A SOLIDÃO DE
LIZZIE - Lizzie era Elizabeth, uma leonina educada pelos próprios pais: ela vivia
no seio de uma família em Hatton Garden. Lizzie também era Eleanor, a que trabalhou
numa loja de chapelaria e confecções numa jornada extenuante, o que debilitou
sua saúde. Tornou-se modelo para os Pré-Rafaelitas: a sua beleza na
simplicidade. E foi a musa Viola pra cena da Twelfth Night de Deverell: uma
rainha magnificamente alta – na época ser modelo era ato desonroso e sinônimo
de prostituição. Como era bela com seus olhos azul-esverdeados, pálpebras
faustosas, tez brilhante e cabelos dourados cobres, ela foi Sylvia para a
Valentine de Hunt. Aí largou o emprego na chapelaria e passou a trabalhar numa
fábrica em horário parcial enquanto modelava. Daí foi a Ophelia de Millais e
quase morre congelada, sucumbindo a uma severa gripe. Foi Beata Beatrix para
Rossetti – o primeiro amor. Foi artista com seu autorretrato, afora esboços,
desenhos, aquarelas e pintura à óleo, Beyond Ophelia. A sua sedução era
o seu tipo esguio, esbelto com cabelo avermelhado – quando ser ruiva era sinal
de suicídio social à época. Era independente e desenhava suas próprias roupas
nada convencionais e feitas pelo espalhafato dela mesma. Suas vestes
inspiradoras influenciaram a ponto de se tornarem padrão para uma jovem
progressista. Logo expôs Clerk Saunders. Ela foi poeta e o amor pela
poesia nasceu desde muito jovem ao descobrir Tennyson num pedaço de jornal que
tinha sido usado para embrulhar manteiga: os versos melancólicos de amores
perdidos e a impossibilidade do amor verdadeiro. Ela foi a Dove de Rossetti e
uma vida antissocial. A musa tornava-se uma mulher de classe, beleza e lazer às
pinceladas e poses. A influência mútua entre ambos era afinal tumultuada e
problemática. Tornaram-se mitos e boêmios, fora das normas. E ela liberava sua
bandeira desafiando a nomenclatura social. Ela recebeu críticas das cunhadas só
porque seus pais eram da classe trabalhadora, razão pela qual nunca fora
apresentada aos sogros, o que a levou às desconfianças e a períodos doentios e
depressivos. Ela foi então para Paris ressentida pela doença. Estava muito
frágil quando seguiu para Nice para cuidar da saúde. Definitivamente casou-se e
viveu uma longa lua de mel com a companhia de dois cachorros recolhidos das
ruas, num casamento com apenas duas testemunhas. Ela era Regina Cordium. E
engravidou, mas sofreu uma morte fetal: a depressão pós-parto. Apareceu o
láudano para suportar a depressão. Novamente engravidou e o amor sucumbiu
definitivamente. Uma overdose de láudano a deixou inconsciente e uma carta de
suicídio aos 32 anos de idade. A mulher pioneira se foi com um poema enterrado
entre os cabelos acobreados e que reluziam como o fogo. Veja mais abaixo e mais
aqui e aqui.
DITOS &
DESDITOS - Perdoa-me por ter transformado minha vida em um sonho de amor!...
Verso do poema A passagem do amor, da poeta e modelo britânica Elizabeth
Eleanor Siddal (1829-1862), autora dos versos: Todas as mudanças passam
por mim como um sonho, \ eu não canto nem rezo; \ E tu és como a árvore
venenosa \ Que roubou minha vida... É também autora do poema A luxúria
dos olhos: Não me importo com a alma da minha Senhora, \ embora eu adore seu
sorriso; \ não me importa onde estará o objetivo da minha Senhora, \ quando sua
beleza perder seu encanto. \ Sento-me aos pés da minha Senhora, \ Olhando
através de seus olhos selvagens, \ Sorrindo ao pensar em como meu amor irá
desaparecer \ Quando sua beleza estelar morrer. \ Não me importa se minha
Senhora reza \ Ao nosso Pai que está no Céu \ Mas de alegria as pulsações
rápidas do meu coração tocam \ Pois a mim seu amor é dado. \ Então quem fechará
os olhos da minha Senhora \ E quem cruzará suas mãos? \ Alguém ouvirá se ela
gritar \ Para as terras desconhecidas? Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: O presente
muda o passado. Olhando para trás você não encontra o que deixou para trás...
