FREYARAVI & O CIRCO DOS PRAZERES - Arte
da escritora, artista visual e blogueira Luciah
Lopez – Era ela ali, céu do dia e natureza minha: Respeitável público! Hoje
tem espetáculo? Tem sim, senhora. A esta hora da noite? Tem sim, senhora. Fará
tudo que sua mestra mandar? Sim, senhora. A luz apagou, dia e noite se
confundiam no labirinto do momento. E por um instante nada se movia, a calmaria
do inexistente. De repente, uma diminuta ponta de luz surgiu lá longe. Quase
imperceptível vagalume. E foi crescendo, crescente. E brilhou com intensidade,
iluminando o que agora era nosso circo. Eis que ela rodopiava enquanto tudo
reluzia e era a graça de uma palhacinha linda a me encantar com suas mesuras.
Ganhou o meu sorriso e assim me conquistou. Aos poucos um novo rodopio e retirou
a máscara e pintura, desnudou-se depondo sua roupa colorida em mim e me fez seu
clown cheio de graça, seu saltimbanco brincante. E mais rodopiou protagonista com
seu ilusionismo, magia de deusa nua, malabarista e eu coadjuvante e plateia
interativa, para fazer do meu corpo e minha alma o picadeiro para suas
acrobacias e saltos mortais. E mais rodopiava e me fazia tudo, ora cavalo para
sua soberba hípica na maior destreza de montaria, hábil cavaleira, no glamour
de sua performance de equitação, e a transformar-se equilibrista, a se segurar na
corda do meu corpo e me fazer trapézio para evoluções da sua exibição equestre,
a me galopar por mundos e universos jamais vistos e sequer sonhados; ora fera
indomável na jaula de sua competência dominadora, a me fazer dócil domado por
sua radiante beleza fascinante, a me fazer atravessar o seu círculo de fogo e
cair na sua mágica forma de me ter em si e se fazer inteira em mim e minha; ora
arrimo pra sua exímia índole saltadora da noite de todas as luzes e escuridão, ou
veículo ousado pro globo da morte à beira do precipício de todos os limites de
chão e mar de nossa finitude. E me fez dançar dentro dela, nômade de tudo, com
todas as estripulias do seu malabarismo de ginasta, com os truques de sua magia
envolvente, armadilhas de sua dança na nossa pantomina despudorada. E no auge
do nosso espetáculo, ela, Freyaravi, a deusa-rainha, índia nua, concedeu-me a
honra do nosso pas de deux no melodrama
íntimo de céu aberto, natureza viva, universo imenso das dimensões imensuráveis,
o nosso circo de todos os ilimitados e perenes prazeres. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais a respeito aqui e aqui.
Imagem: a arte da pintora Crystal Barbre, criadora da série Magnetisme Animal.
Curtindo o álbum coletânea Coleção (Universal
Music/Pronomotor Records, 2016), da cantora, instrumentista, compositora e
produtora Marisa Monte.
PESQUISA
[...] centros
metropolitanos sobre a vida artística e intelectual, enquanto centros de
cultura, artes, moda, indústrias culturais e entretenimento, televisão,
publicações e música, enfrentam a competição mais intensa advinda de uma
variedade de direções. Novas formas de capital cultural e uma série mais
extensa de experiências simbólicas estão em oferta num campo de cidades
mundiais cada vez mais globalizado – isto é, mais acessível por meio das
finanças (dinheiro), comunicações (viagens) e informação (radiodifusão,
publicações, mídia). [...]
Trecho da obra Cultura de Consumo e Pos-modernismo (Studio Nobel, 1995), do
sociólogo britânico Mike Featherstone. Veja mais aqui.
LEITURA
[...] Se
a literatura brasileira é das mais ricas em contos, a partir desse período
evoluiu de forma muito expressiva, tanto em conquistas temáticas quanto em
experiências estruturaus. Cresceu, rompeu barreiras, descobriu, renovou. E se
projetou também no exterior por sua capacidade de expressar, de formas tão
diferentes, com tanto talento, a fragmentação da vida moderna e o papel do ser
humano numa sociedade como esta. [...].
Trecho do texto Antologia: matéria viva, na apresentação da obra Contos brasileiros
contemporâneos: antologia
de contos (Moderna, 1991), organizada pela escritora Julieta
de Godoy Ladeira (1927-1997), apresentando um painel dos mais
expressivos da literatura brasileira contemporânea, que vem demonstrando
extraordinária força e capacidade de expressar de formas bem diferentes a
fragmentação da vida moderna e o papel do ser humano nesse contexto. Nesta
antologia, alguns dos mais destacados escritores brasileiros, com livros
lançados a partir dos anos cinqüenta, podem ser lidos em contos bem
característicos de seu estilo, técnica, talento e sensibilidade, obras da
maioria desses autores têm se projetado com êxito também fora do país,
traduzidas em diversos idiomas.
PENSAMENTO DO DIA:
[...] O amor mútuo e comprovadamente verdadeiro,
em que um tem consideração pelo outro como se fosse a si mesmo, é chamado de
amor resultante da fé. [...] Depois
que a jovem já travou relação com o homem [...] o homem deve esforçar-se para conquistá-la. [...] Elas devem ser tratadas com muita
delicadeza, e homem deve agir com precaução. [...] Com crescente persistência, ele deve dissipar os medos dela e, aos
poucos, fazer com que ela vá com ele a locais isolados, e lá ele deve abraçá-la
e beijá-la. E, finalmente, no momento de dar a ela um pouco de noz de bétele ou
de receber isso dela, ou no momento de trocar flores, ele deve tocar e
pressionar as suas partes íntimas, levando suas tentativas a uma conclusão
satisfatória. Quando o homem está empenhado em seduzir uma mulhe, ele não deve
tentar seduzir nenhuma outra ao mesmo tempo. [...].
Trecho
extraído da obra Kama Sutra
(L&PM, 2013), do filósofo indiano de tradição Carvaka e Lokyata que viveu
entre os séculos IV e Vi aC., Vātsyāyana. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
A arte
na obra Naked Dance & Gymnastics,
do fotógrafo Ralf Mohr.
Veja mais sobre Brincarte do Nitolino, Antônio Cândido, Dorothea Mackellar,
Alceu Valença, Gottfried Wilhelm Leibniz, Lope de Vega, Emma Goldman, Gilvan
Samico, Amaro Francisco Borges & Nina Kozoriz aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: arte
da escritora, artista visual e blogueira Luciah
Lopez.
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
World Peace Flame,
Humanitarian Projects
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.