PRIMEIRA
JORNADA DO DECAMERÃO DE BOCCACCIO: A QUARTA NOVELA DE PAMPINÉIA -
Um monge, que caira em
pecado merecedor de punição muito severa, escapa dessa pena repreeendendo seu
abade, uma culpa semelhante. (...) Em
Lunigiana, povoado não muito distante deste, existiu um mosteiro que fora, em
outros tempos, mais rico, tanto em santidade quanto em monge, do que o é hoje.
Havua neste mosteiro, entre outros, um monge ainda jovem, cujo vigor nem a aspereza
do clima, nem os jejuns, nem as vigilias conseguiam abater. Certa vez, por
volta do meio dia, quando estavam todos os demais monges dormindo a sesta, o
jovem monge, por um simples acaso, saiu a passear, sozinho, pelas cercanias de
sua igreja. O tempo estava localizado em local muito solitário. Aconteceu que o monge viu uma jovem
lindissima, filha, talvez, de algum dos lavradores da região. A jovem estava
apanhando algumas ervas pelos campos. Assim que o monge a viu sentiu-se logo
acometido pela concupiscência carnal. Por esta razão, acercou-se mais da jovem.
Travou conversa com ela. E tanto saltou de uma palavvra a outra, que terminou
por firmar um acordo com ela. Por esse acordo firmado, levou-a à sua cela, sem
que ninguém o percebesse. Instigado por um desejo excessivo, brincou com ela
mas de um modo, porem, menos cauteloso do que seria conveniente. Sucedeu que o abade do mosteiro, onde
dormira, e passando sem fazer ruido, em frente à sala do tal monge, escutou a
barulheira que ele e a moça faziam, juntos lá dentro. (...) Apesar de ocupado com a jovem, e ainda que
disso gozasse enorme prazer, o monge não deixou de desconfiar de algo; a certa
altura, tivera a impressão de ouvir um arrastar de pés, pela ala dos quartos de
dormir. (...) Conhecendo o monge que,
por esta razão, seria punido com grave castyigo, mostrou-se profundamente
aborrecido. (...) Depois, fingindo já
ter ficado o suficiente em companhia da jovem, disse-lhe: - Quero achar uma
maneira de você sair daqui de dentro sem que a vejam; assim sendo, fique aqui
mesmo, calmamente, até que eu regresse. Deixou a cela. Trancou-lhe a porta com
a chave. E encaminhou-se diretamente para a cela do abade. Dando-lhe a chave,
conforme a tradição a que todo monge obedecia, quando se ausentava do mosteiro,
disse, com expressão tranquila e amiga: - Senhor abade, não pude, esta manhã,
ordenar que trouxessem ao mosteiro toda a lenha que pude arranjar; por esta
razão, com sua permissão, desejo ir ao bosque, para mandar que a tragam. O abade, desejando informa-se por completo
com relação à falta praticada pelo monge, ficou satisfeito com o seu modo de
agir. Contente, recebeu a chave, e deu ao monge permissão para ir ao bosque.
(...) Bastou o monge retirar-se, e o
abade procurou resolver o que seria mais certo fazer (...) Cogitando, entretanto, que a jovem podia
muito bem ser esposa ou filha de algum homem que ele não gostaria de fazer
passar por essa vergonham, decidiu que o melhor seria tratar, primeiramente, de
saber quem era aquela moça, para depois resolvetr o que faria. Silenciosamente,
dirigiu-se para a cela do monge; abriu-lhe a pota, entrou/ e outra vez fechou-a
por dentro, naturalmente. Vendo entrar o abade, a moça ficou desconcertada.
