segunda-feira, janeiro 18, 2016

POR VOCÊ, SAFO, DELEUZE, GUATTARI, DOURADO, DÁSKALOS, KHADJA NIN & MUITO MAIS!!!


CRÔNICA DE AMOR POR ELA: POR VOCÊ - (Imagem: Vídeo/Arte de Meimei Corrêa) Por você tenho estado a levitar incólume pelas nuvens mágicas do amor, a cantar o Exagerado de Cazuza para orbitar contumaz toda flor de sua emanação. Por você tenho dedicado todo infrene teor do meu verso lascivo, toda meta da minha perseguição da felicidade, todo meu corpo, minha alma, ideias e pensamentos e já não consigo distinguir o que é meu de seu nessa correspondência para lá de imantada pelos nossos mais aderentes desejos. Por você sigo perseverante a desafiar de deus, do mundo e de tudo, a fazer da minha crença apenas a sua deificação. Por você vou rompendo barreiras porque recito de cor um a um dos cinco mil versos d´Os Cantos de Pound enquanto aliso a corcova de suas ancas miríficas onde perco todos os pontos cardeais afiançando a valia de todos os seus atributos. Por você subestimo convenções porque quero passear de mãos dadas e trocando beijos apaixonados no meio do espetáculo da aurora boreal até a austral e vê-la seguir com o meu monograma tatuado no seio como o distintivo do nosso amor. Por você vasculho o universo de sua compleição, faço surf no tsunami de suas carnes, viro goleador no Maracanã do seu ventre, percorro a nado todo Amazonas de suas águas profundas, faço happy hour na lua dos seus seios, enfrento a fera do seu desejo exaltado e recolho de sua mais absoluta e íntima graciosidade todos os acepipes exatos da minha esfomeada vontade de você. Por você todo limite usurpado no fogo insano do prazer a ponto de não haver extintor de incêndio capaz de apagar a feroz volúpia de possuí-la a mais das suas dimensões angulares. Por você toda exata e possessa como uma naja de capuz estufado, premida pela necessidade excitante de ver-me enveredar por seu olho pidão, por seus lábios bons de beijar, pelos seios de todos os sabores, pelas pernas carnudas, nádegas voluptuosas até o ventre ávido com nuto pro concúbito. Por você terei o muito de todo tudo, porque na paixão, o que for demais além da infinitude, para o querer, ainda é muito pouco. (Luiz Alberto Machado. Veja o clipe do poema aqui. E mais aqui, aqui , aqui e aqui).

CONFIRA MAIS CRÔNICA DE AMOR POR ELA:













 
PICADINHO


Imagem do artista plástico Eduardo Schloesser.

Curtindo o álbum Ya ... (Mondo Melodia, 1998), da cantora e instrumentista burundiana Khadja Nin.

EPÍGRAFE – O homem é como um grão de pimenta. Enquanto o não morderes, não saberás como queima. Provérbio africano. Veja mais aqui.

DO CAOS AO CÉREBRO – No livro O que é filosofia? (34, 1992), do filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995) e do filósofo, psicanalista e militante revolucionário francês Félix Guattari (1930-1992), destaco o trecho: [...] Não se trata de dizer somente que a arte deve nos formar, nos despertar, nos ensinar a sentir, nós que não somos artistase a filosofia ensinar-nos a conceber, e a ciência a conhecer. Tais pedagogias só são possíveis, se cada uma das disciplinas, por sua conta, está numa relação essencial com o não que a ela concerne. O plano da filosofia é pré-filosófico, enquanto o consideramos nele mesmo, independentemente dos conceitos que vêm ocupá-lo, mas a não filosofia encontra-se lá, onde o plano enfrenta o caos. A filosofia precisa de uma não-filosofia que a compreenda, ela precisa de uma compreensão não-filosófica, como a arte precisa da não-arte e a ciência da não-ciência. Elas não precisam de seu negativo como começo, nem como fim no qual seriam chamadas a desaparecer realizando-se, mas em cada instante de seu devir ou de seu desenvolvimento. Ora, se os três não se distinguem ainda pela relação com o plano cerebral, não mais se distinguem pela relação como caos no qual o cérebro mergulha. Neste mergulho, diríamos que se extrai do caos assombrado "povo porvir", tal como a arte o invoca, mas também a filosofia, a ciência: povo-massa, povo-mundo, povo-cérebro, povo-caos. Pensamento não-pensante que se esconde nos três, como o conceito não conceitual de Klee ou o silêncio interior de Kandinsky. É aí que os conceitos, as sensações, as funções se tornam indecidíveis, ao mesmo tempo que a filosofia, a arte e a ciência, indiscerníveis, como se partilhassem a mesma sombra, que se estende através de sua natureza diferente e não cessa de acompanhá-los. Veja mais aqui, aqui e aqui.