Escrever, para mim, significa humildade. É um processo que envolve medo e
dúvida, especialmente se você está escrevendo honestamente... Pensamento da
escritora indiana Kiran Desai, que no seu livro The Inheritance of Loss (Grove Press, 2006), ela expressa que: […]
Poderia a realização ser sentida tão profundamente quanto a perda?
Romanticamente, ela decidiu que o amor certamente deveria residir na lacuna
entre o desejo e a realização, na falta, não no contentamento. O amor era a
dor, a antecipação, o recuo, tudo ao redor, menos a emoção em si. [...] A
tristeza era tão claustrofóbica. [...] Uma jornada uma vez iniciada, não
tem fim [...]. Também no
seu livro Hullabaloo in the Guava Orchard (Grove Press, 2009) ela expressa
que: […] Então, se ela tiver cumprido todos os requisitos para um caráter sólido e
realizações impressionantes, se seus pais tiverem concordado em pagar todas as
contribuições financeiras necessárias, se os adivinhos tiverem decidido que as
estrelas são sortudas e os planetas são compatíveis, todos podem rir de alívio
e erguer seu rosto pelo queixo e dizer que ela é exatamente o que eles estavam
procurando, que ela será uma filha para sua casa. Esta, afinal, é a família do
menino. Eles têm direito ao seu senso de orgulho. [...] Era uma
coisa terrível estar acordado enquanto algumas pessoas voavam, carregando o
mundo sobre suas cabeças, e outras dormiam, reivindicando-o debaixo de seus pés.
[...].
INFÂNCIA, IMAGEM E
LITERATURA: UMA EXPERIÊNCIA PSICOSSOCIAL – O projeto de extensão Infância, Imagem e Literatura: uma
experiência psicossocial na comunidade do Jacaré – AL, aprovado pelo Núcleo de Projetos de Extensão
(NPE), do Centro Universitário Cesmac, desenvolvido pelos graduandos dos cursos
de Psicologia, Jornalismo e Publicidade da entidade, e orientado pelo Professor
Ms Cláudio Jorge Gomes de Morais,
dentro das atividades desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa de Psicologia Social e Formação Humana, realizará
nesta sexta feira, 17 de abril, a partir das 9hs, atividades na comunidade do
Jacaré (AL), dentro do desenvolvimento do respectivo projeto. LEMBRETE: hoje para as crianças
de todas as idades é dia do Programa
Brincarte do Nitolino, a partir das 10hs, com apresentação de Ísis Corrêa
Naves no Projeto MCLAM. Veja detalhes do projeto e do programa aqui, aqui e
aqui. E muito mais aqui.
HIPERMNESTRA –Imagem: Hipermnestra & Liceu. - Na mitologia grega, Hipermnestra ou Amimone era uma Danaide, filha mais velha entre as cinquenta filhas – as Danaides - de Danaus e casada com Liceu. Egito, irmão gêmeo de Danaus, possuía cinquenta filhos que exigiram que o tio desse suas cinquenta filhas para casarem. Danaus, então, entregou a cada uma das filhas uma adaga para que matassem seus maridos enquanto dormissem. Todas cometeram o assassinato atendendo ao pai, exceto Hipermnestra que poupou o seu marido porque ele havia respeitado a sua virgindade. O pai em represália trancafiou-a, enquanto as demais filhas enterraram a cabeça dos seus maridos no pântano de Lerna, resultando no nascimento do monstro denominado a Hidra de Lerna. Como punição pela traição o pai entregou a filha inconfidente à corte dos argivos, porém Afrodite intercedeu em seu favor e a salvou. Tempos depois o pai perdoou a filha e permitiu-lhe que permanecesse casada com Liceu que lhe sucedeu o trono. As demais quarenta e nove Danaides se casaram com vencedores de diversas competições que foram organizadas pelo pai. Veja mais aqui e aqui.
O ATENEU – Da belíssima obra O ateneu (1888 – Ática, 1996), do escritor do Realismo brasileiro Raul Pompeia (1853-1895), destaco os
seguintes trechos: “Vais encontrar
o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” Bastante
experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das
ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do
amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o
poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de
fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento,
têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso.
Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a
mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora
e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. Eufemismo, os
felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade
dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma
em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações
que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base
fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das
horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo
— a paisagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida. [...] Lá estava, a uma cadeira em que passara a
noite, imóvel, absorto, sujo de cinza como um penitente, o pé direito sobre um
monte enorme de carvões, o cotovelo espetado na perna, a grande mão felpuda
envolvendo o queixo, dedos perdidos no bigode branco, sobrolho carregado.
Falavam do incendiário. Imóvel! Contavam que não se achava a senhora. Imóvel! A
própria senhora com quem ele contava para o jardim de crianças! Dor veneranda!
