domingo, dezembro 21, 2025

JANNA LEVIN, DAISY ZAMORA, LISA JAKUB, CERÚLEO ESCARLATE & FRANCISCO JULIÃO

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Dentro da oficina do mestre João do Pife de Caruaru adquiri meu primeiro instrumento e assim comecei a aprender. Trouxe o instrumento pra casa, que meu pai me deu de presente porque era próximo do meu aniversário. E como a gente mora aqui no bairro do Salgado, bem próximo a casa do João do Pife, sempre eu estava lá, chamava as amizades e aperreava o “vein” pra ele me ensinar a tocar pife e foi assim que eu aprendi e tenho muito a aprender ainda...

Pensamento ao som do álbum Sem Pergaminho (2025), primeiro álbum musical autoral da artista independente, musicista, pifeira, luthier, compositora, professora e produtora Vitória do Pife, que idealizou o projeto Passarinho Passarada (2019), levando música como forma de educação para as crianças do bairro do Salgado, em Caruaru – PE. É integrante Orquestra de Pífanos de Caruaru & Maestro Mozart Vieira, da banda Forró Agarradim e da Banda de Pífanos Zé do Estado, além de fundar a Banda de Pífanos Caruaru Camaleão

 

A vida segue caminhos tortuosos... - Já era tarde da noite quando Zeca Biu, aos bocejos, sentiu frio. Estava muito chateado com o imbróglio de suas demandas diárias, comendo seu juízo. Viu-se cansadíssimo e resolveu jogar tudo pro ar, ora, ora. Melhor deitar e descansar, obtemperou. Assim o fez e logo regalou-se à costumeira cama com seu cobertor abafa-banana, ajeitando os travesseiros molambentos, aos suspiros, aí dormiu emborcado, roncou estirado de papo pro ar e, aos peidos trovejantes, muito sonhou. Despertou determinado a ir num zoológico para dar cabo do pandemônio que virara seu quintal – os incomodados vizinhos, ameaça da polícia, as chaturas e perrengues, perigava ser enxotado num sabia pra onde. Estava tão firme no seu propósito de quase passar despercebido que não estava em sua cama, ali não era seu quarto e viu-se fora de sua casa, numa noite do ocaso da Lua. Oxe, que fuleragem é essa, ondéqeutô! Abriu bem os olhos, levantou as pestanas, acionou o faro, aprumou as ouças, ligou as orelhas e perscrutou: vozes. Na verdade, duas: um casal combinava, não dava para identificar o quê. Ficou sintonizando, ia pra lá, não, distanciava-se; pra cá, sim, aproximava-se, vozes mais nítidas. Tateou, topadas e sustos, quase ao vivo, mas sem conseguir enxergá-los, ousou no caliginoso: Boa noite, por acaso poderiam me dizer onde estou? Num oásis, respondeu-lhe uma voz masculina. E pra seu espanto deu pra ver de relance numa centelha ínfima: um mascarado de camelo falante. Essa é boa: que marmota é essa, saíram de um baile de máscara, foi? Não, somos nós – era uma voz feminina e um novo escândalo: fantasiada de zebra, também falante. Agora deu, pronto, devo ter endoidado: que pinoia é essa, hem? Responderam com outra indagação: Nunca leu Shakespeare? Ué, o que tem o cu com as calças? Somos humanos! Eita! Aí aboticou as vistas: Não eram e tinha certeza, parecia uma daquelas disforias de espécie, uma teriantropia ao contrário, ou que licantropia braba era essa, será? Então, uma fogueira foi acesa e ele começou a falar: Sou Alain, filho do tapeceiro Josamur. Muito jovem me apaixonei pela bela filha do Sultão e era correspondido. E por não ser abastado e vindo de família muito humilde, fui ameaçado e, como insisti, condenado à morte. Por causa do nosso idílio, o pai dela tentou por diversas vezes me matar. E numa de suas investidas, mais uma vez me desvencilhei e, com o desalmado golpe, ele matou a própria filha. Daí a minha fuga pelos 4 cantos do mundo, até ser amaldiçoado por bruxaria e me tornei o que sou: um camelo e me chamam agora de Bonifácio, suposto neto de Zorol da Somália, que, por sua vez era filho de um dos guardiões do paraíso, os voadores de Zohar do Paraíso no Avesta. Peraí! Como é que é? Ouviu tudo de novo e Zeca Biu amiudou na conferência: de fato, era mesmo um bicho feio com cabeça de alce, orelha de burro, cílios longos e grossos, patas de cavalo, pernas de avestruz, rabos de espanador, teimoso, cuspidor, estava com uma bateria nas costas; não, melhor, duas, pense num desengonçado, hem, Esopo, tão desajeitado de ganhar o opróbrio por não ter sido criado por Deus, mas, como disse Millôr: por um grupo de trabalho. E continuou a narração: Eu me perdi duma caravana, depois de atravessar os desertos de Gobi, da Arábia, o Saara e Kalahari; fui parar no Rajastão para ser trocado nas feiras de Pushkar e Bikader e, depois de muitas idas e vindas, de lá me passei pelos 35 camelos do homem que calculava, fui o preguiçoso de Rudyard Kipling e quase fui capturado pruma expedição que ia pro Ceará - na verdade foram 14 dromedários de Argel para Pedro II, numa comissão científica que incluía o poeta e etnólogo Gonçalves Dias. Não