Cheia de vergonha e de medo, pôs-se a chorar. O senhor abade olhou-a por muito
tempo; vendo=a tão bela e sensual, sentiu inesperadamente, aidna que um tanto
idoso, os apelos da carne. Eram apeklos não menos ardentes do que aqueles que
sentira o jovem monge. E a si mesmo começou a dizer: - Enfim, que razão há para que eu deixe de desfrutar um prazer, quando
posso desfrutá-lo, se, por outro lado, os aborrecimentos e os tédios estão
sempre preparados para que eu os prove, queira ou não? Ai está uma bela moça;
está nesta cela, se que nenhuma pessoa, no mundo, saiba disso. Se posso fazer
com que me proporcione os prazeres pelos quais anseio, não existe nenhuma razão
para que eu não a induza. Quem é que virá a saber disto? Ninguem, nunca o
saberá! Pecado oculto é pecado meio perdoado. Um acaso destes quiçá jamais
venha a se verificar de novo. Julgo ser conduta acertada colher o bem que Deus
Nosso Senhor nos envia. Assim
refletindo, e tendo modificado inteiramente o proposito pelo qual fora até ali,
acercou-se mais da moça. Com voz melíflua, pôs-se a confortá-la e a pedir, com
instancia, que não chorasse. Palavra puxa palabvra, até que ele chegou ao ponto
de poder evidenciar à moça o seu desejo. A jovem, que não era construida de
ferro nem de diamente, atendeu, muito comoda e amavelmente aos prazeres do
abade. O padre abraçou-a; beijou-a muitas vezes, seguidamente; atirou-se com
ela na cama do monge. (...) o abade
não se pôs sobre o peito da moça, antes colocou-a sobre o seu próprio peito. E
durante muito tempo, entreteve-se com ela. O monge, que havia fingido ir ao
bosque, mas que, na verdade, esconde4ra-se na ala dos dormitórios, viu quando o
abade entre em sua cela. (...) Quando
pareceu ao abade que já se demorara o bastante em companhia da jovem, deixou-a
trancada na cela, e retornou ao seu quarto. Passado algum tempo, ouvindo que o
monge chegava, e pensando que ele regressasse do bosque, decidiu censirá-lo e
mandar que o prendessem no cárcere. (...) O monge, sem nenhuma hesitação, retrucou:- Senhor abade, não estou,
ainda, há pouco tempo bastante na Ordem de São bento para conhecer todas as
singularidades de sua disciplina. O senhor não me mostrara ainda que os monges
precisam fazer-se mortificar pelas mulheres, assim como devem faze-lo com
jejuns e vigilias; agora, contudo, que o senhor acaba de mo demonstrar,
prometo-lhe, se me conceder o perdão por esta vez, que nunca mais pecarei por
esta forma; ao contrário, procederei sempre como vi o senhor fazer. O abade, como homem astuto que era,
reconheceu logo que o monge não só conseguira saber a seu respeito muiti além
do que o suposto, mas ainda ver quanto ele fizera. Por esta ra~zoa, o abade
sentiu remorsos pela sua propria culpa; e ficouvexado de aplicar ao monge o
castigo que ele, tanto quanto o seu subordinado, merecera. Deu-lhe o perdão,
mas impos-lhe silencio, sobre quanto vira. Depois, levaram ambos a moça para
fora do mosteiro; e, depois, como é facil presumir, inumeras vezes a fizeram
retornar ali. [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.MALUNGUINHO SOU – Malunguinho,
portal de ouro / Malunguinho, portal de espinho / Cerca, cerca, Malunguinho /
Tira as estrepes do caminho. Sou da mãe caeté afro-ameríndio quilombola,
com aqueles que fazem festa no Catimbó e mais o Toré e a Umbanda. Cadê João
Batista do Catucá que vem de lá de Utinga como se fosse o velho Zumbi subindo pelo
rio Paratibe pro vale da Cova da Onça com seus olhos d’águas e riachos, traz
ele a Jurema que mostra os caminhos dos ancestrais e a chave mágica pra gente
aprender a se livrar de cativeiros e senzalas dos senhores de sempre. Cadê João
Pataca com seus batuques e festas, ensinando a segurar a preaca e o bodoque
pelos tufos da floresta ou dos morrotes das matas pro açude de Dois Irmãos. Cadê
João Bamba pra trazer notícias dos altos de Guarabira e de Pau-Ferro, eita!
Agora soube do que ocorreu em Maricota e ouço a toada: Malunguinho tá de ronda / Quem mandou foi o
Jucá / Malunguinho tá de ronda / Que a Jurema Manda / Ô que a Jurema manda... E a
gente vai assim mesmo pelos sete reinos encantados espirituais, tomando ajucá
enquanto espera a juremeira pros meus pés esquentar com a toalha de verde,
vermelho e preto pintada com a estrela de sete pontas. Será que deu na fuga por
causa dos mercenários alemães da Colônia Amélia, invasores
que acham que somos fora da lei só pra nos executar e aniquilamento. Pois é,
sempre assim: tudo se perdeu com a Mata Atlântica até pras bandas da
Paraíba. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS &
DESDITOS - É melhor conhecer a dor
rápida da verdade do que a dor contínua de uma falsa esperança de longa data...
Diz-se, em Imardin, que o vento tem alma, e que geme pelas ruas estreitas
porque se aflige com o que lá encontra... Pensamento da escritora
australiana Trudi Canavan.
