DANÇA DOS MENINOS – Nitolino acordou cedo com a algazarra do
SuperPontinho acordando a turminha dos Falanges – Mindinho, Seu Vizinho, Maior
de Todos, Cata-Piolhos & Fura-Bolos -, que puxou o Cravo e arengou com a
Rosa que estava com o Lobisomem Zonzo e o Gordim dando bundada no Jequim que
futucava Maluquim que azucrinava Bichim que falava pra Nita que incentivava a
Ísis pra falar com Vó Carma e levar Pai Lula pra contar uma história do
Alvoradinha que queria cantar com Tia Nilda e dançar no Reino Encantado de
Todas as Coisas a música Coração Civil de Milton Nascimento & Fernando
Brant: Quero a utopia, quero tudo e mais
/ Quero a felicidade nos olhos de um pai / Quero a alegria muita gente feliz / Quero
que a justiça reine em meu país / Quero a liberdade, quero o vinho e o pão / Quero
ser amizade, quero amor, prazer / Quero nossa cidade sempre ensolarada / Os
meninos e o povo no poder, eu quero ver / São José da Costa Rica, coração civil
/ Me inspire no meu sonho de amor Brasil / Se o poeta é o que sonha o que vai
ser real / Bom sonhar coisas boas que o homem faz / E esperar pelos frutos no
quintal [...] Assim dizendo a minha
utopia eu vou levando a vida Eu viver bem melhor / Doido pra ver o meu sonho
teimoso,um dia se realizar. LEMBRETE:
Hoje é dia de reprise do programa Brincarte
do Nitolino, nos horários das 10hs e das 15hs, no blog do Projeto MCLAM,
com apresentação da garota Isis Corrêa
Naves. Para conferir o programa online nos horárias das reprises, é só
ligar o som e acessar aqui ou aqui.
Imagem: Dancing, do artista plástico estadunidense de origem cubana Jose Manuel Abraham.
Ouvindo o álbum duplo Pas de deux (1905-2008), dos compositores portugueses Isabel Soveral & António Chagas Rosa.
DANÇA, ALAGOAS – Conheci o professor e dançarino
alagoano Ary Buarque quando ele
lançou o primeiro site oficial de dança, o Dança Alagoas, disponibilizando
informações, dicas e muitas coisas interessantes. A receptiva forma como Ary trata as pessoas, seja nos relacionamentos sociais, seja no trato com seus alunos e dançarinos, nos fez estreitar amizade para realizar parcerias, promover debates e estarmos sempre juntos na luta pela difusão e promoção da arte na escola, no convívio humano, nas relações entre as pessoas, enfim, arte todo dia e o dia todo. Isso faz algum tempo, depois soube da transformação para Centro de Dança Ary Buarque, onde ele passou a ministrar aulas e promover a dança no estado alagoano. Na época ele me concedeu uma entrevista a
respeito do seu trabalho, suas propostas, projetos e objetivos. Confira aqui.
A DANÇARINA – Inspiradoras lições são encontradas num manual escrito séculos atrás, que já foi transformado em teatro e cinema, e que até hoje, ultrapassando a barreira do tempo, se mantém como material vivo para um melhor desenvolvimento humano. Exemplo disso, é o que se encontra no capítulo 1 – Sobre os adornos pessoais, sedução, corações e medicamentos tônicos
-, da Parte VII – Sobre os modos de
atrair os outros -, do mais que atemporal e fascinante livro Kama
Sutra, de Vatsyayana, no qual, entre tantas lições imperdíveis, encontrei esse trecho que muito bem diz com relação ao dia de hoje : [...] O que foi dito sobre
elas também pode ser aplicado às filhas de dançarinas, cujas mães devem dá-las
somente a pessoas que possam tornar-se úteis para elas de diversas maneiras.
Assim terminam as formas de fazer com que alguém se torne adorável sob os olhos
de outros. Veja mais aqui.