tivesse me desviado duma comitiva que ia pro Atacama, entre o Chile e o Peru, daí nenhuma cáfila, nem dromedários, iamas, alpacas ou vicunhas que aparecessem, findei como um desertor errante pelo semiárido, atravessando Seridó, Gilbués, Irauçuba e o sertão de Cabrobó. Até passei pelos Lençóis Maranhenses e o Jalapão de Tocantins, coisas até bonitas de se ver. Chorei muito de solidão, sabia: os camelos também choram! Zeca Biu ainda com um pé atrás e zis pulgas rondando suas orelhas, perquiriu agudamente e constatou: É mesmo, parecia mais que o bicho estava ao relento e contou que era bastante resistente e servil, carregando pesadíssimos fardos em marchas pelos desertos, doido por cevada e andava melancólico pela vaia que levou ao se meter numa competição com um salafrário dum macaco numa dança, razão pela qual foi execrado pelo reino animal e, ainda por cima, amaldiçoado por fugir atravessando o buraco de uma agulha, um vitupério para Jesuisis, e com um lamento: Virei provérbio buriata da Sibéria à Turquia: porque se julgou grande, desgraçou o exército! Mas, saiba: sou a primeira das 3 metamorfoses do espírito do Zaratustra de Nietszche. Ah, entendi o ditado: sábio feito um camelo! E dizem que sua lágrima é antídoto! Foi então que puxando o fim da conversa, mencionou haver descoberto a sugestão de Cecília Meirelles: o camelo mastiga a sua solidão. E regurgitei para descobrir meu próprio deserto entre zumbis hiperativos incluídos e trapos humanos excluídos da Rolnik, assim, exercia o meu vazio: camelos também dançam! Vixe! Pra minha sorte, não fosse o charme das minhas formosas bossas, não teria encontrado esta bela senhorita que me acompanha. Aí Zeca Biu disse pra si mesmo: Essa é boa: deu zebra! Segura a peta que vem mais patranha! Mesmo inarredavelmente incrédulo, para ele a coisa seguia um tanto convincente: Quero ver mesmo aonde é que vai dar! E enquanto o camelo assoprava a fogueira e pondo mais incensos pra queimar, ela começou a contar: Sou Dinazade, o mesmo nome da irmã de Sheherazade com as suas mil & uma noites, porém, só o nome, pois, sou filha de um oleiro etíope muito severo e religioso. Por causa de um namorico com um jovem bonito eritreu, nem meus pais nem os dele aprovavam o enlace e, inflamados pela fúria, fui vítima da mais perversa feitiçaria de um praticante de Zangbeto, que era, na verdade, pra me proteger e deu tudo errado: transformaram-me numa equídea de Grevy e agora me chamam de Zecora, supostamente nascida em Equestria, entre muitas outras e cada uma com o padrão do Alan Touring. Agora sim, posso assegurar: zebras também existem, viu! E aprendi com as hienas a desconfiar das arapucas e passei a andar com o rebanho milhares de quilômetros na migração, atrás de água e comida. Sentia-me protegida pela manada, prosperávamos em ambiente hostil que fosse. Corríamos pelas savanas e, se dependesse de mim, o leão morria de fome; se viesse me atacar, me defendia com minha patada letal: Quero é ver predador resistir. E passei a bramir e também latir, roncar, guinchar e miar, tanto como alerta, como pros rituais de acasalamento. Era tudo verdade, constatou ali mesmo Zeca Biu: a listrada quadrúpede solípedes girava as orelhas em qualquer direção, dormia em pé de dia, alerta total; deitava-se de noite, sob a vigilância dos pares; era desconfiada e temperamentalmente reativa. E mais: a mamífera ungulada corria como uma praga e era celebrada em Botsuana, ornamentava as oferendas na Tailândia e muito prestigiada pelos xamãs e zulus: o equilíbrio entre opostos. E sob o seu símbolo invocava-se a energia espiritual para cura e orientação, a sua pele representava proteção, força e poder. E ela continuou plangente: Fui capturada e levada com outras para um tal de Walter Rothschild, que me treinou para puxar carruagens. Ele não sabia: não sou para montar, nem me sujeito a carregar nada nem ninguém. Fugi e virei pilhéria nos versos do Clive Blake: nasci com código de barras. Pode isso? Fui louvada nas paisagens dos safaris de Hemingway, quando na verdade, vivia o perigo da única hestória de Chimamanda, porque sabia Mia Couto: o racismo inventava a raça. O bom que não tenho úlceras! Mas o lume da pedra me feriu na cerimônia dos ritos de passagem de Paula Tavares. Depois de muitas andanças erráticas, finalmente encontrei este cavalheiresco senhor: foi o glifo na minha garupa que flechou seu coração com o feitiço da nossa paixão. U-la-lá! Quase de mentira, porém verossímil. Zeca Biu impressionou-se: Dava prum enredo maior que o cordel do Pavão Mysterioso. Hum? Estava enfim afeiçoado por ambos. E o que parecia a mais insolente aldrabice duma doidice onírica, atravessou os limites da fábula e invadiu a sua realidade. Ainda hoje Zeca Biu insiste: Não é caraminhola não, viu? Estão lá no meu quintal pra quem quiser comprovar! Até mais ver.

