
CARTAS A UM JOVEM FILÓSOFO, DE AGOSTINHO DA
SILVA
[...] A sua decisão de se dedicar à filosofia
repousa, pelo que me diz e pelo que eu conheço de si, no entusiasmo que lhe
despertam as leituras dos filósofos, no interesse que têm para o meu amigo
todos os problemas filosóficos e no gosto que teria em apresentar um dia uma
congeminação sólida, sem falhas, sobre a estrutura do mundo, sobre o sentido da
vida [...] não é assim um exercício
de faquirismo terminológico de quem fala como se fosse uma torrente que rompe o
dique e rola sem nenhuma possibilidade de se conter, ou de quem fala para se
ouvir a si próprio, sendo este o grande perigo das pessoas que falam bem: são
as serpentes de si próprias, saem dos cestinhos para ouvir a música deliciosa e
o que podia ser uma manifestação esplêndida de humanidade transforma-se em
espetáculo de rua [...] Há-de-se
inventar você próprio a você: criar um outro Luís, melhor do que esse que
possui e obrigá-lo a criar, a esgotar-se todo na divina tarefa de criar
[...].Você vai precisar de todo o seu
tempo, de toda a sua energia, de pensar de manhã até à noite nos problemas
filosóficos; você tem de adquirir erudição filosófica e o treino de pensar; a
vida, para a vida, é sempre longa; mas para a arte é sempre breve; só quando
não se faz nada há sempre tempo [...].
Trechos
da obra Sete cartas a um jovem filósofo:
seguidas de outros documentos para o estudo de José Kertchy Navarro (Ulmeiro,
1990), do filósofo, poeta e ensaísta português Agostinho da Silva (1906-1994), cujo pensamento combina a liberdade
como a mais importante qualidade humana, combinando elementos de panteísmo,
milenarismo e ética da renúncia.
Veja
mais sobre:
Cantarau
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dos Passos, Estética teatral de José Oliveira Barata, a
coreografia de Xavier Le Roy, a música de Carlos Careqa, a pintura de Alex Mortensen & a arte de Vesselin Vassilev aqui.
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Vieira, Amargura de mulher de Henriqueta Lisboa, O projeto Atman de Ken Wilber, a música de Heitor Villa-Lobos & María Luisa
Tamez, Prometeu acorrentado de Ésquilo, o cinema de Abbas Kiarostami & Juliette Binoche, a pintura
de Peter
Paul Rubens, a arte de Ekaterina
Mortensen & Alex Toth aqui.
A literatura
de Antoine de Saint-Exupéry, a música
de Aarre Merikanto & Colin Hay & Cris Braun, a pintura de Paul Klee & Clóvis
Graciano aqui.
Três
poemetos da festa de amor pra ela: Festa, Essa carne & Viagem aqui.
A Lei de
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Justiça à Poesia & Simone Moura Mendes aqui.
Brincarte do Nitolino, Condição humana de Norbert Elias, a poesia de Alexander Pushkin, O lugar do outro de Jean-Luc
Lagarce, o cinema de Antonio Carlos da Fontoura & Flávia Alessandra, a pintura de Paul Gauguin, a arte de Luis Fernando
Veríssimo, Luiza Curvo & a música de Eduardo Camenietzki aqui.
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Memórias de Adriano de Marguerite de
Yourcenar, a música de Robert Schumann, Fedra de Jean Racine, o cinema de Arnaldo
Jabor & Sônia Braga, a pintura de Francisco
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Freyaravi
& o circo dos prazeres, Cultura do consumo & pós-modernismo de Mike Featherstone,
Contos brasileiros de Julieta
de Godoy Ladeira, Kama sutra de Vātsyāyana, a fotografia de Ralf Mohr, Humanitarian Projects, a música de Marisa Monte, a pintura de Crystal Barbre & a arte de Luciah Lopez aqui.
Lualmaluz, Técnica
& ideologia de Jürgen Habermas, De
segunda a um ano de John Cage, História
da literatura brasileira de Nelson
Werneck Sodré, A balsa da Medusa, a escultura de George Kurjanowicz, a música de Sally Seltmann, a pintura de Théodore Géricault & Moisés
Finalé, a arte de Marni Kotak & Luciah Lopez aqui.
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tudo é manhã do dia pra noite, Agonia da noite de Jorge Amado, a música de
George Bizet & Adriana Damato, Folclore
musical de Wagner Ribeiro, a pintura de Aleksandr
Fayvisovich & Bryan Thompson, Posthuman
bodies de Halbertam & Livingstone, a fotografia de Christian
Coigny, a arte de Mirai Mizue & Luciah Lopez aqui.
&
MINHA
VIDA DE LOU SALOMÉ
[...] Nossa primeira experiência é, de modo notável, uma desaparição.
Momentos antes éramos um todo indiviso, todo o ser estava inseparável de nós; então somos impelidos a nascer, tornamo-nos
um pequeno fragmento que deverá esforçar-se, doravante, para não sofrer
reduções cada vez maiores, para afirmar-se perante o mundo adverso extremamente
amplo, no qual, por termos deixado nossa plenitude, caímos – agora despojados –
como num vazio. [...] Assim, vivencia-se
primeiramente como que algo já passado, uma rejeição do presente; a primeira
“recordação” – assim a chamaríamos mais tare – é, ao mesmo tempo, um choque,
uma decepção pela perda daquilo que não é mais, e alguma coisa de um saber que
se vai desenvolvendo, de uma certeza de que ainda teria que ser [...] Não posso conformar minha vida a modelos,
nem jamais poderei constituir um modelo para quem quer que seja; mas é
totalmente certo que dirigirei minha vida segundo o que sou, aconteça o que
acontecer. Fazendo isto, não defendo nenhum princípio, mas algo bem mais
maravilhoso - algo que está em nós, que queima como o fogo da vida [...].
Trechos
da obra Minha vida (Brasiliense,
1985), da poeta e psicanalista alemã nascida na Rússia, Lou Andres-Salomé
(1851-1937). Sua vida foi levada ao cinema em 2016, com direção da cineasta,
escritor e produtora alemã Cordula Kablitz-Postl, protagonizado pela atriz
alemã Katharina Lorenz, contando o período solitário,
doente e perseguida pelo nazismo, aconselhada a escrever suas memórias. Veja
mais aqui.
RÁDIO
TATARITARITATÁ: ARRIGO BARNABÉ
Hoje a Rádio
Tataritaritatá
apresenta especial com o músico, compositor, radialista e ator Arrigo
Barnabé,
apresentando músicas dos álbuns Clara
Crocodilo (1980), Tubarões Voadores
(1984), a trilha sonora do filme Cidade
Oculta (1986), Suspeito (1987), Façanhas (1992), Gigante Negão (1998), A saga
de Clara Crocodilo (1999) e apresentações em show ao vivo. Ligue o som e
confira. Veja mais aqui.
A ARTE DE INDRE VILKE
A arte da artista lituana Indre
Vilke.