A DANÇARINA DE IZU – No livro de contos A dançarina de Izu (1926 – Cultrix,
1962), do escritor japonês prêmio Nobel de Literatura de 1968, Yasunari Kawabata (1899-1972), narra as
experiências autobiográficas do autor durante a sua vida de estudante, fazendo
uma viagem à península de Izu, Tóquio. Da obra destaco o trecho de A pequena
dançarina de Isu – Izu no Odoriko: A
hospedaria Koshuya ficava logo à entrada norte de Shimoda. Nas pegadas dos meus
companheiros de viagem, subi para o primeiro andar da hospedaria, que mais
parecia um sótão. [...] Os artistas
trocavam algres cumprimentos com os fregueses da hospedaria, que eram também
artistas ambulantes. O Porto de Shimoda devia ser o ninho dessas aves
migratórias. Kaoru deu algumas moedas de cobre à filha do dono da hospedaria.
Quando me despedi para sair, ela, arrumando-me o gueta, murmurou: - Leve-me
hoje ao cinema, sim? Guiados por um homem de aparência duvidosa, eu e Eikiti
fomo-nos instalar numa outra hospedaria, cujo dono se dizia ex-prefeito. Depois
de banhar-nos, comemos peixe freco. – Peço-lhe que compre algumas flores para
os sacrifícios de amanhã – disse eu ao meu companheiro de viagem, dando-lhe
algum dinheiro. Eu tinha de voltar para Tóquio no dia segujnte. Meu dinheiro
acabara, e como dissera aos artistas que minha volta era devida a obrigações
escolares, não puderam prender-me com insistências. Jantei cedo, menos de três
horas depois do almoço e, sozinho atravessei a ponte norte da cidade. Escalei o
Fuji de Shimoda, e lá de cima fiquei a contemplar o porto. Na volta passei pela
hospedaria Koshuya, e encontrei as artistas jantando um cozido de frango.
Convidaram-me: - Não quer provar um pouco? Está sujo porque nós, mulheres, já
pusemos o hashi dentro. Mas isso servirá, ao menos, como tema para anedotas de
viagem. A senhora de meia idade tirou da mala uma xícara grande e hashi, e
mandou Yurilo lavá-los. [...] Quando
com a saída dos demais, ficaram na sala apenas Tiyoko e Yuriko, convidei-as
para irem ao cinema. Tiyoko, apertando o ventre com as mãos e olhando-me com ar
de abatimento, escusou-se: - Estou adoentada. Sinto-me enfraquecida por ter
andado daquele jeito. Quando a Yukiro, endireitou o corpo e baixou a cabeça. A
pequena dançarina estava no andar térreo brincando com a criança da hospedaria;
tão logo me viu descer, começou a instar com a mãe para que a deixasse ir ao
cinema. Em seguida, com ar desapontado, veio até mim e arrumou-me o gueta. –
Que foi? Por que não vais sozinha com ele? – perguntou Eikiti. Ao que parece, a
mãe negara consentimento a Kaoru. Eu não podia compreender por que não podia ela
ir sozinha comigo. Quando saí para a varanda, a pequena dançarina estava
acariciando a cabeça do cachorro. Mostrava-se tão indiferente que desisti de
lhe dirigir a palavra. Fui só ao cinema. Narradora lia explicações à luz da
lamparina, quando lá cheguei. Pouco me demorei: voltei logo para a minha
hospedaria onde, com o cotovelo apoiado no rebordo da janela, fiquei longas
horas a contemplar a cidade trevosa e noturna. Pareceu-me ouvir ao longe,
ininterrupto, o leve tantã de um tambor. Não sei por que razão, as lágrimas
começaram a rolar-me pela face, uma após outra [...]. Veja mais aqui e aqui.
NÃO SEI DANÇAR – No livro Libertinagem (Pongetti, 1930), do poeta, tradutor, critico
literário e de arte, Manuel Bandeira
(1886-1968), consta o belíssimo poema Não sei dançar: Uns tomam éter, outros cocaína. / Eu já tomei tristeza, hoje tomo
alegria. / Tenho todos os motivos menos um de ser triste; / Mas o cálculo das
probabilidades é uma pilhéria... / abaixo Amiel! / E nunca lerei o diário de
Maria Bashkirtseff. / Sim, já perdi, pai, mãe, irmãos. / Perdi a saúde também.
