quinta-feira, março 07, 2013

OUIDA, AL-MA‘ARRI, TILLIE OLSEN, JOSHUA GREENE, HELEN SUZMAN, MUSSET, MONARQUIA & LITERÓTICA

 


A FESTA QUE SOU NELABeijo seus lábios carnudos e o dia se desnuda na sua boca de sol – é este o meu refúgio aquecido pela vontade outra vez de viver na sua sáfica língua sedenta que me leva ao espetáculo da aurora boreal de sua abóbada palatina, e refaz o que fui e serei para mergulhar nos seus olhos de mar esmaecidos que me inundam e me afogam por todos os seus quereres. É nela que a minha ousadia se inquieta e tateio a geografia ondulante, deslizando meus dedos pela estamparia de suas vestes com todas as poses de amor e sedução, e contorno as assimetrias de sua compleição inescapável, envolvido pelo abraço de viúva negra a me esfregar na sua pele quente de pura brasa e escorrer pelo suor de sua superfície suave acetinada no clamor de seu arrepio com o tamanho da ebulição de sua carne trêmula. Viro, reviro e a desviro, roço-lhe a nuca, circundo seus ombros para alcançar-lhe os seios fartos apalpados como como quem vence o ápice na conquista das alturas e sinto ereto o bico endurecido pela aureola que se insinua ao toque eletrizante da minha mão espalmada. Assim percorro a trajetória rítmica de suas ancas dançantes e suas nádegas fogosas remexendo os quadris suplicantes e eu tomando seus flancos soberbos envolvidos impiedosamente. Tudo nela é promessa do gozo supremo e muito mais. Agacho-me então e alcanço suas pernas em paralelas e entre elas invisto para vencer seus joelhos arqueados na luxúria das coxas convidativas, pelas quais singro até a calcinha úmida ofertando o triângulo púbico entre minhas mãos e o seu sexo afogueado. É lá que meus dedos se insinuam entre os lábios vaginais – margens de rio para a cachoeira dos desejos -, onde se esconde a fonte das delícias que saboreio combativo por sua intimidade e minha língua vasculha os anéis de sua vulva, boca cheia pela gruta devassada, sublevada com todas as manobras do escancaro e detenho sua fuga e deponho suas armas, derrubo todos os seus muros e limites e completamente desmascarada disseco suas blindagens para remover suas armaduras e atacar as legiões de sua retaguarda para mais dissecá-la encurralada, coagida com meu assalto e mais se espalha e aprumo o sexo para puni-la com o golpe certeiro e implacável, e as minhas investidas violam suas resistências e invencível cravo-lhe unhas e dentes para me expandir em nova arremetida ateando fogo em suas entranhas só para vencê-la e ultrajá-la e abatê-la e imolá-la, para tê-la exausta, aniquilada, desprotegida e conquistada, rendida completamente pelo ataque furtivo de minha lança estampada a esgotar todos os seus recursos, e com todas as suas forças extinguidas na carnificina final, corpo a corpo, minha espada solene a retalhá-la inteiramente crucificada por meu sexo endeusado e sou dono de todas as suas poses desnudadas. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Os hábitos de uma vida quando tudo o mais tinha que vir antes que a escrita não seja facilmente quebrada, mesmo quando as circunstâncias agora muitas vezes possibilitam a escrita ser primeiro. Hábitos de anos - respostas a outros, distração, responsabilidade pelos assuntos diários - ficam com você, marque você, torne-se você. O custo da descontinuidade (esse padrão ainda imposto às mulheres) é um peso de coisas não ditas, um acúmulo de material tão grande, que tudo começa a outra coisa em mim. O que deve levar semanas me levar às vezes meses para escrever; o que deve levar meses, leva anos. Pensamento da escritora estadunidense Tillie Olsen (1912-2007).

 

ALGUÉM FALOU: Defendo a justiça simples, igualdade de oportunidades e direitos humanos. Os elementos indispensáveis ​​em uma sociedade democrática - e pelos quais vale a pena lutar. Não sei por que igualamos - e com tais exemplos diante de nós - uma pele branca com civilização. Não são minhas perguntas que embaraçam a África do Sul; são as suas respostas. Vá e veja por si mesmo. Pensamento da ativista sul-africana Helen Suzman (1917-2009).

 

TRIBOS MORAIS – [...] O utilitarismo é uma filosofia muito igualitária, pedindo aos que têm muito para fazer pelos que não têm. Se você acordasse amanhã como um utilitarista nascido de novo, a maior mudança em sua vida seria sua nova devoção em ajudar os desafortunados. [...] Podemos resumir o utilitarismo assim: a felicidade é o que importa, e a felicidade de todos é a mesma. Isso não significa que todos serão igualmente felizes, mas significa que a felicidade de ninguém é inerentemente mais valiosa do que a de qualquer outra pessoa. [...] O utilitarismo é uma ótima ideia com um nome horrível. É, na minha opinião, a ideia mais subestimada e incompreendida em toda a filosofia moral e política. [...]. Trechos extraídos da obra Moral Tribes: Emotion, Reason, and the Gap Between Us and Them (Penguin Press, 2013), do psicólogo experimental, neurocientista e filósofo estadunidense Joshua David Greene.

