumulação, poder e riqueza, em detrimento de toda a humanidade. Gauguin me alertou: Existe sempre uma grande demanda por novas mediocridades. Em todas as gerações, o gosto menos desenvolvido tem o maior apetite. Foi daí que aprendi a enxergar direito com outra de suas expressões: Eu fecho meus olhos para ver. Lição inestimável. TRÊS: QUANTOS CANTAM DE GALO COM A CARA MAIS LISA – O predominante sempre foi a defesa dos valores morais e éticos, o politicamente correto e a conduta humana na resolução dos problemas. Contudo, o que tem de gente com a cara untada de óleo de peroba, não está no gibi. Às plateias e diante das câmaras, os santos de pau-oco posam de salvadores da pátria, filantropos humanistas da simpatia; na privacidade de seus negócios, tripudiam acordos, contratos e arrepiam a lei. Eita! Foi a Helena Blavatsky quem me abriu os olhos: A mais importante de todas as obras é o exemplo da própria vida. Faça o que fizer, a posteridade fará a biografia exata na foto da sala ou porão. E vamos aprumar a conversa, gente! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.


DITOS & DESDITOS - Pessoas sensatas nunca se orgulham dos seus dotes naturais. Não se sinta ofendida quando alguém lhe disser uma expressão feia. Isso não deve atingi-la, apenas revela a pobreza de quem falou... Andar armado é um convite para alguém atirar na gente. Até temer perdê-lo, eu nunca amei ler. Ninguém ama respirar. Às vezes, a Bíblia na mão de um homem é pior que uma garrafa de uísque na mão de outro. Deus significa amar aos outros como a gente ama a gente. Quando crescer, todos os dias você verá brancos ludibriando negros, mas deixe-me dizer uma coisa, e nunca se esqueça disso: sempre que um branco trata um negro desta forma, não importa quem seja ele, o seu grau de riqueza ou a linhagem de sua família, esse homem branco é lixo. Pensamento da premiada escritora estadunidense Harper Lee (1926-2016). Veja mais aqui.

NETIE STEVENS & EFEITO MATILDA: A bióloga e geneticista estadunidense Nettie Stevens (1861-1912), foi a responsável pela descoberta dos cromossomos sexuais, ao observar que machos de larvas produziam dois tipos de esperma: os grandes fertilizavam ovos e produziam uma cria fêmea e os pequenos uma cria macho, passando a ser conhecidos como X para o feminino e Y para o masculino. O seu trabalho foi desenvolvido em conjunto com Edmund Wilson, muito embora apenas ele seja citado nos livros escolares. Ela não foi reconhecida por sua descoberto nem mesmo na época que publicou o seu trabalho, nem foi jamais convidada para palestrar sobre suas teorias. Além do mais, ela publicou cerca de 40 artigos científicos e foi incluída, em 1994, no National Women’s Hall of Fame. Veja mais aqui, aqui e aqui.

A LINGUAGEM DO SILÊNCIO – [...] Em cada palavra há algo de silencioso, em cada silêncio há algo que fala. [...]. Trecho extraído da obra A linguagem do silêncio (Hucitec, 2003), da professora e pesquisadora Ione Marisa Menegolla, estudando com profundidade o discurso de Narciso em sua dimensão contemplativa, pervagando pelos escritos de duas escritoras exemplares: Clarice Lispector e Maria Velho da Costa, distantes no tempo e no espaço, unidas no ideal do silêncio.

UM POEMA - Eu sou da montanha / Eu sou da montanha dos vertebrados / cheio de pulsos úmidos de orvalho, / de campos sonhadores, / de córregos e rios cantantes; / de mansões hidalgas / e barulho de albarca nas estradas. / Eu sou desta terra coberta de grama / onde o sol nos rodeia com carinho, / onde a névoa beija nossos rostos / e as praias são compostas de pinheiros. / Eu sou dessas costas, duro e do norte, / onde o mar revolto ondula, / onde há tremor de algas / sob espumas de arminho. / Eu sou da colina mais bonita / da nossa costa de Santander. / Aqui a primavera é uma voz molhada / quebrando em flashes e rajadas. Poema da poeta espanhola Matilde Camus (1919-2012). Veja mais aqui.


