Ao som do álbum Nascentes
(Recorded in Berlin, 2020), da flautista, saxofonista, compositora e arranjadora
Mariana Zwarg: “Quando nasci, meu pai já
tocava com ele (Hermeto), e a minha música é muito ligada à estética da música
universal... São muitas lembranças. Foram muitos anos frequentando os
ensaios, viajando junto e convivendo.
Se houver fim será
sempre recomeço... - A ribalta é o amanhecer diferente de outros raiares
de dias nublados ou fulgurantes, mesmo que se pareçam iguais de ontens, quando abri
o olho à ventania da vida. Ao sair da cama nem sabia direito o que se tinha pra
fazer, só depois de algum tempo, caiu a ficha abrindo a porta aos umbrais e
limiares, pés no mundo. Voo e você vai, caminhos opostos – sem que saibamos
sequer quando e pra onde. Onde estou muita gente à espera e o tempo passa, isolados
pelas calçadas. Consequências de decisões tomadas no fôlego do instante e a
vida pelo avesso, de pernas pro ar, como quem fez um gol contra e correu pra
torcida, sem saber a razão para tanta hostilidade: o que se fez brincadeira foi
levada a sério. É aí que sou levado a indagar a razão pela qual saí da cama e
botei o pé fora de casa: a culpa de não ter escolhido as outras opções, por que
não, tarde demais: os esfíncteres à desventura, como quem procura e não sabe o
quê e nunca encontra o que supostamente deseja, ou botando tudo a perder com a
flatulência inesperada, malditos borborigmos! Aí bate aquela sensação horrível
do fracasso de Beckett, parecendo mais perdido estrangeiro de Camus,
no passeio a cruzar com os rinocerontes encarnados de Ionesco pelas
ruas. Entre riscos e desafios, as ínfimas futilidades para que seu coração não esmague
nem mate: o ressentimento é o cúmulo da mediocridade. Mas o passado cobra seu
preço, a corrupção é nossa, decadente! Somos todos tristonhos disfarçando
risadas para brincar de viver. Aí é melhor puxar uma conversa com a barata
invasora e sentir a moral escrava do subsolo, enquanto ouve-se o estrondo dos que
se deixaram levar pela dança dos redemoinhos, com seus múltiplos disfarces de
dores ocultas. Confesso: só queria escrever meu livro, como quem descobre o
roteiro da própria vida enfrentando meus vazios com seus fantasmas insones,
quase estoico conhecedor catando palavras entre algaravias. Sei: é preciso
estar louco para enxergar o óbvio. Espírito livre pergunto e não preciso de
respostas, o resto é silêncio. Existir é muito pouco: há muito mais! Até mais
ver.
Judy Blume: Qualquer um que diga: “Minha infância foi completamente feliz” é uma pessoa que não está se lembrando da verdade... Veja mais aqui.
Sarojini Naidu: A vida é uma peregrinação de
aprendizado, uma viagem de descoberta... Veja mais aqui & aqui.
Eleanor Farjeon:
O
amor não tem ápice, assim como as estrelas não têm número e o mar não tem
descanso...
Veja mais aqui & aqui.
O AMOR DE UMA MULHER
Imagem: Acervo ArtLAM.
Não me
importava com quais eram suas falhas, \ Suas faltas eu não queria ver.\ Eu só
sabia que te amava muito,\ E pensava que eras fiel a mim.\ Eu evitava em meio à
multidão ocupada da vida,\ Aqueles que te difamavam.\ Pois, oh, doía a um
coração confiante\ Ouvir homens culparem preguiçosamente.\ Eu não daria ouvidos
quando amigos intrometidos\ Sussurrassem algo sobre ti.\ Eu achava que ninguém
tão aparentemente verdadeiro\ Poderia ser um traidor.\ E então eles não sabiam
do teu tom\ De amor e carinho carinhoso\ Que moveria minha alma responsiva\ Com
sua grande ternura.\ Nem como meu coração faminto e dolorido\ Ansiava pela
palavra gentil ou sorriso\ Que fez meus pensamentos, desanimados,\ Da minha
vida triste enganarem.\ Eles não sabiam, e nem os mortais saberão,\ Tudo o que
tu foste para mim.\ Mas eu te perdoo porque\ uma vez foste fiel a mim.
Poema da
escritora, sufragista e feminista australiana Louisa Lawson (Louisa
Albury – 1848-1920). Veja mais aqui, aqui & aqui.