/ É por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz-band. / Uns tomam éter,
outros cocaína. / Eu tomo alegria. / Eis por que vim assistir a este baile de
terça-feira gorda. / Mistura muito excelente de chás... / Esta foi açafata.../
- Não, foi arrumadeira. / E está dançando com o ex-prefeito municipal. / Tão
Brasil! / De fato este salão de sangues misturadoas parece o Brasil.../ Há até
a fração incipiente amarela / na figura de um japonês. / O japonês também dança
maxixe: / Acugêlê banzai! / A filha do usineiro de Campos / olha com
repugnância / para a crioula imoral. / No entanto o que faz a indecência da
moça / é aquele cair de ombros.../ Mas ela não sabe... / Tão Brasil! / Ninguém
se lembra de política... / Nem dos oito mil quilômetros de costa... / O algodão
do Seridó é o melhor do mundo? Que me importa? / Não há malária nem moléstia de
Chagas nem ancilóstomos. / A sereia sibila e o ganzá do jazz-band batuca. / Eu
tomo alegria! Veja mais aqui.
A DANÇA – O poema A dança (Quingumbo, 1980), do poeta, dramaturgo, ensaíta e
militante negro estadunidente da Geração Beat, LeRoi Jones – Amiri Baraka (1934-2014), na tradução
de Italo Moriconi Junior: (explicado /
por um homem mais velho. Me disse como. Me / mostrou. Não eram passos, mas / a
instância do músculo. Uma posição / para mim mesmo: mover-se. / Duncan / dizia
da dança. Seus poemas / cheios do que há tanto queríamos / que fosses. Uma /
dança. E todas as suas palavras / saiam dali. Que havia / alguma elegância
brilhante / que a carne triste do corpo / fazia. Algum gesto, que / se nos
tornássemos, por um instante intenso / nos transformaria / em criaturas de
ritmo. / quero ser cantado. Quero / minha carne e todos os meus ossos
murmurados / contra o flutuante céu / espesso do inverno. / me quero / dança.
Como sou se / tenho amor ou tempo ou espaço / para me sentir. / O tempo do
pensamento. O espaço / do movimento real. (Para onde eles / alçaram o mar e me
têm / contra minha vontade). Eu disse, também, / ama, sendo mais velho ou mais
jovem / que teu mundo. Estou inclinado / a me deitar, amar, te convidar /
agora, inclinado a sentir as coias / que só eu creio. / E que eu possa uma vez
criar-me / a mim mesmo. E que tu, seja quem for / sentado agora respirando minhas
palavras, / possa criar um ser somente teu. Que / vai me amar. Veja mais
aqui.
BAILARINA – A poesia de João Cabral é indispensável, faz parte das minhas leituras diárias de aprendizado poético. A sua forma de expressar o poema é uma das mais admiráveis demonstrações do fazer poético. Dele retiro lições diárias, procurando aprimorar sempre e, ao mesmo tempo sabendo, que a caminhada desse aprendizado é longa e com experiências inenarráveis. No livro Poesia Completa (Glaciar, 2011), do poeta e diplomata de João Cabral de Melo Neto (1920-1999),
encontrei o poema Bailarina: A bailarina feita / de borracha e pássaro / dança
no pavimento / anterior do sonho. / A três horas de sono, / mais além dos
sonhos, / nas secretas câmaras / que a morte revela. / Entre monstros feitos / a
tinta de escrever, / a bailarina feita / de borracha e pássaro. / Da diária e lenta
/ borracha que mastigo / Do inseto ou pássaro / que não sei caçar. Veja mais aqui, aqui e aqui.
PAS DE DEUX – A animação e curta de dança Pas de Deux (Duo, National Film Board of Canada - Columbia Pictures, 1968) –
ganhador de 17 prêmios e o Oscar de Melhor Filme de Animação em 1969, com
roteiro escrito por Norma McLaren, fotografia e cinematografia conduzida por
Jacques Fogel, mostrando dois bailarinos interpretam uma dança muito surreal,
interpretado pela dupla Margaret Mercier e Vincent Warren. Veja mais aqui e
aqui.