 

Stephenie Meyer: Para mim, é importante ser livre e saber que estou agindo por mim mesma. Faço as coisas porque quero, e isso é importante. Você quer ser você mesmo... Quando se pode viver para sempre, para que se vive?... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

Ana Maria Machado: Hoje sabemos que somos nada. Que a vida é o lampejo do cisco. Que o que amamos é infinitamente precioso... Ler é um direito de cada cidadão, não é um dever... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

Patricia Churchland: A humildade nos convida a nos aceitarmos como somos; não precisamos ter importância cósmica para sermos verdadeiramente significativos... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

CELEBRAÇÃO DO CORPO

Imagem: Acervo ArtLAM.

Amo este meu corpo que viveu a vida, \ seu contorno de ânfora, \ sua suavidade aquosa, \ a profusão de cabelos que coroa meu crânio, \ a taça de cristal do meu rosto, \ sua base delicada que se ergue graciosamente dos ombros e clavículas. \ Amo minhas costas, \ adornadas com estrelas desbotadas, \ minhas colinas translúcidas, \ fontes do meu seio que dão o primeiro sustento da espécie. \ Projeções estriadas, \ cintura móvel, \ recipiente pleno e quente do meu ventre. \ Amo a curva lunar dos meus quadris \ moldada por gestações alternadas, \ a vasta e ondulante redondeza das minhas nádegas; \ e minhas pernas e pés, alicerce e suporte do templo. \ Amo o punhado de pétalas escuras, \ o velo oculto que guarda o misterioso limiar do paraíso, \ a cavidade úmida onde o sangue flui e a água viva brota. \ Este meu corpo doente, \ que supura, tosse e transpira, \ secreta humores, fezes e saliva, \ e se cansa, se exaure e definha. \ Corpo vivo, elo que assegura a infinita cadeia de corpos sucessivos. \ Amo este corpo feito da mais pura argila: \ semente, raiz, seiva, flor e fruto.

Poema da premiada poeta, radialista e editora nicaraguense Daisy Zamora, autora de obras como Tierra de Nadie, Tierra de Todos (2007), The Violent Foam (Curbstone, 2002), Life for Each (Katabasis, 1994), Clean Slate (Curbstone, 1993) e Riverbed of Memory (City Lights, 1992). Ela foi combatente da Frente Nacional Sandinista de Libertação, foi diretora de programação e voz da clandestina Rádio Sandino, e tornou-se Vice-Ministra da Cultura após o triunfo da revolução.

