BACALHAU
DO BATATA
Luiz Alberto Machado
Eis que ela surge toda valquirie Freya como um gênio da lâmpada
a me dispor a satisfação de todos os meus desejos, para quem no maior desamparo
havia perdido a noção de ser feliz. É ela passista com seu riso de Sol e sou
seus olhos vivos de espanto quando me flagram mais que apaixonado no embalo de
suas promessas que são mais que quenturas de todos os seus anseios. Sou sua boca sedutora com todos os beijos
anímicos que se apossam dos meus e me tomam de mim o que sou de tão enlevado. Sou o balanço dos seus seios no bustiê
verde de esperança, luz e ar, que me dão guarida preu esquecer o passado e
viver o futuro que começou agora. Sou o remelexo dos seus quadris guardados
pelo shortinho minúsculo que me faz hospedeiro do calor de seu ventre ávido no
cio. Sou o sacolejo de suas pernas e coxas
prazerosas que convidam pra dança das ondas de todos os mares mais que revoltos
de paixão. Sou sua carne sensual da pele de nuvem
com todos os desejos irrefreáveis que me roubam do que sou para me fazer refém de
todas as suas vontades sedentas de prazer. E vou frevando como quem vai no Bacalhau
do Batata pelas ladeiras da Sé do seu corpo de Olinda e mais que buliçoso
invado a sua Rua do Bonfim, os seus Quatro Cantos, Ribeira, Varadouro, Largo do
Amparo até o Carmo, onde cravo minha mais completa expressão de gozo e
felicidade. Ah, nunca fui tão feliz!
DITOS & DESDITOS – O amor é quando
começamos por enganar a nós mesmos e terminamos por enganar a outra pessoa.
Pensamento do escritor e
dramaturgo britânico Oscar Wilde (1854-1900). Veja mais aqui.
A PSICOLOGIA DAS EMOÇÕES - [...] O representante temporal da força cósmica primordial, não importando se
é chamada de sexualidade, libido, ou id. O ego, simultaneamente, apenas é forte
no grau em que ele é o
representante desta força primordial, e a intensidade desta força representada
no indivíduo denominamos de vontade. [...] Portanto, a partir do ponto de vista da psicologia das emoções, a
consciência se mostra como um problema relativo ao tempo, no sentido de que o
tempo representa a forma da consciência, e por meio deste fator de tempo, faz
com que os diferentes conteúdos apareçam como prazer ou dor. A vontade, como a
força direcionadora constante, luta constantemente para prolongar a prazerosa
percepção de sua afirmação por meio da consciência, de modo a tornar o
sentimento de felicidade duradouro, ou seja, redentor. Na medida em que esse
prolongamento é bem-sucedido, é percebido como dor porque se torna uma
obrigação. [...] vontade, culpa e
consciência se colocam diferentemente, porque a vontade, qualquer que seja a
forma pela qual seja compreendida ou interpretada, se mantém como uma força em
constante operação, enquanto a consciência, acima de tudo, é uma qualidade, um
estado, e como tal é passiva e temporária, e, na verdade, momentânea. [...].Trechos
extraídos da obra Truth and reality (W.W. Norton, 1978), do
psicanalista, escritor, professor e terapeuta austríaco Otto Rank (1884-1939).
DESERTO DO REAL – [...] A
verdadeira paixão do século XX por penetrar a Coisa Real (em última instância,
o Vazio destrutivo) através de uma teia de semblantes que constitui a nossa
realidade, culminou assim na emoção do Real como o “efeito” último, buscado nos
efeitos especiais digitais, nos reality shows da TV e na pornografia amadora,
até chegar aos snuff movies. Esses filmes que oferecem a verdade nua e crua
são, talvez, a verdade última da Realidade Virtual. [...] O ardil (ideológico),portanto, está em
manter o objeto a uma certa distância, a fim de sustentar a satisfação derivada
da fantasia: “Se eu tivesse x, poderia realizar meu sonho”. A ideologia regula
essa distância fantasística como que para evitar o Real no impossível, isto é,
os aspectos traumáticos implicados em qualquer mudança real (impossível). [...].
Trechos extraídos da obra Bem-vindo ao
deserto do Real!: cinco ensaios sobre o 11 de Setembro e datas relacionadas
(Boitempo, 2003), do filósofo, teórico crítico e cientista social esloveno Slavoj
Žižek. Veja mais aqui.
SER QUEM É - [...] Não
bastaria apostar na singularidade de cada individuo e defende-lo por si mesmo,
pois haveria o risco, mais uma vez, de cair no circuito nauseante de
transformar o singular uma mônada isolada e liberada de toda relação e
transcendência. [...] Trata-se de
estabelecer uma composição na qual os seres envolvidos se mantém singulares,
diferentes, do começo ao fim da relação: a composição entre eles realça tais
diferenças sem, contudo, degradar qualquer uma delas em proveito de outras.
[...]. Trechos extraídos de Corpos de
passagem: ensaio sobre a subjetividade contemporânea (Estação Liberdade,
2001), da historiadora Denise Bernizze
Sant’Anna.
O INVASOR – O filme O invasor (Brasil, 2001), trata da história de dois sócios de uma
construtora que contratam um assassino profissional para matar o terceiro sócio
e amigo, pois querem mudar os rumos dos negócios. Cumprido o acordo, o
assassino resolve trabalhar na construtora e interferir na empresa. Conquista a
filha do sócio que assassinara, passando a morar em sua casa. Faz-se
ameaçadoramente presente em todas as facetas da vida dos amigos e sócios. Um
deles, contudo, não consevue conviver com essas pressões, sentindo-se ameaçado
a ponto de perder a sanidade mental, indo a polícia para delatar o sócio.
Aborda sobre atos e consequências, responsabilidade, liberdade, numa amostragem
da violência em todos os níveis sociais e da crise de valores vivenciada pela
sociedade contemporânea.
Veja mais sobre:
Aijuna, o mural dos desejos florescidos aqui.
E mais:
Crônica de amor por ela aqui.
O Recife do Galo da Madrugada aqui.
Utopia, Charles Dickens, Alfred Adler,
Carybé, Rogério Duprat, Hector Babenco, Sonia Braga & Tchello D’Barros aqui.
A psicanálise de Karen Horney & o
papo da tal cura gay aqui.
A hipermodernidade de Gilles Lipovetsky
& a trajetória Tataritaritatá aqui.
Três poemetos da festa de amor pra ela aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA;
Imagem: O beijo, de Graham Dean
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
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