TODO DIA É DIA DA
MULHER
ERRÂNCIAS DE QUEM AMA, PROMESSAS DA PAIXÃO – Imagem: Couples
passion love kiss, art by Dorothy Lafriner
Bucket - Seguia pelo mundo medonho entre feras rangentes e gente da lapa mais
traiçoeira, sedento e desenganado, comendo o fogo das bestas e enfermidades no
alçapão de tudo, porque não tinha nada mais que esperar da vida nem de nada. Seguia
errante desencantado, matando crenças e lembranças e a memória por abismos e
dédalos, vertendo sangue pelas esquinas de quem se perdeu na minha riqueza
menor que um gesto perdido no olhar, para que a felicidade não fosse mais que
uma fugaz miragem entre efígies de bandidos valentes com suas ruindades pelos
semáforos e inopinados, e não ter nada mais que esperar da vida nem de nada. Seguia
e perseguia levando nos peitos lavado de suor e lágrimas a arrastar ferros e deprimência
entre moinhos de ventos e iminentes quedas, açoitando o tempo, arreliando a
vida, enfrentando lobos malsinados e as mordidas de feras iradas por tolos
males, e arribando pelas doedeiras dos portões fechados e se arrastando entre portas
cerradas, todas as léguas escondidas no sofrimento de quem perdido nas lapadas
da vida, sem vintém no bolso e peregrino da sperança no coração já hóspede do Hades,
sem ter mais nada mais que esperar da vida nem de nada. Seguia e persistia e
perseverava estrangeiro em seu próprio chão, sem ter onde cair morto e amaldiçoado
de tudo e arrimo sequer, desencontrado e torto, até que ela um dia com seus
olhos vivos do reinado das limeiras de Tupar, sua boca linda das laranjas de
Babel, toda flor da beleza do seu corpo delgado de princesa do Reino da Pedra
Fina, surgiu assim do nada para ser o ponto de parada das minhas errâncias e
loucuras. Era a promessa da paisão e a remissão do que não sabia mais e não
poupei da lida a devassar o seu roçado, a vasculhar os seus segredos de rainha para
que fossem meus e entregues mansa e dadivosamente, a me premiar o ventre
brilhante e a luz do dia e a razão da vida. Eu não dizia o seu nome, nem sabia nada,
muito menos precisava mais de nada, só ela, dádiva do mundo, inteira estrada
para minha ressurreição. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo os álbuns da ópera de um ato Salomé (1905), do compositor e maestro
alemão Richard Strauss (1864-1949), baseada
na peça teatral homonima de Oscar Wilde,
na interpretação da soprano dramática austríaca Leonie Rysanek (1926-1998).
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DESTAQUE: A ORIGEM DAS ESTRELAS
Antigamente, em certo dia, as mulheres foram buscar milho
ms encontraram pouquíssimo, cabendo apenas algumas espigadas a cada uma delas.
Levaram depois um menino e então foram mais felizes, porque acharam grande
quantidade de milho. No mesmo local o socaram a fim de fazer pão e bolo para os
homens que andavam à caça. O menino conseguiu subtrair grande quantidade de
milho em grão e para esconder seu furto às mulheres, encheu umas taquaras que,
já de caso pensado, preparara em grande quantidade. Voltou à sua cabana,
despejou o milho das taquaras e o entregou à avó, dizendo: Nossas mães, lá na
roça, fazem pão de milho. Prepara um para mim, que quero comê-lo em companhia
de meus amigos. A avó satisfez o seu pedido. Quando o pão ficou pronto, ele e
os amigos o comeram. Depois, cortaram os braços e a lingua à avó para que não
denunciasse o furto cometido e não se opusesse a quanto pretendiam fazer. Com o
mesmo fim, cortaram a língua de um belo papagaio domestico, e puseram em
liberdade todos os pássaros criados na aldeia. É que os meninos tinham
resolvido fugir para o céu, mas temiam a ira de seus pais e mães. Feito isso,
tocaram para a floresta e lá chegando chamaram o colibri. Prenderam-lhe o bico
à ponta de compridíssima corda, dizendo-lhe: - Segura, voa e leva a ponta deste
cipó que amarramos na perna. A outra ponta, prenderás lá em cima, no céu. Procura
amarrá-la solidamente numa das árvores grossas de lá. O colibri fez como lhe
haviam recomendado. Então os meninos, um depois do outro, foram subindo,
primeiro pelo cipó, depois se penduraram na corda, que o pássaro tinha amarado
na extremidade do cipó. Dali a pouco as mães voltaram e não vendo os filhos
perguntaram à velha e ao papagaio: - Onde estão nossos filhos? Onde estão
nossos filhos? Mas a velha e o papagaio não responderam. Uma delas, saindo para
o terreiro, viu uma corda que subia até as nuvens e, agarrada na mesma, uma
longa fila de meninos que escalavam o céu. Avisou as outras mulheres e todas
juntas correram para o mato e se puseram a chamar os meninos com palavras
afetuosas, para que decessem, mas os perversos não lhes deram ouvidos e
continuaram a subir. Então as pobres começaram a chorar e a suplicar que
decessem, que voltassem para suas cabanas. Mas os meninos não só se fizeram de
surdos aos pedidos das mães, como também se apressaram na subida. As mulheres,
vendo inúteis seus rogos, começaram também elas a subir pelo cipó acima. Terminado
o cipõ, iniciaram a subida pela corda, com o fim de alcançar os filhos. O menino
que tinha roubado o milho era o último da fila e foi, portanto, o último a
alcançar o céu. Quando lá chegou, espiou para baixo. Viu que na corda, uma
depois da outra, estavam agarradas todas as mulheres. Então cortou a corda e as
pobres cairam desajeitadamente na terra, onde se transforaram em animais e
feras. Como castigo de sua monstruosa maldade e ingratidão, esses meninos
perversos foram condenados a olhar todas as noites, fixamente, a terra, para
ver o que aconteceu às suas mães. Seus olhos são estrelas.
A origem das estrelas, lenda
extraída da obra Os Bororos Orientais
(Companhia Editora Nacional, 1942), de Antônio Colbacchini e César Albisetti.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte da escultora e professora Sonia Ebling de Kermoal (1918-2006).
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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