ALGUÉM FALOU: Descobrimos que a paz a qualquer
preço não é paz... que a vida a qualquer preço não tem valor algum; que a vida não é nada sem os privilégios, os orgulhos, os
direitos, as alegrias que fazem valer a pena viver e também valer a pena dar...
e que há algo mais hediondo, mais atroz do que a guerra ou a morte; e isso é viver com medo. Pensamento da
escritora, jornalista e pianista francesa Ève
Denise Curie Labouisse (2004-2007).
SOLITÁRIO - [...] A inter-relação íntima, mas tensa, entre essas três
forças – humanos, terra e fogo – faz minha alma tremer. Eu não acredito que o impulso criativo possa existir sem
o tremor da alma [...] Não importa o quão próximo ou transparente o outro lado
possa parecer, realidade e ilusão eram dois mundos díspares que nunca poderiam
ser superados. [...] Seus pés estavam aterrados na realidade. Porque não importa o quão próximo ou transparente o outro
lado possa parecer, realidade e ilusão eram dois mundos díspares que nunca
poderiam ser superados [...] O que fez seu rosto arder foi uma sensação de fracasso, o desejo de
liberdade que permaneceu insatisfeito e a percepção aguda de que ele não sabia
de nada. [...]. Trechos extraídos da obra Lonesome
You (Dalkey, 2011), da
escritora sul-coreana Park Wan-suh (1931-2011).
POEMERÓTICOS (PARA LAM) - Vim para ficar, / Ainda que minha memória
relembre,/ Acontecimentos marcantes e vívidos... CAVALGADA: Ah, minhas
mãos a passearem no teu corpo lentamente, / Desnuda, arrepiada de desejo
antegozando o prazer, / Nosso olhar embriagado de cobiça, luxúria tão
fascinados, / Eu cavalgando qual delirante amazona a te ensejar a visão
ansiada. / Ah cavalgada encantadora e deleitosa rumo ao paraíso prometido, / Gemidos
de deliciosa aflição a ecoar no ar, plangente e alucinado, / Nossos corpos
trêmulos, entrelaçados em dança afrodisíaca e libertina, / Teu pênis inchado a
mergulhar em tua fonte quente e enlouquecida. / Ah a cavalgada tu seduzido pela
visão de meus seios duros e intumescidos, / Meus glúteos a dançarem lascivos em
esplêndida sensualidade a te ensandecer, / E o éden ultrapassado na luxúria
esplêndida de nossa alcova de prazeres, / Enquanto chegamos ao gozo na inconsciência
do orgasmo pleno e exuberante. / A cavalgada chegando ao seu destino , nós
abraçados tão docemente, / Tu a sentires meu corpo trêmulo e vibrátil a te
apertar ternamente, / E renovados, ardentes, excitados ansiando pela cavalgada.
MEU TESOURO: Vim do infinito para te encontrar, / E sinto
tua língua feiticeira, / Penetrando o céu da minha boca, / Sensação de efusão e
sensualidade. / Tuas mãos que envolvem meu corpo, / Teu olhar a devorar tua
fonte úmida, / Nós entrelaçados e inconscientes, / Na loucura dessas carências
imutáveis. / Nesse momento nada existe e nada quero, / Senão a tua presença tão
fascinante, / O aconchego de teu calor transformador, / O abraço que me deixa
vibrante e enlouquecida. / E quando nossos lábios se unem pressurosos. / Ansiosos
pra tocar mutuamente o paraíso, / Tudo em volta parece escuro e em paz, / Enquanto
sentimos a apoteose do prazer. / Teu tesouro ereto a me fazer gemer, / Esquecida
de tudo que não seja esse momento, / Encanto, ternura, desejo, amor a se
misturarem, / Nessa união que nos torna únicos eternamente. / Quando saciados
nos voltamos, / Procurando mutuamente o rosto amado, / Eu pergunto ainda quente
e apaixonada, / O que será nossa vida e me perco em elucubrações / Pelos
confins misteriosos do mundo. CARÍCIAS: Quando me acaricias, / Em horas
esparsas da noite, / Segredando em sussurros, / Palavras loucas de amor, / Tudo
para mim se refaz. / Abraçada contigo me soergo, / Beijo teus lábios em delírio
/ A paixão recrudesce e procura, / No teu corpo amenizar sensações / E a calma
salvadora encontro. / Quando entre doces murmúrios, / Tua mão suaviza minha
sede, / Percorrendo-me doce e lentamente, / Reconheço que tudo o mais não