MÉTODO CIENTÍFICO – O presente trabalho de pesquisa aborda a questão do “Método Científico”, tendo em vista a importância da adoção metodológica para a realização de estudos científicos. Pretende, pois, tratar acerca do método, seus conceitos e peculiaridades, para evidenciar o aspecto metodológico no estudo científico. Desta forma, a partir de uma revisão da literatura efetuada com base nos estudos realizados por Bacon (1979), Descartes (1973), Popper (1975), Alves Mazzotii e Gewandsnajder (1998), Cervo e Bervian (1983), Caéffé (1996), Vera (1983), Galliano (1986), Guedes (1997), Lakatos e Marcone (1987), Lucie (1978), Ruiz (2002) e Severino (1996), dentre outros, procurar-se-á, portanto, apresentar e analisar os formatos metodológicos desenvolvidos no exercício e prática científica. Observar-se-á no presente trabalho a tipologia, implicações, características e modalidades de métodos utilizados no fazer científico, buscando apresentar de que forma o método conduz o saber e o conhecimento na ciência, isto porque esta é o resultado de conclusões e estudos de numerosas gerações de pesquisadores e que, em suas premissas, objetivos e aplicações, ela reflete as preocupações da civilização de uma época, que impõem circunstâncias mais ou menos favoráveis ao seu desenvolvimento.
O MÉTODO - A palavra método é de origem grega e significa o conjunto de etapas realizadas ordenadamente na investigação de fatos ou na busca da verdade. E buscando a conceituação do método, Jolivet (1979:71), traz a conceituação de que este: É a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado. E tem como fim disciplinar o espírito, excluir de sua investigação o capricho e o acaso, adaptar o esforço a empregar segundo as exigências do objeto, determinar os meios de investigação e a ordem da pesquisa. Ele é fator de segurança e economia, exigindo para ser fecundo, inteligência e talento. Já Guedes (1997), Severino (1996) e Galliano (1986) entendem ser o método, em sentido amplo, o processo, ou o conjunto de processos que permite conhecer determinada realidade, produzir certo objeto ou desempenhar este ou aquele tipo de comportamento. Isto quer dizer que o método é a ordem que se impõe aos diferentes processos necessários para atingir um determinado resultado ou finalidade. Guedes (1997:124) conceitua método como sendo "um conjunto de regras e procedimentos que orienta o trabalho do pesquisa e confere aos seus resultados a confiabilidade ou credibilidade científica", e isso quer dizer que a utilização de um método confere uma veracidade quanto a apresentação de qualquer trabalho desenvolvido. Na observação de Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1998), baseada na classificação e terminologia aristotélica, a noção de método está ligada à noção de trabalho pela implicação e efetiva manipulação do trabalho de se conhecer e que, para ser produzido, não se pode fazer de qualquer maneira, mas de um modo determinado e respeitando uma técnica que desemboca num método. Isto quer dizer, portanto, que inseparável do trabalho, o método responde a uma exigência de racionalização e de uma adequação cada vez mais rigorosa entre os meios e os fins. Desta forma, a verificação pela prática, de sua eficiência, tende a fazer do método objeto de conhecimento específico que pode ser transmitido, independentemente das formas de atividade ou de trabalho a que se aplica. Assim, considerado, o método é o próprio trabalho humano, enquanto procura tornar-se cada vez mais racional, ou então, a própria racionalidade desse trabalho que, ao manipular a realidade, natural e humana, com o duplo propósito de conhecê-la e transformá-la, descobre a racionalidade do mundo natural e a racionalidade do pensamento e da atividade humana que, pelo trabalho, alcançam esse duplo objetivo. Verifica-se, assim, que a elaboração do método não pode ser anterior ao descobrimento do objeto. Assim sendo, o método é apenas um meio consistente de acesso a um dos objetivos do sistema. E para melhor entendimento acerca do método, é conveniente, antes abordar as distinções entre as diferentes formas de conhecimento. O conhecimento, segundo Fourez (1995), Alves (2000), Lucie (1978) e Carvalho (1997), torna-se elemento indispensável e premissa fundamental para a atividade prática do homem, por revelar um conjunto de idéias e comportamentos pelos quais ele assimilou a vivência da atividade e a expressão racional. O conhecimento pode ser, segundo Aranha e Martins (1994), sensível, empírico e científico. O conhecimento sensível, segundo Aranha e Martins (1994), é comum aos homens e aos animais, consiste na apreensão dos objetos particulares pelos sentidos, visão, audição, olfato, dentre outros. Este se limita ao particular, não constituindo experiência e sendo apenas uma de suas condições de possibilidade. Já o conhecimento empírico, para Cervo e Bervian (1983), resulta de uma experiência que não é capaz de justificar-se ou fundamentar-se, uma vez que empiria consiste em saber que as coisas se passam de determinada maneira, sendo incapaz de dizer porque se passam assim. Por fim, o conhecimento científico, segundo Jolivet (1979), caracteriza-se por ter como objeto não o particular e o contingente, mas o universal e o necessário por ser sistemático e, conseqüentemente, metódico. Com isso, o conhecimento só é científico na medida em que constitui um sistema, uma unidade ou um todo lógico, no qual os juízos se acham vinculados uns aos outros, pela coerência ou pela racionalidade do método. Em relação à ciência, para Severino (1996), o método desempenha duas funções indispensáveis, sendo a primeira que consiste em tornar possível a obtenção dos conhecimentos que, na ausência de método, seriam obtidos por acaso ou fortuitamente. Já a segunda, em permitir a articulação ou ordenação desses conhecimentos em um conjunto lógico ou sistemático que somente por isso merece o título de ciência. Observa-se, com isso, que o método é um extraordinário instrumento de trabalho que ajuda, mas não substitui por si só o talento do pesquisador, ou seja, não basta que o indivíduo confie apenas na sua inteligência deve utilizar o método para que possa construir algo que seja sustentável merecedor de atenção do seu publico alvo. Vê-se, com isso, que o método científico, conforme Bastos (1995:92), significa: Processo sistemático de aquisição de conhecimento que segue uma série de passos interdependentes que, para efeitos didáticos, podem ser apresentados na seguinte ordem: definição do problema (obstáculo ou pergunta que necessita de uma solu';cão); formulação das hipóteses (explicações para o problema); raciocínio dedutivo (dedução de implicações das hipóteses formuladas); coleta e análise de dados (observação, teste e experimentação das implicações deduzidas das hipóteses - teste das hipóteses); rejeição, ou não das hipóteses (análise dos resultados para determinar se há evidências que rejeitam ou não as hipóteses). Assim sendo, o método científico é um instrumento formado por um conjunto de procedimentos, mediante os quais os problemas científicos são formulados e as hipóteses científicas são examinadas. As técnicas de raciocínio científico são basicamente duas: indução e deducação. E para entendimento acerca do método científico, há que se levar em consideração que a metodologia indutiva-dedutiva de Aristóteles (1979), via a investigação como uma evolução de observações para princípios gerais e de volta às observações. Ele afirmava que o cientista deveria induzir princípios explicativos a partir dos fenômenos a serem implicados, e então deduzir proposições sobre tais fenômenos das premissas que incluem aqueles princípios. Existem duas formas de indução: a primeira consiste da simples enumeração e a segunda é uma intuição direta daqueles princípios gerais que são exemplificados nos fenômenos. Para Aristóteles (1979), o genuíno conhecimento científico tinha o status de verdade necessária. Já a proposta de Galileu (1978) distingue entre dois estágios na avaliação das interpretações em Ciência. O primeiro estágio consiste em demarcar as interpretações científicas das não-científicas. o segundo estágio é para determinar a aceitabilidade daquelas interpretações que se qualificam como científicas. A ênfase dominante nos seus escritos é afirmativa em relação à necessidade da confirmação experimental. Tais condições são as bases do método experimental desenvolvido por Galileu (1978), discordando dos seguidores de Aristóteles (1979), considerando que o conhecimento da essência intima das substancias individuais deve ser substituído, como objetivo das investigações. Os principais passos de seu método são: observação; análise; verificação; generalização; confirmação. E conforme Jolivet (1979:72), “(...) se apóia nos fatos da experiência. É o método das ciências da natureza, que partes dos fatos e admitem apenas o critério da verificação dos fatos”. Este se aplica às manifestações quantitativas e qualitativas pelas quais os objetos materiais e seu comportamento se revelam. Ele se exerce pela observação dos aspectos e comportamentos dos objetos em