 

AS FILHAS DE LOTE – Les filles de Loth, poema de Alfred Musset: Ló estava dormindo no fundo de uma caverna. \ Sentadas ao lado de uma lanterna pálida, \ Suas duas filhas chorosas relembraram em \ voz baixa Os prazeres de Sodoma e não adormeceram. \ O mais velho tinha vinte anos, uma figura altiva, \ Olhos escuros e cabelos jogados para trás. \ A mais nova era loira, tinha mais de dezesseis anos, \ tesouros sob o vestido e dedos experientes. \ Virgens? Você imagina que as meninas dessa idade \ Não deixaram Sodoma com sua virgindade: \ Elas provaram a bebida amorosa, \ Sua sede insaciável fez as pessoas felizes. \ Mas Sodoma é destruída, eles choram incessantemente, \ Não sua casa queimada em um dia de angústia, \ Mas os homens perdidos, já que não há ninguém \ Que possa, doravante, desfrutar de seus encantos. \ Hagar disse a sua irmã, vendo-a desolada: \ “Tome coragem novamente, criança, que sua alma chorosa \ Encontre alguma esperança. Aqui, vamos nos despir, \ Vamos continuar a desfrutar de uma maneira simples e doce. Assim falou \ a mais velha, e levantando o vestido, \ Mostra à irmã, com duplo globo, \ O ventre de cetim, que termina na parte inferior \ Num triângulo pardo coberto de cabelos curtos. \ “O que devo fazer, Agar? - Com a ponta do seu dedo rosa, \ faça cócegas em mim. - Eu estou lá. "Espera, estou descansando.\ Aqui estou. - Eu alargo as coxas como você, \ me dê o mesmo ofício, vamos, me faça cócegas! E \ sob o dedo, guiado pela embriaguez amorosa, \ O clitóris sobe e lateja, e se endireita. \ Finalmente, incapaz de aguentar mais e desmaiando de amor, \ Hagar dá à irmã um beijo de verdadeiro amante. \ Mas ela lhe disse: “Façamos melhor, minha encantadora, \ Substituamos nosso dedo, no lugar divertido, \ Por uma língua ágil, e verás, minha irmã, \ Que nossos toques terão mais doçura”. \ Que em seu ventre, Hagar, suavemente, eu me deito, \ Meus lábios em seu cabelo e seu cabelo em minha boca. \ Deixe nossos corpos entrelaçados torcerem e rolarem\ E que os sucos do homem fluam em nossas coxas. Tão \ logo dito, e logo esses doces jogos \ Polvilhe seu velo com um líquido cremoso. \ Mas essa coragem infrutífera apenas lembra \ vagamente os homens. " Oh ! tolos que somos! \ Prazer, disse Hagar, aqui está o quanto é preciso: \ Meu pai é velho, é verdade, mas ainda é quente, Ele \ deve endurecer ainda mais quando as meninas são bonitas, \ Mas ele não vai querer, tão escrupuloso ele é, \ Para passar para Nós a garrafa de onde uma vez \ Nós dois tiramos a vida, onde uma vez nossa mãe \ Veio para encher seus flancos e abrir sua cratera. \ Vamos tentar embebedá-lo, ele gosta de um bom vinho, \ E se ele pode nos foder, vamos salvar a raça humana. \ O bom homem bêbado, com a memória perturbada, \ Esquecendo seus filhos e a cidade incendiada, \ Lança olhares maliciosos sobre seus encantos, \ Ouve com um sorriso as canções obscena \ Que as mocinhas nuas cantem sem vergonha, \ Dançando em torno dele danças desconhecidas. \ Cada uma colocou um véu negro sobre o rosto, \ Lot, com sua lanterna, admira sem saber \ De quem são os mamilos cujas pontas tremem, \ Essas nádegas de cetim cuja brancura brilha. \ Ele acredita em Sodoma e em sua própria filha, \ Ardente, ele quer plantar seu bastão de família, \ Ele procura sob seu vestido, Hagar o avisou, \ Do ventre paterno ela apanha nua \ O maravilhoso bastão que fecunda a mulher, \ Ela admira muito tempo este objeto de sua chama \ E então continuando seu trabalho casto e puro, \ Ela toma para gozar a melhor postura:\ Ela cai de joelhos, descobre sua bunda branca \ Ao inclinar a cabeça. E o velho Lot ardente \ Se aproxima e vê o buraco: “Empurre com força, ó minha beleza! \ Ele disse, envolvendo ambos os braços ao redor dela. \ Hagar, brincando de bunda, apressou o movimento, \ Porque ela conhecia o efeito da fricção... \ Ela se sente molhada, e nenhum prazer \ Satisfez, no entanto, a esperança de seus lados. \ Uma suspeita se apodera dela, ela levanta a mão \ não sei bem como, pelo caminho mais curto: \ É hora de começar de novo, diz ela ao velho pai. \ Um bêbado é um bom galo, Ló assume esse negócio. \ Ela agarra o pau dele que ele a deixa guiar \ Pelas dobras que ele terá que atravessar. \ …Hagar começou e sua barriga estremeceu, \ Os ossos quebraram, mas o velho Ló está surpreso \ Com esses súbitos transportes, com esses gritos inéditos: \ “O que há com você, minha filha? - Oh ! sempre vou, eu gozo, \ Porque você o empurrou para dentro do útero. \ "Se eu suspeitasse, que o céu me engula!" \ Disse Ló, levantando um pouco sua velha espada, \ Para torná-la mais forte e mais bem temperada: \ 'Vamos começar de novo? Hagar disse à irmã: \ "Sua vez de provar o licor divino." A loira nua, \ abrindo as coxas, \ presenteia o velho pai com um ninho cheio de delícias. \ Embora o pai Lot termine dolorosamente, \ ela não gosta menos decentemente. \ “Glória ao Deus de Israel! ela disse... eu concebi. Ló \ então acordou, sem ter visto e nada conhecido. Este poema de inspiração bíblica sob a promessa de amor ao escritor feita pela escritora George Sand, que produziria a poesia mais obscena, numa disputa com Victor Hugo que produziu um poema intitulado “Merde”, e Musset ganhou o prêmio. Baseado na narrativa Gênesis do Antigo Testamento, capítulo XIX, quando Deus mandou o sobrinho de Abrahão fugir de Sodoma e Gomorra com sua esposa e duas filhas. Durante a fuga, a esposa dele olha para trás e se torna uma estátua de sal e, depois, suas intoxicam seu pai e dormem com ele para manter sua raça. Para o poeta, que dá às filhas o nome de Sarah e Agass, o principal motivo do coito incestuoso é a satisfação do prazer sexual. As duas irmãs se divertem tocando antes de se envolver no incesto paterno. O ato incestuoso, na Bíblia e no poema, é cometido pela mulher e não pelo homem, bêbado e inconsciente. O Gênesis destaca a irresponsabilidade do homem, "ele não percebeu quando ela se deitou, nem quando se levantou", como conclui o poeta alexandrino "Loth, acordado, não viu nada, ni su". O poeta reconstrói não a trágica morte da esposa, mas a sedução das filhas.