CACHORRO VELHO
- […] O velho não temia o Inferno: tinha vivido nele desde sempre. [...] Não
parecia nada do outro mundo, embora, com os brancos, nunca se soubesse. Um dia
eles podiam lhe dar a liberdade e, no outro, mandar matar você. Isso era certo.
[...]. Trechos extraídos da obra Awon Baba (Pallas, 2022), da
escritora cubana Teresa Cárdenas, que a respeito
do livro ela própria comenta: No princípio, o universo era todo branco... Até
o dia em que que alguém o puxou por uma ponta e o virou, como uma página. Foi o
que descobri em meus novos escritos. São contos do início dos tempos, nos quais
volto para além da minha ancestralidade e recrio o mundo, reviro os mitos
africanos e os demais... Fomos arrancados da África, mesclados, não temos
árvore genealógica. Leio muita história colonial atrás de pequenas coisas,
pratos que comiam, o que faziam à noite quando o amo permitia. Mas o
importante, mesmo, vem de uma força que não está na pesquisa nem no que ouvi de
minha mãe. É algo sensorial, até espiritual, ditado pelo coração, através dos
símbolos que recebemos e que nele palpitam... O
pior tipo de escravidão, hoje, dispensa algemas e cativeiros: é a que impomos a
nós mesmos. Eu hoje sou livre em meu país, e vivo do que escrevo.
Veja mais aqui, aqui & aqui.
COLEÇÃO DE DELFOS -
[...] Meu objetivo ao longo de tudo é deixar os fatos falarem por si mesmos.
Se eles parecem estranhos, irreais, até mesmo impossíveis, só posso dizer que
as coisas do mundo invisível devem sempre parecer assim para aqueles cujos
pensamentos e desejos estão centrados somente nesta vida. [...] Lá, os
sublimes e inalcançáveis mistérios
do Universo são regateados por
pobres mentes finitas que não
podem chamar suas vidas de suas. Lá, nação guerreia contra nação, credo contra
credo, alma contra alma. Ai, planeta predestinado! Quão cedo tu serás extinto,
e teu lugar não te conhecerá mais! [...] Vivemos em
uma era de investigação universal, logo, de ceticismo universal. As profecias
do poeta, os sonhos do filósofo e cientista, estão sendo realizados diariamente
— coisas antes consideradas meros contos de fadas se tornaram fatos — ainda
assim, apesar das maravilhas do aprendizado e da ciência que são realizadas a
cada hora entre nós, a atitude da humanidade é de descrença. “Não há Deus!”,
grita um teórico; “ou se houver, não posso obter prova de Sua existência!” “Não
há Criador!”, exclama outro. “O Universo é simplesmente uma junção de átomos.”
“Não pode haver imortalidade”, afirma um terceiro. “Somos apenas pó, e ao pó
retornaremos.” “O que é chamado pelos idealistas de ALMA”, argumenta outro, “é
simplesmente o princípio vital composto de calor e ar, que escapa do corpo na
morte e se mistura novamente com seu elemento nativo. Uma vela quando acesa
emite chama; apague a luz, a chama desaparece — onde? Não seria loucura afirmar
que a chama é imortal? No entanto, a alma, ou princípio vital da existência
humana, nada mais é do que a chama de uma vela. [...]. Trechos extraídos da
obra Delphi
Collected Works of Marie Corelli (Delphi Classics, 2017), da
escritora inglesa da Era Vitoriana, Marie Corelli (Isabella Mary Mills,
Minnie Mackay, ou ainda, Caroline Cody - 1855-1924). Veja mais aquí.
ÓPERA ARTISTA DA FOME,
DE ARMANDO LÔBO
Estreou neste final de
semana, no Teatro Hermilo Borba Filho, em Recife – PE, a ópera Artista da
Fome, do premiado cantor, compositor, arranjador, instrumentista, poeta e
professor Armando Lôbo, no projeto Ópera do Claustro, juntamente com a
ópera Desachados e Perdidos, de Victor Luiz e a instalação visual do
artista Marcelo Coutinho. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
ITINERARTE – COLETIVO
ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR
Veja mais sobre MJ
Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.
& mais:
Livros Infantis Brincarte
do Nitolino aqui.
Diário TTTTT aqui.
Literatura Indígena:
Cosmovisões & Pela Paz aqui
& aqui.
Poemagens aqui.
Cantarau
Tataritaritatá aqui.
Teatro Infantil: O
lobisomem Zonzo aqui.
Faça seu TCC sem
traumas – consultas e curso aqui.
VALUNA – Vale do Rio Una aqui.
&
Crônica de amor por ela aqui.