situações predeterminadas e controladas de modo a exibir favoravelmente aquelas manifestações que a análise prévia indicou como mais relevantes, pois são as experiências onde as observações se fazem através dos sentidos ou dos seus desdobramentos e extensões, que constituem instrumentos. O raciocínio indutivo provém da teoria da indução de Bancon (1979), contemporâneo de Galileu e também crítico contra Aristóteles, considerava que o processo da abstração e o silogismo, não propiciavam um conhecimento completo do universo e se opôs ao emprego da indução completa por simples enumeração e assinala que é essencial a observação e a experimentação dos fenômenos. Seus passos são: experimentação; formulação de hipóteses; repetição; testagem das hipóteses; formulação de generalização e leis. A teoria da indução, tal como exposta no Novum Organum, distingue inicialmente experiência vaga e experiência escriturada. A primeira compreende o conjunto de noções recolhidas pelo observador quando opera ao acaso. A segunda abrange o conjunto de noções acumuladas pelo investigador quando, tendo sido posto de sobreaviso por determinado motivo, esse último tipo constitui o mais importante e o ponto de partida para a constituição das tábuas da investigação, núcleo de todo o método baconiano. Assim sendo, a Indução, que dá-se com a observação e o registro de certos fatos ou fenômenos, prossegue com sua análise, comparação e classificação, com que descobre uma relação constante entre os objetos observados. Seu objetivo é chegar a conclusões muito mais amplas do que premissas. Para Guedes (1997:132), a "indução é a propriedade lógica que possibilita a generalização de uma proposição a partir de proposições particulares", ou seja, parte do geral para o particular. Mediante isso vê-se que o método indutivo é um processo de raciocínio de onde se parte de fatos particulares para chegar a uma conclusão cujo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam .Já o raciocínio dedutivo advém do método dedutivo criado por Descartes (1973), afastando-se dos processos indutivos. Para ele, chega–se à certeza, por intermédio da razão, princípios absoluto do conhecimento humano, postulando quatro regras: evidência; análise; síntese; enumeração. Para Jolivet (1979:75): “As regras cartesianas são a análise deve ser completa e a síntese deve ser gradual”. Isto quer dizer que a explicação significa a descoberta da semelhança, naquilo que, à primeira vista parece dessemelhante: é o encontro da identidade na diferença. Assim, a dedução é necessária à verdade da teoria, mas não é suficiente. Para que uma teoria explique, é preciso que acrescente algo a nossas idéias esse algo seja aceitável logicamente. Assim sendo, a dedução consiste em tirar uma verdade particular de uma verdade geral na qual ela está implícita, podendo chegar a conclusões falsas. Com isso, a dedução compõe-se dos seguintes elementos: uma lei premissa geral, o fato que se quer verificar e um princípio racional que norteia o pensamento e que se pode ser formulado assim: tudo que se afirma de uma proposição geral, afirma-se igualmente das proposicões particulares que ela encerra. Para Guedes (1997: 135), a dedução, "é o desdobramento lógico, atribuir ao particular as mesmas propriedades na premissa", ou seja, do particular para o geral, através do silogismo, que é o confronto das premissas para se chegar a uma conclusão. Entende-se, pois, que conforme Descartes (1973), o papel da observação e do experimento é o de fornecer conhecimento das condições em que os eventos de um certo tipo ocorrem. Outro papel é o de sugerir hipóteses que especificam mecanismos consistentes com as leis fundamentais. O valor de uma hipótese depende de seu poder explicativo junto com as leis gerais. Elas eram, para Descartes, baseadas em analogias em experiências do dia-a-dia. O modelo conhecido como método hipotético-dedutivo foi proposto por Popper (1975), defendendo o valor do conhecimento racional, devido as teorias corresponder à realidade, baseanbdo-se no esquema que vai das expectativas ou conhecimento prévio, problema, conjecturas e falseamento. Para Popper (1975) existem três etapas para este método: o problema, uma situação que necessita ser resolvida, cuja resposta não é dada de forma evidente, podendo ser de ordem prática ou teórica; levantamento de hipóteses; conjeturas a respeito do problema, levantamento dos vários aspectos do problema e as suas possíveis relações, construção de inúmeras hipóteses reduzidas a níveis possíveis de testabilidade; tentativa de