 

DOIS SAPATINHOS DE MADEIRA - [...] De que adiantava discutir com um idiota assim? Na verdade, os camponeses nunca discutem; eles abusam.[...] Quando alguém não tem pai, mãe ou irmão, e todos os seus amigos mal têm pão suficiente para si mesmos, a vida não pode ser muito fácil, nem suas crostas muitas a qualquer momento. [...] Trechos da obra Two Little Wooden Shoes (Ulan Press, 2012), da escritora e ativista anglo-italiana Ouida (Maria Louise Ramé, - 1839-1908).

 

ELEGIA - Eu desprezo o deleite, até mesmo o sorriso chamativo de uma pálida nuvem de tempestade – \ Deixe os céus nebulosos choverem apenas um sorriso de escárnio! \ Agora minha boca, aberta em um sorriso, \ É a boca larga de uma ferida vermelha, sem dentes, \ E meus dentes como meninas encorpadas – mencionado \ Com carinho na fala, mas mantido escondido, protegido. \ Pai - a noite proferiu sua sentença sobre ele, \ a lança do destino sempre penetrante. \ Aquele que viveu puro de corpo e alma, mesmo dormindo! e sem dormir \ Ao fazer o bem, bolsos vazios de esperanças baratas, roupas imaculadas. \ Sua determinação - é corroída no Dia do Juízo, \ Quando o Monte Uud desaba em tufos de lã tingida? \ Ele bebe no Paraíso, com a bacia cheia? Ou correr \ Com multidões em massa? Ou evitar a multidão, inseguro? \ A razão o ampliou em graça e valor, \ Enquanto outros chama a ganância e covardia. \ A ira de Deus paira sobre este mundo - Mãe do Fedor! \ Ela, mais adequada para trair e corromper; \ Voluptuosa, mechas de noite e rosto de dia, \ Sol nascendo para acariciá-lo em beleza. \ Adão, filho do barro, a viu já desgastada pelo tempo \ Pelos Sete encharcados pela chuva, os Dois Pilares, o Balanço de Suhayl, \ Quando ela enterrou viva sua filha Eva – \ E quantos depois de Eva foram sepultados! \ Como se seus filhos nascessem bastardos, \ Então ela temia a vergonha de deixá-los viver. \ Não sabemos, embora querendo, o que nos espera – \ Esse conhecimento é de Deus, o Generoso. \ Quando o homem passa o véu, sua história termina \ E nenhum pensamento conta o seu valor, \ E ao tentar, mentes fortes como cavaleiros persas \ Saia do curso, visões firmes mergulham na loucura; \ Mesmo os senhores do deserto da linguagem, qualquer beleza \ Eles viram, eles reconheceram o trabalho dos gênios. \ Nenhuma hora da vida nos canga que não arruíne \ Mais completamente do que um inimigo em batalha; \ Achamos doce a tristeza do mundo, como se o \ Tristeza colhemos foram a colheita das abelhas, \ Assim, a perdiz empoeirada teme a morte, embora \ Caminha cinco dias sem água para beber gotas turvas, \ Fugindo do falcão dia e noite, \ Encontrando o mal com garras tortas; \ Nem as vacas selvagens resistem, embora assustadas, flácidas \ Como lanças flexíveis de toda a caminhada noturna, \ Mas quatro dias inteiros dirigem seus cascos \ Através do lixo para uma lagoa seca. \ O medo da morte empurrou Sete Adormecidos para uma caverna, \ Fez Noé e seu filho construírem um navio; \ Nem Moisés e Adão acharam agradável morrer \ Embora eles tenham prometido o paraíso. \ Oh pai, senhor da rima! Como você o dobra à sua vontade – \ Ao seu lado, a eloqüência gaguejará e cambaleará. \ Bem-vindo à sua nova casa, colocando \ Você suavemente para baixo em facilidade e alívio, \ Em um bairro distante dos terrenos tribais, \ Regar a nova casa e a velha. \ Peço a Juhayna notícias seguras dos mortos, \ Mas Juhayna, tudo que você me dá são boatos, \ E embora prometido a verdade, eu ainda pergunto - \ A verdade é deixada em falta, e nada menos servirá; \ Que engano amargo se, no balanço final, \ A virtude não supera o vício. \ Eu passo por uma terra que já foi sua casa, e isso em sua homenagem, \ Como se estivesse passando pela parede e pilar da Caaba, \ Embora os elogios à sua casa sejam em vão; \ Uma espada quebrada deixa apenas poeira na bainha. \ Sua perda fez do meu coração um pássaro \ Que jurou fora de todos os ninhos, \ Dias passados voando e mergulhando, suas asas \ Rápido contra as reviravoltas do destino. \ A morte te chama pelo nome; como uma picada de cobra, lágrimas \ Eu ao meio, cuspindo veneno no meu ouvido. \ Você chora. Estou fadado a desmoronar por ela, \ Como sou obrigado a deixar minha cama, embora também \ Cansado de enfrentar o dia, enquanto a noite passa como \ A luz da lâmpada desaparecendo na escuridão antes do amanhecer. \ Se apenas elogios de muitos que elogiam \ Sua virtude pode afastar a morte. \ Sua garantia anuncia a alegria do Deus Altíssimo \ Em você; sua firmeza protege contra o tormento sem fim. \ Em misericórdia e reverência, o anjo testemunha leva você \ Nenhuma culpa; se perguntado, sua boca não denuncia, \ Mas conta com palavras e ações com cheiro de almíscar \ Como águas sempre frescas de jardins celestiais, \ Uma mão moldando favores, respirações prolongadas \ Guiados pela fé, língua sem calúnia. \ Se ao menos minhas pálpebras te envolvessem profundamente, \ Longe do túmulo das minhas entranhas e costelas. \ Eu recusaria se eles entediassem seu túmulo \ Em uma pérola, para evitar que você seja enterrado, \ Ou te deitou no céu, por medo de mudar o tempo; \ Este avarento só ficaria com inveja de você. \ Oh sepultura! Amaldiçoe sua poeira macia contra \ Ele e suas pedras ásperas e grosseiras. \ Você o cobre como uma concha de ostra, então \ Guarde a gloriosa pérola que merece um tesouro. \ Quando eu chamo para o seu túmulo, você ouve o choro \ De seu filho de coração partido, servo dedicado? \ Eu choro junto com as pombas que arrulham alegremente, \ Embora nossa mensagem não seja a mesma. \ Ao meu ouvido, uma cantora soando como um líquido \ Tune é um triste enlutado do funeral. \ Vivo carrego a tristeza em ti, mas na morte \ Quando nos encontramos, eu me afasto de todos os caminhos que levam ao luto. \ Que meu coração não tenha alegria sem você! \ E ao quebrar este juramento, que a alegria não lhe dê prazer. Poemas do filósofo e escritor árabe Al-Ma‘arri (973-1057). Veja mais aqui.

