DIGNIDADE HUMANA,
EDUCAÇÃO & MEIO AMBIENTE (Imagem: Ipanema,
arte da performática artista multimídia Niura Bellavinha) - Dignidade humana e
a vida com prazo de validade: a felicidade aos ventos no varal, o sonho na
posse da nota fiscal, a valia na prestação da casa própria e na fatura do
cartão crédito, a amizade entre muros altos e portas fechadas, a cabeça no
prêmio da loteria, o compromisso só pra depois de amanhã, o lazer no final de
semana, a solidariedade com o pé na goela – do pescoço pra baixo tudo é perna!
- a segurança na cerca elétrica, a prisão domiciliar no meio do lixo, muito
lixo, lixo demais. E pra tudo tem jeito, tudo nas coxas, no jeitinho e todo
mundo se mata, uns aos outros, pra catar ganha-pão que se esvai no supermercado,
no plano de saúde, no combustível do carro zero, na roupa de grife, baladas,
arrependimentos, luxo e lixo, muito lixo, lixo demais. O meio ambiente e o
monturo do descaso: o meio fio de esgoto a céu aberto, a moradia e o labor
insalubres, poluição, alagamentos, tudo é só periferia e a cidade é um lixão,
muito lixo, lixo demais pra festa de ratos e insetos. A educação e a leseira da
desinformação: colocação pro mercado de mão de obra substituível pelos
batalhões de reserva, Maria vai com as outras, João intrigado de José, qualificação
pro consumo, retórica da persuasão, o glamour da novela e a miséria do lado, o
conhecimento no canal da televisão e compra o luxo que é lixo, o lixo e mais
lixo, muito lixo, lixo demais. A dignidade humana é ilusão e muito lixo, lixo
demais. A educação é deseducação e muito lixo, lixo demais. A vida, a Terra,
tudo é outro senão com muito lixo, lixo demais. © Luiz Alberto Machado. Veja
mais aqui.
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DESTAQUE: A VIDA NA NOVELA
[...] A partir de
conflitos de gênero, geração, classe e região, a novela fez crônicas do
cotidiano que a levaram a se transformar em palco privilegiado para a
problematização de interpretações do
Brasil. O país, que se modernizava de acordo com uma noção de modernização
centrada no consumo e não na afirmação da cidadania, se reconheceu na tela da
TV em um universo branco e glamouroso. Posteriormente, as consequências não
antecipadas da modernização apareceram de forma inédita na TV. As primeiras
denúncias de corrupção ocuparam a então novela das oito já a partir de Roque
Santeiro. O reconhecimento maior do caráter privilegiado da novela se dá quando
emissoras concorrentes disputam a atenção do público com narrativas que
procuram interpretações alternativas do país. No início do século XXI a
diversificação de meios e canais disponíveis enfraquece a novela como arena de problematização da
nação. Resta saber quais serão, se é que haverá alguma, as arenas nacionais no
futuro.
Trecho extraído do
artigo Telenovelas e interpretações
do Brasil (Lua Nova, 2011),
da professora do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da USP, Esther Hamburger.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagens: arte da performática artista
multimídia Niura Bellavinha.
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Kozoriz.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.