falseamento, etapa em que se tenta falsear, por todas as maneiras possíveis, as respostas apresentadas em formas de hipóteses, tentativa de eliminação de erros, verificabilidade empírica. É conhecida como pensamento neopositivista. Daí entender-se que a investigação científica se inicia quando se descobre que os conhecimentos existentes, oriundo do senso comum ou do corpo de conhecimentos existentes na ciência, são insuficientes para explicar os problemas surgidos. O conhecimento prévio que se lança a um problema pode ser tanto do conhecimento ordinário quanto do científico. Através desses métodos se obtém enunciados, teorias, leis, que explicam as condições que determinam a ocorrência dos fatos e dos fenômenos associados a um problema, sendo possível fazer predições sobre esses fenômenos e construir um corpo de novos enunciados, quiçá novas leis e teorias, fundamentados na verificação dessas predições, e na correspondência desses enunciados com a realidade fenomenal. O método científico permite a construção conceitual de imagens da realidade que sejam verdadeiras e impessoais, passíveis de serem submetidas a testes de falseabilidade. Já para Guedes (1997:124), o método hipotético-dedutivo "é uma tentativa da eliminação das dificuldades em produzir conhecimento verdadeiro através da lógica indutiva (...) os fatos particulares são previamente escolhidos por uma determinada compreensão do mundo (...) em conseguir falsear as hipóteses levantadas". Assim sendo, conforme o autor, é uma tentativa de eliminação das dificuldades em produzir conhecimento verdadeiro através da lógica indutiva. É uma crítica ao método indutivo, pois defende que não se pode produzir conhecimento e tê-lo como verdadeiro apenas catalogando fatos particulares e, por indução, encontrando generalizações. O método dialético, para Guedes (1997:136), "é a tentativa da explicação do real na sua dinamicidade", ou seja, apresentando o objeto, contrapondo-se, criticando e observando a sua dinâmica. Assim sendo, é a tentativa de explicação do real na sua dinamicidade. É a lógica do real e foi Hegel quem desenvolveu a sua reflexão sob a ótica da possibilidade da mudança. A idéia passou a ser privilegiada, pois Hegel acreditava que o verdadeiro conhecimento acontecia na idéia. A dialética hegeliana é expressa tentando explicar o fenômeno da mudança. A metodologia dialética possibilitou às ciências sociais um grande desenvolvimento. Se a dialética é a lógica do real e se o real é multifacetado, mutável, existiriam tantas dialéticas quantas fossem os fenômenos. Observa-se, pois que o sistema científico está voltado para a total expressão do conhecimento obtido acerca da estrutura e do comportamento de objeto, enquanto que o método busca novos resultados, traçando os modos de movimento nos sentidos destes resultados, integrando, num todo, o captado do mundo objetivo e a clarividência humana do ulterior conhecimento e da transformação do objeto. Outros métodos científicos alternativos são encontrados, a exemplo do método histórico que, segundo Vera (1983), representa o método científico por excelência, tendo em conta os fatos e as realidades, desprendendo-se de todo elemento subjetivo, onde através da investigação de fatos, hábitos e instituições do passado, tenta-se avaliar seu impacto na sociedade contemporânea. Este método surgiu com o filósofo e folclorista alemão, Jakob Grimm (1785-01863), que na opinião de Marconi e Lakatos (1987:81) “(...) é importante, na medida em que se faz o resgate histórico da evolução do trabalho, do emprego e da ocupação, e se resgata também a história dos bancos no decorrer do tempo”, pois consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado, para verificar a sua influência na sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual através de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo, influenciado pelo contexto cultural particular de cada época. Consiste, pois, este método em investigar acontecimentos, processo se instituições do passado para verificar sua influencia na sociedade de hoje. Seu estudo, para uma melhor compreensão do papel que atualmente desempenham na sociedade, deve remontar aos períodos de sua firmação e de suas modificações. O método comparativo, segundo Vera (1983), é usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimentos. O método monográfico, segundo Kersher e Kersher (1999), Rey (1993), Silva e Menezes (2000) e Nunes (2000), consiste no estudo de determinados indivíduos  profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A