 


MONARQUIA BRASILEIRA – Observando descritivamente a condução adotada pelo Estado brasileiro que resultou de uma enorme operação de conquista e ocupação de parte do Novo Mundo, empreendimento no qual se associaram a Coroa portuguesa, através dos seus agentes, e a Igreja Católica, representada primeiramente pelos jesuítas. Vê-se, pois, que tanto política como ideologicamente o resultado é de que ocorreu uma aliança entre o Absolutismo ibérico e a Contra-Reforma religiosa, preocupada com a posse do território recém descoberto e com a conversão dos nativos ao cristianismo.
Evidente que depois de transcorridos mais de 500 anos do lançamento dos seus fundamentos, o Estado brasileiro assumiu formas diversas, sendo gradativamente nacionalizado e colocado a serviço do desenvolvimento econômico e social.
Inicialmente, com o advento da invasão ou “descoberta do Brasil”, o governo português não se entusiasmou pela sua colonização. Esse interesse somente surgiu 30 anos após a conquista e posse do território brasileiro, em virtude de outros países europeus começarem a cobiçar as riquezas brasileiras.
Há que se considerar que fatores de ordem econômica também contribuíram para que Portugal resolvesse dar início à colonização do Brasil. O comércio português no Oriente começava a entrar em declínio, assim Portugal necessitando de novas alternativas comerciais, passou a ver o Brasil como opção.
A partir daí a História mostra que o Brasil passou a ser uma colônia de exploração, ou seja, cabia à colônia fornecer matéria-prima para as atividades manufatureiras localizadas nas metrópoles. Esta exploração que teve início por volta de 1500 permaneceu até o início do século XIX.
Na expansão do território é interessante notar que no início da colonização a área do Brasil que cabia a coroa portuguesa era menos de 33% da área do Brasil atual. Isto havia sido estabelecido num acordo entre Portugal e Espanha, em 1494, no Tratado de Tordesilhas.
A necessidade de conhecer as possibilidades minerais  da colônia levou os bandeirantes a avançarem para o interior, rumo ao oeste, que acabaram estendendo os domínios portugueses para além do Meridiano de Tordesilhas. No final do século XVII, descobriu-se ouro na região de Minas Gerais.
No século XVIII, a extração de ouro já abrangia as terras onde hoje são os estados de Goiás e Mato Grosso, já dando novo contorno ao mapa do Brasil, próximo do que é hoje.
Deve-se ressaltar que durante muito tempo o Brasil se caracterizou por uma economia agro-exportadora, portanto não havia trocas comerciais importantes entre as regiões brasileiras, essa condição somente sofreu alteração a partir de quando o país se industrializa e realiza a integração das economias regionais com o novo centro econômico, o eixo Rio-São Paulo.
É importante também ressaltar a cafeicultura como elemento que forneceu a condições para dar impulso ao início da expansão territorial.
Com inúmeros tratados e consecutivas atividades diplomáticas, conclui-se assim que o Brasil é um Estado de desenvolvimento natural, histórico-geográfico, de formação originária, ou seja, não resultado da conquista, anexação ou divisão pois este não pertenceu a nenhum outro Estado senão aos próprios nativos.
A formação étnica da população brasileira também sofreu os efeitos da colonização.  Para serem utilizados como mão de obra, os negros africanos foram trazidos, contra sua vontade, para o Brasil, resultando na participação da etnia negra no conjunto da nossa população.
Em virtude de ter se estabelecido uma economia agroexportadora de produtos primários para Portugal e Europa,  isto levou a uma concentração da população junto ao litoral e suas proximidades, fato que até hoje caracteriza a distribuição da população no território brasileiro.
A etnia brasileira foi constituída, assim, por europeus (portugueses, espanhóis, flamengos, franceses), africanos (em prol do trafico negreiro, na sua maioria angolanos) e americanos. Já no Brasil, estes encontraram os índios tupinambás, potiguaras, tabajaras, caetés, tupiniquins, tamoios, carijós, tapes, guaicurus, cariris e muitos outros. A fusão destas raças procedeu o tipo étnico brasileiro: o mameluco, o mestiço e o cafuso.
Na questão dos princípios, usos e costumes, ficou ao encargo de Portugal suprir. A organização política, a tradição religiosa, a língua comum. Do ponto de vista sociológico, há uma população nacional, sendo assim o Estado brasileiro um Estado Nacional.
