[...] Sabes que há tantas espécies
de caráter como formas de governo? Ou pensas que essas formas provêm dos
carvalhos e da rocha, e não dos costumes dos cidadãos, que arrastam todo o
resto para o lado para que pendem? [...] não convirá passar em revista os caracteres inferiores: em primeiro
lugar, o que ama a vitória e a honra, baseado no exemplo do governo da
Lacedemônia; em segundo o oligárquico, o democrático e o tirânico? Depois de
reconhecermos qual o mais injusto, oporemos este ao mais justo e poderemos aí
terminar o nosso exame e ver como a pura justiça e a pura injustiça agem,
respectivamente, no que diz respeito à felicidade ou à infelicidade do
indivíduo, para que siga o caminho da injustiça, se nos deixarmos convencer por
Trasímaco, ou a da justiça, se cedermos às razões que se manifestam a seu favor
[...] Deste modo, de amantes que eram da
conquista e das honras, os cidadãos acabam por tornar-se avarentos e
ambiciosos, louvando o rico, admirando-o e levando-o ao poder, e desprezando o
pobre. [...].
Trechos recolhidos da obra A
República (Edições de
Ouro, 1980), do filósofo e matemático grego racionalista,
realista, idealista e dualista Platão
(428-347aC). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
[...] A
liberdade, por exemplo, só pode existir verdadeiramente onde o povo exerce a
soberania; não pode existir essa liberdade, que é de todos os bens o mais doce,
quando não é igual para todos. [...] Pois
bem: assim como o agricultor conhece a natureza do terreno e assim como um
escritor sabe escrever, procurando ambos, na sua ciências, antes a utilidade do
que o deleite, assim também o homem de Estado pode estudar o direito, conhecer
as leis, beber nas suas próprias fontes, sob a condição de que as suas
respostas, escritos e leituras o ajudem a administrar retamente a República.
Certamente, deve conhecer o direito civil e natural, sem cujo conhecimento não
pode ser justo. Mas deve ocupar-se com tais coisas como o piloto se ocupa com a
astronomia, e o médico com as ciências naturais, referindo esses estudos à
prática de sua profissão, aproveitando-se deles no que lhe possam ser úteis e
sem se separar do verdadeiro caminho que empreendeu. [...].
Trechos extraídos da obra Da
República (Escala, 2005), do filósofo, orador, escritor, advogado e
político romano Marco
Túlio Cícero (106 –
43aC).. Veja mais aqui, aqui e aqui.
[...] Porque em toda cidade se encontram estes
dois humores diversos; e nasce disso
que o povo deseja não ser comandado nem
oprimido pelos grandes, e os grandes
desejam comandar e oprimir o povo; e desses
dois apetites diversos nascem nas cidades um dos três efeitos: ou principado ou
liberdade ou licença. [...].
Trecho
extraído da obra O príncipe (Abril Cultural, 1979), do escritor, filósofo, historiador e dip0lomata
italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527). Veja mais aqui, aqui, aqui e
aqui.
[...] Num Estado, isto é, numa sociedade onde há
leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em
não estar obrigado a fazer o que não se deve querer. [...] A desgraça de uma república advém quando não há
mais conluios e isso acontece quando se corrompe o povo pelo dinheiro: ele
torna-se indiferente e afeiçoa-se ao dinheiro, porém não mais se afeiçoa aos
negócios: sem se preocupar com o governo e com o que nele se propõe, espera
tranquilamente seu salário. [...].
Trechos
extraídos da obra Do espírito das leis
(Abril, 1979), do filósofo e escritor francês Montesquieu (1689-1755). Veja mais aqui, aqui e aqui.
[...] Eu
chamo, pois, república todo Estado regido por leis, independente da forma de
administração que possa ter; porque então somente o interesse público governa,
e coisa pública algo representa. Todo governo legítimo é republicano. [...].
Trecho
extraído da obra Do
contrato social (Abril Cultural, 1978), do escritor, teórico político, um dos
principais filósofos do Iluminismo e precursor do Romantismo francês, Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
[...]
A padronização formal da justiça, do estado, do funcionalismo
público etc. significa objetivamente e factualmente uma redução comparável de
todas as funções sociais aos seus elementos, uma busca comparável pelas leis
racionais formais desses sistemas parciais cuidadosamente segregados [...].
Trecho extraído da obra
História e consciência de classe: estudos sobre a dialética marxista (WMF
Martins Fontes, 2012), do filósofo,
crítico literário e pensador marxista húngaro Georg Lukács (1885-1971).
Veja mais aqui e aqui.
[...]
Embora os seres humanos
não sejam civilizados por natureza, possuem por natureza uma disposição que
torna possível, sob determinadas condições, uma civilização, portanto uma autorregulação
individual de impulsos do comportamento momentâneo, condicionado por afetos e
pulsões, ou o desvio desses impulsos de seus fins primários fins secundários, e
eventualmente também sua reconfiguração sublimada. [...]
Dado que os seres humanos, diferentemente
de muitos outros seres vivos sociais, não possuem uma regulação nativa dos
afetos e pulsões, eles não podem prescindir da mobilização de sua disposição
natural rumo à autorregulação mediante o aprendizado pessoal dos controles dos
afetos e pulsões, no sentido de um modelo de civilização específico da
sociedade, a fim de que possam conviver consigo mesmos e com os outros seres
humanos. O processo universal de civilização individual pertence tanto às
condições de individualização de ser humano singular com às condições da vida
social em comum dos seres humanos. [...].
Trechos extraídos da obra: Escritos e ensaios I:
Estado, processo, opinião pública (Zahar, 2002), do sociólogo alemão Norbert Elias (1897-1990). Veja
mais aqui, aqui, aqui e aqui.
[...]
No espaço social mapeado
cognitivamente, o estranho é alguém do qual sabemos pouco e do qual desejamos
saber ainda menos. No espaço moral, o estranho é alguém que nos importa pouco e
nos sentimos tentados a que nos importe ainda menos. [... ].
Trecho
extraído da obra Ética pós-moderna (XXI, 2004), do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Veja
mais aqui, aqui, aqui e aqui.
[...] As classes dominantes usam o Estado exatamente
para criar e manter uma dualidade intrínseca da ordem legal e política, graças
à qual o que é oligarquia e opressão para a maioria submetida, é
automaticamente democracia e liberdade para a minoria dominante [...] Essa forma de participação, por cooptação,
contribui "para a corrupção intrínseca e inevitável do sistema de poder
resultante. [...].
Trecho extraído
da obra A revolução burguesa no Brasil (Zahar, 1976), do sociólogo Florestan
Fernandes (1920-1995). Veja mais aqui.
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