Indiferença suprema dos sofrimentos excepcionais! Majestade inerte do cedro
fulminado! Ele pertencia ao monopólio da mágoa. O Ateneu devastado! O seu trabalho perdido, a conquista
inapreciável dos seus esforços!... Em paz!... Não era um homem aquilo; era um de profundis. Lá estava; em roda
amontoavam-se figuras torradas de geometria, aparelhos de cosmografia partidos,
enormes cartas murais em tiras, queimadas, enxovalhadas, vísceras dispersas das
lições de anatomia, gravuras quebradas da história santa em quadros,
cronologias da história pátria, ilustrações zoológicas, preceitos morais pelo
ladrilho, como ensinamentos perdidos, esferas terrestres contundidas, esferas
celestes rachadas; borra, chamusco por cima de tudo: despojos negros da vida,
da história, da crença tradicional, da vegetação de outro tempo, lascas de
continentes calcinados, planetas exorbitados de uma astronomia morta, sóis de
ouro destronados e incinerados... Ele, como um deus caipora, triste, sobre o
desastre universal de sua obra. Aqui suspendo a crônica das saudades. Saudades
verdadeiramente? Puras recordações, saudades talvez se ponderarmos que o tempo
é a ocasião passageira dos fatos, mas sobretudo — o funeral para sempre das
horas. Veja mais aqui, aqui e aqui.
O BATIZADO DA VACA – Hoje é o Dia Nacional do Humorista
e, nesta ocasião, nada melhor que homenagear um dos maiores – senão o maior –
nome do humor brasileiro: o ator, diretor, compositor, escritor e comentarista
brasileiro Chico Anysio (1931-2012),
trazendo a sua hilariante obra O batizado
da vaca (Sabiá, 1972): O lugar era tão
bonito, o clima tão bom, as flores tão rosas e as vacas tão bovinas, que o
chefe da família achou que valeria a pena comprar ali uma fazenda. Consultou a
família que, de pronto, foi contra. Isto colaborou demais para que o chefe da
família entrasse, imediatamente, em conversações com o proprietário de uma, que
se queria desfazer da fazenda, por achar que ela estava num lugar que não era
lá essas coisas, o clima era idiota, as flores não fugiam daquela variedade:
rosas, rosas, rosas, e as vacas, coitadas, eram simplesmente bovinas — numa total
falta de imaginação. Vá-se querer que as vacas tenham isso! O negócio foi
fechado por um dinheiro grande, e a família tomou posse da propriedade dois
dias depois, data que coincidia com a véspera do fim das férias. A fazenda
ficava num vale e era separada em duas partes por um córrego como o que só
corre na infância dos escritores. Tinha matas e vacas, rosas e charcos,
galinhas e caseiros. — Uma idiotice, comprar essa fazenda — vaticinou a esposa,
numa contrariedade de quem faz doze pontos. — Comprar terra sempre é bom
negócio — vibrou o chefe da família, puxando o ar, a encher o peito com um
cheiro de estrume que vinha do estábulo. — Olhe em volta. Até onde a vista
alcança, tudo é nosso. Está vendo o abacateiro? É nosso; Aquele caqui
chocolate? É nosso. A carreira de jabuticabeiras? Nossa. O mato, a casa, a
cocheira, o estábulo, o caminho, tudo é nosso. Esse céu, que cobre a fazenda, é
o único pedaço de céu que é nosso, porque o da cidade é do governo. Aqui,
mandamos nós, porque aqui tudo é nosso! — Pra quê? — sintetizou a mulher, numa
pergunta de esposa. — Ora — explicou admiravelmente o chefe da família —, para
ser nosso. Nossa terra, nosso chão, nosso cantinho, nossas rosas!— e pegou
numa, furando o dedo. Durante o curativo no dedo magoado um dos trabalhadores
da fazenda aproximou-se com uma notícia muito importante: a fazenda acabava de
crescer de valor pelo nascimento de uma bezerrinha. — Viu? — comentou,
vitorioso, o chefe da família, batendo nas costas da esposa, de modo a fazê-la
cuspir a primeira jabuticaba que tentava comer. — Nasceu uma vaquinha! A
notícia correu para os demais da família ao mesmo tempo em que, para os pais,
corriam os filhos, estes, sim, felizes, ao saber do nascimento da novilha. — É
menino ou menina? — perguntou um menino que, de tão longos cabelos, nem se
sabia se era menino ou menina. — Não é assim que se fala, menino — esclareceu o
pai. — A pergunta é: bezerra ou bezerro? É uma bezerrinha. — Vamos ver? Vamos
ver? — gritavam os filhos a sugestão lógica das crianças que nunca viram vaca a
não ser nos desenhos das latas de leite em pó. Foram. A vaca não deixou que se
aproximassem da cria, que ficou sendo observada a distância pela família
encantada e pelo caseiro indiferente e até um pouco irritado por haver uma vaca
a mais no seu mundo. — Quem é o pai? — perguntou a moça mais taluda. — Um boi
desses — errou o pai. — Um touro!— corrigiu o caseiro, sabedor ele de que o boi
é um touro que já era; boi é um touro que perdeu os documentos. — Pois é —
emendou o pai na mesma veemência —, um tourão danado desses. Olha a carinha
dela. Os olhinhos ainda estão fechados. — Vamos batizar!— gritou um menino. —
Boa ideia — concordou o chefe da família. — Quem vai escolher o nome? — Eu. Eu.
