SOLILÓQUIO NA VIAGEM NOTURNA DO SOL - Entre muitas, encho a rua de pernas: sei para onde vou, a
despeito de transversais, atalhos e escolhas no limiar dos umbrais, onde as
condições cruciais e súbitas me aparecem com o seu ambivalente canto de sereia.
Sei o quero no equinócio de outono, o dia para a felicidade: de um lado,
estoicos e hedonistas digladiam, há festas, tesouros e clamores das almas
perdidas e sacudidas pela tempestade das suas paixões incontroladas, aflições
desgovernadas e arrastadas pela ansiedade dos arruinados e frustrados pelos infortúnios
do ouropel, na obscuridade da noite e a prisão das sombras; no outro, a beleza
da rosa, o voo do pássaro, o trajeto do Sol do Leste pro Oeste, as águas do rio
que vão pro mar. Não há de novo sob o Sol. Se titubeio, posso malograr. Sei pra
onde quero ir, summum bonum. Não
estou imune aos congestionamentos, posso tomar o atalho e ganhar dianteira,
chegar na frente dos outros, poupar tempo, vencer espaço. Tudo germina do
sonho: a promessa e a conquista. Todavia, errei uma, duas, três, muitas vezes.
Errei feio e sucumbi. Cadê o leme se não tem a menor graça estar perplexo ou
atordoado, no dilema entre a ação e a inação, as escolhas entre a ilusão e a
verdade. Sou minhas hesitações entre a compulsão do ego e o que é de todos, se
primeiro eu, nada mais serve. Algumas tantas vezes escapei ileso, mas nem
tanto: não poderia me conciliar com ninguém se havia conflito irreconciliável
dentro de mim mesmo. Apesar disso, fui poupado graças a não sei o quê, fui
absolvido de certa obrigações sem saber o que me bate à porta e sequer ouço,
sem saber quais, verdadeiramente, são as maiores e melhores coisas da vida. Enfim,
não sei mais para onde vou nem o que quero, estou perdido. Procuro as rédeas e
não as encontro. Onde estiver, vou achá-las, haja o que houver. Sou impelido a
rever os passos necessários para empreender a busca do perdido que não sei como
reencontrar, ser meu próprio destino. Tomo por base a trajetória da semente ao
fruto. Sigo adiante ou para trás, não sei, prossigo. Se ficar, posso não mais
ser-me. Não espero mais para amanhã, pra semana ou próximo ano, eu sou agora
voo. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
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