A arte da atriz e modelo Agatha
Moreira

DITOS & DESDITOS – De todas as taras sexuais, não existe
nenhuma mais estranha do que a abstinência. Pensamento do
escritor, dramaturgo, tradutor, desenhista, humorista e jornalista Millôr
Fernandes. Veja mais aqui.
MULHERES NEGRAS – [...]
na organização da família ioruba, que é
polígama, contrariamente ao conceito que pessoas mal-informadas fazem, as
mulheres usufruem uma maior liberdade que a que se dá nas uniões monogâmicas.
Na grande casa familiar do esposo, elas são aceitas como progenitoras dos
filhos, destinadas a perpetuar a linhagem familiar do marido. Mas elas nunca aí
são totalmente integradas, deixando-lhes esse fato uma certa independência.
Após o casamento, elas continuam a praticar o culto de suas famílias de origem,
embora seus filhos sejam consagrados ao deus do cônjuge [...]. Trecho
extraído da obra A contribuição especial
das mulheres ao candomblé do Brasil: Culturas Africanas (Unesco, 1986), do
etnólogo e fotógrafo franco-brasileiro Pierre
Verger (1902-1996).
NAS PROFUNDEZAS DO BOSQUE - [...]
Era um peixe pequeno, um peixinho, como o
comprimento de meio dedo, com escamas prateadas e nadadeiras delicadas,
branquiadas, espelhadas e trêmulas. Um olho de peixe redondo e arregalado ao
máximo mirou os dois por um instante como se sugerisse a Maia e Mati que todos
nós, todos os seres vivos sobre este planeta, pessoas e animais, aves, répteis,
larvas e peixes, na realidade todos nós estamos bem próximos uns dos outros,
apesar de todas as muitas diferenças entre nós: pois quase todos nós temos olhos
para ver formas, movimentos e cores, e quase todos nós ouvimos vozes e ecos, ou
pelo menos sentimos a passagem da luz e da escuridão através da nossa pele. E todos
nós captamos e classificamos, sem parar, cheiros, gostos e sensações. Isso e
mais: todos nós sem exceção nos assustamos as vezes e até mesmo ficamos cansados,
ou com fome, e cada um de nós gosta de coisas e detesta outras, que nos
inspiram temor ou aversão. Além disso, todos nós sem exceção somos sensíveis ao
extremo. E todos nós, pessoas répteis insetos e peixes, todos nós dormimos e
acordamos e de novo dormimos e acordamos, todos nós nos empenhamos muito para
que fique tudo bem para nós, não muito quente nem frio, todos nós sem exceção
tentamos a maior parte do tempo nos preservar e nos guardar de tudo o que
corta, morde e fura. Pois cada um de nós pode ser amassado com facilidade. E
todos nós, pássaro e minhoca, gato menino e lobo, todos nós esforçamos a maior
parte do tempo em tomar o máximo cuidado possível contra a dor e o perigo, e
apesar disso nós arriscamos muito sempre que saímos para correr atrás de
comida, atrás de uma brincadeira e também atrás de aventuras emocionantes. E
assim, disse Maia depois de refletir sobre esse pensamento, e assim no fundo é
possível dizer que todos nós sem exceção estamos no mesmo barco: não apenas
todas as crianças, não apenas toda aldeia, não apenas todas as pessoas, mas
todos os seres vivos. Todos nós. E ainda não sei bem dizer se as plantas são um
pouco nossos parentes distantes. [...]. Trecho extraído da obra De repente, nas profundezas do bosque (Cia.
das Letras, 2007), do escritor e pacifista israelense Amos Oz. Veja mais
aqui e aqui.
SOPRO - Preste atenção / Mais às coisas que aos Seres / À voz do Fogo, fique
atento, / Ouça a voz das Águas./ Ouça através do Vento / A Savana a soluçar / É o Sopro dos ancestrais / Os que morreram
jamais se foram / Eles estão na Sombra que se ilumina / E na sombra que se
enegrece. / Os Mortos não estão sob a Terra / Eles estão na Árvore que balança,
/ Estão na Madeira que geme, / Estão na Água que dorme, / Estão na casa, estão
na multidão / Os mortos não estão mortos. / Preste atenção / Mais às coisas do
que aos Seres / À voz do Fogo, fique atento, / Ouça a voz das Águas. / Ouça
através do Vento / A Savana a soluçar / É o Sopro dos ancestrais / Que jamais
se foram / Que não estão sob a Terra / Que não estão mortos. / Os que morreram
jamais se foram: / Estão no Seio da Mulher, / Estão na criança que chora / E na
brasa que inflama. / Os Mortos não estão sob a Terra / Eles estão no Fogo que
se apaga, / Estão nas Ervas que choram, / Estão na Rocha que range, / Estão na
Floresta, na Cabana, / Os Mortos não estão mortos. / Preste atenção / Mais às
coisas do que aos Seres / À voz do Fogo, fique atento, / Ouça a voz das Águas.
/ Ouça através do Vento /A Savana a soluçar / É o Sopro dos ancestrais / Todo
dia ele refaz o Pacto / O grande Pacto que prende, / Que prende à Lei nosso
Destino, / Aos Atos dos Sopros mais fortes / O Destino de nossos Mortos que não
estão mortos, / O pesado pacto que nos liga à Vida, / A pesada Lei que nos ata
aos Atos, / Dos Sopros que morrem / No leito e às margens do Rio, / Sopros que
se movem / Na Rocha que range e na Erva que chora / Sopros que permanecem / Na
sombra que ilumina e se enegrece, / Na Árvore que balança, na Madeira que geme
/ E na Água que corre e na água que dorme, / Sopros mais fortes que tomaram / O
Sopro dos Mortos que não estão mortos, / Dos Mortos que não partiram, / Dos
Mortos que não estão mais sob a Terra. Poema do poeta senegalês Birago Diop (1906-1989).
A arte da atriz e modelo Agatha
Moreira
PADRE BIDIÃO – Esta é a reunião do que já foi publicado do eminentíssimo haríolo do povo do planeta Terra, Padre Bidião, contando como seu deu a revelação para que fosse de ser instaurada a Igreja Bindiônica do Final dos Tempos. Para os fiéis, simpatizantes e antipatizantes, eis o Padre Bidião.
Veja
mais sobre:
Nas
voltas que o mundo dá, Carlos Drummond
de Andrade, Jane
Duboc, François Ozon, Catherine Abel, Sheila Matos, Valeria Bruni Tedeschi, Niceas Romeo Zanchett & direito ao meio ambiente saudável aqui.
E mais:
Palestras:
Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros
Infantis do Nitolino aqui.
Vinicius de Morais, Choderlos de Laclos, Pier Paolo Pasolini,
Vanja Orico, Chico Buarque & Ruy Guerra, Serge Marshennikov, Beverly D’Angelo & Responsabilidade civil nos relacionamentos afetivos aqui.
Todo dia é dia da mulher - entrevista com
uma viúva autônoma, Sandra da Silva, de Arapiraca – Alagoas aqui.
Entrevista com a costureira Jqueline, a
musa da semana de Minas Gerais aqui.
Serviço
Público & Nênia de Abril: o canto do cidadão aqui.
Entrevista com Clélia, uma estudante de
Cacoal – Roraima aqui.
Literatura
de Cordel: O papé da rapariga, de Bob Motta aqui.
Perfume
de mulher aqui.
Credibilidade
da imprensa brasileira aqui.
&
Agenda
de Eventos aqui.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Sacerdotisa da Igreja Bidiônica do Final dos Tempos
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá