segunda-feira, fevereiro 17, 2025

JEANNETTE ARMSTRONG, ANA SOFÍA GONZÁLEZ, REBECCA GOLDSTEIN & BIARRITZZZ

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som do álbum O tempo, a distância e a contradança (Zabumba Records, 2004), da premiada compositora, pianista e pesquisadora Ana Fridman, que é professora Livre Docente no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, coordenadora do curso de Licenciatura em Música e atual coordenadora do Curso de Especialização Arte na Educação: Teoria e Pratica.

 

Caminheiro às idas & voltas... - Quando fui longe o que fiz da solidão, muito distante, beirava quase fim e a minha melhor versão, às vezes nem isso, com o calor aos não sei quantos altos graus. O tempo era uma navalha na carne, a longitude e o inalcançável. O coração dançava, a contradança. O que se alardeava não sei onde e era sempre recorrente, perto nem enxergava: fiquei calado e prestei muita atenção. Se era o ápice da confusão, a urgência se fazia iminente, com farmácias pra todo lado. Mesmo porque as ideias nunca foram tão claras: agora pode duvidar de tudo! E não é só escolher entre o privilégio e a tragédia, os passos e o imprevisível: é preciso viver. Quase nem me perguntava, porque havia muito mais que ruina, desamparo e porque-não: o tempo mastigava os doces anos de nem lembrar direito e cada lírio provava que se foram de fato, sabe lá Deus o que restou de nós. O certo é que fui e, talvez, um dia volte e o mundo não esteja tão saqueado, enfermo pelos desacertos de álibis perfeitos. Há algo de errado por todo lugar, fazendo o grosso de lírica da desgraça: a vida pelas voçorocas na poeira do estado de calamidade, aos espirros de indignação, diante da tosse da soberba. Previno-me, lua de verão aos olhos e versos pra ninguém. Os planetas se alinham e sou muitos, apenas um me bastaria. Qual nada. O que sei é que preciso viver, apesar de tudo: no que faço está a minha alma. Até mais ver.

 

Judith Butler: Eu não acho que temos que ter uma relação pessoal com uma vida perdida para entender que algo terrível aconteceu, especialmente no contexto da guerra... Veja mais aqui.

Helen Fielding: Ame todos, confie em alguns, não faça mal a ninguém... Veja mais aqui e aqui.

Toni Morrison: Se você se render ao ar, poderá montá-lo... Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

POEMAS DE TRÊS VERSOS

Imagem: Acervo ArtLAM.

Linha Final \ Lá está aquela linha traçada novamente no oeste \ a linha da fronteira desta vez oferecendo um cachimbo \ não pela paz apenas um pedaço \ do cachimbo sim, aquela linha uma longa linha de armas \ desenhadas novamente alinhar ajoelhar \ acenar sim só não cruzar esta linha \ nas areias estas linhas nos bolsos de revestimento de alcatrão \ esta linha de regra em algum lugar fazendo linhas \ e linhas para cheirar cortar \ aquela linha cruzar aquela linha cruzar \ aquela linha duas vezes uh o fim da linha Linha da Costa \ A linha acinzentada do horizonte caiu longe da escuridão da mistura oceano-céu \ e o horizonte cheio de pássaros desliza para o crepúsculo varrendo asas \ dobram-se fortemente contra o vermelho-alaranjado do ar espesso \ e manchado fortemente longe das asas abertas do albatroz morto \ na costa bicos presos em gritos perpétuos ossos abertos para o céu sujo \ seios em decomposição cheios de plástico colorido, \ vidro e alumínio \ Linhas do Rosto Terra aberta \ aberta para veados para alces \ aberta para aqueles que têm o onde e o com e o todo temporada \ aberta todas as estações o tempo todo linhas desenhadas linhas cruzadas \ Eu tenho linhas na minha testa ao redor da minha boca entre meus olhos de olhar \ e olhar para longe \ Eu tenho que apagar essas linhas.

Poema da escritora, educadora, artista e ativista canadense Jeannette Armstrong (Jeannette Christine Armstrong), nascida na reserva indígena Penticton, no Vale Okanagan da Colúmbia Britânica, autora dos livros de poemas:

Breath Tracks (1991), Slash (1985) e Whispering in Shadows (2000), entre outras obras.

 

AS CONSEQUÊNCIAS DOS ATOS - Se tivéssemos consciência das possíveis consequências dos nossos atos, não sairíamos da cama... Pensamento da escritora, professora e arquiteta mexicana, Ana Sofía González, autora da obra No matarás (Alfaguara, 2023), na qual ela expressa: [...] "—Vicky, chega mais perto, vou te contar um segredo: o inferno não existe, são os pais", ele sussurrou em seu ouvido e caiu na gargalhada. [...]. Na obra ela conta a história de Alejandra, uma adolescente frívola, mora em um bairro de classe alta. Sua vida é afetada pelo abandono de sua mãe e pela dureza de um pai severo. Ela é muito próxima de Vicky, sua babá, que para ela é parte da família, e que sofre de epilepsia, razão pela qual ela quase nunca sai dos limites da casa. Uma tarde, suas vidas mudam completamente quando Juan Pablo, o lavador de carros, tenta estuprar Vicky.

 

O CONSUMISMO & A SOCIEDADE - Nossa sociedade está recorrendo cada vez mais ao consumismo desenfreado e à autopromoção da mídia social como uma forma de as pessoas sentirem que suas vidas importam - meios egocêntricos de anestesiar as questões de importância. A cultura recaiu de volta às respostas autoengrandecedoras e glorificadoras que os atenienses presumiram, o que fez Sócrates reclamar deles até que ele ficou tão irritante que o mataram... Todo mundo está lutando para refinar suas visões em oposição às outras pessoas. E essa é uma das coisas mais importantes que a filosofia realmente tem a nos ensinar: você tem que expor suas visões e trazê-las à mesa com as pessoas - com quem você discorda muito... O pensamento filosófico que não violenta a mente estabelecida não é pensamento filosófico... Respostas? Esqueça as respostas. O espetáculo está todo nas perguntas... Matemática... música... noites estreladas... Essas são maneiras seculares de alcançar a transcendência, de se sentir elevado a uma grande perspectiva. É uma sensação de estar impressionado com a existência que quase oblitera o eu. Pessoas religiosas pensam nisso como uma experiência essencialmente religiosa, mas não é. É uma experiência essencialmente humana... Pensar é a alma falando consigo mesma... Pensamento da filósofa e escritora estadunidense Rebecca Goldstein, autora de obras como Plato at the Googleplex: Why Philosophy Won't Go Away (2014), Betraying Spinoza: The Renegade Jew Who Gave Us Modernity (2006), Properties of Light: A Novel of Love, Betrayal, and Quantum Physics (2000) e The Mind-Body Problem (1983), entre outros. Veja mais aqui e aqui.

 

BIARRITZZZ

Biarritz é avatarônimo de Beatriz Rodrigues, uma artista que utiliza as mídias de forma sofisticada para tratar de questões como corpo, instituição, Estado, raça, gênero, consumo e identidade. Ela produziu o vídeo Pátria, que foi exibido na mostra Entremoveres, no Museu da Abolição, em Recife — em parceria com a Vampiras Veganas. Veja mais aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR

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JEANNETTE ARMSTRONG, ANA SOFÍA GONZÁLEZ, REBECCA GOLDSTEIN & BIARRITZZZ

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som do álbum O tempo, a distância e a contradança (Zabumba Records, 2004), da premiada compositora, pianis...