A QUEDA DE AÍDA – Ela era a terceira
de cinco irmãos duma família de imigrantes sírios. Seu pai falecera quando
contava ainda com 5 anos de idade. Por conta disso sua mãe mudou-se para o Rio
de Janeiro e lá foi estudar num colégio de freiras espanholas, um internato
para meninas órfãs. Ao concluir os estudos foi trabalhar na loja do irmão,
enquanto fazia vários cursos, entre eles de datilografia. Sonhava com a
personagem de Verdi, tinham o mesmo nome, quase se via na ária etíope, à procura
do guerreiro, aquele por quem seria prisioneira, dono do seu coração. Era apenas
escrava da princesa sussurrando em suas longas noites pelo escolhido que
povoava os seus sonhos, o desconhecido Radamés, capitão de Ísis, que um dia resgataria
a sua solidão, revelando-se pela paixão e desígnio divino. Eis que naquela
tarde ela passeava com uma amiga, quando foram abordadas por alguns rapazes.
Tomaram-lhe os óculos e a bolsa, por isso foi atraída a um prédio para
recuperar suas posses. Levada insistentemente pela devolução dos seus pertences,
fora puxada para o elevador aos gritos, levada ao topo do edifício, onde foi
torturada pelos agressores que a imobilizaram, espancando-a com violência e
tentavam estuprá-la. Resistiu até exaustão, jogada do terraço do décimo segundo
andar. Seu corpo apresentava escoriações e equimoses provocadas pelos socos e
unhadas, arranhões nas coxas, ventre e pescoço, ruptura interna do lábio
superior, tentativas de estrangulamento, trauma no queixo, marcas nos braços,
antebraços, punhos e dorso das mãos, mordidas no tórax. Naquela tarde de 14 de
julho de 1958, em Copacabana, ela contava com 18 anos de idade e a queda
revelou seu nome: era a estudante Aída Jacob Curi (1939-1958). Veja mais
aqui & aqui.
DITOS &
DESDITOS - Os adultos interessantes são sempre os fracassados na escola, os
esquisitos, os perdedores, os descontentes, isso não é uma ilusão. É a regra...Pensamento
da cineasta argentina Lucrecia Martel. Veja mais aqui, aqui & aqui.
ALGUÉM FALOU: Minha vida
mudou e eu estou mudando com ela... Nunca desista de algo que você realmente
quer. Por mais impossíveis que as coisas pareçam, sempre há um jeito. É
isso que acontece. Você conta aos seus amigos seus segredos mais pessoais, e
eles os usam contra você. Pensamento da escritora britânica Sophie
Kinsella. Veja mais aqui, aqui & aqui.
EXISTENCIALISMO OU MARXISMO? – O livro Existencialismo ou marxismo (LECH, 1979), do filósofo, crítico
literário e teórico marxista húngaro Georg
Lukács (1885-1971), trata sobre a crise da filosofia burguesa, a
fenomenologia e o existencialismo, o impasse da moral existencialista, a teoria
leninista do conhecimento e os problemas da filosofia moderna, materialismo e
dialética, significação dialética da aproximação na teoria do conhecimento,
totalidade e causalidade, o sujeito do conhecimento e ação prática, a
atualidade ideológica do materialismo filosófico, entre outros assuntos. Da
obra destaco o trecho: [...] No domínio
da teoria do conhecimento, é a pesquisa da objetividade que predomina; no plano
da moral, tenta-se salvar a liberdade e a personalidade; do ponto de vista da
filosofia da história, enfim, a necessidade de perspectivas novas se faz sentir
no combate contra o niilismo. [...] A
filosofia constitui, entretanto, uma manifestação ideológica particular, cuja
evolução não é sempre exatamente paralela à das outras manifestações
ideológicas, das ciências exatas ou da literatura, por exemplo. Essa
particularidade da filosofia reside no fato que tem por objeto as questões
últimas da existência e conhecimento; isto é, a concepção do próprio mundo, sob
suas formas abstratas e gerais [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PSICANÁLISE – No livro O seminário – livro 11: os quatro conceitos
fundamentais da psicanálise (Zahar, 1973), o psicanalista e semanticista
francês Jacques Lacan (1901-1981)
trata da temática por meio de uma abordagem acerca da excomunhão, o
inconsciente e a repetição, o inconsciente freudiano, do sujeito da certeza, da
rede dos significantes, Tique e Automaton, do olhar como objeto, a esquize do
olho e do olhar, a anamorfose, a linha e a luz, o que é um quadro, a
transferência e a pulsão, a presença do analista, análise e verdade ou o
fechamento do inconsciente, a sexualidade e o significante, desmontagem da
pulsão, a pulsão parcial e seu circuito, do amor à libido, o campo do outro e
retorno sobre a transferência, a alienação, do sujeito suposto saber e da díade
primeira e do bem, da interpretação a transferência, entre outros assuntos.
Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
ESPERANDO GODOT – A peça teatral de dois atos Waiting for Godot (Esperando Godot, 1952), foi a primeira peça escrita pelo dramaturgo
e escritor irlandês Samuel Beckett
(1906-1989), que se tornou um dos principais textos do teatro do absurdo
envolvendo os personagens Vladimir e Estragon na parte Estrada, árvore, à noite, que esperam um sujeito denominado Godot,
e, também, Pozzo e Lucky – o primeiro fica cego e o segundo surdo -, que
contracenam nos dois atos da peça, quando um garoto avisa que Godot não vem. Do
texto destaco o trecho: (Vladimir
e Estragon seguram nas pontas da corda e a puxam. Ela se rompe. Eles quase
caem). VLADIMIR Não vale nada.
(Silêncio). ESTRAGON Você
disse que temos que voltar amanhã? VLADIMIR Sim.
ESTRAGON
Então
podemos trazer um bom pedaço de corda. VLADIMIR Sim.
(Silêncio). ESTRAGON Didi?
VLADIMIR
Sim.
ESTRAGON
Eu
não posso mais continuar assim. VLADIMIR Isso
é o que você pensa. ESTRAGON E se
nos separássemos? Talvez fosse melhor para nós dois. VLADIMIR
Nos
enforcaremos amanhã. (Pausa.) A não ser que Godot venha. ESTRAGON
E se
ele vier? VLADIMIR Então
estaremos salvos. (Vladimir tira o seu chapéu -o de Lucky - e espia dentro
dele, o apalpa, o chacoalha, bate no topo e o coloca novamente). ESTRAGON
Bem,
então vamos? Bote as calças. ESTRAGON O
quê? VLADIMIR Bote as calças. ESTRAGON
Você
quer que eu troque as calças? VLADIMIR BOTE
as calças. ESTRAGON (percebendo
que suas calças estão caídas) Ah, sim. (Estragon
ergue as calças). ESTRAGON E
então? Vamos? VLADIMIR Sim,
vamos. Eles não se movem. (Cortina). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
POESIAS PONTILHADAS: VERSO
SIMPLÓRIO & POETA PROSCRITO
– A escritora Dorothy Castro edita
três ótimos blogs na rede: o Poesias Pontilhadas, Nossos eus sexuais e Amor nãotem idade. Degustando de uma visita realizada a estes espaços da escritora,
destaco dois de seus poemas. Verso simplório é o primeiro deles: Quando o silêncio dorme na tapera, / Que
encolhidinha e triste ainda espera... / O sertanejo que nunca mais voltou.... /
A porta então se fecha sem tramela, / Chora a tristeza porque dentro dela, / Só
a saudade entrou e ali ficou! O segundo deles, o Poeta Proscrito: se abrindo em tua mão... / E eu toda nua finjo / a
mocidade.../ E te inoculo em tuas / veias grossas,/ O meu veneno/ que não mata
nada.../ Sou tua musa, / vem amor me usa... / Seja um poeta / proscrito.../ E
no infinito/ dessas cavernas.../ Te quero duro,/ muito maduro.../ Entre as
minhas / pernas!... Com isso,
manifesto meus aplausos à poeta. Veja mais aqui.