  

PARA SER COMPLETAMENTE HONESTO – [...] Vivemos em uma cultura onde alguém pergunta " como vai?"  e a outra pessoa responde "estou bem". É uma troca automática. Vivemos em um mundo de selfies totalmente filtradas, fotos do Facebook escolhidas a dedo, emoções reduzidas a emojis. Parece seguro e fácil navegar nessas águas mornas e rasas dos relacionamentos, onde não arriscamos nada. Não aprendemos nada. Nunca nos tornamos vulneráveis e perdemos a oportunidade de criar um relacionamento mais significativo. [...] Quando finalmente nos abrimos sobre como realmente nos sentimos, é tentador pedir desculpas logo em seguida, porque parece muito vulnerável, muito honesto. Sentimos culpa por ter essas emoções não tão positivas — mas isso faz parte da experiência humana. Tristeza, decepção e perda são inevitáveis. Observo o mundo ao meu redor e, a cada manhã, parece haver notícias de mais sofrimento. Existem problemas reais, enormes e profundamente preocupantes. Muitos de nós estamos sofrendo e muitos de nós não falamos sobre isso. Mas falar sobre isso é o que mais precisamos. Quando uma amiga me perguntou como eu estava — ela realmente perguntou, olhando profundamente nos meus olhos — eu me joguei em seus braços e desabei em lágrimas no vestiário da academia de ioga. Depois, fiquei tentada a me desculpar pelo meu colapso em público, pela exposição tão aberta das minhas emoções verdadeiras. Mas eu não me arrependi. Então eu enviei isso para ela. E com essa demonstração de gratidão e um emoji de coração, curei um pouco do meu próprio coração. Tudo isso com total honestidade. [...]. Trecho de texto escrito pela escritora, professora e atriz canadense Lisa Jakub, autora dos livros You Look Like That Girl: A Child Actor Stops Pretending and Finally Grows Up (2015) e Not Just Me (2017), nos quais defende que: Nunca é tarde demais para mudar de ideia e se tornar quem você nasceu para ser. Nossa mente pode ser realmente poderosa e capaz de inventar um milhão de razões pelas quais você não pode mudar. Ela pode dizer que não é lógico, ou que as coisas estão assim há muito tempo, ou que é muito difícil, ou o que as pessoas vão pensar. Mas, às vezes, é mais importante viver de acordo com a intuição e o coração do que com a razão... Não há problema em decidir que ser feliz vale mais do que se formar em direito, ou casar com o namorado(a) do ensino médio só porque ele(a) foi legal, ou ser ator porque você acha que é incapaz de fazer qualquer outra coisa. Nunca é tarde demais para assumir o controle do seu destino e dar uma contribuição diferente ao mundo...

 

GUIA DE SOBREVIVÊNCIA A BURACOS NEGROS[...] Buracos negros são uma dádiva, tanto física quanto teoricamente. São detectáveis nos confins do universo observável. Ancoram galáxias, fornecendo um centro para a nossa própria galáxia em espiral e, possivelmente, para todas as outras ilhas de estrelas. E, teoricamente, oferecem um laboratório para a exploração dos confins da mente. Buracos negros são o cenário fantástico ideal para desenvolver experimentos mentais que visam as verdades essenciais sobre o cosmos. [...] Imagine-se um astronauta sozinho no espaço. Nenhum planeta à vista. Nenhuma nave espacial. Nenhuma estrela distante. Nenhuma fonte de luz. Imagine o terror latente, o silêncio do espaço, a estranha sensação de flutuar, a escuridão indescritível entre a profusão de estrelas. [...] Um buraco negro puro é espaço-tempo vazio — sem átomos, luz, cordas ou partículas de qualquer tipo, escuras ou brilhantes. É espaço vazio — ou, na linguagem da física, o vácuo. [...] Os arquitetos originais da mecânica quântica insistiram nessa conservação como um princípio filosófico que merecia respeito. Eles construíram a mecânica quântica para salvaguardar operacionalmente a informação. [...]. Você envia mensagens em vão para ninguém. Mas envie-as mesmo assim. Suas epifanias estão perdidas para sempre na singularidade catastrófica. Mas envie-as, por favor, seus atos de desafio. [...]. Trechos extraídos da obra Black Hole Survival Guide (Bodley Head, 2020), da cosmóloga e professora estadunidense, Janna J. Levin, autora de obras tais como Black Hole Blues and Other Songs from Outer Space (2016), A Madman Dreams of Turing Machines (2007) e How the Universe Got Its Spots: Diary of a Finite Time in a Finite Space (2002). Grande parte de seu trabalho se concentra na busca de evidências que apoiem a proposta de que nosso universo possa ter um tamanho finito devido à sua topologia não trivial, tratando sobre buracos negros e teoria do caos. Veja mais aqui.