existe, / Nesse momento de tépido desejo. / E quando então nos envolvemos, / A
lua projetando-se em clarão, / Teu anseio a me pedir alento, / Vejo o quanto és
mágico, / Na escalada íngreme e gentil. QUERO VOCÊ: Quero você / Que eu amo, / Que
me provoca sensações, / Que me dá carinho, / Que entende minha alma, / Que me
admira, / Que está perto de mim, / Nas alegrias e tristezas, / Nos sorrisos e
nas lágrimas / Que compreende meus erros / E gosta de me acariciar. / Quero
você / Com quem eu vibro / Que sinto no meu coração, / Onde quero permanecer, /
Que é capaz de crer no mundo, / Acreditar em arrependimentos, / Compartilhar
dos sucessos, / Aceitar-me com meus defeitos, / Consolar-nos nas derrotas, / Sorri
nas piores crises, / Falar palavras doces, / Que me levam ao paraíso. / Quero
você, / Ficar entre seus braços, / Esquecer a vida por um instante, / Trocar
beijos ardentes, / Olharmos o céu juntos, / Conversarmos com a lua, / Sentirmos
o reflexo das estrelas, / Sairmos abraçados e felizes, / Mãos dadas e olhares
cruzados, / Deitarmo-nos juntos, / Desejo intenso. / Amor profundo! / Quero
você, / Que me leva aos sonhos, / Faz meu coração acelerar, / Excita meus
sentidos, / Dá brilho ao meu olhar, / Entende minhas falhas, / Acaricia meu
corpo, / Ilumina minha alma, / Dá vitalidade à minha vida, / Colorido intenso,
/ Paixão e prazer! / Quero você! CRÔNICA DE AMOR SÓ PARA ELE - Estou vivendo da
minha paixão, do amor que se expande por todo o meu corpo, das lembranças que
são nítidas e do desejo de senti-lo muito perto de mim. Estou vivendo da
felicidade que você transmite, do amor mútuo, da esperança de nossas trocas e
de sentir sua mão na minha pele. Olhar e vê-lo ali me fitando em brasas, e o
fogo desse sentimento me consumindo. Quero senti-lo sobre meu corpo, eu lhe
acariciando num instante de entrega alucinada enquanto seu pênis ereto me
penetra em gemidos convulsos.. Desejo passar ternamente a mão em seus cabelos
descendo deslizante por seu peito e procurando o meu tesouro, recebendo-o em
minha boca para que eu sinta o gosto maravilhoso de tudo que é seu. E possa
proporcionar-lhe o prazer enlouquecedor de tê-lo para mim em momentos múltiplos
de orgasmos até que tudo se complete. E volte a querer mais e mais sempre e cada vez mais. Estou vivendo também
de sua alma ansiando sentir o abraço que nunca se desfará. Quero viver de você,
para você eternamente. PS: Vontade de estar em seus
braços, acariciando "o que é meu", passando a mão deliciosamente por
todo o seu corpo, com sensações enlouquecidas enquanto sinto seu corpo
relaxando, seu pênis muito ereto, seu olhar perdido, gemendo de prazer e
experimentando aquelas sensações que não se descreve e eu perdendo a lucidez
mais deliciosa que pode existir. Estou vivendo da minha paixão, do amor que se
expande por todo o meu corpo, das lembranças que são nítidas e do desejo de
senti-lo muito peto de mim. Estou vivendo da felicidade que que você transmite
do amor mútuo, da esperança de nossas trocas e de sentir sua mão na minha pele.
Olhar e vê-lo ali me fitando em brasas, e o fogo desse sentimento me
consomindo. Quero senti-lo sobre meu corpo, eu lhe acariciando num instante de
entrega alucinada enquanto seu pênis ereto me penetra em gemidos convulsos. Desejo
passar ternamente a mão em seus cabelos descendo deslizante por seu peito e
procurando o meu tesouro, recebendo-o em minha boca para que eu sinta o gosto
maravilhoso de tudo que é seu. E possa proporcionar-lhe o prazer enlouquecedor
de tê-lo para mim em momentos múltiplos de orgasmos até que tudo se complete. E
volte a querer mais e mais sempre e cada
vez mais. Estou vivendo também de sua alma ansiando sentir o abraço que nunca
se desfará. Quero viver de você, para você eternamente. Poemas da escritora Vânia Moreira Diniz. Veja mais aqui, aqui e aqui.