A constituição do governo caminhou para forma federativa para a Monarquia, que quer dizer a forma de governo em que o poder se concentra exclusivamente no monarca (rei ou príncipe), que o detém em caráter vitalício. Nesse regime, o poder político do monarca emana de uma simples extensão de seu poder privado. O reino é propriedade particular do governante, e sua família exerce as funções de conselheiros, não havendo portanto distinção entre domínio público e privado. Em seguida a independência brasileira não modificou em quase nada as condições sócio-econômicas do povo. O sistema colonial somente foi extinto na medida em que bloqueava a liberdade comercial (que interessava à Inglaterra) e restringia a autonomia política das classes dominantes do Brasil. Quanto ao mais, pouca coisa mudou para o povo. A estrutura econômica de produção, que tinha como base a monocultura agro exportadora movida pelo trabalho escravo, foi plenamente preservada.
A história do Primeiro Reinado resume-se, fundamentalmente, nos sucessivos conflitos entre os grupos políticos absolutistas (que desejavam a recolonização do Brasil) e os brasileiros que desejavam preservar a independência e consolidar o estudo nacional.
Em 1824 foi outorgada uma nova Constituição que estabelecia a existência de quatro poderes: Poder Judiciário: composto pelos juízes e tribunais; Poder Legislativo: composto pelos senadores e deputados; Poder Executivo: o Imperador é o chefe do Executivo, exercendo-o por meio dos seus Ministros de Estado. Poder Moderador: era exclusivo do Imperador e definido como a "chave mestra" de toda a organização política. Estava acima de todos os demais poderes.
Logo após a morte de D, João VI, em 1826. D. Pedro passou a ser o legítimo sucessor do trono português. Entretanto renunciou a esse direito, abdicando em favor de sua filha D. Maria da Glória. Ocorre que seu irmão D. Miguel, conquistou o trono português, contrariando as regras da sucessão monárquica. Revoltado, D, Pedro I ocupou-se em elaborar planos para reconquistar o trono a que tinha direito. Devido à atitude de D. Pedro I, os liberais brasileiros temeram uma possível anexação do Brasil a Portugal. Após a abdicação de D. Pedro I e enquanto Pedro de Alcântara não atingiu a maioridade, o Brasil foi governado por regentes. O período regencial compreendeu três etapas: Regência trina Provisória, Regência Trina Permanente e Regência Una.
Com antecipação de sua maioridade, Pedro de Alcântara apesar dos seus quinze anos incompletos, foi considerado apto para assumir a chefia do Estado brasileiro. Isto se deu no dia 23 de julho de 1840, tendo início Segundo Reinado. Os dois partidos que marcaram a vida política do Império foram o Liberal e o Conservador. Não tinha grandes divergências ideológicas. Mas, ainda assim, disputavam com unhas e dentes as eleições da Câmara dos deputados. Ilustram bem essas disputas as chamadas Eleições do Cacete, de 1840, onde se fez largo uso de agressões para vencer o pleito eleitoral.
Os motivos iniciais para a Corte portuguesa permanecer no Brasil não existiam mais. Com ajuda da Inglaterra, os portugueses haviam afastado as tropas napoleônicas de seu país. O Reino estava sob a administração de Lord Beresford, comandante das tropas britânicas ali sediadas. Portugal encontra-se exaurido pela guerra contra os franceses e pela submissão aos ingleses. As classes abastadas tinham se aliado ao invasor e, após sua expulsão, se reorganizam para manter seus privilégios. Os portugueses, porém, haviam perdido o comércio colonial, e a crise econômica era insustentável. A burguesia mercantil ressentia-se da perda dos monopólios comerciais que lhe garantiam as rendas, mas aspirava participar do poder político, acalentando o ideal liberal.
Em agosto de 1820, uma revolução liberal eclodiu-se rapidamente pelo país. Os revolucionários queriam recuperar os privilégios coloniais. No final do ano, foram eleitas as Cortes Constituintes, visando pôr um fim ao absolutismo da dinastia de Bragança e exigindo o pronto retorno de D.João a Portugal. As idéias liberais que se propagam pela Europa e chegavam a Portugal. D.João e a Corte retornam a Portugal: No Brasil, as notícias do Reino informavam que daí por diante todos os cidadãos seriam iguais perante a lei. D.João adiava seu retorno, para articular uma estratégia contra as Cortes mais foi obrigado a ceder.Várias regiões brasileiras aderiram a Constituinte e formaram Juntas Governativas locais. As tropas do Rio, o povo e os liberais exigiram o imediato juramento de D.João VI à Constituição que está sendo elaborada pelas Cortes. Perante o povo ele fez o juramento prévio. Em 22 de abril de 1821, a Corte retornava a Portugal. O povo acusava o rei de partir levando as riquezas do tesouro. D.Pedro ficou no Brasil, ocupando o posto de Regente. Deputados brasileiros nas Cortes de Lisboa: Deputados brasileiros de diversas províncias foram a Lisboa lutar por princípios defendidos por José de Bonifácio de Andrada e Silva, como o tratamento igualitário entre os dois países. A euforia política logo se desfez. Houve divergências entre os próprios brasileiros, o que possibilitou às Cortes