ENCRUZILHADAS (Imagem: Dont
Lose Your Soul At The Crossroads Painting, do artista plástico estadunidense Otis L Stanley) - – Na precisão do agora
constato: caminhos, estradas, veredas. Encruzilhadas muitas. Pra lá, não sei;
pra cá, muito menos. Ali tudo é ignoto; acolá, mais ainda. Nunca temi o
insólito, até me apraz, mas já me arrepiei em muitos carreirões por nada. A descoberta
é o triunfo do aprendizado. Vou, não vou: oscilo, titubeio. E passei a vida
inteira barco sem leme ao sabor da sorte e brigando comigo mesmo. Sempre quis
ser melhor, maior e mais do que sou. Quando falhei nos meus intentos, uma
guerra de fúria e prantos. Muito agi duas três vezes sem pensar, ou pensei
demais pra escolher: deu tudo errado. Ou eu não soube avaliar a alternativa ou
não aprendi com o escolhido. Quantas vezes eu fui e não devia ter ido. Quantas vezes
fiquei quando não podia ter ficado. Sempre tive pouca paciência e mandei ver,
depois a certidão da bobagem feita no meio de toda evanescência. Pra esquerda, seguia.
Por que não pela direita? E me condenava e me castigava. Quantas bifurcações eu
encarei a todo instante. Quantas vezes lavei o peito com o choro do
desapontamento e do fracasso. Quantas vezes esmurrei os ventos e as paredes no
cúmulo dos azarados, enquanto morria pelos êxitos alheios. Quanto quis ter e na
hora de ser, não soube o que fazer. Quantas vezes passageiro à deriva dos
dissabores eu sonhava que ia dar certo. E deu, só não entendia bem tudo porque
não tinha aprendido a discernir entre o certo e o errado de verdade. Para mim
só era certo o que meu desejo egoísta impunha e perdia a chance de aprender. Quanto
tempo perdi com caprichos, expectativas, idealizações, quando, na verdade, o
coração não teve maturidade para aprender que a dúvida e as escolhas são as
formas de estarmos vivos, protagonizando a própria existência. Quanto a gente
se desgasta com o ímpeto emocional do sucesso, findando desmotivado, exaurido,
lastimável. Não sabia que cada trilha possuía um ônus, muito menos que era pra
assumir todos os riscos e oportunidades da seleção feita. Não havia aprendido a
lição daquele momento porque o desejo do umbigo estava acima de tudo. E perdia a
oportunidade de ter vivido um momento que certamente seria maravilhoso e que
assim não foi só porque não se apresentava da forma ambicionada. Não sabia do
hoje construído no ontem e que sou agora pro amanhã. Não sabia, além da
tempestade negra, o Sol brilha. E o vejo agora mesmo sob o maior toró que
desagua escurecendo tudo. Não sabia, nada é fatal ou fruto do acaso. A culpa é
só minha se hesitei, hoje me aventuro a sorrir. Devia ter seguido a fagulha
inspiradora e ter feito os ajustes às circunstâncias mutáveis. Não fiz, agora
faço. Nunca é tarde. Aprendo e reaprendo. A vida é como o corpo da mulher amada:
muitos caminhos, todas as possibilidades. Sigo a intuição e o meu pensamento é salubre
com o sorriso do Sol na vida. (Luiz Alberto Machado). Veja mais aqui.
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