
CONFIRA MAIS CRÔNICA DE AMOR POR ELA:
PONTE SOBRE ÁGUAS TURVAS
PICADINHO
Imagem: a arte do pintor e escultor
português Rui Carruço.
Curtindo o álbum O tempo e o branco
(Tratore, 2014), da cantora e compositora Consuelo de Paula.
EPÍGRAFE
– Na vida real, os homens não escapam de sua situação de
personagens, eternamente empenhados, como no palco, em manter uma forma e
vestir sua aparência
[...] A arte vinga a vida. Na criação
artística o homem se torna Deus -, do dramaturgo e escritor siciliano Luigi Pirandello (1867-1936). Veja mais
aqui, aqui e aqui.
CIBERARTE – No livro Cibercultura: tecnologia e vida social na cultua contemporânea
(Sulina, 2007), do sociólogo André Lemos,
encontro no IV Capítulo – Corpo e Tecnologia, que: [...] A ciberarte aproveita o potencial das novas tecnologias para explorar
os processos de hibridização da cibercultura contemporânea. Em síntese, a
ciberarte tem, no processo de virtualização, digitalização e desmaterialização
do mundo, a sua força e particularidade. Ela é interativa e atua dentro de
processos híbridos da cultura contemporânea (o espaço, o tempo e o corpo). Por
ser imaterial, a arte eletrônica não se consome com o uso e pode circular ao
infinito, escapando da lei entrópica da sociedade de consumo. É nesta
circulação frívola de buts que está o coração da arte eletrônica da
cibercultura. Mas sensual e intuitiva do que racional e dedutiva, a ciberarte
tenta produzir novos espaços de experiências estéticas e interativas, sob a
energia do digital. Veja mais aqui.
COMO
O “HOMEM” CHEGOU – No
livro Clara dos Anjos (1948), e do
escritor Lima Barreto (1881-1922), encontro o conto Como o homem chegou,
que narra a busca absurda por um prisioneiro demente que deve ser trazido da
Amazônia para o Rio de Janeiro. Da obra destaco o trecho: [...] Tomava a condução que o devia trazer à
cidade, quando a lembrança do meio de transporte do dementado lhe foi presente.
Ao guarda-civil, ao representante da Sili na zona, perguntou por um instante: -
Como há de vir o “sujeito”? O guarda, sem atender diretamente à pergunta,
disse: - É... é, doutor; ele está muito furioso. Cursono pensou um instante,
lembrou-se dos seus estudos e acudiu: - Talvez um couraçado... o “Minas Gerais”
não serve? Vou requisitá-lo. Hane, que tinha prática do serviço e conhecimento
dos compassivos processos policiais, refletiu: - Doutor: não é preciso tanto. O
“carro-forte” basta para trazer o “homem”. Concordou Cursono e olhou as alturas
um instante sem notar as nuvens que vogavam sem rumo certo, entre o céu e a
terra. [...]. Veja mais aqui e aqui.
PRESENTE – No livro Mar de sargaços
(1985), da poeta Regine
Limaverde, destaco o poema Presente: Hei de me dar a ti / em nada mais / do que
sou: / em alegria, esperança, / - itinerário do amor. / Aqui estou: / (um
presente a mais / dos muitos que te dei). / Minha vida acesa / chama,
interminável / carregada de verdes. / Um ponto de pó / carrego comigo. / Um
ponto de pó / molhado de lágrimas! / Hás de me ter mais / em risos do que em
lágrimas / não sou vertente de rios. / Minhas águas são navegáveis. / Tu me
verás mais / ao dia. / Sou bicho diurno; / A noite me mete medo. / Dar-me-ei a
ti / em nada mais do que sou. Veja mais aqui.
LA BARCA D’AMÉRICA – Tive oportunidade de assistir em 2000, no aconchegante Teatro Crowne
Plaza, em São Paulo, à montagem da peça teatral La Barca D’América, do dramaturgo, escritor e comediante italiano Dario Fo, com direção de Herson Capri e Susan Garcia, um monólogo que conta a descoberta
e a colonização da América, contada por um marinheiro italiano que naufraga na
costa americana e é aprisionado pelos índios. O monologo acompanha a gradual
mistura de cultura europeia com a nativa. Veja mais aqui e aqui.
LA FEMME DE CHAMBRE DU TITANIC – O drama La Femme de chambre
du Titanic (A Camareira do Titanic, 1997), do cineasta e roteirista espanhol Bigas
Luna (1946-2013), é baseado no romance homônimo de Didier Decoin, contando
a história da de um casal, um trabalhador de fundição que é caso com a mulher
mais bonita da cidade e ela é cobiçada pelo proprietário da fundição. Quando o
marido ganha o bilhete para ver a navegação do Titanic, ele conhece uma linda
jovem é uma das camareiras da embarcação. Essa jovem não tem onde dormir porque
todos os hotéis estão lotados e ele concorda em partilhar o seu quarto, ela
dormindo na cama e ele na poltrona. Contudo, no meio da noite ela tenta
seduzi-lo e finda ele com uma foto dela e, ao regressar, ele é promovido e ao
mesmo tempo encara rumores de envolvimento entre a sua esposa e o patrão.
Torna-se um bêbado para afogar as mágoas, lembrando-se da camareira quando
recebe a notícia do naufrágio. O destaque do filme fica por conta da belíssima
atriz espanhola Aitana Sánchez. Veja
mais aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
Laudanum (1998),
fotogravuras da artista australiana Tracey
Moffatt - O título é uma ironia à droga láudano, usada no século XIX para
acalmar os nervos femininos.
DEDICATÓRIA
TODO
DIA É DIA DA MULHER