SONSA – Imagem: Gone, But Not
Forgotten (1873), do artista plástico John William Waterhouse (1849 –
1917) - Toda sexta-feira, meio-dia em ponto, ela
agarra no tronco e me diz: toda sua. E se esfrega já nua, anjo e demônio. Maior
pandemônio, maior ventania. Faço pontaria nela oferecida a me dá por guarida
suas cercanias. Vou pra montaria e nela me atrepar e sem blá, blá, blá, no seu
alvo alado. Apruma o rebolado com manha de sonsa, a me dá por responsa seus
segredos guardados. E todo malcriado e perito artesão, predador e pagão, batizo
os pecados. Nesse campo minado me faz candelabro esfregando o escalavro do seu
poço imenso. E já me convenço de sua alma mundana que a safada sacana deixa
descoberta. E mais inquieta me dá suas minas que queima a retina e cobiça o
capacho. Se atreve o meu cacho, minha flecha na maçã, nem até amanhã não apaga
o meu facho. O céu vai abaixo e não há nada igual. Nesse manancial o prazer não
tem preço. Ela vira do avesso, o dedo na tomada, que atrevida e aprumada sobe
todas as alturas. E cai na fundura me faz seu arrimo, me cobrindo de mimo e
toda afogueada. Mais afeiçoada no nosso escambo, ela geme ao meu mando, toda
ruidosa. E mais que gulosa arreia atiçada, toda engatilhada dos desejos maiores.
E com garras piores, e doido varrido vou impor-lhe o castigo das ousadas
vontades. E vou com alarde e com toda ganância vasculhar as instâncias ignotas
do corpo. E vou com escopo na entrega gostosa a roubar seu cheiro de rosa e
toda a sua essência. Vai fazer diferença pegá-la escrava, como enxada que cava
seu lombo e costado. Eu puxo e puxado, arranco ferrolho, e descasco o repolho,
do seu dorso o penhor. Eu me faço senhor a fincar as bandeiras nas entradas
fagueiras do seu território. Sou dono meritório dessa graça opulenta, mais de
oito ou oitenta, sou explorador. E ela só: sim, senhor! Rendida fremindo com
tudo tinindo, maior saculejo. E me enche de beijo a quedar minguada, lambida e
chupada até o último gole. E seu jeito me bole como bem a merece, me faz sua
prece, seu altar e pastor. E do seu alcandor no fogo da paixão, me aperta um
tempão a suspirar de amor. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS – Uma: O que vai, volta. Só dá erro? Um dia
acerta. Desistir? Jamais. Sigo em frente, entre obstinação e firmeza. Eu quero
é botar meu bloco na rua! Outra: Se a noite de breu parece eterna, lembre-se: o
Sol nasce paratodos!!! (LAM)
ALGUÉM FALOU, SE LIGA – As coisas
mais desagradáveis que os nossos piores inimigos nos dizem pela frente não se
comparam com as que nossos amigos dizem de nós pelas costas. Pensamento do
poeta, novelista e dramaturgo francês Alfred Musset (1810-1857). Veja
mais aqui.
MODERNIDADE – [...] Pode acontecer então que voltar atrás seja uma maneira de seguir
adiante: lembrar os modernistas do século XIX talvez nos dê a visão e a
coragem para criar os modernistas do século XXI. Esse ato de lembrar pode
ajudar-nos a levar o modernismo de volta às suas raízes, para que ele possa
nutrir-se e renovar-se, tornando-se apto a enfrentar as aventuras e os perigos
que estão por vir. Apropriar-se das modernidades de ontem pode ser, ao mesmo
tempo, uma crítica às modernidades de hoje e um ato de fé nas modernidades – e
nos homens e mulheres modernos – de amanhã e do dia depois de amanhã.
[...]. Trecho
extraído da obra Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da
modernidade (Companhia das Letras, 1986), do filósofo e escritor estadunidense Marshall
Berman (1940-2013). Veja mais aqui.
A MENTIRA – [...] A mentira comporta uma
manifestação de tipo performativa, implicando uma promessa de verdade, mesmo lá
onde ela é traída, a partir do momento em que deseja também criar um acontecimento,
produzindo um efeito de crença lá onde não há nada a ser aceito, ou, muito menos,
lá onde nada se esgota numa constatação. Simultaneamente, porém, essa
performatividade implica a referência a certos valores de realidade, de verdade
e de falsidade, que são considerados independentes da decisão performativa. [...]. Trecho extraído da
obra Breve storia della menzogna (Alberto
Castelvecchi, 2006), do filósofo francês Jacques Derrida
(1930-2004). Veja mais aqui.
NÓS,
QUEM SOMOS? – [...] De dia, somos
criaturas sociais, mas à noite mergulhamos no mundo dos sonhos, onde reina a
natureza, onde não existe lei mas apenas sexo, crueldade e metamorfose. [...]. Trecho extraído da obra Personas sexuais - arte e decadência de Nefertite a Emily Dickson (Companhia
das Letras, 1993), da professora e crítica social Camille Paglia.
A ARTE DE CARMEN
JUAREZ MEDINA
A arte da artista plástica espanhola Carmen Juarez Medina.
MARCHA DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Acabou
nosso carnaval
Ninguém
ouve cantar canções
Ninguém
passa mais brincando feliz
E
nos corações
Saudades
e cinzas foi o que restou
Pelas
ruas o que se vê
É
uma gente que nem se vê
Que
nem se sorri
Se
beija e se abraça
E
sai caminhando
Dançando
e cantando cantigas de amor
E
no entanto é preciso cantar
Mais
que nunca é preciso cantar
É
preciso cantar e alegrar a cidade
A
tristeza que a gente tem
Qualquer
dia vai se acabar
Todos
vão sorrir
Voltou
a esperança
É
o povo que dança
Contente
da vida, feliz a cantar
Porque
são tantas coisas azuis
E
há tão grandes promessas de luz
Tanto
amor para amar de que a gente nem sabe
Quem
me dera viver pra ver
E
brincar outros carnavais
Com
a beleza dos velhos carnavais
Que
marchas tão lindas
E
o povo cantando seu canto de paz
Seu
canto de paz
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