 

LIGAS CAMPONESAS & GOLPE DE 1964

[...] Saio desta peleja como entrei nela: pobre [...] Não me deixo conduzir pelas circunstâncias. Prefiro debruçar-me sobre a História para a longa viagem. Por isso, empunho bandeiras. Mas como sou um ser concreto, existo, vivo. Vivo para mim e para o outro, o próximo e o distante. Parto deste princípio para fazer política. [...] Dei um golpe de misericórdia no meu próprio mito. Já era tempo. Passada a refrega, busco a palavra exata. [...] E não encontro. Que aceitem, por favor, a elegância do meu silêncio. [...] A virtude se escondeu envergonhada. E o que se pôs em evidência foi a glória efêmera, alicerçada no sentir do maior contar da língua. [...]

Trechos extraídos da obra Francisco Julião, as Ligas e o Golpe Militar de 64 (Comunigraf, 2004), do jornalista e escritor Vandeck Santiago, narrando sobre as utopias de um homem desarmado, a trajetória do advogado, escritor e político Francisco Julião (Francisco Julião Arruda de Paula – 1915-1999), líder político do movimento camponês das Ligas camponesas, sobre as quais relata: Não fundei a Liga - ela foi fundada por um grupo de camponeses que a levou a mim para que desse ajuda. A primeira Liga foi a da Galileia, fundada a 1º de janeiro de 1955 e que se chamava Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco. Foi um grupo de camponeses com uma certa experiência política, que já tinha militado em partidos, de uma certa cabeça, que fundou o negócio, mas faltava um advogado e eu era conhecido na região. Foi uma comissão à minha casa, me apresentou os estatutos e disse: 'existe uma associação e queríamos que você aceitasse ser o nosso advogado'. Aceitei imediatamente. Por isso o negócio veio bater na minha mão. Coincidiu que eu acabara de ser eleito deputado estadual pelo Partido Socialista e na tribuna política me tornei importante como defensor dos camponeses. Julião é autor de livros como Cachaça (1951), Irmão Juazeiro (1961), O que São as Ligas Camponesas (1962), Até Quarta, Isabela (1965), e Cambão: La Cara Oculta de Brasil (1968), no qual expressa: [...] Se o coração não se agita, o sangue não circula e a vida se apaga. [...] Manda o médico que se agite certos remédios no momento de toma-los. O crime não está em agitar, mas em permanecer imóvel. [...]. Veja mais aqui & aqui.

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CERÚLEO ESCARLATE, DE TCHELLO D'BARROS

Foi recentemente lançado no Rio de Janeiro, o livro Cerúleo Escarlate (Lítteris, 2025), do escritor, jornalista, roteirista e curador Tchello d'Barros. A obra apresenta uma seleção de contos adaptados de seus roteiros de curtas e longas, sendo esta sua primeira incursão na área ficcional, já que tem diversos títulos publicados na área da poesia e da poesia visual. As histórias dialogam com temas que vinham sendo abordados em seus precedentes livros de poesia: um arco temático sobre Amor e Morte, relações humanas, vida amorosa (das diatribes ao sublime) e aspectos inusitados do mundo da arte. O autor realiza ações literárias pelo Brasil e mundo afora, além de seus textos constarem diversas coletâneas, antologias e didáticos. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

Veja mais sobre MJ Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.


 


JANNA LEVIN, DAISY ZAMORA, LISA JAKUB, CERÚLEO ESCARLATE & FRANCISCO JULIÃO

    Imagem: Acervo ArtLAM . Dentro da oficina do mestre João do Pife de Caruaru adquiri meu primeiro instrumento e assim comecei a aprende...