
Veja mais:
PICADINHO
Imagem: a arte da artista plástica
britânica Carmen Tyrrel.
Curtindo o dvd A Celebration of Her Unique Enduring Gift
(2007), da violoncelista britânica Jacqueline
Du Pre (1945-1987).
EPÍGRAFE
– Per angustia ad augusta, frase recolhida da cena do quarto ato do drama Hernani
(1830), do escritor, dramaturgo e ativista dos direitos humanos francês, Victor Hugo (1802-1885), de uma frase
latina que era baseada num jogo de palavras que significa por estreitos
caminhos rumo às culminâncias. Veja aqui.
A
MULHER, O PATRIARCADO E A ESCRAVIDÃO
– No livro A mulher na sociedade de
classes: mito e realidade (Quatro Artes, 1969), da socióloga, professora e militante
feminista Helena Iara Bongiovani
Saffioti (1934-2010), encontro que: [...] Historicamente, nas antigas guerras do patriarcado e do racismo, os
vencedores, em suas conquistas no sistema dominação-exploração, as mulheres dos
vencidos eram transformadas em parceiras sexuais de guerreiros vitoriosos ou
por estes violentadas. Anda na época atual isto ocorre. Quando um país é
ocupado militarmente por tropas de outra nação, os soldados servem-se
sexualmente de mulher do que povo que combatem. [...] Na gênese do escravismo constava um tratamento distinto dispensado a
homens e a mulheres. Eis por que o racismo, base do escravismo,
independentemente das características físicas ou culturais do povo conquistado,
nasceu no mesmo momento histórico em que nasceu o sexismo. [...] As mulheres eram preservadas, pois serviam a
três propósitos: constituíam força de trabalho, importante fator de produção em
sociedades sem tecnologias ou possuidoras de tecnologias rudimentares; eram
reprodutoras desta força de trabalho, assegurando a continuidade da produção e
da própria sociedade; prestavam (cediam) serviços sexuais aos homens do povo
vitorioso. Aí estão as raízes do sexismo, ou seja, tão velho quanto o racismo.
Veja mais aqui.
UMA
ROSA PARA EMILY – No
conto Uma rosa para Emily (Cultrix,
1962), do escritor estadunidense e ganhador do prêmio Nobel de Literatura em
1949, William Faulkner (1897-1962),
destaco os trechos: Quando Miss Emily
Grierson morreu, toda a nossa cidade compareceu ao enterro: os homens em
atenção a essa espécie de carinho respeitoso que se tem por um monumento
tombado; as mulheres movidas pela curiosidade de ver o interior de sua casa,
onde ninguém entrara nos últimos dez anos, exceto um velho negro, ao mesmo
tempo cozinheiro e jardineiro. Era um casarão quadrado, de madeira, outrora
branco, decorado de cúpulas, de flechas, balcões, no estilo pesadamente frívolo
da época de 1870 [...] A casa de Miss
Emily era a única, levantando sua decrepitude teimosa e faceira acima dos
vagões de algodão e das bombas de gasolina. [...] Viva, Miss Emily fora uma tradição, um dever e um aborrecimento:
espécie de obrigação hereditária, pesando sobre a cidade desde o dia em que, em
1894, o Coronel Sartóris (o prefeito que baixou o decreto proibindo às negras
saírem à rua sem avental) a isentara do pagamento de impostos, isenção
definitiva, que datava da morte de seu pai. Isto não quer dizer que a Miss
Emily aceitasse a caridade. O Coronel Sartóris inventara a complicada história
de um empréstimo em dinheiro, feito pelo pai de Miss Emily à cidade e que a
cidade, por conveniência própria, preferia reembolsar dessa maneira. Só um
homem da geração e com as ideias do Corornel Sartóris poderia ter imaginado
semelhante coisa, e só uma mulher poderia ter acreditado. [...]. Veja mais
aqui e aqui.
METABÓLICO – Entre os poemas do livro Reflexo (Sioge, 1977), da premiada escritora,
dramaturga e roteirista Lenita Estrela de Sá, destaco o poema Metabólico: Me recuso a deglutir aquela mágoa / se me
apaixono pela ideia do texto. / Prefiro sair por aí / mirar brincos africanos
nas vitrines / marcar o chope, planger bandolins: / “descobrir que as coisas
mudam / e que tudo é pequeno / nas asa da Pan-Air” / ou ler escritos da poeta
urbana / feroz, finesse e fissura / a cabeça no punho da rede e além da calçada
/ Só não quero desaprender a espera / de uma alegria capaz de me prostar. Veja mais aqui.
NO
PALCO A PAIXÃO: CECÍLIO SÁ 50 ANOS DE TEATRO – No livro No palco a
paixão: Cecílio Sá 50 anos de teatro, da premiada escritora, dramaturga e
roteirista Lenita Estrela de Sá, é
desenvolvida uma pesquisa e iconografia do trabalho teatral de Cecílio Sá,
diretor de teatro popular, agraciado com a Medalha do Mérito Timbira por sua
relevante contribuição cultural ao Estado do Maranhão, tendo dirigido quatro
grupos teatrais – Grupo Ateniense, Grupo Arthur Azevedo, Grupo Teatral
renascença e Grupo Teatro Recreativo Amador do Maranhão – GRUTRAM. A obra serve
como importante documento histórico acerca da atividade teatral desenvolvida no
estado do Maranhão. Veja mais aqui.
THE
BLACK DAHLIA – O filme The Black Dahlia (2006), dirigido pelo
cineasta Brian De Palma, é baseado no romance homônimo do escritor James
Ellroy, conta a história da atriz estadunidense assassinada em 1947, Elizabeth
Short (1924-1947), mais conhecida como a Dália Negra, morta por razões e
assassino desconhecidos. Seu corpo foi encontrado mutilado e esquartejado em um
terreno baldio na cidade de Los Angeles, num crime que ficou eternizado não
apenas pela brutalidade, mas principalmente por permanecer até hoje sem
solução. Ela era uma jovem bonita, que estava determinada a ser famosa. O destaque
do filme vai para a atriz canadense Mia Kirshner. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
A arte do escultor francês Jean-Baptiste Pigalle (1714-1785).
DEDICATÓRIA
A edição de hoje é dedicada à escritora,
psicóloga, psicoterapeuta e especialista em desenvolvimento humano em empresas Lia Helena Giannechini & Além do Oceano.