
WALTER BENJAMIM: O NARRADOR - O filósofo, ensaísta e critico literário alemão Walter Benjamim (1892-1940), era de ascendência israelita. A sua carreira universitária foi truncada quando a Universidade de Frankfurt recusou sua tese “As origens da tragédia barroca na Alemanha”, quando passou a se dedicar à crítica jornalística e à tradução. Era vinculado ao grupo de Frankfurt e, depois, tornou-se um refugiado judeu que escolheu o suicídio aos 48 anos de idade do que ser capturado pelos nazistas. Entre as suas obras destacam-se as reflexões sobre as técnicas de reprodução da obra de arte, particularmente do cinema, e as conseqüências sociais e políticas resultantes, quando aborda as causas e conseqüências da destruição da aura que envolve as obras de arte, enquanto objetos individualizados e únicos.
O seu escrito “O narrador” aborda a arte de narrar defendendo que esta “(...) está em vias de extinção. São cada vez mais raras as pessoas que sabem narrar devidamente (...) A arte de narrar tende para o fim porque o lado épico da verdade, a sabedoria, está agonizando" e apresenta os dois tipos de narradores convencionais: "Quem viaja tem muito para contar", ou seja, o narrador como alguém que vem de longe, o marinheiro comerciante; ou aquele que "conhece suas histórias e tradições”, ou melhor, o camponês sedentário. No primeiro tipo, o teórico e erudito com muitas explicações sofisticadas sobre seu mundo. No segundo, os mais espontâneos que passam com mais fluidez e precisão seus estados interiores, suas emoções, medos e angústias de forma menos defensiva, mais transparente. Mais adiante Walter Benjamim assinala que: “A narrativa, da maneira como prospera longamente no círculo do trabalho artesanal – agrícola, marítimo e depois urbano – é ela própria algo parecido a uma forma artesanal de comunicação (...) Evidentemente só poucos ousaram descer às profundezas da natureza inanimada, e na literatura narrativa moderna não há muita coisa onde a vez do narrador anônimo, que preexistiu a qualquer escrita, ecoe de maneira tão perceptível (..) o artesão perfeito tem acesso ao mais recôndito recinto do reino das criaturas. Ele é uma encarnação do devoto. (...) Seu talento consiste em saber narrar sua vida; sua dignidade em narrá-la inteira. O narrador é o homem que poderia deixar a mecha de sua vida consumir-se integralmente no fogo brando de sua narrativa”. Imperdível.
FONTE:
BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
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