iniciar o processo de recolonização do Brasil. A máscara do liberalismo caía. A Assembléia era muito liberal, quanto aos assuntos de Portugal, mas conservadora a respeito do Brasil. A burguesia lusa forçava os deputados a votarem medidas que recolocariam o Brasil novamente como colônia. As cortes decretaram o isolamento da Regência de D.Pedro no Rio de Janeiro as províncias deviam se entender diretamente com Lisboa, a unificação do exército português e brasileiro sob um mesmo comando, o envio de tropas para Salvador, Recife e Rio de Janeiro, a supressão dos mais importantes órgãos da administração no Brasil, e a exigência de pronto retorno de D.Pedro para Portugal. "Diga ao povo que fico": As medidas recolonizadoras das Cortes geraram resistência no Brasil, mas a corrente anticolonialista estava dividida. O termo "brasileiro" era estendido para todos aqueles favoráveis à independência, tivessem ou não nascido no Brasil. A burguesia portuguesa procurava impedir que ocorresse a separação. O Brasil proporcionava-lhe produtos tropicais, couro, ouro e madeira a baixo preço, utilizados tanto para o comércio interno como para a exportação, com altos lucros. Os traficantes lusos também se beneficiaram do comércio de escravos. A elite brasileira rural, porém, não admitia a volta ao status colonial. A corrente anticolonialista estava muito dividida. Destacavam-se José Bonifácio, considerado um liberal moderado, e Gonçalves Ledo, radical, que representava os anseios dos setores urbanos mais intelectualizados e pregava o rompimento total e imediato com Portugal. A unidade territorial nacional estava ameaçada. Os radicais e republicanos podiam levar o país a se fracionar. O grupo moderado deseja uma monarquia centralizada no Rio de Janeiro, com D.Pedro à frente, sem que ocorresse uma revolução, pois esta não interessava à elite agrária e escravista. Havia a necessidade de uma definição. Um abaixo-assinado, com oito mil assinaturas, foi levado a D.Pedro por José Clemente Pereira em 9 de janeiro de 1822, pedindo sua permanência no Brasil. Pressionado pelo presidente do Senado da Câmara, ele comprometeu-se diante do povo a permanecer no Brasil, e a data ficou conhecida como Dia do Fico. O comprometimento de D.Pedro com o partido favorável à independência teve reflexos internos e externos. As Cortes intensificaram os decretos recolonizadores, enquanto as tropas Lusas sediadas no Brasil se movimentaram contra o regente. Em resposta, D.Pedro determinou que somente tropas que lhe jurassem obediência poderiam desembarcar. Instituiu o decreto do Cumpra-se (as leis portuguesas só seriam aplicadas após receber o visto de D.Pedro) recebeu da maçonaria o título de Defensor Perpétuo do Brasil e convocou uma Assembléia Geral e Constituinte.
A monarquia encabeçada pelo regente consolidava a hegemonia dos latifundiários, esvaziava o ideal republicano e refutava o federalismo, optando por uma forma unitarista, com o poder centralizado no Rio de Janeiro. A imposição da Independência necessitava apenas de um ato público e solene, que competia a D.Pedro. Em agosto de 1822, quando D.Pedro estava na capitania de São Paulo, chegaram ordens de Portugal para que ele voltasse prontamente a Lisboa, do contrário, seriam enviadas tropas ao Brasil. José Bonifácio enviou um mensageiro, encontrou D.Pedro próximo ás margens do Riacho do Ipiranga, em São Paulo, quando voltava de Santos. Os relatórios dos irmãos Andrada, José Bonifácio e Antonio Carlos de Andrada e Silva, de Lisboa e do Rio de Janeiro e a carta de sua esposa D.Leopoldina convenceram-no a proclamar a independência imediatamente. Era 7 de setembro de 1822. Os atritos com a Assembléia Constituinte: As figuras fortes da política brasileira eram o Imperador e o ministro José Bonifácio, que concordavam com o fortalecimento do Poder Executivo. José Bonifácio acreditava que parte desse poder devia ser exercido pelo ministério. Era o primeiro atrito, pois D.Pedro não abria mão de sua autoridade. Os irmãos Andrada tentaram conter a oposição radical que queria a descentralização do poder. Vários líderes desse grupo, como Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira, foram exilados por discordarem do fortalecimento do Executivo. Os irmãos Andrada, porém, não conseguiram contentar os grupos opositores nas províncias.