IMAGEM DO DIA
Pas de deux - Nude
Photography -, do
fotógrafo estadunidense M. Richard
Kirstel (1950-1996)
Veja mais sobre:
Que país é esse, brasilsilsilsilsilsil?, Eduardo Galeano, Aos trancos &
barrancos de Darcy Ribeiro, Sérgio Porto & O samba do crioulo doido, Que
país é esse de Affonso Romano de Sant’Anna, Não Verás país nenhum de Ignácio de
Loyola Brandão, Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda, Ary Barroso,
Juca Chaves, Chico Buarque & Ruy Guerra, Flávio Rangel & Millôr
Fernandes, Joyce & Fernando Brant, Dias Gomes & Ferreira Gullar,
Gonzaguinha & Ivan Lins, Renato Russo, Claudia Alende, Mauro Duarte &
Paulo César Pinheiro, Maurício Tapajós & Aldir Blanc aqui.
E mais:
Alvorada, O capital de Karl Marx, O desespero
humano de Soren Kierkegaard, A construção do personagem de Constantin
Stanislavski, a literatura de Luiz Ruffato, Memória Musical Brasileira de Anna
Maria Kieffer, a poesia de Miklós Radnóti, o cinema de Ingmar Bergman &
Harriet Andersson, as ilustrações de Federico Fellini, a pintura de Isabel
Magalhães & Programa Tataritaritatá aqui.
A poesia digesta de Glauco Mattoso aqui.
Crônica de amor, A República de Cícero, Marta Suplicy,
Jornal da Besta Fubana, Tolinho & Bestinha aqui.
A esfera estética de Max Weber, Os olhos
de cão de Hilda Hilst, o teatro da crueldade de Antonin Artaud, a Literatura Brasileira
de Silvio Romero, a música de Al Di Meola & Cynthia Makris, a pintura de
Ludovico Carracci, Lorna de Russ Meyer & Barbara Popejoy, o cinema de James
Griffith & Lorna Maitland, A ira explícita de Iramar Freire Guimarães &
Programa Tataritaritatá aqui.
O jacaré e a princesa, A metafísica dos costumes de Immanuel
Kant, Lolita de Vladimir Nabokov, O simbolismo do Teatro de T. S Eliot, a música
de Bach & Yehudi Menuhin, O joelho de Claire de Éric Rohmer, a pintura de
Paul Sieffert, a arte de Mae West, Catxerê: a mulher estrela & Poema a céu
aberto de Natanael Lima Júnior aqui.
Ah, se estou vivo, tenho mais o que fazer, a literatura de Liev Tolstói, A cena
dividida de Gerd Bornheim, a música de Joyce & Maurício
Maestro, a poesia de Nauro Machado, a pintura de Lasar Segall, a arte de
Patrick Conklin & Luciah Lopez aqui.
Além da entrega mais que tardia, a poesia de Sylvia Plath, a arte de
Jean Cocteau, A literatura ocidental de Guillermo de Torre, a música de Sky
Ferreira, Luciah Lopez, a pintura de Artemísia Gentileschi
& Tom Wesselmann aqui.
Caraminholas do miolo de pote, O homem pós-orgânico de Paula
Sibilia, a poesia de Guillaume Apollinaire, a literatura de Antoine de
Saint-Exupéry, a música de Diamanda Galás, a fotografia de Jim Duvall, a
pintura de Marie Fox & a arte de Luciah Lopez aqui.
Migrante entre equívocos, A tragédia da cultura de Georg Simmel,
Santuário de William Faulkner, Cibercultura de André Lemos, a música de Ivan
Lins & Sá & Guarabira, a pintura de James McNeill Whistler, o cinema de
Tony Richardson & Lee Ann Remick, a arte de Lanoo & Yosuke
Onishi aqui.
Lagoa da Prata, Cultura & arte pós-humana de Lucia
Santaella, O folclore no Brasil de Basílio de Magalhães & Moacir
da Costa Lopes, a música de Belchior,
a fotografia de Tatiana Mikhina, a pintura de Joseph Mallord William Turner & a arte de Wesley Duke
Lee aqui.
História da mulher: da antiguidade ao
século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito &
Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.
PARTICIPE DA PROMOÇÃO
BRINCARTE DO NITOLINO
Veja detalhes aqui.