DITOS & DESDITOS - Quão facilmente o amor
acredita em tudo o que deseja! A dor que se cala é de todas a mais funesta. Os
mais infelizes são os que menos ousam chorar. Sem dinheiro, a honra é uma
doença. Quem deseja ir longe poupa a montada. A minha única esperança está no
meu desespero. Entrego-me cegamente ao impulso que me arrasta. Não há segredos
que o tempo não revele. Pensamento do escritor e dramaturgo francês
Jean Racine (1639-1699). Veja mais
aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: A gente é feliz, representa
uma espécie de ameaça para os outros, como se estivéssemos dizendo que somos
mais competentes do que eles em matéria de construir felicidade. O que leva uma
criança a ler é o exemplo. Gostava de soltar as ideias sem rédea enquanto
sentia o vento e a imensidão. Só queria que o mundo nos abraçasse. Pensamento
da escritora, jornalista, pintora e professora Ana Maria Machado.
O VISÍVEL – [...] a relação com a terra e a
atmosfera dá-lhe a capacidade de crescer […] A semente cria raízes. Inicialmente, a linha
se dirige para a terra; não para morar lá, mas para retirar a energia que
precisa para alçar o ar. [...]. Trecho extraído da obra Noteboooks – vols 1 e 2: the nature of nature (Lund Humphries, 1973), do
pintor e poeta suíço naturalizado alemão Paul Klee (1879 - 1940), nos quais destaco do volume 1, o trecho: A
arte não reproduz o visível; ela torna visível... Busco um remoto ponto inicial
de criação, onde percebo uma forma para homem, animal, planta, terra, fogo,
água, ar e todas as forças turbilhonantes. Veja mais aqui e aqui.
TELECO - [...] Alguns
dias transcorridos perdurava o mesmo caos. Pelos cantos, a tremer, Teleco se
lamuriava, transformando-se seguidamente em animais os mais variados. Gaguejava
muito e não podia alimentar-se, pois a boca, crescendo e diminuindo, conforme o
bicho que encarnava na hora, nem sempre combinava com o tamanho do alimento.
Dos seus olhos, então, escorriam lágrimas que, pequenas nos olhos miúdos de um
rato, ficavam enormes na face de um hipopótamo. Ante a minha impotência em
diminuir-lhe o sofrimento, abraçava-me a ele, chorando. O seu corpo, porém,
crescia nos meus braços, atirando-me de encontro à parede. Não mais falava:
mugia, crocitava, zurrava, guinchava, bramia, triscava. Por fim, já menos
intranqüilo, limitava as suas transformações a pequenos animais, até que se
fixou na forma de um carneirinho, a balir tristemente. Colhi-o nas mãos e senti
que seu corpo ardia em febre, transpirava. Na última noite, apenas estremecia
de leve e, aos poucos, se aquietou. Cansado pela longa vigília, cerrei os olhos
e adormeci. Ao acordar, percebi que uma coisa se transformara nos meus braços.
No meu colo estava uma criança encardida, sem dentes. Morta. [...]. Trechos
do conto extraído da obra Os Dragões e Outros Contos (Movimento
Perspectiva, 1993), do escritor e jornalista Murilo Rubião
(1916-1991). Veja mais aqui e aqui.
QUATRO POEMAS – I - O outro, o mesmo / é do outro,
ventríloqua / a voz que articulo mal / flui de mim, vampirizada / uma seiva que
não volta / em lugar da epifania / entra a aparição / sobe ao palco / o outro,
o indesejado / nem vivo nem morto / vestido com minha pele / mesmerizada. PLANOS - algumas sementes da Austrália
/ prevêem o fogo / e se preparam para sobreviver / o fogo está em seus planos,
/ se é que os têm / ele vem abri-las para que germinem / na floresta devastada
/ então podem crescer sem disputar / o sol com as enormes árvores / e a terra
com as grossas raízes / isto me disse alguém uma vez / era suíço / estava
leibniziano. QUASE UMA ARTE - grande
amor tenho por seus membros / ombros pescoço braços pernas o viril / mais forte
do que tudo / a mão que estendo sem cessar / parece que pede mas oferece / nada
ou quase uma arte: / joga nos dados / o olho por olhos / o dente por dente. SECA - chão tão rachado de secura / que
quando cai a chuva / não consegue absorvê-la / refratário, custa a crer / nos
tempos de água e de fartura. Poemas extraídos de Quase uma arte (Cosac & Naify/Viveiros de Castro, 2005), da
poeta Paula Glenadel. Veja mais aqui e aqui.
A SAGA DO PADRE BIDIÃO
CADÊ O PADRE BIDIÃO
PADRE BIDIÃO, EXTRATERRESTRES & NOVO MESSIAS
IGREJA BIDIÔNICA DO FINAL DOS TEMPOS
A VIOLÊNCIA SEGUNDO PADRE BIDIÃO
A POBREZA SEGUNDO PADRE BIDIÃO
PADRE BIDIÃO & O DOUTOR ZÉ GULU
PADRE BIDIÃO COM FRB & A CHEGADA DE REFORÇOS
O RETIRO DO PADRE BIDIÃO E O SÉQUITO DAS VESTAIS
A SALVAÇÃO BIDIÔNICA DEPOIS DA BRONCA
O CONFESSIONÁRIO DO PADRE BIDIÃO
O EVANGELHO SEGUNDO PADRE BIDIÃO
O PADRE BIDIÃO NO BIG SHIT BÔBRAS