Eu. Eu — disseram, um a cada vez, os quatro filhos do casal. E começou a
discussão sobre o nome a ser posto na recém-nascida que, indiferente a tudo,
mamava na mãe, provando, assim, que ela (a mãe) não era tão vaca quanto julgavam.
— Aretha Franklin! — Janis Joplin. — Jimi Hendrix — sugeriu o mais velho —, porque,
até que me provem o contrário, essa vaquinha é touro; deixa levantar que vocês
vão ver. — É fêmea, que o caseiro viu — afirmou o pai, voltando-se para o
caseiro, na indagação do que já afirmara: — O senhor não viu? — Vi. É fêmea. E
tome de gritar nome: Califórnia, Disneylândia, Erva Maldita,
Otorrinolaringologia... Havia os nomes sugeridos a sério e os de gozação. Todos
os que citei eram os a sério. Finalmente, o bom senso ajudou a solucionar o
impasse. Foi a esposa quem sugeriu o nome que lhe pareceu o mais indicado para
a novilhazinha que mamava no seio vaquerno: Long Island. — Desculpe —
desculpou-se o caseiro por não entender. — Long Island — repetiu a mulher com
uma naturalidade de quem fala "mococa". — A senhora podia escrever? —
pediu o caseiro, confessando-se incapaz de decorar aquilo. Arranjaram uma
pequena tábua onde, com um prego, o chefe da família escreveu: LONG ISLAND,
tabuazinha que, com o auxílio de um arame, ficou presa no pescoço da novilha
para que ninguém, na fazenda, esquecesse que aquela jovem bovina atendia pelo nome
de Long Island, nome que fica muito bem para parque de diversões, mas que não é
dos mais adequados para quem tem cara de Mimosa, Formosa, Maravilha ou Vaquinha
— modo, inclusive, que melhor ajuda o reconhecimento da peça. Acabadas as
férias, a família voltou à sua poluição metropolitana e só pôde retornar à fazenda
dois anos depois. Tudo continuava como dantes, com exceção de uma ou outra
coisinha em pior estado, uma das quais o geral. — Caseiro! — chamou o chefe da
família, que não sabia que o caseiro tinha nome: José Caseiro da Silva. —
Pronto, doutor — obedeceu o caseiro meia hora depois, com a presteza de um favor
bancário. — Como vai a novilha? — Está uma vaca! — elogiou o caseiro de um modo
que soou ofensa aos ouvidos da família. — Já dá leite? — perguntou um dos
filhos. — Dá, né? — respondeu o caseiro estranhando a pergunta, pelo fato de
saber (ele é acostumado, porque vive ali) que as vacas não dão outra coisa
senão leite. — Pois eu quero beber um copo de leite da novilha — ordenou a
esposa do chefe, madrinha de batismo da vaquinha. E o caseiro, sem que a
família ouvisse, comandou a um seu auxiliar que tirasse um pouco de leite da
vaca "Tabuleta". Veja mais aqui.
TALK TO HER – O poético e encantador filme Tal to her (Fale com ela, 2002), escrito e realizado pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar com participação de
Caetano Veloso na trilha sonora, traz um debate acerca de questões que envolvem
as temáticas do coma e do estupro, ao narrar a história de um enfermeiro que
mora em frente a uma academia de balé, apreciando uma das dançarinas. Ela se
envolve num acidente de carro e ferida é internada no hospital onde ele
trabalha, passando a ter cuidados extremos com ela. O filme ganhou o Oscar de
melhor roteiro original (2003) e venceu a categoria de melhor filme estrangeiro
no Globo de Ouro (2003). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.











