SÉTIMO SELO – O premiadíssimo drama O sétimo sel0 (Det sjunde
inseglet,1956), escritor
e dirigido pelo dramaturgo e cineasta sueco Ingmar Bergman (1918-2007),
baseado numa peça de teatro de autoria do próprio diretor, é ambientado em dos
mais dos mais obscuros e apocalípticos períodos da Idade Média, filmado sob os
efeitos traumáticos da II Guerra Mundial, remetendo ao medo da morte
explicitado no livro bíblico do apocalipse. Trata de um cavaleiro da Cruzada da
Fé que retorna à sua terra natal e lá encontra a peste e a morte. Ao se
encontrar com a morte personificada, propõe uma negociação por meio de uma disputa
de xadrez. O destaque do filme é a atriz sueca Bibi Anderson. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
A VIDA CONTEMPLATIVA, DE ALAN WATTS - [...] A
realidade é que essas esperanças messiânicas e apocalipticas no futuro desviam
a atenção do místico da sua preocupação essencial pelo Momento Eterno e
encorajam uma dependência em relação à mera passagem do tempo como um veículo
de graça e crescimento. A concomitância de nossa perigosa crise ecológica com a
súbita expansão da tecnologia da comunicação de massa não sugere, na verdade,
que o mundo esteja em uma situação apocalíptica ou mesmo escatológica, em um
período de revelação catastrófica e de desastre iminente. Por vezes, quando se
tem a impressão de que o futuro nos está falhando, é bastante natural que
ocorra uma ressurgencia de religião e de interesse pelas coisas eternas: é o
nosso único recurso. Isso pode não ir além do conforto supersticioso da magia e
da fantasia ou do refugio, em desespero, na proteção do Altíssimo; mas, por
outro lado, pode também ser algo como a sensação irresistível de abandono e paz
que ocasionalmente se apossa das pessoas que se defrontam com a morte. Em tais
ocasiões, não há como escapar ao fato de que o ego humano, na procura da felicidade,
do poder e da integridade, e com toda a sua vontade e inteligência, chegou a
uma situação de perplexidade. Até mesmo o conforto da crença e da esperança
religiosa parece vazio, não passando de simples formas fantásticas e refinadas
de tentativa de salvar a extinção as nossas personalidades cuidadosamente
elaboradas. A personalidade, entretanto, é um fantasma ainda menos substancial
que o nosso corpo, consistindo em um trabalho efêmero da arte que, como uma
composição musical, se desvanece ao ser tocada; ao se fazer, porém, o silêncio,
ouve-se uma outra melodia, pois estamos reduzidos à inocente simplicidade de
ouvir aquilo que acontece agora. Nisso realmente se resume o misticismo
contemplativo – estar consciente, sem julgamento ou comentário, do que realmente
está acontecendo neste momento, tanto em nosso intimo como exteriormente, sem
nos apercebermos sequer de nossos pensamentos involuntários, como se não
passassem de mero ruído de chuva. Tal comportamento só é possível quando está
claro que não há mais nada a fazer, nem meio de progredir ou recuar. Aguarda
sem prensar, pois ainda não estás pronto para tal: assim, a escuridão será a
luz e a quietude, a dança. Assim, quando não há passado nem futuro, as portas
da percepção se abrem e vemos tudo como realmente é – infinito. Todos aqueles
que jamais se deixaram reduzir a essa simplicidade sentirão, certamente, que se
trata de uma árida supersimplificação, que deve haver muito mais do que isto –
em matéria de doutrinas, preceitos e práticas – para se obter uma efetiva
consciência religiosa. aqui, então, serão expostas todas as velhas objeções à
negatividade das ideias místicas, à dissolução do Deus, nosso Pai, na divina
escuridão ou nuvem do desconhecimento dos místicos ocidentais, ou no Vazio
informe dos budistas. Não se pode senão reiterar o ponto de que o místico
somente nega os conceitos e ídolos de Deus, e desse modo, abre as portas da
percepção, com a crença de que, se Deus é real, não precisa ser procurado em
qualquer direção especifica ou concebido de qualquer modo especial. Para ver a
luz, é somente necessário parar de sonhar e abrir os olhos. A VIDA CONTEMPLATIVA – O livro A vida contemplativa: um estudo sobre a
necessidade da religião mística pelo guia espiritual da juventude moderna,
do filósofo e escritor britânico, Alan Wilson Watts (1915-1973), trata de temas
como a época do espírito, a dádiva da união, a realização da união, a
existência de Deus, o coração de Deus, a vida de ação e a vida contemplativa.
Veja mais aqui, aqui e aqui.
REFERÊNCIA
WATTS, Alan. A vida contemplativa:
um estudo sobre a necessidade da religião mística pelo guia espiritual da
juventude moderna. Rio de Janeiro: Record, 1971.
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