QUEM OUTRA DE
SI... – (Imagem: Di Cavalcanti) - Maria quer ser Mary, quer ser
América e não Abya Yala. Chega de diversidade, quer ser uma ou outra, ou branca
se não for preta. Não tem nem nunca terá passaporte finlandês, mas, pelo menos,
melhor ser La Cucaracha do Ártico ao cabo Horn. Quer ser anglo-saxônica, eurocêntrica de Nordostrundingen na
Groenlândia às Aleutas, do cabo Príncipe de Gales à ponta do Seixas no Alasca,
sem precisar da Paraíba, só do istmo no canal do Panamá, incluindo o Canadá.
Por que será? Quer nem saber de México, nem das Antilhas, Colômbia ou Venezuela,
só das Bermudas e de São Pedro e Miquelão. Nada de Nicaragua, Beliza, El
Salvador, Honduras, ou Guatemala, muito menos Argentina, Chile, Bolívia, Equador,
Guiana, Suriname, Paraguai, Peru ou Uruguai, nem Caribe e que se dane o Brasil.
Não
precisa ser gente, basta ser como as artistas de cinema. Quer ser o que ela não
é, quer ser outra, invejada, estrangeira. Não tem para quê saber da Primavera de Ginsberg, nem da Serra Pelada de Alfredo Jaar. Quer esquecer onde
nasceu, esquecer o próprio nome, esquecer quem foi até agora, pouco importa se
desconheça que isso aqui nunca foi nem será América! Mas quer ser Mary, que ser
real América como se depois de todo extermínio uma brasileira ainda continua
viva, porque não é mais ela: é outra. E é o que ela quer! Veja mais aqui, aqui
& aqui.
DITOS &
DESDITOS - As mulheres carregam mais as marcas, a linguagem e as
nuances de sua cultura do que os homens. Tudo o que é desejado ou odiado é
projetado no corpo feminino... A
construção da feminilidade é uma construção, sim, mas também pode ser
distorcida e virada de tal forma que não significa necessariamente que esteja
apontando para o corpo feminino ou masculino de uma forma tão binária. A
cultura já está lá e sempre esteve, mas não como cidadãos iguais. Acho que há
mais progresso por vir...
Pensamento da fotógrafa e artista multimidia estadunidense Lorna Simpson.
Veja
mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Apesar de sua
pobreza, suas convulsões políticas, sua falta de recursos, o Haiti não é um
lugar periférico. Sua história o tornou um centro... Pensamento da escritora
haitiana Yanick Lahens, autora da obra Bain de lune - Moonbath
(2014), no qual expressa que: [...] Deslizamos pelos caminhos, silenciosos
como peregrinos ainda habitados pelo mistério de uma jornada sábia, alegre e
distante. Nossos sonhos nos levaram para tão longe, em uma luz tão antiga que
cambaleamos um pouco na sombra rosa e azulada daquela aurora. [...] Ela teria
escutado durante horas esta palavra arrancada da espessura dos dias. Porque o
tempo que passamos conversando assim não é tempo, é luz. O tempo que passamos
conversando assim é água que lava a alma, o anjo bom [...] Perdoar, imediatamente, agora mesmo, na hora, com ódio
quente como um coração na mão? Não, eles não podiam. Porque o ódio, ela fazia
você se sentir bem por dentro. Ela confortava como a fé em Deus. Eles não
tinham tempo para julgar. Eles estavam matando. [...].



AMOR E TRAIÇÃO – O filme Amor e traição (A pele do bicho, 1974), com direção de Pedro Camargo, é uma adaptação da peça teatral Chapéu de sebo, do dramaturgo, escritor e critico teatral Francisco Pereira da Silva, conta a história do assédio de um fazendeiro e seu filho com a esposa de um peão da fazenda que foi convocado por eles para caçar gado desaparecido. É quando diante da comprovada traição, o peão assassina a esposa, é preso e se mata na prisão. Do seu enterro surge um santo milagreiro que cura caravanas de crentes. Destaque para o talento da atriz Ítala Nandi, ao lado de Claudia Ohana, Jofre Soares, entre outros. Veja mais aqui, aqui & aqui.