As divergências entre o Imperador e José Bonifácio chegaram ao auge quando os inimigos dos Andrada em São Paulo receberam indulgência. O ministério Andrada caiu, e os irmãos foram para as fileiras da oposição. Os debates políticos mais acirrados ocorriam na Assembléia, convocada antes da independência, mas só reunida em maio de 1823. A oposição preparava um texto constitucional que enfraquecia o Poder Executivo. O Imperador, por sua vez, só aceitaria uma Constituição que lhe assegurasse substancial parcela do poder. Antonio Carlos e a Constituição da Mandioca: Uma comissão liderada por Antonio Carlos Ribeiro Andrada, irmão de José Bonifácio, foi encarregado de redigir o anteprojeto constitucional. O texto, baseado em constituições européias, prévia a submissão do monarca ao Poder Legislativo e o voto censitário: só votariam aqueles cuja renda fosse superior ao valor de 150 alqueires de mandioca. Por isso, o povo apelidou o anteprojeto de "Constituição da Mandioca". D.Pedro ameaçou fechar a Assembléia. Os debates ganharam as ruas do Rio de Janeiro com a publicação dos jornais Tamoio e A Sentinela, nos quais colaboravam os irmãos Andrada. Os ataques atingiam o Imperador, o ministério e os portugueses em geral. Ocorreram agressões entre os oposicionistas e facções que apoiavam D.Pedro.
Em 11 de novembro de 1823, tropas imperiais invadiram e fechou o prédio da Assembléia Constituinte, o episódio conhecido como Noite da Agonia. A Constituição de 1824 mantém os princípios do liberalismo moderado e fortalece o poder pessoal do imperador, com a criação do Poder Moderador acima dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ela estabelece que as províncias passem a ser governadas por presidentes nomeados pelo imperador e divide o Legislativo em Senado vitalício, na prática escolhido pelo imperador, e Câmara dos Deputados, eleita por voto indireto e censitário. Os eleitores votam em suas províncias num colégio eleitoral que escolhe os deputados. Apenas os homens livres que cumprem algumas condições, inclusive de renda, participam das eleições. Esses requisitos são apurados nos censos. Após a dissolução da Assembléia Constituinte, D. Pedro I, justificando seu ato, declarou que convocaria uma outra Assembléia a qual deverá trabalhar sobre o projeto de Constituição que eu lhe hei de breve apresentar; que será duplicadamente mais liberal, do que a extinta Assembléia acabou de fazer.  Entretanto, isto não aconteceu. Foi nomeado um Conselho de Estado composto por dez membros pelo imperador, com a tarefa de redigir um projeto de Constituição.
Em 25 de março de 1824, em cerimônia solene realizada no Rio de Janeiro, o imperador D. Pedro I outorgou a Constituição Política do Império do Brasil. Esta Constituição estabelecia um Governo monárquico, hereditário, constitucional, representativo e afirmava que "(...) o Império é a associação política a todos os cidadãos brasileiros (...)". Também estabelecia que "cidadãos brasileiros" eram aqueles que, nascidos no Brasil, fossem "ingênuos" (filhos escravos nascidos livres) ou libertos, além daqueles que, apesar de nascidos em Portugal ou em suas possessões residissem no Brasil "(...) na época em que se proclamou a independência (...)", e que tivessem aderido a ela.  Esta Carta tinha, entre outras características, um sistema baseado em eleições indiretas e censitárias. Para votar e ser votado apontava requisitos quanto à renda. Isto denotava um caráter excludente na sociedade imperial, já que grande parte da população era composta por homens livres pobres e por escravos. Para a Câmara dos Deputados elegia-se inicialmente um corpo eleitoral que, posteriormente, seria responsável pela eleição dos deputados para um período de quatro anos.
A marca mais característica desta Constituição foi à instituição de um quarto poder, o Moderador, ao lado do Executivo, Legislativo e Judiciário. Este quarto poder era exclusivo do monarca e, por ele, o imperador controlava a organização política do Império do Brasil.  Por meio do Poder Moderador o imperador nomeava os membros vitalícios do Conselho de Estado os presidentes de província, as autoridades eclesiásticas da Igreja oficial Católica Apostólica Romana, o Senado vitalício. Também nomeava e suspendia os magistrados do Poder Judiciário, assim como nomeava e destituía os ministros do Poder Executivo.  Utilizando-se deste quarto poder, Dom Pedro I aprovava ou não as decisões da Assembléia Geral, além de convocar ou dissolver a Câmara dos Deputados. Dessa forma, o imperador concentrava um poder sem paralelo, o que demonstrava o caráter centralizador e autoritário da organização política do Império do Brasil. Tal situação não foi aceita por toda a sociedade imperial. Havia quem aprovasse, quem calasse por temor e quem contestasse. O protesto mais violento partiu da província de Pernambuco e se transformou no episódio conhecido como Confederação do Equador.
Vê-se, pois que o primeiro reinado consolida a independência, no entanto, ocorrem fatos como os dos políticos liberais, profundamente revoltados com as atitudes autoritárias de D. Pedro (o fechamento da assembléia constituinte, e a imposição da constituição feita pelo partido Português), pretendiam fundar uma republica independente do governo imperial do Brasil que iria se chamar confederação do equador.
