MIL SONHOS NA
CABEÇA E O AMANHÃ NAS MÃOS - Imagem: Sunrise, by Gary Jackson - A cada amanhecer destranco todas as portas e sou a
brisa branda que traz o aurirróseo horizonte na plenitude do dia, pra revolver
a terra e semear a labuta na safra da vida. Sujeito a tudo, vou entre júbilos e
desprazimentos na inexorabilidade do tempo. Supero-me, todos os desafios,
esgares e má vontade. Alguns não se realizam no labor e o pior é a submissão:
nunca o que sonhara ou quisera. Janelas fechadas, difíceis de abri-las. Dá-se
ao infeliz atrapalho: gosto ruim no maná dos outros. Ah, existe gente pra tudo,
eu que não sabia, como se não tivesse decorado o texto, sempre retardatário.
Tinha dessas coisas e outras. Em legítima defesa: foda-se o texto, não ia rolar
mesmo. Pulei pra outra, ficou pra depois noutros pinotes. Na sorte: o que tinha
de ser, foi; o que não, será. Estar vivo e não ter que avaliar o que é devido
ou não, o que se julga ou atribui. Cada um só paga o que tem de garrafa pra
vender, o mais só presunções, fidalguia de enrolão. Sempre soube que a bola não
corre por conta própria e não tenho nada mais além dos meus pensamentos. Sou o
que penso. Se o que vejo são coisas embaraçosas, redundam violências, ludíbrios,
impertinências, efeitos do que pensam os outros. Eu penso e tenho o coração
disposto ao perdão. Sou feliz ou quase com o que sou e tenho, pelo menos. Na
verdade, possuo mais do que mereço e me despi de todas as vaidades. Sou grato
pelo que vivi e vivo. Sou apenas o que sou: por tudo e por todos. O que passei,
sempre digo: lições inestimáveis. Em paz com o passado e disposto sempre a
pagar por quaisquer erros cometidos, pro futuro me dou hoje: faço agora o que
espero amanhã. É quando no final da tarde, aquela sensação da satisfação dos
deveres, de missão cumprida, pronto pra próxima, refeito a cada dia, renasço do
que fui. Fiz o que tinha que ser feito, face severa, cansaço. É no crepúsculo
que se ensaia um novo dia. © Luiz Alberto Machado.. Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
A mulher
da sombrinha, Paul Celan, Cláudio Santoro, Carmine
Gallone, Suzy Smith, Elizabeth Savalla, Maria Félix, Pierre-Paul
Prud'hon, Carmen Silvia Presotto & Vidráguas, Como sair da marginalidade
& A lenda de Alamoa aqui.
E mais:
Ária da
danação aqui.
Depressão aqui.
A arte de Lucinha Guerra aqui.
Possessão Insana aqui.
Violência contra a mulher aqui.
Ao redor da pira onde queima o amor aqui.
Freud
& o caso Schereber aqui.
O
direito de Rudolf von Ihering, Lenine, Ivo Tonet, Massaud Moisés, Marici
Salomão, Renato Falcão, Ilana Kaplan, Melinda Culea, Thomas Lawrence, Fernanda
Porto, Socialismo, Acróstico, Frase & Oração aqui.
Pedofilia aqui.
Autismo & educação inclusiva aqui.
Missiva do Esconjurado aqui.
A poesia de Mário Quintana aqui.
Afrânio
Coutinho, Gianfrancesco Guarnieri, Ivo Tonet, David Lynch, Richard Bach, t.A.T.u.- Yulia Volkova e Lena
Katina, Daniel Huntington, Sissy
Spacek, Sociedade Civil, Linguística
& poética aqui.
O professor e a educação inclusiva aqui.
Anencefalia, aborto & bioética aqui.
Educação Especial, PNE & Inclusão aqui.
&
DESTAQUE: JOÃO CABRAL DE MELO NETO
O mar soprava sinos
Os sinos secavam as flores
As flores eram cabeças de santos.
Minha memória cheia de palavras
Meus pensamentos procurando fantasmas
Meus pesadelos atrasados de muitas noites.
De madrugada, meus pensamentos soltos
Voaram como telegramas
E nas janelas acesas toda a noite
O retrato da morta
Fez esforços desesperados para fugir.
Noturno, extraído do
livro Pedra do sono (Autor, 1942), do
poeta e diplomata João
Cabral de Melo Neto (1920-1999). Veja mais aqui, aqui e aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte
do pintor hiperrealista mexicano Omar
Ortiz.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: Peace by Sean Seal.
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.