investigação deve examinar o tema escolhido observando todos os fatores que o influenciaram e analisando – o em todos os seus aspectos. O método estatístico, segundo Vera (1983) e Rey (1993), significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos, dentre outros. Os termos quantitativos e a manipulação estatística que permitem comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza. Por esta razão a estatística pode ser considerada um método de experimentação e prova, pois é método de analise. Quer dizer, para Guedes (1997), o método estatístico é o esforço metodológico para oferecer uma compreensão probabilística dos fenômenos em estudo, expressando os fenômenos em bases relativas e aplicado a qualquer ciência. O método clínico, para Guedes (1997), é a tentativa de compreender o fenômeno nos seus aspectos qualitativo, estudando o desenvolvimento de um doente nos seus mais variados aspectos e o desenvolvimento de uma performance cognitiva pela qualidade das respostas e não pela quantidade. O método psicométrico, segundo Guedes (1997), estuda os fenômenos cognitivos através da medição das respostas dadas pelo sujeito, é um método quantitativo muito usado em psicologia. Enfim, observa-se que o método científico é de suma importância para o desenvolvimento de constatação da verdade, evitando assim a dogmática e o sectarismo da verdade absoluta, obsoleta e imutável.
CONCLUSÃO - Tendo-se, pois, realizado presente trabalho de pesquisa onde foi possível adquirir informações esclarecedoras acerca do método científico, notadamente por que parte do princípio epistemológico e da forma como todos os conhecimentos são adquiridos na formação empírica do indivíduo para a formação de um juízo científico, explicitando a busca pelo questionamento dinâmico na condução de uma visão idônea e independente, traduzindo a necessidade de se manter métodos na busca incessante pela verdade. Principalmente nos tempos atuais onde se dão os confrontos entre os dogmatismos religiosos, ideológicos ou nacionalistas frente a observância científica que é independente, mesmo que seja sustentada e custeada pelo poder e disso sempre necessite, mesmo assim, a ciência isenta o indivíduo dos mitos, tabus e totens que transcorrem no seio da sociedade. Esclareceu-se, pois, com o presente trabalho que a introdução de um método torna eficiente e eficaz no desenvolvimento do projeto ou trabalho científico, acarreta uma visão balizada baseada nos alicerces disponíveis das ciências, da Filosofia, dentre outras. E isto contribui substancialmente para a formação de trabalhos que devem conter aspectos metodológicos para que se insira no contexto de uma obra científica, capaz de traduzir-se numa colaboração efetiva à humanidade. As técnicas e práticas usuais ao método são substanciais ferramentas na consecução do trabalho que vise uma formação acadêmica. Isto porque, conhecendo-se o método empregado na pesquisa, aplicado convenientemente durante as investigações, fica evidenciada a credibilidade ao resultado apresentado pelo pesquisador, através de um procedimento epistemológico que significa estudar a forma como o homem se relaciona com o mundo para construir o conhecimento. Conhecimento esse que deve ser e estar isento de qualquer que seja a intervenção de crença ou preconcebidas máximas absolutas, e levada apenas pela experimentação, pela coleta de dados, pela análise de variáveis, pelo tratamento de todos os componentes que se insinuam nas considerações, enquanto se dirimem as hipóteses no levantamento de qualquer problemática dada. Possuir um conhecimento científico é hoje um paradigma de comportamento nas expressões e reproduções de idéias que devem ser discutidas, sistematizadas, criticadas, alijadas, suprimidas, renomeadas, até que se encontre um consenso satisfatório para a sua aceitação, mesmo sob a desconfiança de que uma nova idéia pode sair do recôndito para desmoroná-la à menor insinuação de confronto. A sistematização da pesquisa leva a um conhecimento seguro, real e alicerçado na conclusão de qualquer planejamento que se queira desenvolver ao longo dos estudos universitários. E o postulante que se encontrar apto a desenvolver tal sistematização, explorando os diversos métodos, elaborando os diversificados esquemas, construindo uma múltipla observação do que já foi apresentado, com certeza, poderá delinear o seu caminho consoante o estreitamento com a realidade científica para transformar o mundo em local mais aprazível e mais conseqüente para a vida.
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