SEXTA POSTURA -
Por vontade e gosto ela sempre fez de tudo para me premiar além da
conta. Era ela sempre disposta com sua compleição de Vênus de Menton, ao meu
dispor e com toda suculência farta de suas intimidades amealhadas e com o olhar
de quem havia de explodir todos os limites da sensatez, realizando seus sonhos
mais guardados e preteridos das horas da minha ausência. Dava-se ao prazer da
minha caça imprevisível como quem servia às honras do vencedor e adorava
sentir-se desprevenida escrava para as minhas investidas mais teimosas por
todas as brechas de sua mais secreta emanação. Não negava fogo nem vacilava das
minhas investidas mais estabanadas, dava-se como travessa pronta para ser
devorada na alcova da mais selvagem tirania enlouquecida. Sempre grato, eu não
arredava o pé de me danar passageiro no seu jeito abrandado, levado por sua mão
serviçal aos esconderijos mais profundos de sua carne aveludada em polvorosa,
pronta para me agasalhar na revelação da plenitude de toda vitalidade. Aos
beijos muitos, eu me realizava nos seus lábios sedutores como quem roubava de
suas entranhas a força viril para vergá-la aos meus caprichos mais dominadores.
E ela mais cedia como terrina de todas as iguarias deliciosas para eu me fartar
com sofreguidão. E me fartava dos seus seios como quem rouba o leite para me
esbaldar. E mordia seu ventre como quem arrancava o sumo vital da sua
fortaleza. E me agarrava ao seu tronco como quem capturava a meliante mais
ladina e perspicaz. E usava de toda sua graça anatômica como quem padecia
esfomeado de sua venturosa exposição. Não largava por nada. E ela a mim se
doava como quem à morte se entregava. Lavada pelos deleites da sua fonte que
pingava, salivava com satisfação do paladar o meu pássaro Bennu adorado por ela
a sobejar-me o ventre com seu espírito catarista de quem me banha em batismo para
a salvação. E gineteira eximia ainda me lambuzava com a sua seiva íntima que
escorria pela biqueira de sua ardente sensação de prazer. E eu fazia festa
entre as suas coxas e revirava suas pernas e cravava as unhas no seu dorso até
que em decúbito ventral emitia um riso de quem quer me presentear o
aniversário. E com imprevisível ancada, seduzia-me cunilíngua para lubrificar
mais sua azeitada engrenagem até chegarmos ao grau de Epsilon com o orifício do
pódice ávido de ser surpreendido pela minha Fênix incendiada. Parti desenvolto para
a embrechada e dei-lhe a enfiada de estremecer na sexta postura como uma
hetaira disposta a se imolar em nome do amor e da paixão. E nos perdemos
temulentos para que ela flagelasse com as faces esfregadas na parede enquanto
eu enterrava frome por sua arrabeirada como quem vencia o Everest e me
vangloriava campeão sobre sua submissão de entregue à mão do seu dono. © Luiz Alberto Machado.. Veja mais aqui.
Curtindo o álbum Flesh on flesh (Telarc, 2002), do guitarrista Al Di Meola. Veja mais aqui.
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DESTAQUE: MANUEL BANDEIRA
Se queres sentir a felicidade de amar,
esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar
satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro
corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as
almas não.
A arte de amar, poema
extraído da Antologia Poética (José Olympio, 1974), do poeta Manuel Bandeira (1886-1968). Veja mais
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: Berenice,
do escultor italiano Ambrogio Borghi
(1849-1887).
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: Peace, by Juli Cady Ryan.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.