Os lideres mais democráticos da Confederação defendiam a extinção do tráfico negreiro e mais igualdade social para o povo, tais idéias assutaram os proprietários de terra que se afastaram do movimento. Ao tomar conhecimento do movimento que se espalhava pelo nordeste, D Pedro tratou de organizar tropas militares para conter os revolucionários.
A guerra da ciplastina começou porque os habitantes da região, que hoje é o Uruguai, não aceitavam fazer parte do Brasil pois possuíam costumes e crenças diferentes. Por isso, acharam-se no direito de lutar pela independência política. Com isso D.Pedro declarou guerra , e gastou fortunas em dinheiro público com esta guerra aumentando ainda mais o déficit brasileiro.A Inglaterra que tinha interesses econômicos, promoveu a paz.
O estilo autoritário de D.Pedro tirou dele o apoio de grande parcela do povo, entre eles os liberais e moderados também os integrantes do partido português. A nossa balança comercial acumulava déficits em função do desequilíbrio das importações X exportações. E a divida externa que não parava de crescer, e piorava com o dinheiro que foi gasto para resolver conflitos. Apesar disso tudo, a crise estourou quando um jornalista liberal foi morto e a morte dele foi associada ao autoritarismo de D .Pedro. Isso fez com que mais pessoas forçassem contra D. Pedro. Tentando acalmar os ânimos, D.Pedro criou um ministério só de brasileiros, mas logo depois desfez este ministério pois não acatava totalmente suas ordens. Então, resolveu criar outro ministério, que só tinha portugueses, o que agravou de vez sua situação. Os liberais foram às ruas contra este ministério e D.Pedro tentou acabar com as manifestações, mas não contou com o apoio de ninguém, e então decidiu abdicar ao trono em favor de seu filho, que só tinha 5 anos d idade.
Com o período regencial, o Brasil ficou dividido em 3 grupos diferentes que dominaram a vida publica brasileira: o grupo dos restauradores, que lutavam pela volta de D. Pedro.E a volta ao antigo regime. Comerciantes portugueses ligados ao antigo regime; o grupo dos moderados, que lutava pela unificação do territorial do país. Defendiam a monarquia mas eram contrários ao absolutismo; e o grupo dos liberais exaltados, que lutavam pela descentralização do poder, pela autonomia das províncias, e muitos desejavam o fim da monarquia e queriam a república.
Com o segundo reinando, encontra-se que preocupados com a grande quantidade de rebeliões, o partido liberal passa a defender a idéia de antecipação da maioridade de D. Pedro . Com isso foi fundado o Clube da Maioridade. Em 1840 a Assembléia aprovou a tese de maioridade, e D. Pedro apesar dos 15 anos se tornou imperador. O primeiro ministério foi formado por representantes do partido liberal. Foi criado o cargo de presidente dos ministros, que caracterizou a criação do parlamentarismo. Mas no Brasil, foi conhecido como parlamentarismo às avessas, pois o legislativo não tinha autonomia, pois o poder moderador que o imperador detinha, fazia o que queria. Durante o II reinado, 2 partidos fizeram parte deste período. O Liberal e o Conservador. Eles tinham as mesmas ideologias, mas durante as eleições brigavam entre si por motivos meramente individuais.essas eleições foram conhecidas como eleições do cacete. Durante todo o II reinado eles se intercalaram no poder. O eixo econômico muda do nordeste/norte para o centro/sul A decadência das lavouras tradicionais da cana de açúcar, algodão e tabaco e exsurge-se o novo gênero, o café.
Quando, enfim, ocorre o fim da escravatura, os donos de terra pararam de apoiar o imperador, as manifestações republicanas crescem e é criado o partido republicano paulista, que por não aceitarem mais serem mandados pelo imperador a igreja também se revolta contra ele e os militares também se revoltam por não terem sido reconhecidos pela sua vitória na guerra do Paraguai. Com todos esses problemas, e sem nenhum apoio, D Pedro tenta reformar o país, mas já era tarde, e o Marechal Deodoro da Fonseca já havia declarado a republica, enviando uma carta a D. Pedro e pedindo que ele fosse embora do Brasil junto com a família. E foi o que fez d Pedro. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
COSTA, Luís C. Amad - HISTÓRIA DO BRASIL. São Paulo: Scipione, 1997
COTRIM, Gilberto. História do Brasil. Saraiva. São Paulo. 1993.
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NOVAIS, Fernando (Org). História da vida privada no Brasil: Império – a corte e a modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro: FGV, 2000.
VIANA, Moacir da Cunha. Ensino Fundamental. Didática Paulista. São Paulo. 1998.
VIOTTI, Emilia da Costa. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo, 1987




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