AS IMAGINAÇÕES PECAMINOSAS – No livro As imaginações pecaminosas (Rocco, 2005), do escritor, advogado e jornalista Autran Dourado (1926-2012), destaco o trecho do conto Um ajuste de contas: De repente, no campinho, sem que ao menos suspeitasse que estava sendo seguido, Valeriano se viu cara a cara com Orozimbo Preto. Não pôde fazer nada senão erguer os braços para se mostrar desarmado e entregue. Porque Orozimbo Preto já estava de arma em punho, engatilhada. A arma era um Agaó com mola Smith, muito parecido com um que ele teve de deixar às pressas na casa de Natália quando saltou a janela e o muro, seguido de gritos e tiros. A voz era do coronel Justino Pessegueiro de Sousa, mas ele não vinha sozinho. Valeriano não tinha chegado a se desvestir, apenas tirara o cinturão com o coldre e o revólver Agaó. Ainda tentou apanhar a arma, mas Natália, fingindo que sem querer, lhe barrou o caminho. Melhor perder umAgaó do que perder a vida, pensou ligeiro. Viu logo que tinha caído numa esparrela, tudo por obra e graça de Natália, a quem vinha seguindo desde que o coronel Justino a tirara do bordel da Ponte e montara casa para ela. O coronel gostava de carne nova e era muito cioso das suas mocinhas. Por causa dela dois já tinham perdido a vida: o irmão que matara Quincas em defesa da honra e fora morto por Orozimbo Preto, que do alto da torre da Igreja do Carmo espiava os dois se defrontarem. Durante alguns dias andou escondido, com medo de uma vingança do coronel. [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.

QUANDO EM MORRER & O PORTO – Do livro Poesias (1961) do poeta angolano Alexandre Dáskalos (1924-1961), destaco inicialmente Quando eu Morrer: Quando eu morrer / não me dêem rosas / mas ventos. / Quero as ânsias do mar / quero beber a espuma branca / duma onda a quebrar / e vogar. / Ah, a rosa dos ventos / a correrem na ponta dos meus dedos / a correrem, a correrem sem parar. / Onda sobre onda infinita como o mar / como o mar inquieto / num jeito / de nunca mais parar. / Por isso eu quero o mar. / Morrer, ficar quieto, / não. / Oh, sentir sempre no peito / o tumulto do mundo / da vida e de mim. / E eu e o mundo. / E a vida. Oh mar, / o meu coração / fica para ti. / Para ter a ilusão / de nunca mais parar. Também o poema O porto: Havia nos olhos postos o sentido / de não vencerem distancias. / Calados, mudos, de lábios colados no silêncio / os braços cruzados como quem deseja / mas de braços cruzados. / Os navios chegavam ao porto e partiam. / Os carregadores falavam da gente do mar. / A gente do mar dos que ficam em terra. / As mercadorias seguiam. / Os ventos, dispersos na alma do tempo, / traziam as novas das terras longínquas. / Segredavam-se em noites e dias / a todos os homens / em todos os mares / e em todos os portos / num destino comum. Os navios chegavam ao porto / e partiam... Veja mais aqui.

SAPPHO DE LESBOS - Tive oportunidade de assistir em 2001, uma montagem de Os Satyros, no espaço deles em São Paulo, a peça teatral Sappho de Lesbos, de Ivam Cabral e Patricia Aguille, com direção de Rodolfo Garcia Vázquez. A peça conta a história da poeta grega Safo (séc. VII-VI aC), considerada a décima musa pelo respeito que sempre lhe dedicaram, umas das mais importantes contraditórias da antiguidade clássica. Embora tenha se tornado um símbolo do homossexualismo feminino, ela teve muitos amores masculinos e uma filha e foi obrigada a exilar-se na Sicília por problemas políticos de sua família aristocrática. Veja mais aqui e aqui.

CINQUENTA TONS DE CINZA – O filme Cinquenta tons de cinza (Fifty Shades of Grey, 2015), dirigido por Sam Taylor-Wood, baseado no romance erótico homônimo (2011), da escritora britânica Erika Leonard James, conta a história de uma estudante na universidade e, em virtude de doença de sua colega de quarto, ela vai entrevista um rico empresário e se envolvem num complicado relacionamento. O destaque do filme vai para a atriz e modelo estadunidense Dakota Johnson. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
Ilusions, da artista plástica brasileira Regina Silveira.

DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à cantora Kel Monalisa.

TODO DIA É DIA DA MULHER
Veja as homenageadas aqui.


MARIA RAKHMANINOVA, ELENA DE ROO, TATIANA LEVY, ABELARDO DA HORA & ABYA YALA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Triphase (2008), Empreintes (2010), Yôkaï (2012), Circles (2016), Fables of Shwedagon (2018)...