DOS GOSTOS E
DESGOSTOS DA VIDA – Imagem: Cliff walk at pourville, do pintor do Impressionismo francês Claude Monet (1840-1926) - Dedilza sempre fora uma menina mimada. Filha única até os
dez anos de idade, perdeu a graça quando se viu às voltas com uma irmãzinha de
colo com os refletores de todas as atenções. Diz ela que não sofrera tanto
porque tudo quanto quisesse ela já possuía: brinquedos, relações e, o mais
importante de tudo para ela, bichos de estimação. Coleções de brinquedos
amontoados ao abandono pelos cantos do quarto e que agora serviria para a recém-chegada
com nem tanta simpatia assim. Amigos do muito e só dela, enraizados pela escola
e curso de inglês, grupo jovem da religião, grêmio esportivo e por aí vai.
Bichos de todo tipo, do quintal à varanda: um casal de cágados, a inseparável cadela
Xuxa, dois simpáticos gatos – Bono e Bil -, o chinchila Justin, o furão Roque,
a iguana Soraia, a tarântula Naja que fugiu, um viveiro com periquitos e outro
com meio mundo de passarinhos de todo tipo, uma jandaia, dois papagaios, o
sagüi Tito que não lhe saía dos ombros, um casal de lebres Tico e Teco, um
aquário bem recheado de peixes, até uma lagartixa que vivia zanzando pela casa
e que ela chamava de Margarida. Tudo isso era o seu universo até o dia que
debutou e aos dezesseis estava contraindo núpcias com o galã da sua vida: o
Sergildo, quatro anos mais velho e marido exemplar de casa pro trabalho e
vice-versa. Com o deixou a casa dos pais pra viver num apartamento que era só
seu, mas consternada por não poder levar o seu mundo pra lá. Como logo
emprenhou, teve que abrir mão de vez da bicharada. Dois anos depois, uma filha
linda de um ano e poucos meses, e já embuchada daquele que seria a completude
do casal. Uma década depois, filhos crescidos e lá vai ela atrás daquilo que
sempre gostara: seus bichos de estimação. Retornou à casa dos pais, dessa vez
para resgatar seus entes queridos: a inseparável cadela Xuxa que estava pionga
pelo abandono e cega de um olho, o papagaio Zezé que era seu confidente e
presente de sua bisavó, e o gato sobrevivente Bono. O resto, para sua tristeza,
o tempo dera cabo. Mal instalara suas posses no seu recinto, um
estraga-prazeres: diagnóstico médico dera conta que seus filhos eram alérgicos;
a menina a pelo de cachorro; o menino, a gato. Não havia como conciliar embaixo
do mesmo teto tudo aquilo que mais desejava. A harmonia sonhada desabava a cada
alternativa que buscasse. Ah, ironia da vida. Revoltada com tudo resolveu
trancar a menina no quarto: - Se quer viver, tranque-se! E deu ordens pro
menino se ocupar em viver pelo mundo com os seus coleguinhas, ela não abriria
mão dos seus amores. Vai-se tempo e a coisa piorou: a menina foi internada; o
menino sumiu dela não saber o paradeiro. Começou a sua incansável luta para
salvar a filha e localizar o filho. Logo ela que sempre repetira: quanto mais
vejo o ser humano, mais amo meus animais de estimação. © Luiz Alberto Machado.
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