VIVO & A VIDA COM TUDO E TODOS - Imagem: Everything and Nothing (2011),
do artista visual portoriquenho Angel
Otero. – Então, tá.
Por onde começar, tudo passa desorganizado e constantemente. Uns dias e outros,
não há como distinguir se terça de quinta, ou sábado de um domingo. A vida segue
e vai e rola qual bola ladeira acima ou abaixo, confuso é saber onde vai dar,
nunca se sabe. Não há como ter amparo, sou passageiro e as ruas são enormes.
Apesar de tanta gente indo e vindo, o deserto de fantasmas apressados nas
calçadas e no trânsito, não me esboçam sequer um único hálito de vida, senão
mortos-vivos. Não, claro que não, sei que estão vivos, nem parecem de tão
absortos em si e nas suas coisas, quase meros fantoches guiados por não sei o
quê. Vê-los assim me dá o que fazer. Só sei que ontem eu fui, hoje vou e amanhã
eu não sei. Sou um cata-vento na tempestade, a sorte levada aos tropeções dos
que cruzo entre possibilidades, vicissitudes e lamúrias, em todas as direções de
ir e vir e a agarrar o destino se arrastando pro remoto paraíso que a morte
espreita, como inelutável provação punitiva e escatológica. Eu também vou e aqui
aprendo, não há nada por absoluto, tudo a confirmar porque sou mais um na distância
entre a miséria e a ventura, entre os sem rumo que sequer sabem pra onde vão –
rolhas aprisionadas numa garrafa que se libertam lançando-se às ondas e ventos
do oceano -, entre os que carregam seus grilhões e mundos aos ombros aos
reclamos e que se dizem almas livres para dar vazão aos seus sentimentos e dores,
esvaziando seus vitimados corações. Procuro amigáveis entre todos, quem estenda
uma mão apenas. Não reconheço as fisionomias, vejo-me sempre estrangeiro quase
invisível e se posso expressar meu coração só há paredes e concretos para o
afeto. Só sei que eu vivo e a minha vida com tudo e todos. © Luiz Alberto
Machado. Veja mais aqui.
Curtindo o documentário Dominguinhos (2014) dirigido por Mariana Aydar, Eduardo
Nazarian & Joaquim Castro, e os álbuns Veredas
Nordestinas (Continental, 1989), o dvd Ao
vivo em Nova Jerusalém (Globo Nordeste, 2009) e cd/DVD Iluminado (Biscoito Fino, 2010), do instrumentista, cantor e
compositor Dominguinhos (José
Domingos de Morais – 1941-2013).
Veja mais sobre:
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Viktor Frankl, Gregory Corso, Tennessee William, Pedro Almodóvar, Gaston Guedy
& Penélope Cruz aqui.
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Constituição Federal, Yamandu Costa, Terêncio,
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suspeita, Anna Moffo, Viola Spolin,
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versos, danças & cantos do Cacrequin, Jasmine
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Água morro
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A arte do escultor estadunidense Gutzon Borglum (1867-1941).
DESTAQUE: HELENA ANTIPOFF
[...] à margem da
família, da escola e da sociedade com suas leis e suas regras, essas crianças
se formavam à margem da vida civilizada. Não sendo destituídas de inteligência
natural, não possuíam precisamente essa inteligência que se tritura e se disciplina
ao contato do exemplo no seio do regime regrado, essa inteligência civilizada,
que perscrutamos por meio de nossos testes chamados de inteligência geral [...] ao
lado de crianças provenientes de um meio burguês, jogadas nas ruas por azares
da sorte, encontravam-se os meninos de rua que conheciam apenas as asperezas da
vida, caídos em vícios dos mais ignóbeis; casos de perversão moral ao lado de crianças
intactas em sua confiança a mais cândida [...] Cumpre procurar outros meios menos radicais talvez,
e dependendo menos de um decreto obrigatório, mas que poderia impor-se à consciência
coletiva como uma necessidade a preencher e onde a cooperação social não
deixaria de ser mais eficiente [...].
Trechos extraídos
do estudo A organização das classes especiais C e D (Revista do Ensino,
1931), da psicóloga e pedagoga bielorussa Helena
Antipoff (1892-1974).
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagens: arte do fotógrafo ucraniano Roman Pyatkovka.
DEDICATÓRIA: NAYANA ANDRADE
A edição de hoje é dedicada à amiga Nayana Andrade.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: